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Mossoró, 21 de Março 2015 - 00:33hs

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Cambistas revendem ingressos que operários do Maracanã receberam

02 de Junho de 2014

No universo econômico da Copa do Mundo, existe uma ponta nebulosa que nem a tecnologia nem a burocracia conseguem desbravar — o comércio paralelo de ingressos. No mesmo dia que a Fifa começou a vender a carga de entradas que havia sobrado das etapas on-line, os arredores do Maracanã foram palco de uma farra desse mercado alternativo. No fim de semana, os 7.204 operários que trabalharam pelo menos quatro meses na reforma do estádio puderam retirar os tíquetes a que têm direito nas bilheterias do palco da final do Mundial. Ali mesmo, diante de policiais militares e dos fiscais que orientavam a retirada, muitos deles venderam seus ingressos para torcedores e cambistas, sem qualquer constrangimento.

O assédio dos cambistas neste domingo foi forte — ingressos para o jogo Espanha x Chile, no dia 18, foram vendidos pelos operários por cerca de R$ 900, enquanto Argentina x Bósnia-Herzegovina, no dia 15, saía a R$ 700, e Equador x França, no dia 25, a R$ 600. Mas é a revenda para torcedores que revela a real dimensão desse mercado.

Depois de comprar de um operário uma entrada para o segundo jogo da seleção espanhola na Copa, no dia 18, um cambista revendeu o bilhete, logo em seguida, a um torcedor estrangeiro por R$ 6.000. A valorização imediata ultrapassou os 660%.

“Se tivesse tirado o ingresso para o jogo da Espanha, eu nem vendia. Mas como fiquei com o da França, vou vender. Até gostaria de ver um jogo de Copa do Mundo, mas quero comprar uma bicicleta para o meu filho no aniversário dele”, explicou um operário paraibano, que não quis se identificar. Ele chegou a oferecer seu ingresso, depois de negociar, por R$ 250.

Segundo os operários, os ingressos foram distribuídos de acordo com a letra inicial dos nomes dos trabalhadores. Aqueles que ficaram com os da Espanha comemoraram a “sorte”:

“Vale mais porque tem muita gente querendo ver os caras do Barcelona”, disse um trabalhador.

Procurada, a Fifa explicou que esta carga de ingressos foi cedida ao consórcio construtor do estádio. O mesmo aconteceu com as construtoras responsáveis pelos outros 11 estádios da competição. Ainda assim, a entidade disse qualquer venda que não seja realizada através do site ou dos postos oficiais é proibida.

Nova venda para abertura e final

Apesar do grande movimento no entorno do Maracanã, muitos trabalhadores não foram retirar seus ingressos.

“Até a menina do guichê reparou que muitos operários não vieram. Ela até falou: “Ou operário não gosta de futebol, ou não gosta de dinheiro”, disse um deles.

Na próxima quarta-feira, o site da Fifa vai colocar à venda ingressos para todos os jogos da Copa, inclusive a abertura e a final. Mas, desde ontem, os torcedores podem comprar outra carga na sede do Botafogo, em General Severiano (Avenida Venceslau Brás 72). A venda no local acontece das 9h às 21h.

Durante a manhã, alguns torcedores tentaram garantir a chance de ver as seleções em campo, mas a maioria ficou desapontada:

“Estão vendendo só para jogos que não chamam muita atenção, ou que serão longe, lá em Manaus, por exemplo”, disse o chileno Aldo Marini, que tentava assistir os jogos do Chile, no Rio e em São Paulo.

Já a retirada dos ingressos acontece na Cidade das Artes, na Barra, e, desde ontem, nos aeroportos Santos Dumont e Galeão.

Fonte: O Globo

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