Divulgador da BBom reclama que não recebeu pagamento prometido.
Empresa teve bens bloqueados pela Justiça Federal de Goiás.
O Procon do Rio Grande do Norte abriu nesta quinta-feira (11) sua primeira ação administrativa envolvendo uma empresa de marketing multinível. A queixa foi registrada contra a BBom, empresa que faz recrutamento de pessoas para a venda de rastreadores veiculares em todo o país. O reclamante pediu para não ser identificado. Contudo, segundo Araken Farias, coordenador geral do órgão de defesa do consumidor no estado, a pessoa alega não ter recebido o retorno prometido do dinheiro que investiu ao adquirir quatro rastreadores. A BBom teve os bens bloqueados pela Justiça Federal de Goiás nesta última quarta (10), a exemplo do que aconteceu com a Telexfree, cujos pagamentos foram suspensos pela Justiça do Acre.
“O reclamante informou que tem quatro contas na BBom, e que em uma delas, mesmo antes de a Justiça fazer o bloqueio, a empresa não efetuou o pagamento prometido. Ele disse ter tentado fazer dois saques nos valores de R$ 700 cada, um no dia 2 e outro no dia 20 de junho, mas não conseguiu”, explicou Araken. "Diante dos comprovantes que ele nos apresentou, abrimos uma ação administrativa contra a BBom”, acrescentou o coordenador.
O G1 ligou três vezes para o telefone que consta no site da BBom, mas as ligações não foram atendidas.
Para os divulgadores que se sentirem lesados pela Telexfree e/ou BBom, cujas contas estão bloqueadas judicialmente, a orientação do Procon no RN é a mesma. “Ninguém vai receber mais nenhum centavo enquanto os méritos da ações não forem julgados. Até lá, minha orientação é que procurem a Justiça para garantir o ressarcimento dos valores investidos. Mas, quem quiser entrar com um uma ação administrativa no Procon antes de ir à Justiça, terá todo o direito de fazê-lo”, disse Araken.
Investigações no RN
No Rio Grande do Norte, as empresas BBom, Telexfree, NNex, Multiclick, Priples e Cidiz estão sendo investigadas pela Promotoria de Defesa do Consumidor da comarca de Natal sob a suspeita de atuarem como pirâmides financeiras. Todas elas negam.
Sobre a BBom, o promotor Sérgio Luiz de Sena informou que no site Reclame Aqui consta considerável número de reclamações por motivos diversos contra a empresa, havendo assim necessidade de verificação preventiva da regularidade de suas atividades a fim de evitar eventuais danos aos consumidores.
Ao G1, quando instaurado inquérito civil pelo Ministério Público, o diretor de marketing da BBom, Ednaldo Bispo, disse que existe uma linha tênue entre o marketing multinível e a pirâmide financeira. "Quando se aproximam muito dessa linha, todos acabam sendo colocados no mesmo saco", acrescentou. Bispo disse também que a principal preocupação da BBom é com o cliente final, aquele que adquire o rastreador veicular. "A ideia do produto é ter acesso a informações de desempenho do veículo e saber da localização do mesmo para fins de segurança", acrescentou.
Criada neste ano, a BBom faz recrutamento de pessoas associando à venda de rastreadores veiculares comercializados pela rede de franquias Unepxmil. Tanto a empresa de marketing multinível quanto a rede de franquias são braços do grupo Embrasystem, que segundo o site da empresa, trabalha com produtos de tecnologia há 17 anos. Os rastreadores veiculares são adquiridos em regime de comodato por uma mensalidade de R$ 79,90. O contrato tem duração de 36 meses.
Fonte: G1
Foto: Divulgação