PUBLICIDADE

Mossoró, 21 de Março 2015 - 16:26hs

Noticias

Participantes da degustação de jumento podem ter consumido carne imprópria para consumo

14 de Março de 2014

Com a proposta de chamar os holofotes e promover sua imagem e a desculpa de reduzir o numero de acidentes envolvendo jumentos nas rodovias do interior do Rio Grande do Norte, o promotor de Justiça da Comarca de Apodi, Sílvio Brito promoveu no dia de ontem (13) um almoço de degustação de carne de jumento.
Os animais que foram abatidos e servidos no almoço foram apreendidos nas rodovias que cortam o RN. Mesmo sem ter sido feita nenhum avaliação sobre as condições de saúde para o abate, a carne do animal foi servida a algumas pessoas, que talvez pela falta de conhecimento ou por também quere aparecer compareceram ao evento.
De acordo com os veterinários e membros da ONG mossoroense Defesa da Natureza e dos Animais (DNA), Kátia Regina e Kléber Jacinto, a carne do jumento pode ser sim consumida, mas não da forma como está sendo feita, sem manejo e cuidados adequados. Além disso, existe o risco da extinção do animal que tem uma relação cultural com o povo nordestino.
A veterinária explica que diferente de outros animais usados para o consumo humano como a vaca e cabras, que estão prontos para o abate em poucos meses, um jumento pode ser abatido após três anos, e também a gestação dura muito mais. E garante que não é economicamente viável a criação em massa desses equinos para alimentação. Ela afirma que enquanto um vaca pode render até mais de 300kg, um jumento não rende mais que 50kg. “Se fosse viável todo mundo tava criando jumento para abater”, disse a veterinária.
O abate dos animais consumidos no almoço de ontem foi feito sem que o laudo técnico feito por uma equipe de professores da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) tivesse o resultado divulgado. Eles afirmam que os veterinários que foram ao local para examinar os animais para fazerem o laudo, adiantaram em conversa que os jumentos estão em condições inadequadas. "São animais vivos, mortos, doentes, sadios, recém-chegados, todos juntos", afirma Kátia. "A gente vê que o dono da fazenda é uma pessoa que tem interesse em ajudar os animais, mas que tem uma quantidade muito grande que ele não dá conta e o poder público não ajuda, não dá apoio. Matar os jumentos para o consumo foi a solução encontrada pela promotoria", ressalta Jacinto.
Os veterinários dizem que a carne de qualquer animal precisa ser consumida dentro das condições sanitárias e manejo adequado, o que não estaria acontecendo no caso do consumo dos 600 jumentos em Apodi. "Por semana morrem cerca de 20 a 25 jumentos nessa fazenda. Morrem de quê? É de fome? É de doença? Há indícios de que esses animais estejam contaminados com Botulismo, Brucelose e o temido Mormo. Esta última é uma doença assintomática no jumento e todas podem ser transmitidas ao ser humano através do consumo inadequado.

Notícias Anteriores

Facebook

Twitter

Siga a Revista Acontece

Publicidade

Rua Roderick Grandall, 172 - Sala 4 Centro Mossoró/RN - CEP: 59610-240 Atendimento: 84 3318.1146 - Neide Carlos - atendimento@acontececom.com