Bento Teixeira Pinto
(1560 - 1618)
Poeta
português nascido na cidade do Porto, Portugal, autor do primeiro
poema épico da literatura brasileira, Prosopopéia,
sobre a conquista de Pernambuco, marco inicial do barroco na nossa
literatura, e também sua única obra. Filho de cristãos-novos,
a família transferiu-se para a capitania do Espírito Santo,
na então colônia do Brasil (1567). Estudou em colégios
jesuítas, tentou seguir a carreira eclesiástica, mas desistiu
e casou-se com a cristã Filipa Raposa (1584), em Ilhéus,
BA. Formou-se no Colégio da Bahia e transferiu-se em seguida para
Pernambuco, onde se dedicou ao magistério, à advocacia e
ao comércio. Acusado pela mulher de judeu e mau cristão,
foi julgado e absolvido pelo ouvidor da Vara Eclesiástica da Inquisição
(1589), depois de levado a auto-de-fé. Depois foi intimado pelo
visitador do Santo Ofício, ao qual fez sua confissão (1594).
Revoltado, assassinou a mulher (1594) e se refugiou no mosteiro de São
Bento, em Olinda. Preso durante frustrada tentativa de fuga, foi enviado
para Lisboa (1595), onde inicialmente negou, mas depois admitiu a crença
e prática judaicas, que abjurou em auto-de-fé (1599). Na
prisão em Lisboa, de onde não mais sairia vivo, o autor fez
sua composição de elogio aos primeiros donatários
de Pernambuco no poema épico Prosopopéia (1601), considerada
uma expressão pioneira do nativismo. Tratava-se de uma composição
em oitava rima, com 94 estrofes, exaltando a obra de Jorge de
Albuquerque Coelho, donatário da capitania de Pernambuco, obedecendo
ao modelo Camoniano, considerada cansativa e laudatória, de valor
puramente histórico.