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Tradição iniciada no ano de 1984, ano em que se inaugurava o Sambódromo do Rio de Janeiro, localizado na Avenida Marquês de Sapucaí. Toda uma infra-estrutura preparada para comportar a mais destacada festividade do Brasil no mundo. No primeiro carnaval de sua história, a Manchete transmitiu ao vivo e com exclusividade os desfiles das escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro, um show de cores e samba no pé que rendeu uma histórica colocação da emissora na liderança em audiência naquele ano.
Mas não só as alegorias e os sambas de enredo tomaram conta das transmissões carnavalescas da Rede Manchete. A emissora também conquistou um espaço bastante especial nos mais animados clubes cariocas, mostrando a folia de seus bailes e suas mais ousadas cenas. Também ganhou destaque especial a cobertura dos mais diversos concursos de fantasias de luxo e originalidade.
A cada ano, os telespectadores também não deixavam de acompanhar
o resultado a apuração dos desfiles das escolas de samba,
diretamente da Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro. Um grande clima
de expectativa a cada nota pronunciada nas mais variados quesitos, como
Samba de Enredo, Alegorias e Adereços, Puxador de Samba, Mestre
Sala e Porta Bandeira, dentre outros. O final da apuração
sempre terminava em festa com a Escola de Samba campeã e tudo era
registrado pelas câmeras da Rede Manchete.
Em 1995, a emissora levou ao ar pela manhã do sábado de carnaval
o "Recordar é Viver", uma ampla retrospectiva de todas as transmissões
dos desfiles das escolas de samba do grupo especial, apresentada por Carla
Cavalcante. Foi apenas o início de mais um show de cobertura tanto
no sambódromo como nos concursos de fantasias e nos mais diversos
bailes, destacando-se naquele ano o da Priscila. A emissora premiava-se
cada vez mais com um amplo retorno em audiência proveniente da simpatia
inigualável de seus telespectadores. O seu slogan já dizia
tudo: "Pode preparar o seu confete, que neste ano, na avenida tem Manchete".
Mas tudo veio abaixo com a explosão da derradeira crise financeira da emissora, em outubro de 1998. Vitimada por uma longa greve originada pelo atraso no pagamento de seus funcionários, a Manchete não teve condições de novamente financiar as transmissões dos festejos de 1999, um caso mais alarmante que aquele de seis anos atrás.
Com o desaparecimento da Manchete, nenhuma outra rede será capaz
de realizar o mesmo trabalho com a mesma tradição e experiência
que uma emissora tipicamente carioca como ela proporcionou nos seus 14
anos de transmissões de festejos carnavalescos no Rio.