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Bananal - -
História:
       O caminho novo aberto por ordem de Rodrigo César de Menezes, em 1725, visava ligar a região das minas de ouro com o Rio de Janeiro, desde Guaratinguetá até São João Marcos e deste para os campos de Santa Cruz.
       Ao longo do caminho foram doadas sesmarias e surgiram vários pousos que deram início a núcleos de núcleo de povoamento.
       O capitão-mor de Guaratinguetá, Manoel da Silva Reis, recebeu em sesmaria 5.600 braças de testada e duas léguas de sertão, no bairro do Bananal, da serra da Bocaina até o rio Piraí.
       Por sua vez, Manoel da Silva Reis doou meia légua de sesmaria a cada um dos que trabalharam ativamente na abertura do caminho, possibilitando sua conclusão em 1778, dentre eles João Barbosa de Camargo.
       Este e sua mulher, D. Maria Ribeiro de Jesus levantaram uma capelinha em louvor do Senhor Bom Jesus do Livramento, no ano de 1783.
       De acordo com Monsenhor Pizarro, o cafezal abriu caminho, alastrando-se terra adentro, pelas mudas extraídas da fazenda do Padre Couto Medanha (fazenda do Medanha), em Campo Grande. Espalhou-se pelas vizinhanças, expandiu-se serra acima, até alcançar São João Marcos e Campo Alegre (Resende). Ele também afirmava que, no principio do século XIX, de Bananal já se exportava café para o Rio de Janeiro.
       A atividade cafeeira teve seu apogeu nos meados do século, determinando o crescimento demográfico, sobretudo do elemento escravo, o progresso material, o aparecimento de grandes fortunas e o surto urbanístico por excelência.
       De simples paragens no Vale ou povoados sem expressão, conforme se nota pelas descrições de viajantes, os núcleos de povoamento passaram, no século XIX, à qualidade de prósperas vilas que, em pouco tempo, transformaram-se em importantes cidades.  Assim, ao findar o século XVIII, Bananal era um simples arranchamento de uma dúzia de casebres ao redor de uma pequena capela, originado da fazenda pertencente a André Lopes Correa, um dos pioneiros do lugar.
       Multiplicando-se os cafezais, e com maior número de plantadores de café, evoluiu a ocupação urbana pela construção de belas casas, de Igreja mais ampla, de edifícios públicos.
       Em 16 de janeiro de 1835, época em que Bananal já se encontrava na qualidade de vila, desde 10 de julho de 1832, a Câmara fez uma representação à Assembléia Legislativa solicitando a vinda de mão de obra estrangeira para auxiliar o braço escravo na cultura cafeeira, incluindo-se aí, a mão de obra chinesa para o cultivo do chá, do anil e da produção de pólvora.
       A edição do Agricultor Brasileiro de 1854 registra a existência de uma fábrica de “potassa”, extraída da palha do café. Diz o relatório de José Tomaz Nabuco de Araújo: “Esta fábrica estabelecida em Bananal tem dois anos de existência nos quais há produzido mais de cem quintais de potassa, cuja qualidade rivaliza com a melhor dos EE.UU e tem-se vendido no Rio de Janeiro. Esta indústria nova e importante, cuja matéria prima é um objeto que até agora era sem valor ou inútil, merece vossa proteção e deveis prestá-la depois das averiguações necessárias.”
       Esta fábrica de potassa pertencia à Fazenda da Boa Vista de propriedade de Luciano José de Almeida.
       Em 1836, como segundo maior produtor de café da província, a vila concentrava boa parte dos fazendeiros mais poderosos do Vale do Paraíba. Bananal recebeu foros de cidade em 3 de abril de 1849 e inaugurou o ano de 1850 sendo considerada uma das mais ricas cidades da província de São Paulo com enormes fazendas produtoras de café e algodão. Tamanha era sua importância que, por ocasião do empréstimo conseguido pelo governo imperial, do governo inglês, para enfrentar a guerra com o Paraguai, conforme publicação do jornal Revista Imprensa Legislativa, houve necessidade do endosso do município na negociação, uma exigência feita pelos banqueiros britânicos visto que muitos barões do café possuíam dinheiro nos bancos de Londres.
       Esses foram, aliás, responsáveis pelo financiamento da construção do ramal ferroviário Bananalense que passava pelas principais fazendas da região atingindo Barra Mansa, no Rio de Janeiro. A abertura da ferrovia Santos a Jundiaí facilitou o escoamento da produção para locais mais distantes do litoral, propiciando a expansão da cultura cafeeira no oeste paulista. No entanto, no fim do século XIX, concorreram para o enfraquecimento da economia regional a exaustão das terras e a libertação dos escravos.
       No século seguinte, década de 50, mais um fator acabou produzindo a estagnação não só do município, mas de toda a região do fundo do vale do rio Paraíba: a abertura da rodovia Presidente Dutra. A Dutra, como é popularmente chamada, desativou a rodovia dos Tropeiros, que também passava por Bananal. Em 9 de janeiro de 1987, transformou-se numa estância histórica. Atualmente Bananal e os demais municípios ao longo desta rodovia, conhecida como Rodovia dos Tropeiros, buscam o crescimento econômico na exploração do turismo sustentável.

Fonte: Coelho, Lucinda Coutinho de Mello – Ensaio sócio-econômico de áreas
valeparaibanas. Rio de Janeiro – Asa Artes Gráficas - 1984

Nome do Santo Padroeiro:
Senhor Bom Jesus do Livramento

Origem do nome:
Existem duas versões: a primeira é Banani, que em tupi guarani significa rio sinuoso. A outra versão é por ser parada forçada entre Rio de Janeiro e São Paulo, era distinguida pela presença de bananeiras.

Localização:
Latitude: 22° 41' 02"Sul | Longitude: 44° 19' 22" Oeste

Limites:
Norte: Barra Mansa
Sul: Angra dos Reis
Leste: Rio Claro
Oeste: Arapeí e São José do Barreiro

Dimensões:
Área: 618,7 km²

Relevo:
O tipo de solo é arenoso, a topografia do município de Bananal não é plana, uma vez que se considere sua formação geológica.

Vegetação:
Típica de Mata Atlântica

Hidrografia:
Dada a configuração topográfica e natureza geológica da região, o município é muito rico em cursos d'água que não predominam pelo volume mas pela quantidade.
Rios: Bananal, Paca Grande, Rio do Braço, Rio do Turvo, Pirapitinga, Manso, Vermelho, Barreiro de Baixo, Piracema, Alambary, Carioca, Prata, Bocaina, Capitão Mor e Ipiranga.

Altitude:
Mínima: 560 m | Máxima: 1900 m | Média: 998
Ponto culminante: 1900 m

Distância do município e outras cidades:
Distância das Capitais: 316 Km de São Paulo e 153 Km do Rio de Janeiro
Distancia de Barra Mansa: 25 km
Distância de Arapeí: 18 km

Principais produtos:
A. Agricultura: plantação de feijão, milho e pastagens em geral.
B. Pecuária: criação de gado bovino leiteiro.
C. Comércio: Artesanato, crochê em barbante, cestos de taquaras e outras peças

Dados Sócio-Econômicos:
População: 12 mil habitantes

Sistema de Transportes - Rodoviário:
Via Dutra (BR-116) saída 273 (Barra Mansa), depois pela RJ-157/SP-64 Rodovia Álvaro Brasil Filho até Bananal.
Via Dutra (BR-116) saída 37 / Rodovia dos Tropeiros (SP 68)

Opções de acesso à cidade:
1. Via Dutra e Rodovia dos Tropeiros SP 68
2. Rodovia Álvaro Brasil Filho SP 64

Feriados Municipais:
Dia: 10 de Julho - Emancipação do município

Dia: 6 de Agosto - Festa do Padroeiro Senhor do Bom Jesus do Livramento

Bens Tombados:

CENTRO HISTÓRICO
Processo: 17256/70    
Tomb.: Res. SC-3 de 15/2/91     
D.O.: 16/2/91
Livro do Tombo Histórico: Inscrição nº 298, p. 77, 17/4/1991

IGREJA MATRIZ
A Capela do Senhor Bom Jesus do Livramento, considerada  marco de fundação da cidade de Bananal; foi construída por João Barbosa de Camargo em terras recebidas, por volta de 1780, da sesmaria do capitão-mor Manoel da Silva Reis.
Fonte: Processo de Tombamento / Condephaat • 2007

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA
Ramal de Barra Mansa – Praça D. Domiciana
Processo: 15465/69      
Tomb.: Res. de 10/7/74     
D.O.: 13/7/74
Livro do Tombo Histórico: Inscrição nº 84, p. 9, 24/7/1974

A ligação entre os municípios de Bananal e Barra Mansa (RJ) tornou-se uma necessidade para o escoamento da grande produção de café do fundo do Vale do Paraíba. A concessão para a construção da ferrovia foi dada em 1880, criando-se a Companhia Estrada de Ferro de Bananal. A inauguração da Estação Ferroviária de Bananal deu-se em 1/1/1889 e, em 1918, foi encampada pela União que a transferiu à Estrada de Ferro Central do Brasil.
O edifício da Estação, pré-fabricado e desmontável, foi importado da Bélgica, em 1888. À exceção das esquadrias e pisos executados em pinho de Riga, foi construído totalmente em aço, em placas duplas almofadadas e ajustáveis por parafusos.
Fonte: Aureliano Leite / Condephaat • 2007 

SEDE DA FAZENDA RESGATE
Estrada Nova para Barra Mansa, km 324
Processo: 22050/82     
Tomb.: ex-officio de 12/5/82
Tomb.: Iphan em 28/5/69
Livro do Tombo Histórico: Inscrição nº 50, p. 3, s.d.

A Fazenda Resgate pertenceu, no início do século XIX, ao comendador Inácio G. Monteiro, que a vendeu a José de Aguiar Toledo. A fazenda atingiu sua fase áurea com Manoel de Aguiar Vallim, que construiu  sua sede, aproximadamente, em 1820.
A casa, um solar assobradado construído em taipa de pilão e pau-a-pique, com planta retangular e telhado em quatro águas, constitui um dos mais ricos e requintados exemplos de moradia rural do período cafeicultor no Vale do Paraíba. O acesso ao pavimento superior se dá através de uma escada em pedra, localizada na elevação principal, protegida por uma pequena cobertura. No seu interior encontram-se pinturas do artista espanhol José Maria Villaronga.
Fonte: Processo de Tombamento / Condephaat • 2007 

SOBRADO AGUIAR VALLIM
Praça Rubião Júnior
Processo: 17261/70     
Tomb.: Res. de 21/7/72     
D.O.: 22/7/72
Livro do Tombo Histórico: Inscrição nº 65, p. 5, 22/9/1972

Construído, por volta de 1850, pelo comendador Manoel de Aguiar Vallim, constitui-se em exemplar urbano típico da maneira de viver dos fazendeiros de café deste período que possuíam, além das luxuosas sedes de fazenda, mansões nas cidades.
A planta, definida por um grande retângulo, ocupa praticamente toda a testada de uma das quadras voltada para a Praça Rubião Júnior. As paredes externas são em adobe e taipa de pilão, assentadas sobre embasamento de pedra, e as internas em adobe  e parede francesa. no pavimento superior. No interior do edifício destacam-se os oito painéis pintados pelo artista espanhol José Maria Villaronga.
Adquirido pelo governo do Estado em 1907, sediou o Grupo Escolar Manoel Nogueira Cobra e, em 1981, foi doado à prefeitura.
Fonte: Aureliano Leite / Condephaat • 2007

Além destes bens, Bananal possui inúmeras edificações do século XIX, tombadas pelo CONDEPHAAT. Entre elas, destacamos: a Pharmácia Popular, o Sobrado da Dona Laurinha, a praça da matriz com seu Coreto e Chafariz, o Hotel Brasil e muitos outros que merecem ser conhecidos.


Álbum de Fotos