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Projeto MAIS RN: em busca de mais desenvolvimento

22 de Julho de 2013

NA TRIBUNA DO NORTE (21.07.2013)

Por Sara Vasconcelos - Repórter
Foto: Emanoel Amaral

RN busca mais desenvolvimento

A indústria no Rio Grande do Norte projeta crescimento para os próximos 20 anos, e um dos instrumentos para tentar tirar o pé do freio e recuperar a capacidade de atrair investimentos é o projeto Mais RN, cujo cronograma de ações foi lançado na última sexta-feira, dia 19. A construção de uma agenda econômica para o Estado é a aposta de empresários e governo para alavancar o potencial econômico em médio e longo prazo – entre 2014 e 2034.

Além de propor continuidade, o projeto Mais RN inova em ser financiado pelos empresários – sem depender de recursos públicos. O investimento de R$ 2,5 milhões será viabilizado junto a cerca de 50 empresas que aderiram ao projeto.

Estudo preliminar, apresentado durante a solenidade, reiterou reivindicações antigas do setor industrial. A necessidade de investir em infraestrutura e logística para a integração do Estado a outros pólos, de modo a escoar a produção, além de reforçar a necessidade de investimento e ações para minimizar o déficit de qualificação de pessoal.

Em uma iniciativa da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern) e do Governo do Estado, por meio das Secretarias de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e de Planejamento, o estudo encomendado a consultoria Macroplan - contratada para construir o banco de dados do projeto - será concluído em nove meses. O projeto permitirá a elaboração de um mapa da indústria no RN, a partir do próximo ano.

“Não é um projeto de gabinete, mas que vai a campo, vai ouvir o empresariado, diagnosticar deficiência, potenciais estruturar essa agenda e traz o ineditismo de ser fomentado na iniciativa privada, para que tenhamos um projeto para a sociedade”, observa o presidente da Fiern, Amaro Sales. “Haverá uma proposição de metas para a recuperação da capacidade de investimentos, que hoje está aquém do potencial do Rn, quando comparado com outros estados”, acrescentou.

Etapas

O trabalho será feito em três etapas: um diagnóstico econômico, o mapeamento de oportunidades de negócios e definição de políticas públicas.

A estratégia é promover uma política de atração de novos negócios, sobretudo na área industrial e também em serviços avançados, explica o diretor presidente da Macroplan, Claudio Porto, que deverá ser traduzida em duas grandes carteiras de projetos. O primeiro com planos de negócios demonstrando as melhores oportunidades para investimentos privados e, na outra ponta, um conjunto de projetos que serão sugeridos a área pública.

“Será feito um inventário de todas as necessidades e oportunidades existentes para oferecer soluções no atacado. A Fiern com esse programa assume um protagonismo moderno”, frisou Porto.

Para o secretário de desenvolvimento econômico, Rogério Marinho, o Estado terá uma legislação que aponte políticas em diversas áreas. “Não apenas um plano de desenvolvimento econômico, mais de uso de recursos hídricos, de logísticas entre outros poderão ser contemplados a partir do projeto”, disse. O trabalho de articulação e atração de parceiros será realizado pela Sesed.

Os resultados, acrescenta Marinho, devem apontar para reestruturação na área de logística, considerado um dos principais gargalos ao escoamento da produção local. A construção de um terminal portuário, além de outros modais como ferrovias, rodovias e o novo aeroporto farão a integração territorial.

Portal eletrônico terá banco de dados para investidores
Além de fornecer subsídios para gestão estratégica de governo, para decisões políticas que orientem o desenvolvimento econômico, o projeto Mais RN, enfatiza o assessor da Fiern, Marcos Formiga, dará a Fiern o instrumental necessário para produzir o que é de interesse do setor privado, para somar esforços com o setor público.

A construção do banco de dados com informações sobre o setor produtivo, investimentos e negócios terá a participação do empresariado. Para isso, uma série de entrevistas, aplicação de questionários além da realização de dez seminários de discussão estão programados. Os dados oficiais serão fornecidos pelo Estado, por meio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

Todas as informações serão disponibilizados num portal eletrônico em mais 90 dias. “O banco de dados será ampliado regularmente e poderá servir de fonte de consulta para investidores, empresas, outros estados, quem se interessar em realizar negócios ou investimentos aqui”, afirma.

O assessor da Fiern enfatiza que a falta de capacidade do Estado em atrair e gerir investimentos se deve a inexistência de projetos. “Há recursos, mas não se sabe como buscá-los e isso limita o desenvolvimento do Estado”, afirma. “Não sabemos usar o capital humano e não conhecemos bem a nossa capacidade, de aproveitar o que tem. Somos um estado pobre apesar de muitas riquezas a serem exploradas”, acrescenta.

Projeto

Entre as áreas priorizadas como metas estão o setor energético, com os parques em eólica e solar, o de mineração, do turismo, irrigação. O projeto irá nortear ainda ações no aproveitamento dos recursos naturais e do capital humano. Parcerias com instituições de ensino pesquisa e extensão, Prefeituras e o Sistema S serão viabilizadas.

O modelo de estudo é baseado em projeto adotado pela consultoria em outros estados que conseguiu resgatar o potencial de investimentos. No Espírito Santo ao percentual de investimento público saiu de 3% para 15% - 12 pontos percentuais - entre 2003 e 2012, a partir das metas traçadas a longo prazo.

No Rio Grande do Norte, pondera ele, a situação é inversa, no mesmo período, o investimento público caiu de 11% para 4%. Mesmo sem projeções de crescimento definidas, a ideia é um crescimento a mesma proporção dos outros estados. A empresa carioca é responsável pelo planejamento estratégico de estados como Minas Gerais, Espírito santo, Pernambuco e Alagoas. Ao final de cada etapa de trabalho, será apresentado aos empresários e sociedade um resumo dos estudos. A expectativa é que sejam apresentados 16 produtos.

O Mais RN será uma bússola”

Bate-papo

Amaro Sales, Presidente da Fiern

Como surgiu a ideia desse projeto?

Quando eu assumi a Fiern, em 2011, o Rio Grande do Norte era o único estado que não tinha uma política industrial, um programa de desenvolvimento econômico em todo o país. O Estado não traçava essa política industrial, um setor tão importante para o desenvolvimento econômico, isso era motivo de preocupação. Mesmo depois de contato da Federação com o BDI, que traçava programas com custos irrisórios para as instituições, o governo não tinha essa preocupação. Estava distante essa aproximação. De forma a trazer algo novo. Então, identificamos junto com a nossa assessoria que nós queríamos algo maior, que pudesse fazer um diagnóstico, o mapeamento de oportunidades com conceitos, para sair do achismo para um projeto que pudesse nortear uma nova política. Buscamos o governo do Estado, fizemos essa exposição de motivos e começamos a montar parcerias para essa construção de políticas que possamos ter parâmetros, poder comparar e estabelecer relações com o restante do Nordeste, do Brasil, conhecer quais as potencialidades. O governo agrega o banco de dados, as informações. O projeto nasce com a participação da Federação, das empresas, do governo.

Como o Mais RN pode pautar uma política de desenvolvimento industrial?

Com o estudo, vamos entender porque cada setor é importante, comprovar e saber como pode ser explorado de forma a gerar riqueza. Para o Estado, esse mapeamento será uma bússola, trará um encaminhamento para os projetos que também serão propostos. O estudo contempla uma participação efetiva de toda a sociedade do RN e o seu ineditismo é não ser dependente de recursos públicos, será feito pelo empresariado, iremos viabilizar os recursos financeiros, R$ 2,5 milhões, com a adesão de cerca de 50 empresas. E vem com a projeção para 20 anos, ou seja, não é um projeto para uma gestão, mas para ser dada a continuidade dos projetos. Para ser um manual com linha de orientação, com atualizações anuais das informações, de modo a dinamizar a economia, uma vez que há cinco anos nem se sabia o que era energia eólica e hoje o Estado já gera 3,5 MW e exporta energia.

Quais os resultados esperados?

Na hora que fizermos esse diagnóstico, mapeamento e traçar uma política pública que possa atingir todo o setor da economia do RN teremos ações sendo construídas a longo prazo. Uma essa política industrial, para que tenhamos atração de novas empresas e de novos investimentos para o Rio Grande do Norte. Estamos apostando que com isso, o estado poderá ter geração de riqueza, de emprego e renda e poderá reduzir a pobreza. Mas nada vale se não houver uma participação da sociedade, se ela não tomar esse projeto como o seu, se não houver a cobrança pública. Já contamos com o importante apoio da governadora e a Sedec na a construção do projeto e vamos convocar a classe política pelo engajamento. Precisamos fazer o Rio Grande do Norte um ambiente favorável a investimentos, a geração de riqueza.

Fonte: FIERN

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