..Seja realista: exija o impossível
..


..TERRORISMO POÉTICO
..ARTE SABOTAGEM
..TEATRO SECRETO
..RELIGIÕES LIVRES
..CONCEITOS DISTORCIDOS
..IDEOLOGIAS SAQUEADAS
..PIRATARIA DE IDÉIAS
..SABOTAGEM CULTURAL
..LINKANIA
..FNORD
..
..Ofensas pessoais a Ari Almeida pelo e-mail:
..[ arialmeida2003@yahoo.com.br ]
..
..Tukaga Livros
..
..Baixe aqui o Manual Prático de Delinquência Juvenil
..
..e aqui o Manual Prático de Delinquência Juvenil - 2ª edição
..
..
..
..
..DELINQÜENTIOS & DELINQÜENTIAS
COM MUITO ORGULHO APRESENTO A TODOS OS LINKS
PARA OS BRÓGUESGRÓGUES DOS FREQUENTADORES MAIS
ASSÍDUOS DESTE ANTRO DE VÂNDALOS:

..
..Manan Blog
..Blog do meu amigo gaúcho torcedor do Internacional
..Ô loco meu!!!!
..É o Rafiuzkiz na fita
..Memórias de Um Cheira Cola
..Reverendo .Fatsync é um Monstro Sagrado Absoluto
..Assim Assado
..A Pirofágica é a Piristrela do meu Coração Camaleão
..mundoYmundo
.. Blog de uma Ratazana Freestyle chamada Jubyleu
..O Entorta Cano
.. Juca Sassafrás apavorando Floripa...e a net...e o Sistema (Monstro Sist)
..Mada de Nada!!
..É a Dani!! É a Dani
..Reverendo Freak C
..Meu irmão separado na maternidade, de fé mesmo
..Le Place Absurdo
..Home Page da lenda viva que já foi Fong, e que hoje é Wodouvhaox
..
..
..Timóteo Pinto
..Eu, tú, ele, eles, nós, vós. todo o mundo é Timóteo Pinto
..Seja Timóteo Pinto no Orkut
..Nos outros lugares, basta dizer: Todos somos Timóteo Pinto
..
..
..
A maioria dos blogs linkados na seção A JUVENTUDE DOENTE NO REINO DOS BLOGS (situada logo abaixo)
..
Estão quebrados, segue abaixo uma lista atualizada
..
dos doentes que nos linkaram. ..
..
LINKANIA ..
..
Árvores e Nuvens
..
Dona Buba
..
Aborto Social
..
Arte do Caos
..
Agnóstico Vagabundo
..
Textorama
..
Che With Glasses
..
La cucaracha volaaaante!!!
..
Toad [MS]
..
..
..
..
..
..
..A JUVENTUDE DOENTE NO REINO DOS BLOGS ou
..O CAOS AVANÇA!!!!!!!!!!!!!!!
..
..Psicodelismo & Arte
..Prestem atenção nesse fotolog, coisa fina, palavra de delinquente!
..Otacílio Couto
..Fotolog do Ota!!
..Meu velho amigo Ota, atuando em duas frentes, blog & fotolog.
..Biocosmo
..Renato, o Lobo Guará Livre do Cerrado
..Alriada Express
..Daniel Duente, continua sem ter feito contato, mas o cara é genteboa e seu blog é maaaassa
..toomanypeople
..Esse cara é BH e seus posts são hi-lá-ri-osss
..A Arte do Caos
..porque tú tá ligado que o caos é uma arte, não é mesmo?
..Caos!!!!
..O blog da Manu, ela tirou o link pra cá, mas deixou o do Timóteo Pinto, hehehe!!
..disgua - CTRL C + CTRL V
..É a Diaângela, tô falando que é a Diângela...não querem acreditar
..Desobediência
..Desobediência por uma questão de classe
..Eu Rasgo Dinheiro!!!
..Motos & Mulheres, no Blog do Fumaça from Itajaí
..Fuga do Sistema
..Fuja locôôô!!!!!
..Gárgula Irato
..O Gargula Irato posta num dos blogs que eu mais curto, o cara tem idéias fortes
..O diário virtual do Julio
..A Lenda, o Mito, uma das grandes promessas do Novo Jornalismo...argh!!!
..Marty MacFly
..Quem é Marty McFly???....Ganha um molotov quem responder
..Micrópolis
..Poesia, literatura, artes, cultura japonesa e multiculturalismo - By Mak
..Minha Vida DDA
..Tá meio parado, mas o arquivos valem a leitura
..Fotolog Radial
..o Dificil aprendizado de aceitar o diferenciado
..Pandemonium
..Apareçeu no Blogs of Notes e a dona surtou e se indgnou. É, atitude é o que há!!
..Reboladeira
.. O blog da Beth, cadê a Beth??? Pelamorde Éris, me respondam!!!
..Reciclável
.. O blog da Ana...que é prima da Dani...que é amiga da Aline, que nem conheçe
..Se1t@ M@c@br@
..O Antigo do blog da antiga lenda urbana auto-intitulada Ivo Cruz
..Sensible Madness
..A Natas_F é uma mina muito style, vai por mim
..Surrealismo dos Atos
..A Lebre de Março pode um dia te visitar!
..Terra dos Homens
.. Agora em novo endereço - confira Djá! ..Túlio Vianna
..O Professor Túlio saca das coisas: ao Mestre com carinho
..Dória
.. Antigo blog da Andreia, do tempo que eu chamava ela de Dória Grey
..Fotolog da Dória
..Sim, agora podemos acompanhar a Rainha Dória através de seus clicks!!!!
..Holistic Connection
..Tapera Virtual, antigo blog do Hilukus, que foi um dos primeiros a apoiar nossas rebordosiçes
..Ópio
..É o Ralph matando a pau num nums blogs mais estilosos da nossa coluna da esquerda, leitura obrigatória e quase diária
..Web Vandal
..Vandalismo é tudo, padronização não é nada
..Marcas Urbanas
..Uma coletânea de fotos de Stencils, colagens e grafittis desta Curitiba Cinzenta & Gelada
..O Templo
..Nosso irmão mais novo da Caos Family
..StraighEdg Bandido!!!
..O cara odeia Ari Almeida, sujeito decidido
..blog do CADELÃO
..O Blog do Cadelããããão!!!! Bóra todo mundo vandalisar o blog desse depravado século XXI!!!
..
..
..
..
..Com vocês:
..O ESTRANHO mundoYmundo DE
..DANI.EL MACEDUSSS
..rranhyu
..ornitorrincosss
..Macedusss não existe
..derrotados pela própria fraqueza
..E esta lenda morta tmb edita ZINES
..
..
..
..GOSTOSO É FAZER SABOTAGEM
..
.. e-zines (cultura pop: existe isso?)
..banditzine
..Natalcore
..Omelete
..Rock Way of Life
..Alucináticos
..Senhor F
..Trabalho Sujo
..Fraude
..
.. leitura diária (delinqüentes lêem todo dia?)
..no mínimo
..Marketing Hacker
..Carta Capital
..Tudo Paraná
..
..
..
.. OUTROS BLOGS SÃO POSSÍVEIS:
..Ódio
..Os caras nos odeiam e são malas, logo, devem ser bons
..Front da Serra
.. O Breno brigou com a gente, logo, deve ter um pingo de bom senso
..Planos periculozamente editados
.. Blog do amigo do Juby
..Poesias Góticas
.. Não sei porque, mas a Tytânia nos deslinkou...
..A Farsa Bípede
.. Outro que um dia nos linkou, e agora deslinkou.
..Máquina del Diablo
..Mais um que nos deslinkou, máquecaráio!!!
..Socialmente Aceitável
..Esse site é doido, vai por mim, é louco meeeesmo!!
..Quitandinha 111
..O Blog da Ingrata da Sharon
..Lila
..A Enésima Encaranação de Éris
..
.. los hermanos (nada a ver com os Loser Manos)
..Manzanas Podridas (Argentina)
..menos que cero diario (Argentina)
..
.. essa galera aqui em baixo nunca nos linkou, mas nós curtimos de montão esses seus blogs Escrotos, Toscos & Maravilhosos
..Aceitamos Sugestões
..A Alma do Gato
..Ações Provocativas
..Átomos do Alessandro
..Blig Kogu
..Delirium
..vida de deus
..Sociedade Doente
..Spiderweb
..Tosquismo
..Um Caminho a seguir
..
..
..É permitida a reprodução total ou parcial dos textos contidos neste site mesmo que a fonte, o link e o autor não sejam citados Estão todos autorizados a copiarem os textos, modificarem o que quiserem, assumir a autoria e utilizarem para o que bem desejarem.
..
..E sempre lembrem dessa recomendação:
..Goze sem entraves

..
..
..
..
..
..NENHUM HOMEM É UMA ILHA
..MAS TAMBÉM NENHUM HOMEM É UMA SALADA DE BATATAS
..
..
..
..
..
..
..
..
..Você tem o endereço, porque você não passa lá
..CMI
..Mídia Tática
..Relatório Alfa
..Centro de Contra-Informação e Material Anarquista
..Rizoma
..Bolo´Bolo
..Baderna
..Arquivos da Demência Ontológica
..A Invasão dos Memes
..
..
..
..
..
..
..
..ALGUNS RESPONSÁVEIS PELAS
..SEQUELAS CULTURAIS DE ARI ALMEIDA
..Antonin Artaud
..Wilhelm Reich
..Raoul Vaneigen
..outro dia eu continuo esta lista ..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..O que queremos, de fato,
..é que a juventude
..volte a ser perigosa

..
..
..
..
..
..Se o que vc faz
..Faz impunemente
..é porque é inofensivo

..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..Estamos em Território Inimigo
..E o Inimigo está em nós

..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..NÃO RESPEITE NADA!!!
..
..
..NENHUM RESPEITO POR NADA!!!!
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..TODA A PROPRIEDADE É UM ROUBO
..Roube os textos desse blog!
..Editar + Copiar
..Editat + Colar
..Mude o texto
..Assuma a autoria
..Plagie descaradamente
..Seja um ladrão e não respeite a propriedade intelectual!

..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..NÃO SE LEVE A SÉRIO ..NÃO LEVE NADA MUITO A SÉRIO ..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..Este é um território improdutivo do blog
....mas isso nai acabar!!!!!
..
..
..
..OS SETE POEMAS DAS VIDRAÇAS
..(por Fabio Samwise)
..
..
..Mortos vivos
..Nas ruas
..um belo sol Acaricia os doentes...
..Quem pode ter o tempo,
..pra viver o dia inteiro?
..
..
..
..
..Brancura luna
..Rente ao teu corpo,
..a brancura lunar,
..ficarei por eternidades...
..até saber do gosto essencial de ti.
..
..
..
..
..Kelper
..Kelper é uma ilha.
..As pessoas também...
..Romper essa distância,
..inaugurando-se noutro ser,
..não existem coordenadas...
..Apenas...
..beijos e palavras...
..
..
..
..
..A geladeira
..Domingo ela abriu a geladeira 119 vezes...
..mas, não saiu ninguém...
..
..
..
..
..Paixão
..Começa com uma vontade de morder...
..e muitas vezes, termina com um tiro...
..
..
..
..
..É isso que eu adoro na paixão!!!
..Natural Arte?!
..Não...
..eu sou mais esse teu sorriso...
..esse teu cabelo...
..na minha cara...
..
..
..
..
..Os Moradores Estranhos
..os moradores daquele prédio...
..não olham pelas suas janelas...
..pelo menos, como deveriam...
..Risadas...
..é outra coisa também...
..Não as escuto...
..estranho...
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
Visitors:
umdois
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..
..Algum doente criou esta página
..Quer prova maior de que o caos avança? ....EU ODEIO ARI ALMEIDA!!!!
Vandalismo ou Barbárie - Distúrbio Cotidiano - Estanhos Atratores nos Caos do século XXI - A Juventude Doente mostrando a cara.  

Manual Prático de Delinquência Juvenil


Arquivos da Demência Ontológica Arquivos Mande o autor ao inferno!!

Sexta-feira, Maio 09, 2008 :::
 
tá faltando alguma coisa nesse blog


SYNGENTA MATA

Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 12:19 PM


Sexta-feira, Maio 02, 2008 :::
 
Albert Hofmann e o LSD, 1906-2008

O químico suíço Albert Hofmann, que sintetizou a molécula de LSD, morreu ao longo da madrugada após um ataque cardíaco. Tinha 102 anos. Muitos o viam como um doidão – mas era só um cientista. Seu passeio de bicicleta mítico, após ingerir uma superdose de LSD, aconteceu no dia 19 de abril de 1943. É celebrado hoje como o ‘dia da bicicleta’, todos os anos. Apesar de uma ligeira simpatia, jamais se adaptou muito ao movimento psicodélico. Não era sua praia.

Segue aqui um perfil do cidadão, como uma sincera homenagem deste blog àquele que tanto rebú causou com sua descoberta.

O pai do LSD

Por volta das cinco horas da tarde do dia 19 de abril em 1943, Albert Hofmann começou a sentir tonturas. “Ansiedade”, escreveu em seu diário, “distorções visuais, sintomas de paralisia, vontade de rir.” Aí não escreveu mais nada. Hofmann tinha dificuldades para falar. Seu assistente no laboratório estava preocupado. A mulher do químico tinha viajado, não havia carros à disposição para levá-lo para casa – estavam todos em uso no esforço de guerra. Então, foram os dois de bicicleta.

Albert Hofmann tinha 37 anos naquela dia em abril. Hoje, neste 11 de janeiro de 2006, o homem que sintetizou o LSD completa 100. Continua lúcido, faz parte do comitê de notáveis que seleciona os vencedores do Prêmio Nobel, sua maior preocupação é com a falta de cuidados com o meio ambiente. Mas, na época, era um químico em meio de carreira nos Laboratórios Sandoz, em Basiléia, na Suíça.

Quando chegou em casa, ele pediu leite, um antídoto comum para envenenamento por produtos químicos. Bebeu dois litros ao longo da noite. “Um demônio havia me invadido”, escreveu em “LSD, meu filho problema”, livro de 1979. “Ele me possuiu o corpo, a mente, a alma; pulei, gritei tentando me livrar dele, mas então me afundei novamente no sofá, sem o que fazer.” Sua empregada se transformara numa bruxa horrível.

Quando o médico chegou, seu assistente explicou o que ocorrera. Três dias antes, o cientista havia entrado em contato com um concentrado do produto que estava sintetizando, o ácido lisérgico dietilamida. Talvez o ácido tenha tocado seu nariz, ouvido, até mesmo boca: ele é absorvido pelas mucosas. Após o acidente, sentiu uma leve intoxicação e, por umas duas horas, viu um caleidoscópio de intensas imagens coloridas. Intrigado, preparou-se para uma nova experiência com uma dose bastante pequena - 0,25 miligrama. Quando ingeriu a substância no “dia da bicicleta” foi lançado num mundo de terror.

O médico tomou seus sinais vitais e, fora as pupilas dilatadas, não percebeu nada de errado. Era esperar. E o horror passou, substituído por uma sensação agradável. Aí tornaram as cores. “Elas alteravam”, escreveu, “abriam e fechavam sobre si mesmas em círculos e espirais, explodiam em fontes multicoloridas se arranjando num fluxo constante.” No dia seguinte, experimentou o mais gostoso café da manhã de sua vida, os raios do sol da primavera faziam tudo brilhar, seus sentidos estavam num pico de sensibilidade que persistiram até a noite.

A mágica numa floresta suíça

Uma vez, quando ainda era criança, numa manhã de maio e no meio da floresta, Hofmann viveu a experiência que marcaria suas escolhas. Os passarinhos cantavam, o dia estava bonito e aí tudo pareceu muito claro, uma sensação inebriante de felicidade o tomou – ele sentia que não era apenas um observador daquela paisagem, mas fazia parte dela. Ele e tudo em volta eram uma coisa só e a nitidez da constatação, não tanto racional, mas sensorial, como que inebriante, o comoveu. Aí, depois, passou. “Como poderia contar a todos sobre aquilo, e na minha felicidade eu queria contar, se não havia palavras para explicar o que vi?”

Este encantamento o levou para a ciência e, em particular, para a química orgânica, a química de animais, de vegetais, de fungos – a química das coisas vivas. Queria compreender. O LSD nasceu de seus estudos com um fungo de cereais, mais comum nos campos de centeio, chamado ergot. Desde a Idade Média que parteiras ofereciam ergot às grávidas para facilitar o parto, mas apenas nos anos 30 estudos mais sofisticados com o fungo procuraram identificar que substância induzia as contrações uterinas.

Quando Hofmann foi trabalhar com os derivados de ergot, o ácido lisérgico já havia sido isolado dentre os componentes do alcalóide que a Sandoz vendia como remédio para parto. Mas era um ácido muito sensível, instável, qualquer manipulação fazia com que a molécula se quebrasse. O desafio era encontrar alguma outra molécula que, juntada a ele, estabilizasse a fórmula. O químico produziu várias combinações possíveis. A 25a variante, o ácido lisérgico dietilamida, ficou pronta em 1938. Era uma molécula tão parecida estruturalmente com a de alguns estimulantes circulatórios que Hofmann chegou a achar que pudesse ter um novo remédio em mãos. Mas os farmacólogos da Sandoz a testaram em animais e observaram agitação e inquietação. LSD-25 foi posta de lado.

Muitos remédios nasceram daqueles estudos, de remédios para circulação a remédios para combate à debilitação mental em idosos. E, no entanto, o cientista não conseguia esquecer o LSD-25. Por quê? Outras substâncias que compôs foram largadas de presto – por que não aquela? No dia 16 de abril de 1943, repetiu o processo de anos antes para sintetizar novamente uma pequena quantidade de ácido lisérgico dietilamida. Quando estava purificando a substância, cristalizando-a na forma de um sal, veio a sensação de tontura. Tinha tomado os cuidados que sempre tomava no laboratório. Vieram as mandalas.

O ácido vira pop

Nos anos seguintes, o LSD e outros alucinógenos naturais foram pesquisados por cientistas em todo o mundo. Desconfiava-se que, na verdade, simulavam os sintomas psicóticos. Compreender como funcionavam poderia trazer a cura da loucura – não é mais algo em que muitos acreditem. Mas a divulgação de seus efeitos incentivou que outros os procurassem.

“Tomei minha pílula às onze”, escreveu Aldous Huxley em seu “As portas da percepção”, livro de 1954. “Uma hora e meia depois, eu não estava mais olhando para um arranjo de flores. Estava vendo o que Adão viu na manhã de sua criação – o milagre, a existência nua, momento a momento. ‘São bonitas?’ alguém me perguntou. ‘Nem bonitas, nem feias. Simplesmente são’ - respondi.”

Em 1960, um professor de psicologia de Harvard chamado Timothy Leary, que tinha experimentado um alucinógeno apenas alguns meses antes, começou seus próprios experimentos com LSD. Ao longo da década seguinte, Leary foi expulso de Harvard, largou a ciência e se transformou num dos principais inspiradores da cultura hippie – pelo LSD.

Leary e o pai do LSD só foram se conhecer em 1971. “Seria injusto chamá-lo de um apóstolo do uso de drogas”, escreveu Hofmann em suas memórias. “Ele fazia uma distinção clara entre as psicodélicas, de cujo efeito saudável estava convencido, e os outros narcóticos, como heroína. Minha impressão é de que estava convicto de que tinha uma missão. Defendia suas opiniões com humor, mas sem fazer compromissos. Ele realmente acreditava nos formidáveis efeitos dos psicodélicos e subestimava as dificuldades práticas e os perigos do uso.”

Os dois, o pai do LSD e o popularizador do LSD, nunca se entenderam de todo. Entre as coisas que mais incomodavam Hofmann em Leary estava a ligação entre alucinógenos e prazer sexual, tão em voga nos anos 60. Hofmann achava, e ainda acha, que na popularização de seu filho problemático ele foi vulgarizado. Seus delicados efeitos transformaram-se numa estética pop multicolorida, promoveram um encantamento também pop com religiões orientais, mas as portas da percepção que serviram de tema ao poeta William Blake foram abusadas, tratadas sem o respeito devido.

As portas da percepção

Segundo o livro “From chocolate to morphine”, uma enciclopédia de substâncias que alteram a percepção, os psicodélicos todos têm composições diferentes, mas provocam os mesmos efeitos. Mescalina, cogumelos, ervas diversas e o ácido lisérgico variam na quantidade, variam no tempo da viagem, mas o resultado prático é fundamentalmente o mesmo.

O mecanismo fisiológico do LSD ainda é desconhecido. Parece, de alguma forma, ocupar no cérebro os mesmos lugares que a serotonina, mas isto explica pouco. Há várias teorias e, ainda assim, são teorias de um campo sobre o qual se avança lentamente. Mesmo que se conheça o efeito físico-químico no sistema nervoso central, que substâncias coíbe, quais incentiva, onde atua, ainda assim isto será apenas um mapa de causas e efeitos. Como esta sopa química lança o sujeito noutra dimensão é um mistério.

Em alguns casos, aparentemente, viagens de LSD não têm volta. São a exceção. Uma estimativa do governo norte-americano sugere que 8% da população já experimentou ácido e os casos de quem enlouqueceu são raríssimos. Mas acontecem.

O pecado original do Ocidente é grego. Toda a estrutura do pensamento europeu se baseia na idéia de que o homem é um observador do mundo, que é separado de alguma forma. Ele é racional e desconfia de qualquer percepção que não mediada pelo intelecto. É uma ilusão, evidentemente, uma ilusão íntima da qual não nos livramos com facilidade. O homem separado, observador, desenvolveu uma ciência fantástica e esta ciência criou uma droga maldita.

“Havia em mim uma inocência que só posso chamar de pré-natal”, escreveu o poeta mineiro Paulo Mendes Campos sobre sua primeira experiência com a droga de Hofmann. “Mais fundo, muito mais fundo, em minha soma de carne e espírito, nos espaços ilimitados de meu tempo, suspeitei (vislumbrei? rocei? – o verbo é improvável) a presença duma inocência cósmica, e esta se passava tão longe que nem se pode exprimir. Caso ela fosse atingida, caso talvez eu ousasse, seria uma árvore, a relva, a pedra, a mesa; sem dor e sem medo eu me integraria indescritivelmente no cosmos.”

Um após o outro, cada depoimento de uma primeira viagem de ácido ou de outros psicodélicos parece recorrer, sempre, à mesma idéia de integração com o mundo. Uma percepção de fazer parte do todo que remete às lições de Buda, aos koans do Zen, ou à idéia não de uma força, mas de um algo que une todas as coisas tal qual expressa na filosofia chinesa do Tao. É como se as drogas psicodélicas trouxessem, para um ocidental, aquilo que orientais – ou índios americanos – já têm em suas culturas naturalmente. As próprias mandalas indianas ou os dragões chineses remetem às alucinações despertadas pelo LSD e suas primas.

No entanto, não consta que para o monge budista ou o mestre Zen seja necessário o uso de qualquer substância para atingir aquilo que chamam de iluminação. E Albert Hofmann, que hoje completa cem anos e passa bem, é conselheiro do Nobel, um cientista respeitado, não flutua, tampouco atira flechas com os olhos fechados qual mestre japonês. Não dá muito crédito para a cultura psicodélica e vê com desconfiança o consumo de ácido pela juventude – até porque, muito do que se vende como LSD é só anfetamina, não tem nada do original. Ainda assim, ele é a seu modo um místico. Se suas maiores preocupações têm a ver com o meio ambiente é porque acha que o homem se descolou da idéia de que faz parte do todo.

Em geral, quando se conta a história do LSD, diz-se que Albert Hofmann o descobriu por acidente. Talvez não tenha ingerido da primeira vez propositalmente, é verdade. Mas a ingestão em 43 de uma substância que criou em 38 não é um acidente – é uma busca. E, se ao experimentar os efeitos tóxicos de uma superdose após seu passeio de bicicleta ainda assim não a abandonou, é porque, intuitivamente, ele sabia o que tinha encontrado. Sabia porque, numa certa manhã de maio em sua infância, sem ingerir absolutamente nada, encontrou abertas as portas da percepção.

Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 12:00 PM


Quarta-feira, Abril 23, 2008 :::
 
Aqui não tem terremoto. Aqui não tem revolução
Exercício: ligue os pontos

1. A petrobrás descobre mais uma reserva gigante de petróleo na costa brasileira, o que fará do Brasil uma das maiores potências exportadoras de petróleo do mundo.
2. O maior porta-aviões do mundo, pertencente ao exército americano, atraca no RJ na segunda-feira, 21 de abril. Segundo o divilgulgado pela imprensa, serão realizados vários exercícios de guerra anti-submarino, de superfície e antiaérea.
3. Um terremoto de 3 segundos de duração ocorre no litoral brasileiro, cujo epicentro foi no mar, a 215km da costa.

Algum conspirólogo por aqui é capaz de ligar os pontos?

Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 12:53 PM


Quinta-feira, Abril 10, 2008 :::
 
Depois de um bom tempo, acho que está na hora de atualizar essa merda e nada melhor do que uma justa homenagem à Ocupação da Reitoria da UnB







Somos o Movimento dos Estudantes Capitalistas e Acomodados e viemos para dar um basta à situação retrógrada e pouco lucrativa do comunismo universitário barato.


Você que vem de carro à faculdade. Você que tem uma boa condição financeira. Você que dorme de meias. Você que é acomodado. Junte-se a nós! Nossa revolução não necessita que você se exponha ao ridículo com tambores e apitinhos!


A situação dos CAs sob a direção dos pretensos comunistas é de completa incapacidade administrativa. Gastam o dinheiro com manifestações ridículas e inúteis contra coisas que a maioria dos alunos não quer mudar.


O interesse real dos alunos não é respeitado, mas sim o interesse político de meia dúzia de chapados. Achamos que fazer quebra-quebra, acusar um ao outro de improbidade e ficar lendo autores barbudos do século XIX é uma coisa muito ultrapassada. Precisamos mudar essa situação.


O MECA que dar um enfoque ao que realmente funciona na universidade. Porque lutar por algo que nunca vai acontecer? Porque beneficiar quem menos contribui com essa sociedade, que são os filhinhos de papai metidos a revolucionários? Eles também vão crescer um dia e se tornar capitalistas como nós, então porque financiar a imaturidade deles? Eis nossas propostas:


Privatização dos CAs: A luta pela melhoria das condições estudantis precisa de trabalho sério, o que a iniciativa privada pode fazer muito melhor que meia dúzia de bêbados.


Concorrência para a confecção das carteiras estudantis: As leis de mercado irão tornar as carteiras de estudante mais baratas e de melhor qualidade.


Contratação de mão de obra terceirizada para fazer protestos: Beneficiando alunos de baixa renda e auxiliando no gasto com a passagem de ônibus.


Abertura para o mercado alimentício: Transformação do RU em praça de alimentação, com direito a Mac Donalds, Bobs, Pizza Hut, etc... Transformação das isenções do RU em Ticket-Alimentação® eletrônico, o que tornará o serviço muito mais eficiente para os alunos de baixa renda.


Projeto Estudante-Motorista: Implementação do cartão estudante-motorista, que garantirá melhor segurança e vagas exclusivas no estacionamento, além de lavagens gratuitas de acordo com um plano de fidelidade.


Somos o MECA. Assumimos que somos capitalistas acomodados, ao contrário desses pseudo-comunistas que não assumem que são capitalistas, mas que também adoram Heineken®. Não somos de esquerda nem de direita. Somos pessoas que querem trabalhar por melhores condições de trabalho e um salário digno numa empresa de respeito, como qualquer outro ser humano.



Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 4:27 PM


Quinta-feira, Fevereiro 14, 2008 :::
 


Depois de semanas fazendo vistas grossas, chegou o tempo e a hora de parar de ignorar os sinais. Na verdade não são sinais, mas sim presságios, o que sob certos aspectos é muito mais grave. Eles são tão frequentes e tão significativos, que a Razão chega a ficar puta da cara. E o único assunto sobre o qual essa Sacanagem Sincrônica quer falar comigo é: a Morte de Ari Almeida.

Levando a questão a sério (e eu estou falando sério) resolvi tirar onda de Mago do Caos [como sempre, pra variar (e Magia do Caos as vezes parece ser uma simples tiração de onda)] e criei a Crença Inabalável de que uma Deusa está tentando falar comigo. O motivo por optar por uma Deusa se deve a Sexismos Óbvios que dispensam maiores e constrangedoras explicações.

Uma vez personificada a Sacanagerm Sincrônica através da Deusa Lulis, as coisas ficaram bem mais fáceis. A parte da escolha do nome foi bem simples e tem tudo a ver com Elvis e nada a ver com o Presidente Lula. Basicamente o que eu precisava saber era o porquê da necessidade de morte. Uma parte de mim sempre soube, mas outra parte, aquela que gerencia o Ego, se recusava a compreender. Então, eis que a Deusa se manifesta através da seguinte expressão:

- Você é uma Fracasso Autônomo Temporário chato, tosco & cor-se-rosa.

Juro que não entendi a parte do cor-se-rosa. Pô, será que a Deusa acha que sou viado? Mas tudo bem, nem sempre se consegue entender os desígnios de uma Deusa Indie. O resto eu precisei tomar um porre homérico pra poder escutar por entre o ruído de fundo deste Mundo Racional & Filho da Puta:

- Ninguém vai matar Ari Almeida. NÓS vamos ter que intercender.

O NÓS veio assim em Caps Lock. Eu sei, eu estava bêbado, mas ela FALOU comigo é o NÓs ela disse em Caps Lock. Pois então, se rolou um nós é porque eu estou quse comendo, não é mesmo? É o Ari Almeida que temos que matar? Então, você quer com emoção ou sem emoção?

- Ari, você tem uma glândula de senso de dever mal formada, além de uma deficiência natural em fibras morais.

Estas foram as últimas palavras que ouvi. Não sei se da Deusa, da minha mãe ou da professora de Educação Artística do primário. Só sei que morri.

- Vá para a luz. Vá para a Luz!

E eu fui de encontro à Luz. O autor vai de encontro à Luz. Desencarnado ele vai de encontro à Luz.

Timóteo Pinto é a luz.

Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 9:07 PM


Terça-feira, Fevereiro 05, 2008 :::
 
Parkour, filosofia e intervenção urbana

Quando começamos a praticar parkour algumas vezes provocávamos estranhamento nas pessoas. Seguidos por olhares críticos, freqüentemente fomos reconhecidos como vândalos ou como adultos infantilizados brincando de pular muros.

Assim, percebemos rapidamente que a prática de atividades não convencionais podem gerar preconceitos tolos por parte das pessoas. Felizmente isso não foi a regra, mas uma constante exceção.

Estamos acostumados à intensa privatização do saber, das práticas, do ambiente em que vivemos, etc. Esperamos também uma normatização das coisas em detrimento da criatividade e das desconstruções e redirecionamentos.

Quando passamos a freqüentar as praças públicas para treinar, descobrimos o quão mal utilizadas elas são. Muitas vezes, encontramos em dias ensolarados parques e praças vazias, espaços públicos e privados abandonados ou apenas inexplorados. É claro que ambientes privados como shopping centers, academias, clubes, etc, contavam no mesmo período com muitas pessoas. É justamente o abandono ou o desinteresse pelo espaço público, que faz as autoridades políticas e executivas freqüentemente abandonarem esses espaços.

O aumento da violência é freqüentemente associado aos motivos da preferência pelos espaços privados e distanciamento do público. É claro que uma praça mal iluminada e vazia é um prato cheio para roubos ou outras violências. Justamente por isso, é que devemos estar do lado de fora de nossas casas, sair da suposta proteção que temos e lutar por um mundo melhor. Um espaço público habitado torna-se mais seguro e cuidado. A apropriação desses espaços é a principal forma de se reivindicar segurança e cuidado desses ambientes.

Aprendemos que exercícios devem ser feitos nas academias, amparados por tecnologias cada vez mais novas. Temos a impressão que um aparelho de musculação de última geração é sempre a melhor forma de se conseguir um corpo saudável. Acreditamos que a academia mais cara deve ser a melhor para nós. Será que não vale a pena olhar um pouco para o passado? Também temos a crença de que não. Mas vamos fazer esse exercício agora. Quando crianças, somos capazes de exercer uma criatividade de dar inveja a qualquer adulto. A caixa de fósforos transforma-se em casa, a mesa de jantar num estádio de futebol, seres super-poderosos nos ajudam em nossos objetivos, e assim por diante. Nossa curiosidade nos tira dos caminhos convencionais e queremos subir na mesa para ver o que há sobre ela. Subimos em árvores para colher frutos ou brincar de Tarzan.

Assim, de forma espontânea, treinamos nosso corpo e mente para o futuro e temos muito prazer naquele presente. O parkour, certamente pode ser encarado como uma retomada de tudo isso. Ter prazer numa atividade física e recriar o espaço pode ser, para muitos, melhor que repetir a mesma série de exercícios no mesmo lugar. O contato com a natureza, a busca de novos obstáculos, a criação de novas formas de ultrapassá-los e principalmente a mudança de sentido que o parkour dá aos objetos urbanos ensina que podemos recriar sempre, que podemos fazer do mundo aquilo que queremos que ele seja e não aquilo que quiseram por nós.

Ao mesmo tempo, devido à variedade infinita desses objetos e as particularidades de um para outro, nosso corpo é trabalhado por completo na prática do parkour. Transformamos assim, a cidade numa grande academia, onde a regra de desenvolvimento é sempre pessoal. Todo o desenvolvimento físico e mental que o parkour proporciona deve ser conquistado individualmente, em sua relação pessoal com seus próprios objetivos, sem a fantasia de que qualquer progresso depende de fatores externos, tomando consciência que os objetivos e desafios a serem superados dependem de nós.

Apesar da base do grupo ser praticar parkour, de acordo com a proposta de David Belle, fazemos isso por escolha, assim, somos contra qualquer normatização ou tentativa de aprisionamento do parkour. Acreditamos que o parkour vai além de ir de um ponto a outro do ambiente superando todos os obstáculos, pois vemos o parkour como uma porta para a reocupação do espaço público e privado. Por isso, todas as manifestações artísticas, esportivas, arquitetônicas, de entretenimento, etc, que propõem mudanças positivas nos interessam. Da mesma forma, acreditamos que o parkour pode ser um incentivo para grupos de dança, teatro, praticantes dos mais variados esportes e outros para que ocupem as ruas e transformem escadarias em arquibancadas para espetáculos, mesas de pique nique em mesas de ping-pong, terrenos abandonados em pistas de esportes, viadutos em palco de teatro e tudo mais que possa nos fazer bem.

Recentemente estávamos em um parque da cidade de São Paulo quando um menino de cerca de seis anos solta a mão de sua mãe, sai da trilha que seguiam e corre para uma área pequena de mata fechada. Sua mãe grita em tom desesperado para que ele volte dizendo que seria atacado por aranhas. O menino volta decepcionado, e continua cabisbaixo pela trilha construída. Esta cena nos fez pensar. Desde pequenos aprendemos que as únicas trilhas corretas a serem seguidas são aquelas já prontas, algo como andar na linha, pois desviar dela seria perigoso. Esse menino perdeu a chance de se aventurar, de trilhar seu próprio caminho e ser criativo. A trilha só permitia contemplar a natureza, enquanto o que realmente desejava era interagir com ela.

Um praticante de parkour faz da transgressão uma criação. Não teme entrar na mata fechada, prefere conhecê-la antes de recusá-la. Diante de obstáculos difíceis aprende a se aproximar com cautela, mas sem temê-los. Diante de obstáculos intransponíveis aprende a reconhecer e respeitar os limites. Preferimos cair e levantar, pois acreditamos que a vida é assim.

Timóteo Pinto



Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 5:24 PM


Sábado, Fevereiro 02, 2008 :::
 
O maior Terrorista Poético do Brasil

Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 11:23 AM


Sexta-feira, Fevereiro 01, 2008 :::
 
Jardinagem Libertária


Você é um daqueles caras que quando olha uma fileira de árvores numa avenida fica se perguntando porque caralho não são árvores frutíferas? Ou então quando observa um terreno baldio cheio de arbustos inúteis, pergunta por que não rola um hortifruti? Pois tem um pessoal de curitiba que não só se questionou quanto a isso como ainda criou um grupo tenta reverter esse quadro. Trata-se dos Jardineiros Libertários. Equanto as tais Intervenções Urbanas estão virando o hype entre artistas em busca de reconhecimento, esse pessoal prova que nem tudo está perdido. Ainda existe criatividade e poesia.



.
.
.
.
.
Não deixem de conferir também a Cerveja Libertária. E eu estou falando sério.

Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 1:20 PM


Sexta-feira, Janeiro 11, 2008 :::
 
Vandalismo ou Barbárie ou eu pirei com as minhocas?

Outro dia, num encontro de um grupo libertário em Recife, um moleque manifestou sua Preocupação & Indignação com o consumismo. Até aí normal, pois já nos anos 60 , pouco mais de 10 anos depois do advento do consumismo em massa, já se questionava isso. Mas de lá pra cá o que mudou? O que foi feito? Bom, foram feitas várias coisas e muitas coisas mudaram e pra pior. Todos os atode de revoltas acabaram virando Produtos nas Prateleiras do Mercado. Revoltar-se é alimentar o Monstro.

Já fazem uns bons pares de anos que vivo repetindo a ladainha de que se a Lei permite que você faça algo, um protesdo, uma manifestação de revolta, seja lá o que for, é porque tal ato é inofensivo. Temos que fazer coisas ilegais, temos que trilhar os caminhos da contraveção. Oscar Wilde dizia que os crimes nunca são vulgares e eu digo que aquela bicha louca tinha razão. A subversão, pela própria definição do termo, deve ser criminosa.

Somos um bando de Delinquentes Filhos de Umas Putas que mereçem estar atrás das grades. Isso é verdade e me estufo o peito de orgulho por isso. Vandalismo ou Barbárie.

Mas o que eu estava falando era sobre consumismo, não era mesmo? Pois bem, lendo uma apostila sobre criações de minhocas tive um insight que pode ser interessante. Se eu estiver errado, o recurso dos comentários do blog serve pra isso (além de me mandarem tomar no cú, naturalmente). Parar de consumir por completo jamais conseguiremos, afinal temos que satisfazer nossas necessidades básicas, que são: alimentação, moradia, vestuário, saúde e educação.

Então, meu insight disse (eles falam comigo: ouço vozes):

- A maneira mais subversiva de se atacar o consumismo seria aprender as fazer essas coisas, seu estúpido imbecil!

Meu insight ás vezes é meio truculento e franco comigo. Pois olha só que paradoxo bacana esse, nada disso é ilegal. Subversivo então seria aprender e disseminar o conhecimento dessas técnicas: horticultura, criiação de animais para abate (e fugir da Fúria Vegan, nesse caso), culinária, tecelagem, corte e costura, construção civil (diz pro teu vizinho pedreiro que ele é subversivo, vai lá rapaz!), medicina e farmacologia.

Medicina e faramacolgia é foda, vocês me dirão, coberto de razão. Mas eu ainda vou escrever um post sobre esses temas, podem me cobrar. De resto, gostaria de a opinião de voc~es, pois pela trocentésima, eu posso estar completamente enganado ou o que pior, isso pode ser totalmente irrelevante.

Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 2:41 PM


Segunda-feira, Janeiro 07, 2008 :::
 
O Tao da subversão

A arte de ser perigoso e discreto ao mesmo tempo

1. Levantar uma bandeira é se tornar um alvo fácil. Imagine o quanto é útil para um sistema de controle que todos os seus inimigos declarem expressamente suas intenções e levantem bandeiras vermelhas para mostrar precisamente seu número e localização. Além disso, contanto que fiquem apenas gritando e expressando sua revolta, eles são inofensivos. E se eles encherem demais o saco o sistema de controle sempre pode dar algo descartável para eles morderem. Se não pode mudar radicalmente a sociedade jogando o jogo deles. Identificar todos os descontentes e deixá-los aliviarem sua raiva atacando um prédio ou um fantoche com cara de bobo ao invés de atacar a visão de mundo que sustenta todo sistema de controle é a grande defesa da civilização.

2. Ler e escrever nas entrelinhas. Quem terá deixado de notar que o que os políticos dizem raramente é o que realmente pensam? Eles protegem seu real discurso e suas reais intenções por detrás de um discurso falso sobre justiça social e coisas assim. Apenas aqueles que conhecem o político em sua intimidade sabem seu verdadeiro discurso. Mas se por um lado não podemos dar bandeira, por outro não podemos nos esconder numa nuvem escura de retórica, como eles fazem. A solução é ler e escrever nas entrelinhas. Nada como uma metáfora ou uma boa ironia para passar a mensagem.

3. Plantar dúvidas. Além de precisarmos expor com clareza as implicações por debaixo dos discursos dominantes, é preciso que eles também evitar criar um novo discurso dominante, ou potencialmente dominante. E que discurso não é potencialmente dominante se você tem uma boa retórica? Se você usa os termos deles, você cai no jogo deles. Se você cria um termo muito bom e se apega demais a ele, eles vão se apossar do seu termo e transformá-lo em algo inofensivo. Certezas são difíceis de mostrar e fáceis de abalar. Já dúvidas são fáceis de ser plantadas, e difíceis de ser resolvidas. Alguns governantes e empresários sem senso de estratégia ainda acreditam que agitadores são realmente perigosos, e isso faz com que eles se sintam perigosos. Mas os mais experientes não têm medo porque sabem que agitadores apenas agitam as coisas, não são realmente perigosos.

4. Compreender pela ação. As únicas pessoas que vão entender o que queremos fazer são as pessoas que acompanham nossas ações de perto, e são as únicas que precisam entender. Pessoas confiáveis e próximas a nós. Pessoas com as quais podemos comunicar nossas ações sem dizer quase nada. Se eles quiserem descobrir meus planos, que eles contratem um telepata, e não um hacker.

5. Ação pela não ação. Muitas não ações podem ter mais efeito que as ações. O imposto que você paga vai direto para a construção de armas do sistema de controle. Não há neutralidade. As pessoas que estão "apenas levando a vida" são as grandes contribuintes do sistema. Há muitas coisas que fazemos automaticamente que são complemente desnecessárias para sua vida, mas muito necessárias para a manutenção do sistema.

6. Divergir e divertir. Divergir significa não ficar apenas tentando a mesma estratégia de novo, de novo e de novo. Você não precisa apoiar todos que dizem ser contra o sistema, mas também de nada adianta se opor a ele porque eles são "traidores" ou simplesmente não fazem a mínima idéia do que estão fazendo. Não é xingando seus amigos que você vai atacar o inimigo. Também precisamos nos divertir. É certo que não é nada divertido ver o mundo ser massacrado pelo sistema de controle, mas uma estratégia divertida é mais efetiva que uma estratégia monótona e previsível. Lembre-se que divergir e divertir tem tudo a ver com diversidade.

7. Sabotagem. Você pode fingir cooperação, quando na verdade está ganhando confiança para depois sabotar projetos de dominação. Mas eles também podem fazer isso, e depois que eles descobrirem seu truque eles vão ter um truque a mais para usar. A sabotagem é mais efetiva quando feita não como algo puramente técnico, mas como uma obra de arte a ser apreciada. Uma obra de arte não pode ser copiada sem perder o valor, já uma técnica pode.

Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 7:25 PM


Domingo, Janeiro 06, 2008 :::
 
Compre um iPod e ganhe uma lição de moral

Aconteceu em Washington DC, USA. Várias pessoas que compraram um iPod no Wall-Mart tiveram uma surpresa ao abrir a caixa. Em vez do popular tocador de música havia uma carta escrita como as famosas ameaças de bomba que vemos nos filmes com a seguinte mensagem:

"RECLAIM YOUR MIND FROM THE MEDIAS [sic] SHACKLES. READ A BOOK AND RESSURECT [sic] YOURSELF...TO CLAIM YOUR CAPITALISTIC GARBAGE GO TO YOUR NEAREST APPLE STORE."

Traduzindo esta merda:

Liberte sua mente das algemas da mídia, leia um livro e ressuscite!
Para reivindicar seu lixo capitalista vá à loja da Apple mais próxima.

Todos os "presenteados" puderam receber seu dinheiro de volta e tudo indica que o "terrorista" responsável é um funcionário do Wall-Mart.
Logo devem aparecer vários iPods sem caixa a preços atraentes no eBay...


Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 3:07 PM


Segunda-feira, Dezembro 31, 2007 :::
 
Papais-noéis "anticapitalistas" invadem shopping e segurança chama a polícia

Corre-corre em um dos maiores shoppings da cidade do Rio de Janeiro para a compra dos presentes em cima da hora. "Rio Sul" lotado, pessoas cheias de sacolas com sorrisos nos rostos. Seria mais um dia comum de compras natalinas e não fosse um fato inusitado quebrando a rotina do consumo. Uma trupe de papais-noéis "invadiu" o shopping no sábado dia 22 de dezembro, por volta das 19 horas, horário de pico das vendas. Os inusitados noéis, cerca de 12, vestiam roupas características porém com um diferencial, possuíam enormes cifrões em suas costas. Entraram enfileirados e faziam coreografias grotescas enquanto gritavam "Ho!Ho!Ho!".



Em seguida realizaram performances anticapitalistas "contemplando" as vitrines das lojas, questionando e fazendo "brincadeiras" que criticavam a sociedade de consumo, as grandes corporações, a exploração da mão-de-obra semi-escrava enquanto outr@s ativistas entregavam panfletos. "Você consome ou é consumido?" Logo após iniciou-se o ponto alto da performance, quando um dos papais-noéis iniciou um discurso que gerou bastante polêmica e reações das mais diversas. "Bem vindos ao templo do consumo! Eis o espírito natalino de que tanto falam! Feliz Natal comercial para tod@s, principalmente para os bastiões da sociedade de consumo..." Lembrava da questão ambiental, do aquecimento global, da sociedade de classes, da miséria, da violência urbana e todos os fatores relacionados ao consumismo. Citou também a ocupação pelo exército do morro da providencia "Para que hoje possam consumir o morro da providencia está ocupado. Você consome a miséria". O discurso ainda tocou na artificialidade da liberdade liberal do capital, na liberdade somente para o consumo "Sua liberdade não passa de um par de sapatos novos no shopping", os noéis repetiam isso em coro incessantemente como uma espécie de refrão.

Em geral, os trabalhadores se mostraram favoráveis ao ato, porém as pessoas que passeavam por lá ficaram dividas, algumas tentaram puxar aplausos, outras vaias, outras ficavam estarrecidas e surpresas com a inusitada performance. Parte dos consumidores mostraram-se realmente zangadas com o ato "O dinheiro é meu e eu faço com ele o que eu quiser", "Chamem a segurança!" ou ainda "Vocês estão malucos? Falar de anti-consumismo no natal?", uma senhora ainda apoiou o ato dizendo "Liberdade de expressão, deixa os meninos, quando vêem me encher de propaganda de loja ninguém fala nada, deixa eles entregarem os panfletos".

No fim, o chefe de segurança, sem saber como lidar com o problema e com os noéis que não lhe davam a mínima, começou a fazer ameaças e tentar apelar para violência "Pega dois e leva para a salinha". Fazendo uma menção as salas que são utilizadas para espancamentos para aqueles e aquelas que "saem da linha" dentro dos shoppings. "Você vem fazer isso aqui no meu shopping" também gritou. Nesse momento um grupo de pessoas tentava tirar fotos para coagir os noéis, diziam ser "acionistas" do Rio Sul, filhos de militares, desembargadores, enfim, tudo gente finíssima e da melhor qualidade.



Em seguida chega à polícia militar, o policial afirma "trabalhar para a policia militar e para o rio sul" e começa a querer levar os ativistas para a DP, sem conseguir explicar exatamente em que artigo estava os enquadrando. Foi simplesmente uma cena ridícula o policial e o chefe de segurança discutindo e querendo levar para a DP 12 pessoas vestidas de papai-noel. Imagina a cara do delegado se isso acontecesse!!!!!!



Por fim, depois de muita negociação os nóeis foram liberados. Quem iria ter coragem de prender papai-noel nas vésperas de natal e correr o risco de ficar sem presente?



Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 5:43 PM


Quinta-feira, Dezembro 20, 2007 :::
 
Criminosos levam Picasso e Portinari do Masp; museu fecha (e tomara que nunca mais abra)



O Masp (Museu de Arte de São Paulo), o maior depósito de peso morto da América Latina, foi furtado na madrugada desta quinta-feira, na maior ocorrência deste tipo na instituição. É de se perguntar porque demoraram tanto tomar uma atitude dessas, quem conheçe o tédio, a modorra e a obesidade/raquitismo dos seguranças que cuidavam das precio$a$ obra$ sabe do que estou falando.

Foram furtadas duas obras que estão entre as mais importantes do acervo: "O Lavrador de Café", obra de 100x81 centímetros de Portinari, e "O Retrato de Suzanne Bloch", de Picasso, quadro de 65x54 centímetros (essa da ilustra aí de cima). Coisa fácil de carregar e de esconder.

O museu não abrirá nos próximos dias, até a conclusão das investigações. A assessoria do museu foi procurada pelos meus contatos lá em Sampa, mas não quis se manifestar. Também, os caras se vestem feito uns maloqueiros.

As primeiras informações dão conta de que a ação foi rápida e precisa: os ladrões sabiam as obras que queriam levar do maior depósito de peso morto da América Latina. As câmeras do museu registraram tudo e servirão de base para as investigações. Tomara que os mané não sejam cabaços e não desrespeitem a regra número um: NUNCA seja pego.


Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 12:47 PM


Terça-feira, Dezembro 04, 2007 :::
 
Com este texto, pretendo iniciar uma série de reflexões sobre dinheiro, bancos, capital especulativo, instituições financeiras e assemelhados, tendo em vista nortear nossas ações para o Avanço do Caos & superação definitiva dessa RCPC: Realidade Consensual Pessimista e Caracinza. Este texto é dedicado ao Papa João Paulo V, que também responde por Vadept, Reverendo Johnny P., João Paulo Lourenço, mas no entanto nunca olha pra trás quando alguém na rua fala: Psiu!


Dinheiro como Deus: Uma mudança na percepção do dinheiro enquanto valor

Existem muitas formas de se atingir a prosperidade material, ou pelo menos é o que a experiência do dia-a-dia nos mostra. Mas uma análise do relacionamento de pessoas bem sucedidas com o dinheiro revela que, para ser bem sucedido, precisa haver uma mudança de percepção do dinheiro enquanto valor. O dinheiro, para estas pessoas, não é apenas moeda de troca, passando a ser, depois da mudança de percepção, uma categoria nova de coisa, um objeto que pode se multiplicar, de acordo com as regras do mercado e a habilidade dessas pessoas em manipulá-lo. Não é a toa que George Soros, megaespeculador húngaro naturalizado americano, chamou um de seus livros de “A Alquimia das Finanças”.

Parece confuso no principio, mas é simples perceber que, por exemplo, um químico ou engenheiro, por mais habilidoso e competente que seja, nunca poderá transformar uma tonelada de minério de ferro em duas toneladas de minério de ferro. Mas se você puder dar tempo suficiente a um financista competente, ele pode transformar cem reais em duzentos, e por mais incrível que pareça para o leigo, quanto mais dinheiro você tem, mais fácil fica de multiplicá-lo. Somando se a isso a necessidade de uma mudança de consciência para a adequada manipulação do dinheiro, chegamos a conclusão de que o dinheiro deve ser cultuado.

Isso quer dizer que vou colocar a moedinha da sorte numa redoma, como o Tio Patinhas? Pode até ser, se isso tiver um valor simbólico forte o suficiente para ajudar na mudança de consciência necessária para alterar sua percepção sobre o dinheiro. Como citei numa conversa com um amigo, o que o dinheiro “quer” é que você o perceba como valor e comece a usá-lo racionalmente. Visto dessa forma, parece muito simples. Mas porque na prática não funciona assim?


Robert Anton Wilson, em a Ascensão de Prometeu, liga a necessidade de conseguir dinheiro às necessidades básicas de biosobrevivência, o que causaria, segundo ele, a ansiedade típica da vida moderna. Desde os primórdios, nossos ancestrais caçadores-coletores, quando confrontados com um período de abundância, simplesmente se fartavam o máximo possível (quando a expectativa de vida média era de 30 anos, não fazia mesmo muito sentido em pensar no futuro) por isso o uso racional dos nossos “tickets” de biosobrevivência é um comportamento tão raro, afinal, nossa civilização ainda é muito recente do ponto de vista da humanidade como espécie.


Logo, já nascemos gastadores compulsivos, e no caso dos brasileiros, culturalmente desprezamos a sabedoria financeira preferindo o prazer rápido (não estou fazendo juízo de valor aqui, é apenas uma afirmação) ou a rejeição cristã ao sucesso material (“é mais fácil um camelo...”). Por isso, para ter um relacionamento mais saudável com o dinheiro devemos alterar nossa percepção dele, e no caso de caoístas com altares abarrotados de deuses, um deus a mais, só pode deixar a coisa mais interessante.

Nesse exato momento os Cristãos, Marxistas, e outros tipos com aversão ao deus capital estão esbravejando: “Mas você estaria deixando de viver para cultuar o Grande Cifrão!”
Minha experiência com o $ diz que ele, ao contrário do Pai Estado e de YHVH, ele não é possessivo, e dependendo da habilidade de quem cultua, pode conviver bem com outros deuses, afinal, ele não exige retórica ultrapassada, sexo apenas para procriação ou bebidas não destiladas.

Leia também: Tudismocroned

Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 1:14 PM


Terça-feira, Novembro 06, 2007 :::
 
Aaní - Caos Mimetizado
Expandindo Subculturas

Aaní O quê?

Aaní é uma palavra de origem Tupi, que significa ?Não, Nada?. É equivalente à palavra grega ???? (Caos), de mesmo significado. O conceito de Caos foi corrompido pelo tempo e pela ignorância, pelo moralismo e pela resposta que a ?Realidade Consensual? deu a movimentos como o Anarquismo de Bakunin, transformando este conceito em sinônimo de ?desordem?. Hoje, sabe-se através da Ciência Quântica que o Caos não é desordem, baderna ou arruaça, mas refere-se à impreditabilidade do espaço vazio primordial. Caos, Aaní, não pode ser definido, pois fazê-lo seria negá-lo. Entretanto, o mais próximo que podemos chegar de sua equivalência abstrata é considerá-lo como sendo a vastidão interminável de possibilidades que permeia o Cosmos. Nós estamos, inegavelmente, dentro desta ?qualquer coisa em potencial? e ela está dentro de nós.

O objetivo desse Movimento, Projeto, Aglomeração, Reduto, Façanha, Acepção Ruim, ou qualquer outra palavra que possa definir essa coisa que achamos por bem nomear Aaní é justamente explorar, difundir, criar, destruir e re-criar estes conceitos e aplicá-los nas áreas das Artes Plásticas, Literatura, Música, Jornalismo, Tecnologia da Informação, Sociologia, Antropologia, Psicologia, Mitologia, Expressão Religiosa e outros campos que possam surgir no meio do caminho.

Para quê?

Para quê Alexandre, O Grande, saiu globalizando a Macedônia, o Oriente Médio e o Mundo de sua época? Para quê as Feministas se organizaram no final do século passado visando direitos iguais aos dos homens? Para quê Aleister Crowley revolucionou a cena ocultista da Inglaterra e do resto do Ocidente no início do século XX? Para quê derrubaram a Ditadura? Para quê tiraram o Collor? Para quê puseram o Lula? Para quê vão tirar o Lula? Para quê foram criados o Rock n? Roll, o movimento Punk e o Hip Hop? Para quê o Dadaísmo, os Beats, a Generation Jones, os Kings Mob, os Góticos, neo-Góticos, Clubbers, Cybers, Caoístas, Discordianistas, Grungers, Head-bangers, Backpackers (hitchhickers, mochileiros), Body Modificators (tatuagem, piercing, cirurgia cosmética, implantes), Freegans, Vegans, Greens, Wiccanos, Seiðmaðr e Völva (Asatrüar, Seiðr, neo-Paganismo Nórdico), New Agers, Geeks, Freaks, Ravers, Graffiti, Pachucos, Nerds, Otherkins (Vampiros, Lobisomens e antropomorfos), Thelemitas, Ateístas e todas as outras subculturas? Pra quê? Responda a estas perguntas e esta será a resposta de ?Para quê um movimento como o Aaní??

Por que?

Porque o ser humano muda. E se esta mudança demora a sair naturalmente, ela pode ser provocada. Muitas pessoas reclamam da violência, do descaso com o meio ambiente, da falta de liberdade, da libertinagem alheia, da corrupção do governo, da apatia da arte contemporânea, da falta de oportunidade, da elitização econômica do conhecimento e da informação, e não conseguem nem podem fazer nada sozinhos. Porque a Política, a Moral, a Ética, a escala de Liberdade, a Justiça, a Crença, a Aceitação ou Rejeição de idéias e ideais de um povo, são todas determinadas pela sua Cultura Dominante. É impossível, ou pelo menos muito difícil, conseguir que estes resultados (Política, Crença, etc.) de processos culturais sintetizados sejam alterados, sem antes alterar base estrutural destes processos, ou seja: A Cultura.

É ela que determina e regula o comportamento, o vestuário, a expressão artística, a religião, as leis, a forma de governo, a produção e transmissão (ou bloqueio) da informação, o que pode e o que não pode. À medida que estas Culturas Dominantes, com o tempo, passam a aceitar melhor as cenas de nudez no cinema; a linguagem explícita em público; permitir que mulheres votem, dirijam e trabalhem; que os homossexuais troquem carícias em público; que uma menina de quinze anos espalhe que é bruxa sem ser queimada; que pessoas se tatuem, coloquem piercings e silicone na testa; que homens se maquiem; que top models engravidem de jogadores de futebol, ou de um rock star, para fatiar sua fortuna e serem convidadas a apresentar programas de TV; E outros tabús vão sendo quebrados, os movimentos de contracultura, originados por subculturas, vão sendo absorvidos por essas Culturas Dominantes, permitindo que novas subculturas surjam para substituir suas precursoras. Até que, um dia, estas subculturas (agora parte da Cultura Dominante) se tornem obsoletas e sejam alteradas pelo mesmo processo que recomeça. O Aaní existe porque sabe que, e quer que, cedo ou tarde, estas subculturas se hibridizem e se permitam trocar informações, expandir sua atuação e aceitação, para que novas subculturas apareçam.

Como?

Através dos memes. Meme é um termo, cunhado em 1976 por Richard Dawkins no seu bestseller ?O Gene Egoísta?, que é para a memória o análogo do gene na genética: a sua unidade mínima. É considerado como uma unidade de informação que se multiplica (é transmitida) de cérebro em cérebro, ou entre locais onde a informação é armazenada, e outros locais de armazenamento ou cérebros. O meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode, de alguma forma, auto-propagar-se. Podem ser idéias ou partes de idéias, línguas, gírias, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autônoma. O que determina a sua auto-propagação é a facilidade com que é absorvido e propagado, bem como sua habilidade de transmutar.

Exemplos claros de memes são Celulares, Mp3 Players, I-Pods, I-Phones, Tamagoshis (Lembra? Rs), Grampeadores, Slogans Publicitários, Refrões de música ruim (que não saem da cabeça), ou Jingles de Comercial (Dolly, Dolly Guaraná, Dolly), Mulher com pouca roupa em comercial de cerveja, ?56, meu nome é Enéas? e ?Lula-lá?, ?Deus é Grande? e ?Jesus é Fiel?, ?Vuco-vuco?, ?Merry Meet, Merry Part and Merry Meet Again?, ?Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei?, ?Nada é Verdadeiro, Tudo é Permitido?, Piadas, Provérbios e Aforismos, Metáforas, Fórmulas para decorar a tabela periódica e equações físicas em Cursinhos Pré-vestibulares, marcas e estilos de roupas, Paródias, Trocadilhos, Frases de duplo sentido, Colocar A Primeira Letra de Cada Palavra em Maiúscula para Denotar Importância, TRAVAR O CAPS LOCK PARA GRITAR COM LETRAS, spam, lixo eletrônico, forward de Power Point, Livros, imã de geladeira, canções de ninar, et cetera. Fenômenos como o Orkut, My space, Yahoo Grupos, Skype, Wikis, Subculturas, Religiões, Teorias Políticas, Lan Houses e Danceterias são chamados memeplexos (conjuntos, complexos de memes). O conceito do Memeplexo é semelhante ao do Paradigma, forjado por Thomas Kuhn e colocado em prática por Peter Carroll. A singular diferença entre Paradigma e Memeplexo é que, enquanto o primeiro pode ser criado por um indivíduo sem nunca ser transmitido, o segundo carece da transmissão.

O estudo dos modelos evolutivos da transferência de informação é conhecido como memética. Esses modelos evolutivos sofrem variações, em que uma idéia ou meme muda conforme é transferido de uma pessoa para outra. Poucos memes mostram uma forte Inércia Memética (que seria a característica do meme de ser expressado do mesmo jeito, e de ter o mesmo impacto, independentemente de quem esteja recebendo ou transmitindo a idéia, e permanecer na memória de seu propagador). A variação memética cresce quando o meme é transmitido de uma maneira descuidada com a expressão da idéia, enquanto a inércia memética é fortalecida quando a forma de expressão rima ou usa outros dispositivos mnemônicos para preservar a memória do meme antes de sua transmissão.

Uma mnemônica é um auxiliar de memória. São, tipicamente, verbais, e utilizados para memorizar listas ou fórmulas, e baseiam-se em formas simples de memorizar maiores construções, baseados no princípio de que a mente humana tem mais facilidade de memorizar dados quando estes são associados a informação pessoal, espacial ou de caráter relativamente importante, do que dados organizados de forma não sugestiva (para o indivíduo) ou sem significado aparente. Porém, estas seqüências têm que fazer algum sentido, ou serão igualmente difíceis de memorizar (por exemplo, usar os ossos dos punhos cerrados para lembrar qual mês contém 30 ou 31 dias ? ossos são 31, vãos entre eles são 30). Produzir e controlar a forma de um meme, sua propagação e interação com outros memes e memeplexos é produzir níveis de alteração da realidade e, com certas limitações, controlá-la.

Quem?

Estão convidados a participar e se auto-intitular Aanidi (tupi com plural em latim, para evitar o trocadilho com Aanitas e ?Presença de Anita? ? se bem que, informando o motivo, já fodeu tudo), Aanidum no singular, todos aqueles que integram subculturas, ou nenhuma delas, mas rejeitam a Cultura Dominante.

São eles: Caoístas (chaotes, caos magistas, rabanetes, zees etc.); Cybers; Artistas incompreendidos; Atores alternativos; Jornalistas sem hobby; Bandas não comerciais; DJs; GLS; Afrocentristas; Feministas; Dadaístas; Beatniks; neo-Góticos; neo-Hippies; Neuromantes; Psiconautas; Discordianistas; Body Modificators (tatuados e tatuadores, piercers e piercingados, cirurgia cosmética, implantes); Vegans; Wiccanos; neo-Pagãos em geral; New Agers; Geeks; Freaks; Ravers; Graffiteiros; Nerds; Otherkins (Demônios, Vampiros, Lobisomens e antropomorfos); Thelemitas; Zos Kia Cultistas; Ateístas; Agnósticos; Henoteístas; Suiteístas; Magos independentes; Spammers; Cegos, Surdos e Mudos; Publicitários Falidos (exceto Marcos Valério e Duda Mendonça); Macumbeiros; Ciganos; Índios; Brancos; Não-tão-brancos; Negros; Pardos; MSC (Movimento sem Cor); Roxos sem quota em faculdade; Tantristas; Cabal? não, cabalistas não; Proletariados; Místicos não-ortodoxos; Hindús; Pragmatas; Straight Edges; neo-Punks; BDSM (Bondage/Disciplina, Dominação/Submissão, Sado/Masoquismo) Green pacifistas; Nudistas; Urbanóides; Portadores de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); Bichos-estranhos; et cetera, et cetera, et cetera. Se você não está supracitado, mas se considera minoria, significa que você é mais minoria ainda, e que isso é muito bom.

Toda crença, cultura, preferência política, preferência sexual, estilo de vida, e diferenças de traços que chamam de raças são igualmente idiotas. Se você não enxerga isso, significa que é preconceituoso. Ou Cabalista. Deixa pra lá esse negócio de Cabalista. A questão é que as diferenças podem (e deveriam) ser respeitadas, toleradas e, inclusive, louvadas. Além disso, se você se deixa ofender por uma crítica à sua crença, cultura, preferência política, preferência sexual, estilo de vida, e diferenças de traços que chamam de raças, significa que essa crítica de tamanho ridículo é maior que você. Identificação é necessária, sim, mas um baixíssimo nível de identificação é o suficiente para criar uma convivência caótico-pacífica-interessante. Nenhuma crença, cultura, preferência política, preferência sexual, estilo de vida, e diferenças de traços que chamam de raças são melhores do que outras. Quando isso for percebido por 1/3 da população mundial, teremos 1/3 dos Deuses na Terra.

Mande esse viajão tomar no cú através dos
::: posted by Timóteo Pinto at 6:26 PM




Powered by Blogger