Lygia Fagundes Telles
(1923 - )
Escritora contista e romancista brasileira nascida em São Paulo, Estado de São Paulo, que recebeu o Prêmio Camões (2005), o mais importante na literatura em língua portuguesa, dotado com 100 mil euros. Filha de um promotor e delegado de polícia, viveu em Sertãozinho e outras pequenas cidades do interior paulista, devido as freqüentes transferências do pai. Aos oito anos foi morar com a mãe na capital paulista e depois no Rio de Janeiro, onde permaneceu durante cinco anos. De volta a São Paulo, matriculou-se no Instituto de Educação e passou a se interessar por literatura. Sua estréia literária deu-se com o livro de contos Porões e sobrados (1938), que foi bem recebido pela crítica. O sucesso se repetiria com Praia viva (1944)..Em São Paulo, fez dois cursos superiores, de direito e de educação física, na Universidade de São Paulo, enquanto trabalhava na Secretaria de Agricultura, para custear os estudos. Formada em Direito, tentou exercer a advocacia e chegou a exercer como procuradora no estado de São Paulo, mas acabou por se dedicar totalmente à literatura. Começou (1949) a colaborar no suplemento literário do jornal carioca A Manhã e no mesmo ano lançou o livro de contos O cacto vermelho, com o qual conquistou o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras. Na década seguinte viajou pela França e Itália (1955) e publicou o romance Ciranda de pedra e o volume de contos Histórias de desencontro (1958), ganhando o Prêmio Artur Azevedo, do Instituto Nacional do Livro. Eleita (1985) tornou-se a terceira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Teve algumas de suas obras traduzidas para o inglês, espanhol, francês, alemão, italiano e inclusive para o polonês. Embora tenha se destacado como contista, em sua obra literária destacam-se os romances como Ciranda de pedra (1954), adaptado com sucesso para a televisão, Verão no aquário (1963), Antes do baile verde (1969), As meninas (1973), a mais conhecida de suas obras e adaptada para o cinema e a televisão, e As horas nuas (1989), além do volume de contos Histórias escolhidas (1964), do livro de contos Invenção e Memória (2000) e o de memórias Durante aquele estranho chá - Perdidos e achados (2002). O romance As meninas transformou-se em nome de um prêmio literário que é concedido pelo governo do estado de São Paulo. Ela já recebeu vários prêmios como os 4 Jabutis um dos mais importantes do Brasil e concedido pela Câmara Brasileira do Livro, 1 Afonso Arinos (1948), 1 Artur Azevedo (1958), 1 Boa Leitura (1964), 1 Guimarães Rosa (1971) e 1 PEN Clube Brasil (1977), entre outros. O Prêmio Camões foi adotado (1980) pelos governos de Portugal e Brasil para distinguir anualmente um escritor que contribua com sua obra para enriquecer o patrimônio literário na língua portuguesa. Concedido no ano anterior à portuguesa Agustina Bessa Luís, é o prêmios mais importante a que podem aspirar os escritores de língua portuguesa. A escritora brasileira foi escolhida em sua décima sétima edição. Dois anos antes o vencedor foi o brasileiro Rubem Fonseca e entre os  premiados destacam-se o português José Saramago, o angolano Pepetela, o moçambicano José Craveirinha e os brasileiros João Cabral de Melo Neto e Jorge Amado.