Centro de Mídia Independente

Buscando democratizar a informação e o acesso aos meios de produção por meio de oficinas, seminários, exibição de filmes e intervenções urbanas que questionem o sistema vigente, surgiu Provøs. A Ação Provøs faz parte de uma série de eventos descentralizados de mídia tática que provocam alternativas em espaços autônomos. Apropriando-se do nome para criar um modelo de evento para ser reconstruido e provocar alternativas em zonas temporárias.

A primeira Ação Provøs teve início no dia 21 de novembro e prossegue essa semana com uma programação extra oficial de intervenções urbanas nas ruas de Belo Horizonte.

A Ação une iniciativas do terceiro setor, de comunidades locais e de estudantes e acadêmicos, servindo tanto para debater sobre a mídia como para trocar recursos e conhecimento.

Provøs busca manter cada vez mais intensa a conversação paralela sobre táticas de libertação dos meios de produção, causando ruído nas formatações e práticas tradicionais de comunicação social por meio de ações subvermídia.

No primeiro dia da Ação Provøs houve um debate sobre Rádios Comunitárias, piratas e livres. Veja as fotos. Escute Edinei da Rádio União falando sobre o Cenário das Rádios comunitárias em BH e o radialista Mozahir comentando sobre as rádios comunitárias religiosas.

No segundo dia, a mídia na geopolítica da América Latina: a perspectiva da Alca. Com intervenção teatral sobre humanismo latino americano. Escute a perspectiva histórica por Luciana Leão.

No último dia A Intervenção do REcicle1Politico - argumentos. Veja também as máscaras de papel marché feitas com santinhos dos politicos.
Teve também a mesa Redonda sobre mídia e tecnologia, abordando copyleft, open source e software livre, formas de mediação das redes digitais, ferramentas de publicação na web e o surgimento de Centros de Mídia Independente ao redor do mundo. E a oficina de introdução à produção e edição de MP3 com Esquadrão Atari do Projeto Re:combo.

sobre a produção da Ação Provos | Manifesto Recicle1Politico
Intervenção Urbana das Latinhas[ I | II ]
Vídeo

[ Blog do Provøs ]

COMUNICAÇÃO Nov 18 2002
Seminário discutiu a democratização da comunicação

Foi realizado neste final de semana, em Brasília, entre os dias 15 e 17 de Novembro, o Seminário Nacional de Legislação e Direito à Comunicação: Regulamentando a Comunicação Social Eletrônica, organizado pela Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC). O seminário contou com a participação de representantes de 17 estados brasileiros, todos eles envolvidos de alguma forma com a luta pela democratização dos meios de comunicação.

Diversos temas relacionados à luta pela democratização da mídia foram abordados e discutidos: a lei 9.612, que regula o exercício das rádios comunitárias, o direito a uma comunicação verdadeiramente social, abordagens críticas sobre conceitos que definem o que é estatal, público e privado, a regionalização da produção cultural, a introdução da tecnologia digital na comunicação, a luta dentro e fora das instituições legais e o controle da sociedade sobre os meios de comunicação.

Ao fim do seminário grupos de trabalho apresentaram propostas para solucionar alguns problemas do movimento pela democratização da comunicação, dentre elas, a criação de agentes comunitários de comunicação, a formação de uma rede de troca de informações entre as rádios e demais organizações de comunicação, a convocação de uma reunião do Forúm pela Democratização da Comunicação e uma grande campanha, envolvendo diversas rádios e TVs comunitárias de todo o país, que lutará pela devolução dos equipamentos de rádios comunitárias apreendidos pela Anatel e Polícia Federal - a campanha se chamará "Libertem Nossos Presos".

Para mais informações contate o Centro de Mídia Independente (contato@midiaindependente.org) ou visite os seguintes sites:

Leia alguns textos do seminário :

A Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação e Nós | Tecnologias Digitais em Radiodifusão : Aspectos tecnológicos e potencialidades do uso | Favela FM, uma onde que vem do morro

[ Regulamentando a Comunicação Social Eletrônica | Rádios Comunitárias na pauta | Direito à Comunicação: Fundamentos Jurídicos ]

HABITAÇÃO Nov 18 2002
Mais de cem famílias ocupam prédio no centro de SP

Outro prédio no centro de SP foi ocupado na madrugada de sábado, dia 16, por famílias sem-teto. A ocupação foi promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto da Região Central e mobilizou mais de cem famílias. O prédio ocupado, localizado na Rua Rodolfo Miranda, tem oito andares e estava abandonado. Os sem-teto estão organizando tudo e as condições são ainda bastante precárias. Eles pedem todo tipo de ajuda, principalmente ajuda jurídica e material. Falta comida, madeirites para fazer divisórias, fraldas, colchões e cobertores. Doações podem ser encaminhadas à Creche Paulo Freire, sede do movimento, à Avenida Presidente Wilson, 2155, na Mooca.

[ Leia relato da ocupação ]

TORTURA Nov 15 2002
Polícial Federal censura site

Site do Grupo Tortura Nunca Mais contendo denúncia de tortura na carceragem da Polícia Federal foi censurado esta semana, por decisão judicial. Acusado pelas denúncias da prática de tortura, o delegado Roberto Jaureguiber Prel Junior conseguiu que todas as matérias com denúncias citando seu nome fossem retiradas do site.

Denúncia do Tortura Nunca Mais, citada no relatório sobre tortura no Brasil da ONU, apontava para a tortura de dois homens, no ano de 1996, depois de perseguidos e presos arbitrariamente. Segundo a denúncia, naquele ano, o funcionário da Petrobrás Carlos Abel Dutra Garcia e o pedreiro Rosalvo Teixeira da Silva foram arbitrariamente presos por desacato à autoridade e depois torturados por agentes federais e pelo delegado Roberto Jaureguiber Prel Junior.

Embora a prisão de Carlos Abel tenha sido considerada improcedente pela justiça e seu exame de corpo de delito após deixar a carceragem tenha mostrado claros sinais de tortura, a ação penal acusando os sete agentes federais foi trancada sob a alegação de que o Ministério Público estava excedendo suas competências ao julgar policiais federais.

Carlos sofreu inúmeras ameaças de morte e perseguições por ter denunciado as torturas e teve que se mudar do Rio para a segurança de sua família. O delegado Roberto Prel Junior foi temporariamente afastado da Delegacia de Repressão a Entorpecentes e Tóxicos, mas já em 2001 reassumiu o cargo. Em abril deste ano, a assembléia legislativa concedeu a ele o título de cidadão "benemérito". O Estado do Rio de Janeiro já havia lhe homenageado com medalha.

Leia aqui a denúncia censurada

Além dessa denúncia, outras matérias mencionando casos de tortura na carceragem da Polícia Federal também foram censuradas: Denúncia contra o Delegado da Polícia Federal Roberto Jaureguiber Prell | Assassinato na carceragem da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro

Declaração do Tortura Nunca Mais sobre a censura judicial

No dia 7 de setembro, mais tortura e morte | Mais um relato | Cartuns de Latuff sobre tortura policial | Mensagens de repúdio

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[ Site do Tortura Nunca Mais ]

BARRAGENS Nov 16 2002
Famílias atingidas por barragens protestam em Brasília

Cerca de 600 famílias expulsas de sua terra pela construção da Barragem de Cana Brava, no Rio Tocantins, em Goiás estão reivindicando terra e indenizações justas em frente ao escritório do BID, em Brasília. As indenizações pagas às famílias foram tão baixas que chegaram à irrisória quantia de 36 reais. Apesar dos baixos valores, mais de 350 famílias atingidas simplesmente não foram indenizadas.

A barragem foi financiada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e construída pelo grupo franco-belga Tractebel. As obras foram completadas em janeiro de 2000 e resultaram no alagamento de 35 mil hectares de terra. O MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) está reivindicando junto ao BID há meses uma inspeção independente dos impactos sociais e ambientais da barragem, mas o pedido tem sido ignorado pelo banco.

[ Relato do MAB | Site do MAB ]

Pressione o BID por indenizações justas e uma avaliação independente dos impactos da barragem. Escreva para o diretor executivo do BID no Brasil, Martus Tavares: martust@iadb.org

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ITÁLIA Nov 15 2002
Ativistas são presos com base em lei anti-terror

Na manhã de sexta-feira, dia 15 de novembro, a polícia italiana prendeu 20 ativistas ligados ao movimento "anti-globalização" e levou outros 22 para depor sob acusações baseadas nas leis anti-terrorismo. As prisões são o resultado da investigação de uma força tarefa composta por juízes de diversas cidades do sul da Itália onde residem os ativistas. As acusações incluem "ser membro de uma organização subversiva", "difundir propaganda subversiva", "perturbar a estabilidade política e econômica" e danos causados em 2001 durante os protestos contra o Fórum Global, em Nápoles e contra o encontro do G8, em Gênova. Segundo os investigadores, os acusados são também suspeitos de pertencer ao Black Bloc. Com as acusações, os ativistas podem pegar até 12 anos de prisão.

Dentre os presos, encontra-se Francesco Caruso, um dos organizadores do Fórum Social Europeu e da marcha contra a guerra no Iraque, ocorridos no início de novembro em Florença. Ativistas dos Desobedienti, movimento dos desobedientes, acreditam que as prisões são uma resposta a essa marcha que reuniu 500 mil pessoas para protestar contra as políticas de guerra.

Vídeos do CMI Itália (Real): 1 | 2 | 3

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OMC Nov 14 2002
Cinco mil pessoas protestam contra a OMC em Sidney

Cinco mil pessoas ocuparam o centro da cidade para protestar contra o encontro da Organização Mundial de Comércio (OMC) em Sidney, na Austrália. Algumas ruas foram bloqueadas e 20 pessoas foram presas, mas o clima geral foi pacífico. São esperados mais protestos para amanhã, no segundo dia do encontro. A OMC é uma instituição multilateral fundada em 1994 com base no GATT, o Acordo Geral para Tarifas e Comércio e tem como objetivo incentivar a liberalização comercial entre os países signatários. A OMC é acusada de gerar desemprego, perda de direitos sociais e aumento da desigualdade social por meio de suas políticas.

[ Resumo do primeiro dia dos protestos | Resumo do segundo dia ]

Você pode ajudar nas mobilizações com uma ocupação virtual do sítio da OMC

[ CMI Sidney | Fotos do primeiro dia dos protestos | Mais fotos e informações: I e II ]

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CHILE Nov 14 2002
Polícia mata ativista mapuche

Nesta segunda-feira, dia 12 de novembro, o ativista mapuche Edmundo Alex Lemum Saavedra, de apenas 17 anos, foi morto pela polícia chilena com um tiro na cabeça durante uma ocupação de terra em Fundo Santa Elisa, no Sul do Chile.

Os Mapuche são uma etnia nativa que habita os Andes - uma área hoje ocupada pelos estados do Chile e da Argentina. Eles lutam pela terra, pela subsistência econômica e pela preservação da sua nação por meio de ocupações e outras formas de ação direta não-violenta.

A ação de repressão aos Mapuches foi respaldada pela lei anti-terrorismo, um resquício dos tempos da ditadura que ainda é utilizada pelos governos "democráticos" do Chile. Além do assassinato de Edmundo, pelo menos outros dois líderes indígenas foram assassinados recentemente com base na lei.

Em julho desse ano, os líderes Pewentre Mauricio e Agustina Huenupe Pavian foram mortos enquanto protestavam contra o alegamento da sua terra na região do Alto Biobo para a construção de uma usina hidrelétrica. Mais de 22 mil hectares de terras habitadas pelos Pewentre serão alagadas para a construção de sete centrais hidrelétricas.

[ Comunicado da coordenadoria Arauco Melleco sobre a morte de Edmundo | Dirigente mapuche é preso | CMI Chile ]

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MORADIA Nov 12 2002
Duas mil famílias podem ser despejadas em Osasco

Duas mil famílias sem-teto que ocuparam um terreno abandonado em Osasco correm risco de despejo nos próximos dias. O terreno, de 50 hectares, era usado como depósito de entulho e cemitério clandestino e se situa numa região nobre da cidade, ao lado de um campo de golfe. O ocupação, que resultou no acampamento Carlos Lamarca, foi organizada no final de julho pelo MTST, com ajuda de outros grupos, como a Resistência Popular e o Movimento de Luta Popular.

No início de agosto, uma ordem de reintegração de posse concedida pela juíza Anelise Soares deu início a uma grande operação da polícia militar para desalojar os sem-teto. Os ocupantes armaram barricadas e prepararam-se para resistir, mas a reintegração foi suspensa antes que houvesse uma ação policial.

A prefeitura de Osasco tem intermediado as negociações com os proprietários e o governo do estado, o que impediu que as famílias fossem despejadas. A situação, no entanto, voltou a ficar tensa com a emissão de uma ordem de reintegração de posse no dia 4 de novembro. As famílias podem ser despejadas a qualquer momento.

Você pode ajudar: envie mensagem de protesto ao governo do estado e à prefeitura de Osasco.

[ Leia pedido de ajuda do MTST ]

Áudios em MP3 sobre a ocupação

Fotos da ocupação: I | II | III | IV | V

Vídeo da Ocupação (real video).

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