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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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sábado, 13 de novembro de 2010

O Deus rosiano: análise teológico-literária das imagens ambíguas de Deus em Grande Sertão: Veredas

O Deus rosiano: análise teológico-literária das imagens ambíguas de Deus em Grande Sertão: Veredas

Hugo Fonseca Alonso Júnior

Dissertação de mestrado em Ciências da Religião (UMESP)

Data da defesa: 23/03/2010.

Resumo: “Tudo é e não é”. Analisar algumas imagens ambíguas de Deus em Grande Sertão: Veredas foi o objetivo desta dissertação. Para tanto, essa análise é uma tentativa interdisciplinar de leitura e interpretação, em que Teologia e Literatura são interlocutoras. A partir do romance rosiano, sob à luz hermenêutica da crítica literária e da reflexão teológica, tentamos indicar que a escritura de João Guimarães Rosa apresenta Deus de modo ambíguo. Essa assertiva é possível, pois se percebeu na provisoriedade humana, poetizada pelo escritor e personificada por Riobaldo, o traço sine qua non do modo de ver “mundos misturados”. Ao rememorar e renarrar as estórias sua vida, Riobaldo abre espaço ao Mistério. “– Nonada”. Em cada travessia, o protagonista-narrador reflete acerca de “Deus”, por meio da fala poética cujas imagens diversas sugerem um “Deus muito contrariado”. Sem enquadramentos teológicos e/ou filosóficos definitivos, Rosa provoca-nos ao mostrar-nos que o “Deus que roda tudo” revela-se e evade-se no sertão-universo. Lugar físico-mítico. É no sertão que intentamos seguir os rastros de Deus segundo a íris riobaldiana. Olhar de constante movimento entre o obscuro e o revelado, entre o é e não é.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Literatura e Teologia: a melhor forma de recontar Babel

Revista da Faculdade de Letras “Línguas e Literaturas”

Porto, XII, 1995, p.359-370

Literatura e Teologia: a melhor forma de recontar Babel

Maria João Pires

Para além de ser profundamente marcada por diferenças objectivas, metodológicas e de conteúdo, a actual relação entre os estudos literários e bíblicos tem como ponto definidor a complexidade da alteração cultural social e literária relativamente aos assuntos da fé. Ou seja, numa socie­dade progressivamente massificada e dessacralizada, a procura de novas referências ou de um conjunto alternativo de valores liberais e humanistas vai-se progressivamente materializando sob a forma de novos símbolos que, na literatura por exemplo, se assumem com uma potencialidade escri­turária.

Para além disso, o isolamento ao qual a literatura e a teologia — enquanto disciplinas — estiveram votadas entre os finais do séc. XIX e princípios do séc. XX, tem a sua origem no elevado grau de especializa­ção e fragmentação que atingiram, bem como no facto de sobre elas pesa­rem métodos interpretativos que são, na sua essência, distintos.

Assim, se por um lado crítica e teoria literárias se podem igualmente estender às obras literárias e à Bíblia, enquanto respectivamente tarefa interpretativa e sistematização dos princípios hermenêuticos que lhe estão subjacentes, por outro lado, no domínio restrito dos estudos bíblicos, o trabalho exegético assume uma larga amplitude significativa e simultanea­mente um campo restrito de aplicabilidade. Contam-se aí a investigação de autor(es) dos textos, identificação de fontes e primeiras composições, a comparação de manuscritos de forma a detectar erros, acrescentos ou revi­sões, ou ainda o apuramento da influência das tradições orais e escritas na composição do texto bíblico. Logo, ao trabalho de ordenação sequencial dos textos se alia um outro definido basicamente pelo estudo da unidade estilística e temática do texto bíblico. >>> Leia mais, clique aqui.