Honduras

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República de Honduras
República das Honduras
Bandeira das Honduras
Brasão de armas das Honduras
Bandeira Brasão de armas
Lema: "Libre, Soberana y Independiente"
("Livre, Soberana e Independente")
Hino nacional: Himno Nacional de Honduras
("Hino Nacional das Honduras")
Gentílico: hondurenho(a)[1]

Localização  República das Honduras

Capital Tegucigalpa
14° 6' N 87° 13' O
Cidade mais populosa Tegucigalpa
Língua oficial Espanhol
Governo República presidencialista
 - Presidente Juan Orlando Hernández
 - Presidente do Congresso Nacional Mauricio Oliva
 - Presidente do Supremo Tribunal Jorge Rivera Avilés
Independência da Espanha 
 - Data 15 de setembro de 1821 
Área  
 - Total 112 492 km² (102.º)
 - Água (%) <0,1
 Fronteira Nicarágua e El Salvador (S)
Guatemala (W)
População  
 - Estimativa de 2009 7.810.848 hab. (93.º)
 - Censo 2000 6 975 204 hab. 
 - Densidade 64 hab./km² (128.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2007
 - Total US$ : 30,651 bilhões (95.º)
 - Per capita US$ : 4.082 (113.º)
IDH (2013) 0,617 (129.º) – médio[2]
Gini (2003) 53,8[3]
Moeda Lempira (HNL)
Fuso horário (UTC-6)
 - Verão (DST) não observado (UTC-6)
Clima Tropical
Org. internacionais ONU, OMC, OEA (suspenso), BCIE, OEI, AEC, Grupo do Rio
Cód. ISO HND
Cód. Internet .hn
Cód. telef. +504
Website governamental http://www.presidencia.gob.hn/

Mapa  República das Honduras

Honduras,[nota 1] oficialmente República das Honduras (português europeu) ou República de Honduras[5] (português brasileiro)(em espanhol: Republica de Honduras), é um país da América Central, limitado a norte pelo Golfo das Honduras, e a leste pelo Mar das Caraíbas (por onde possui fronteira marítima com o território colombiano de San Andrés e Providencia), a sul pela Nicarágua, pelo Golfo de Fonseca e por El Salvador e a oeste pela Guatemala. Sua capital é Tegucigalpa.

O país abrigou várias culturas indígenas importantes, mais notavelmente os Maias. Cristóvão Colombo foi o primeiro europeu a visitar as Islas de la Bahía, na costa do país, desembarcando perto da atual cidade de Trujillo. Grande parte do país foi conquistado e colonizado pela Espanha no século XVI, que introduziu seu idioma, agora predominante, e muitos de seus costumes. Foi organizada como uma província do Reino de Guatemala e teve três capitais: Trujillo, Comayagua e, a partir de 1880, Tegucigalpa, que permanece até hoje. Tornou-se independente em 15 de setembro de 1821 e foi uma república desde o fim do domínio espanhol.

O território de Honduras é muito acidentado, formando-se por montanhas, planaltos, vales profundos e planícies extensas e férteis, atravessadas ​​por rios navegáveis.[6] Tudo isso contribui para a sua rica biodiversidade.[7] Estima-se que existam cerca de 8.000 espécies de plantas, 250 répteis e anfíbios, mais de 70.015 espécies de aves e 110 espécies de mamíferos, distribuídos em diferentes regiões ecológicas em Honduras.

A população hondurenha é de 8,2 milhões de habitantes, de acordo com estimativas de 2010, fazendo deste o quinto país mais populoso da América Central, superado por Guatemala, Cuba, República Dominicana e Haiti. Sua área territorial é de 112,492 km², sendo o 101º maior país do mundo. A economia é voltada principalmente às atividades agrícolas, além do comércio, indústria, finanças e serviços públicos. A nação é dividida em 18 departamentos e seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,632, é classificado como médio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Etimologia[editar | editar código-fonte]

A palavra Honduras vem do espanhol e significa "profundezas" (no singular, hondura), em referência às águas profundas no litoral sul do país.

História[editar | editar código-fonte]

Honduras foi descoberta no ano de 1500, por Cristóvão Colombo, em sua quarta viagem. Colombo encontrou um território marcado pela presença da civilização maia, e só após um período de guerra contra os índios (1523-1539) é que os Espanhóis conseguiram assegurar o controle da colônia, que, a partir de 1570, passou a estar sob a administração geral da Guatemala (também colônia espanhola).

Com a independência da Espanha, em 1821, tornou-se parte do império de Augustín de Iturbide. As Honduras lideraram, a partir de 1824, a União ou República Federal das Províncias Unidas da América Central até 1838, ano em que se retiraram daquela federação, proclamando a total independência de Honduras a 5 de Novembro daquele ano. A situação de Estado independente data de quando a união se rompeu e uma ininterrupta sucessão de caudilhos dominou o país no restante do século XIX.

Em 1979, a América Central passou a viver um período de forte instabilidade provocada pelas guerras civis na Nicarágua e em El Salvador. Em 1982, uma nova constituição, apoiada pelos Estados Unidos, almejava o aumento da atividade democrática. Como condição para o apoio norte-americano, no entanto, o país forneceu a base para os "contra" da Nicarágua. O país foi incluído, em 1983, nos planos de defesa da região proposto pelos Estados Unidos, servindo de base para treinamento de soldados, mas em 1984 o governo pediu revisão do Tratado de Aliança com esse país.

Em 1985, aumentou a tensão com a Nicarágua. O novo presidente, José Azcona Hoyo (1985-1990), abraçou um movimento pacifista levado a cabo pelos países da América Central. Ameaçou interromper a actividade dos "contra", assim como diminuir o poder dos militares. Honduras, no entanto, manteve-se economicamente dependente dos Estados Unidos, em 1989, Rafael Leonardo Callejas foi eleito presidente com o apoio norte-americano. A crise económica, a actividade guerrilheira de esquerda e as forças de segurança ficaram fora de controle, com 40 assassinatos e mais de 4 mil violações dos direitos humanos. Em 1991, o governo concedeu uma amnistia e iniciou negociações com guerrilheiros de esquerda.

Em 28 de Junho de 2009, o Presidente Manuel Zelaya foi destituido pela Suprema Corte e exilado pelo Exército hondurenho. O ato ocorreu em função do desejo de Zelaya de realizar uma consulta popular para perguntar aos hondurenhos se queriam que, em simultâneo com as eleições a realizar em Novembro de 2009, se realizasse também uma votação no sentido de decidir a criação de uma Assembleia Constituinte que reformasse a Constituição para aprovar reeleições o que é terminantemente proibido pela Constituição.[8] Inicialmente a comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, considerou o ato como um golpe de estado, e criticou duramente o novo governo liderado por Roberto Micheletti.[9] Entretanto, passaram a reconhecer que houve a aplicação integral da Constituição Hondurenha.[10] [11] [12]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Duyure, no departamento de Choluteca.
Lago de Yojoa.

Honduras apresenta três regiões geográficas diferenciadas: as planícies do norte do país, que constituem uma faixa paralela à costa do Caribe; as terras baixas do sul, que margeiam a desembocadura do Rio Choluteca, no Golfo de Fonseca; e as montanhas do interior, cujas altitudes superam 2500 m. O território hondurenho tem 650 km de litoral voltado para o Mar do Caribe e 95 km para o Oceano Pacífico.

A maioria da população é mestiça. A distribuição pelo território é homogénea, embora o nordeste seja menos povoado. As cidades concentram 53,7% dos habitantes. A média de filhos por mulher é alta, a mortalidade infantil moderada (32,1 por mil) e a população muito jovem: 42% são menores de 15 anos, ao passo que a situada entre os 15 e os 24 anos atinge aproximadamente 21%

Relevo[editar | editar código-fonte]

É o país mais montanhoso da América Central, constituído de cadeias cortadas por uma depressão no sentido norte-sul. As cadeias do leste e do oeste (serras de Pija, de Yoro e de Paya), culminam com a altitude de 2700m (Cerro Las Minas) e se prolongam ao sul por maciços vulcânicos. Nas montanhas, os vales e as bacias interiores encontram-se entre 600 e 1500m de altitude.

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Os rios de Honduras pertencem às vertentes do Atlântico e do Pacífico. A principal rede de drenagem encaminha-se para o mar das Antilhas. O rio Coco ou Segovia, na fronteira com a Nicarágua, é o mais extenso, com 275 km. Destacam-se ainda o Patuca, o Aguán, o Ulúa e o Sico. Entre os rios da vertente do Pacífico, o mais extenso é o Choluteca, com 241 km, que desemboca na baía de Fonseca. Além das lagunas costeiras, como a lagoa de Caratasca, existem diversos lagos, dos quais o mais importante é o de Yojoa, perto de San Pedro Sula.

Vegetação[editar | editar código-fonte]

Predomina no país a vegetação tropical, nas planícies e baixas encostas. Nos vales e bacias entre as montanhas dominam florestas de pinheiros e de carvalhos. Em pequenas áreas, como a leste de Tegucigalpa, aparece a savana.

Demografia[editar | editar código-fonte]

Cidades mais populosas[editar | editar código-fonte]

Religiões[editar | editar código-fonte]

Embora a maioria dos hondurenhos são nominalmente católicos romanos (que seria considerada a principal religião), de acordo com um relatório, membros da Igreja Católica Romana estão em declínio, enquanto que membros das igrejas protestantes estão em crescimento. O Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2008, observa que uma pesquisa do CID Gallup informou que 47% da população se identifica como católicos, 36% como evangélicos protestantes e 17% consideravam-se de outras religiões.[13] [14]

A maioria das pesquisas de opinião sugerem que uma pesquisa anual seria o melhor método de saber a demografia religiosa e variações em qualquer país. Ainda assim, em Honduras, estão em ascensão a Igreja Anglicana, Presbiteriana, Metodista, Adventista do Sétimo Dia, Luterana, Santos dos Últimos Dias (Mórmons) e igrejas pentecostais. Há seminários protestantes. A Igreja Católica, ainda a única igreja que é reconhecida, também está prosperando no número de escolas, hospitais e instituições pastorais (incluindo a sua própria escola de medicina). Seu arcebispo, Oscar Andres Rodriguez Maradiaga, é também muito popular, tanto com o governo, outras igrejas e em sua própria igreja . Existem praticantes do budismo, judaísmo, islã, bahaísmo e crenças indígenas e de matriz africana.[15]

Política[editar | editar código-fonte]

Honduras é dividida administrativamente em 1 Distrito Central (Tegucigalpa) mais 18 departamentos: Atlantida, Choluteca, Colon, Comayagua, Copan, Cortes, El Paraiso, Francisco Morazan, Gracias a Dios, Intibuca, Islas de la Bahia, La Paz, Lempira, Ocotepeque, Olancho, Santa Barbara, Valle, Yoro.

Poder Executivo: O Presidente da República é eleito pelo voto popular para mandato de 4 anos. O Gabinete é formado pelas seguintes Secretarias: de Governo e Justiça, da Educação, de Obras Públicas, Transporte e Habitação, da Cultura, Artes e Esportes, Agricultura e Pecuária, Técnica e de Cooperação Internacional, de Recursos Naturais e Ambiente, de Relações Exteriores, da Indústria e Comércio e Turismo, das Finanças, da Defesa Nacional, do Trabalho e Seguridade Social, da Saúde Pública.

Porfirio Lobo, do Partido Nacional (PN), tomou posse em Janeiro de 2010. Novas eleições estão previstas para 27 de Novembro de 2013.

Poder Legislativo: A Assembleia Nacional é unicameral, composta por 128 membros eleitos pelo voto popular para mandato de 4 anos. Os principais partidos são o Partido Liberal (PL), Partido Nacional (PN), Partido da Inovação Nacional e Unidade Social Democrata (PINU-SD), Partido Democrata Cristão (PDC) e Partido da Unificação Democrática (PUD).

Poder Judiciário: Os juízes da Corte Suprema de Justiça são eleitos pela Assembleia Nacional para mandato de 7 anos.

Crise política de 2009[editar | editar código-fonte]

Política externa[editar | editar código-fonte]

Honduras é, e sempre foi, alinhado com os Estados Unidos da América. A negociação da renovação do TPS (Temporal Protection Status) é o ponto prioritário da agenda externa do país, uma vez que cerca de 300 mil hondurenhos vivem na América do Norte.

Recentemente, houve tensões com Cuba, por ter sido Honduras que apresentou, na Comissão de Direitos Humanos da ONU, moção de censura à ilha caribenha, apesar de contar com cerca de 500 (quinhentos) médicos cubanos que prestam cooperação neste país. Cuba abriu Embaixada em Tegucigalpa em 2002, mas Honduras ainda não nomeou Embaixador em Havana, mantendo apenas Encarregado de Negócios naquela Capital.

O país continua a ser grande receptor de assistência externa, especialmente da União Europeia, do Japão e de Taiwan, país com o qual mantém relações diplomáticas plenas (há Embaixador de Taiwan residente em Tegucigalpa).

Em termos de relações com os vizinhos, houve avanços positivos nas relações com El Salvador, tradicionalmente tensas em função de dificuldades relativas à delimitação fronteiriça terrestre e marítima, que abriram caminho para a possibilidade de novos investimentos salvadorenhos em Honduras. Permanecem tensões com a Nicarágua, relativas à delimitação da plataforma continental, bem como a respeito de redução de armamentos. O Governo sempre menciona a sua disposição de potencializar as negociações no âmbito dos sistemas SICA (Sistema da Integração Centro Americana) e SIECA (Sistema de Integração Econômica Centro-americano), as quais têm avançado muito lentamente, embora já tenham sido facilitados trâmites aduaneiros e criados documentos únicos a serem preenchidos nas fronteiras.

Subdivisões[editar | editar código-fonte]

Honduras departments numbered.png

As Honduras são divididas em 18 departamentos:

  1. Atlantida
  2. Choluteca
  3. Colón
  4. Comayagua
  5. Copán
  6. Cortés
  7. El Paraíso
  8. Francisco Morazán
  9. Gracias a Dios
  10. Intibucá
  11. Ilhas da Bahia
  12. La Paz
  13. Lempira
  14. Ocotepeque
  15. Olancho
  16. Santa Bárbara
  17. Valle
  18. Yoro

Os departamentos estão subdivididos em 298 municípios.

Economia[editar | editar código-fonte]

Produto interno bruto por setor.

Honduras é um dos países mais pobres e menos desenvolvidos das Américas. A agricultura é um ponto importante em sua economia, empregando quase dois terços de sua mão de obra.

Os principais produtos da pauta de exportações são: café, banana e camarão.

Principais Setores na Composição do Produto Interno Bruto:

  • Agricultura: 12,8%
  • Indústria: 31,9%
  • Serviços: 55,3%

Exportação:

  • US$ 1,3 bilhão (2002)
  • Pauta de exportação: café, bananas, camarões, lagostas, carne, zinco e madeira
  • Destino: Estados Unidos 69.5%, El Salvador 3%, Guatemala 2% (2002)

Importação:

  • US$ 2,7 bilhões (2002)
  • Pauta de importação: máquinas e equipamentos para transporte, matérias primas para indústria, produtos químicos, combustíveis e produtos alimentícios
  • Origem: Estados Unidos 55.3%, El Salvador 4.3%, Mexico 4.2% (2002)

Seus principais parceiros comerciais são os Estados Unidos, a Guatemala, o Japão, El Salvador, a Alemanha, a Bélgica e o Reino Unido.

Cultura[editar | editar código-fonte]

Se excluirmos o Vaticano, Honduras é o país que tem maior percentagem de católicos no Mundo, 97%, mas não o de maior quantidade.

Desporto[editar | editar código-fonte]

O desporto mais popular nas Honduras é o futebol. O maior feito do país, no mesmo, foi conseguir a classificação para a Copa do Mundo de Futebol nas edições de 1982, 2010 e 2014.

Notas

Referências

  1. Portal da Língua Portuguesa, Dicionário de Gentílicos e Topónimos das Honduras
  2. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD): Human Development Report 2014 (em inglês) (24 de julho de 2014). Visitado em 3 de agosto de 2014.
  3. CIA World Factbook, Lista de Países por Coeficiente de Gini (em inglês)
  4. Honduras forvo.com. Visitado em 16 de maio de 2015.
  5. http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=9626&catid=42&Itemid=280&lang=pt-BR
  6. Ramírez F. Fontecha, Antonio A. (1916) (1916). Noticia geográfica y estadística de la República de Honduras (em espanhol) Pan-American Scientific Congress. Visitado em 28 de abril de 2014.
  7. Honduras National Parks, Reserves & Refuges (em português: Honduras parques nacionais, reservas e refúgios) (em inglês) roatanonline. Visitado em 28 de abril de 2014.
  8. Q&A: Crisis in Honduras (em inglês) BBC. Visitado em 19/12/2009.
  9. UN backs Honduras leader's return (em inglês) BBC. Visitado em 19/12/2009.
  10. Constituición Hondureña (pps (40,3 MB)) (em espanhol) Governo de Honduras. Visitado em 19/12/2009.
  11. Dallari
  12. Jungmann
  13. Annuario Pontificio, 2009.
  14. Catholic Almanac (Huntington, Ind.: Sunday Visitor Publishing, 2008), pp. 312–13
  15. International Religious Freedom Report 2008: Honduras State.gov (19 de setembro de 2008). Visitado em 26 de dezembro de 2014.

Ver também[editar | editar código-fonte]


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