Hizbollah

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Hezbollah
(حزب الله)
Presidente Hassan Nasrallah
Fundação 1982 - 1985 (oficialmente)
Ideologia Islamismo xiita, anti-imperialismo, antissionismo
Religião Islamismo xiita
Afiliação internacional Líbano, Irã, Síria
Parlamento do Líbano (2011)
12 / 128
Gabinete do Libano (2011)
2 / 30
Cores Amarelo e verde

Hizbollah ou Hezbollah[1] (em árabe: حزب الله, transl. ḥizbu-'llāh(i),[2] "partido de Deus") é uma organização com atuação política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita sediada no Líbano.[3] É uma força significativa na política libanesa, responsável por diversos serviços sociais, além de operar escolas, hospitais e serviços agriculturais para milhares de xiitas libaneses.[4] É considerado um movimento de resistência legítimo por grande parte do mundo islâmico e árabe.[3] O grupo, no entanto, é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos, Argentina[5] , Israel, Canadá e pelos Países Baixos. O Reino Unido colocou a sua ala militar na lista de organizações terroristas banidas no país,[6] enquanto a Austrália considera parte de sua estrutura militar, a Organização de Segurança Externa, uma organização terrorista.[7] [8] [9] [10] Em 2013, a União Europeia adicionou o braço armado do Hezbollah a lista de organizações que considera como terroristas, deixando de fora porém o partido político em si.[11]

Situação atual do Líbano:
  Territórios controlados pelo governo libanês
  Territórios controlados pelo Hezbollah
  Territórios controlados pelo Estado Islâmico (EI)
  Territórios controlados por grupos sunitas insurgentes

O Hizbollah surgiu inicialmente como uma milícia, em resposta à invasão israelense do Líbano de 1982, também conhecida como Operação Paz para a Galileia, e continuou a resistir contra a ocupação israelense do Líbano por toda a Guerra Civil Libanesa.[3] [12] Seus líderes se inspiraram nas ideias do aiatolá Khomeini, e suas forças foram treinadas e organizadas por um contingente da Guarda Revolucionária Iraniana.[13] O manifesto de 1985 publicado pelo Hizbollah listava suas três metas principais como "colocar um fim a qualquer entidade colonialista" no Líbano, levar os Falangistas à justiça "pelos crimes que perpetraram", e estabelecer um regime islâmico no país.[14] [15] Recentemente, no entanto, o Hizbollah vem fazendo poucas menções a respeito da fundação de um Estado islâmico, e não tem mais feito alianças seguindo tendências religiosas.[13] Os líderes do partido são responsáveis, no entanto, por diversas declarações pedindo pela destruição do Estado de Israel, ao qual se referem como a "entidade sionista", "construída sobre terras arrancadas das mãos de seus proprietários."[14] [15]

O partido, que começou apenas como uma pequena milícia, já se transformou numa organização que tem assentos no parlamento libanês, uma rádio e uma estação de televisão via satélite, além de diversos programas de desenvolvimento social.[16] O Hizbollah mantém um forte apoio entre a população xiita do Líbano, e conquistou algum apoio entre o resto da população do país, incluindo sunitas, drusos e cristãos, na sequência da Guerra do Líbano de 2006,[17] e conseguiu mobilizar protestos de centenas de milhares de pessoas[18] Juntamente com outros grupos políticos do país, o Hizbollah iniciou os protestos políticos do Líbano de 2006-2008, em oposição ao governo do primeiro-ministro Fuad Siniora.[19] Disputas posteriores envolvendo a manutenção pelo Hizbollah de sua rede de telecomunicações levaram a disputas, e militantes da oposição, liderados pelo partido, tomaram o controle de diversos bairros de Beirute Ocidental, anteriormente ocupados por milicianos do Movimento do Futuro, leais a Siniora; as áreas foram entregues então ao exército libanês.[20] Finalmente, com base no Acordo de Doha, o Hizbollah recebeu o poder de veto no parlamento libanês; além disto, formou-se um governo de unidade nacional, no qual o partido tem um ministro, e controla onze dos trinta assentos existentes.[4] [21]

O Hizbollah recebe ajuda financeira do Irã e da Síria, além de doações de libaneses e de outros xiitas pelo mundo.[22] [23] O partido também ganhou uma força militar significante nos últimos anos.[24] Apesar de uma certificação de junho de 2008, pelas Nações Unidas, de que Israel havia se retirado de todo o território libanês,[25] em agosto daquele ano o novo gabinete de governo do Líbano aprovou uma proposta que assegura a existência do partido como uma organização armada, e garante o seu direito de "liberar ou recuperar terras ocupadas." Desde 1992 a organização é chefiada por Hassan Nasrallah, seu secretário-geral.

Atualmente goza de certa popularidade no mundo muçulmano xiita por ter assumido a responsabilidade de levar Israel a deixar o sul do Líbano em Junho de 2000. Sendo porém duramente criticado por governos sunitas e da irmandade muçulmana de diversos países por estar envolvido na guerra civil Síria. Em Bahrain, o ministro do Exterior descreveu o chefe da Hezbollah como terrorista[26] e o presidente do Egito pediu que o Hezbollah pare sua agressão ao povo sirio.[27]

O Hezbollah parece estar se espalhando pelo mundo, sendo inclusive acusado pelos EUA de ter membros venezuelanos.[28]

Atuação do Hizbollah[editar | editar código-fonte]

O Hizbollah constitui-se em um dos principais movimentos de combate à presença israelense no Oriente Médio, utilizando de ataques de guerrilha.

Desenvolve também uma série de atividades em cinco áreas: ajuda a familiares de mártires, saúde, educação religiosa xiita, reconstrução e agricultura.[22]

O Hizbollah conta com cinco hospitais, 42 clínicas e duas escolas de enfermagem. Segundo a ONU, ao menos 220 mil pessoas em 130 cidades libanesas se tratam nesses locais. O Hizbollah possui 12 escolas com sete mil alunos e setecentos professores e centros culturais franceses auxiliam no aperfeiçoamento do corpo docente.[carece de fontes?]

Na reconstrução, existe uma instituição exclusiva para reparar danos causados por ataques israelenses, enquanto que na agricultura engenheiros agrônomos formados em Beirute, na Síria, no Irã e na Alemanha, desenvolvem projetos agrícolas para garantir a base da economia de subsistência do sul do país.

Em 23 de Outubro de 1983, dois atentados suicidas contra a força multinacional de interposição fizeram 248 mortes de americanos e 58 mortes de franceses.

Em 2006, combatentes do Hizbollah e militares israelenses travaram uma guerra total, de um mês, pelo controle do sul do Líbano. O conflito só terminou com um cessar-fogo mediado pela ONU. 1287 libaneses (pelo menos 1140 civis, entre os quais 30% de crianças com menos de 12 anos) e 4 obsevadores da ONU foram mortos pelos ataques israelenses. Mais de 800 000 cidadãos libaneses perderam suas casas durante os bombardeios israelenses. 117 militares[29] e 43 civis israelenses foram mortos.[30]

Assassinato de Rafik Hariri[editar | editar código-fonte]

Em 14 de fevereiro de 2005, o ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri foi morto, junto com outras 21 pessoas, quando seu comboio foi atingido por uma bomba em Beirute. Ele havia sido PM de 1992 a 1998 e de 2000 a 2004. Em 2009, o tribunal especial das Nações Unidas para investigar o assassinato de Hariri teria encontrado evidências ligando Hezbollah ao assassinato.[31] Em 30 de junho de 2011, o Tribunal Especial para o Líbano, criada para investigar a morte de Hariri, emitiu mandados de prisão contra quatro altos membros do Hezbollah, incluindo Mustafa Badr Al Din.[32]

Em 3 de julho, o líder do Hezbolla, Hassan Nasrallah, rejeitou a acusação e denunciou o tribunal como uma conspiração contra o partido, prometendo que as pessoas nomeadas não seriam presas sob quaisquer circunstâncias.[33]

Ataque na Bulgária (2012)[editar | editar código-fonte]

Após uma investigação sobre o atentado terrorista no ônibus que transportava cidadãos israelenses na Bulgária, o governo búlgaro acusou oficialmente o movimento libanês Hezbollah de cometer o ataque.[34] Cinco cidadãos israelenses, o motorista búlgaro e o atacante foram mortos. A bomba explodiu quando os turistas israelenses embarcaram em um ônibus do aeroporto para o hotel.

Tsvetan Tsvetanov, o ministro do Interior da Bulgária informou que os dois responsáveis eram membros da ala militante do Hezbollah, ele disse que os suspeitos de terrorismo entraram na Bulgária em 28 de junho e permaneceram até 18 de julho. Israel já se suspeitava anteriormente do Hezbollah pelo ataque. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu chamou o relatório de "corroboração do que já se sabe: que o Hezbollah e seus iranianos patronos estão orquestrando uma campanha mundial de terror que está abrangendo países e continentes".[35] Netanyahu disse que o ataque foi na Bulgária apenas um dos muitos que o Hezbollah e o Irã têm planejado e executado, incluindo ataques na Tailândia, Quênia, Turquia, Índia, Azerbaijão, Chipre e Geórgia.[34]

John Brennan, diretor da Agência Central de Inteligência, disse que a investigação da Bulgária expõe Hezbollah pelo que ele é - um grupo terrorista que está disposto a atacar de forma imprudente inocentes homens, mulheres e crianças, e que representa uma ameaça real e crescente, não só para Europa, mas para o resto do mundo.”[36] O resultado da investigação búlgara vem num momento em que Israel vem tentando convencer a União Europeia a unir-se aos Estados Unidos para designar o Hezbollah como uma organização terrorista.[36]

Envolvimento na guerra civil da Síria[editar | editar código-fonte]

Na guerra civil síria, o Hizbollah está participando ativamente na luta, combatendo ao lado das forças do governo do presidente Bashar al-Assad.[37] [38] [39]

Em 27 de maio, forças da milícia Hezbollah estariam encabeçando uma ofensiva do governo sírio ao leste da área de Ghouta. A milícia libanesa, que apoia o regime democrático de Bashar al-Assad, eleito democraticamente pelo povo sírio com uma aprovação de mais de 80%, teriam tomado nove cidades na área de Al-Murj, perto do bairro de Ghouta.[40] Em junho, tropas de elite do Hezbollah ajudaram as forças do regime sírio a conquistar a cidade estratégica de al-Qusair.[41]

Os líderes sunitas da aliança 14 de Março e outras figuras libaneses proeminentes pediram ao Hezbollah para acabar com o seu envolvimento na Síria e disse que estão colocando o Líbano em risco.[42] Subhi al-Tufayli , ex-líder do Hezbollah, disse que "o Hizbollah não deve ser a defesa do regime criminoso que mata o seu próprio povo e que nunca disparou um tiro em defesa dos palestinos ". Ele disse que "os combatentes do Hezbollah que estão matando crianças e aterrorizando as pessoas e destruindo casas na Síria irão para o inferno".[43]

Referências

  1. Outras transliterações incluem Hezbollah, Hezbullah, Hezballah, Hizballah, Hisbollah, e Hizb Allah.
  2. Em português a sílaba tônica da palavra costuma ser a sílaba final (hizbolá), seguindo a pronúncia persa iraniana. No teatro de operações árabe do próprio Hizbollah, a sílaba tônica costuma ser colocada na segunda sílaba. Hizb ("partido") é a pronúncia do árabe moderno padrão, e hezb é a forma mais parecida ao persa e ao dialeto libanês. O nome vem do ayat (verso) corânico, que se refere àqueles que pertencem e seguem o "partido de Deus".[1].
    حزب الله, ḥezbu-'llāh(i), -u - marcador de caso nominativo em iḍāfa, "a" inicial (escrito como o alif: ا) em Allāh (الله) é mudo.
    O alif inicial (ا) costuma desaparecer nesta situação, em expressões como bi-'llaah(i), wa-'llaah(i), etc. O i final ("kasra") (frequentemente eliminado - é o marcador do caso genitivo). A primeira palavra termina em -u (ḍamma não-escrito) no caso nominativo, -a no acusativo, -i no genitivo.
    ḥizbu-'llāh(i) - nominativo
    ḥizbi-'llāh(i) - genitivo
    ḥizba-'llāh(i) - acusativo
  3. a b c Jamail, Dahr (20 de julho de 2006). Hezbollah's transformation Asia Times. Visitado em 23-10-2007.
  4. a b Hezbollah (a.k.a. Hizbollah, Hizbu'llah) Council on Foreign Relations (13 de setembro de 2008). Visitado em 15-9-2008.
  5. Acusan a Irán y la agrupación terrorista Hezbolá de haber perpetrado el atentado contra la AMIA
  6. British Home office - lista de grupos terroristas banidos
  7. UK ban on Hezbollah military arm BBC News (7 de fevereiro de 2008). Visitado em 12-12-2008.
  8. Australian National Security Listing
  9. arabmediawatch.com
  10. ISN Security Watch (11 de março de 2005). "EU lawmakers label Hezbollah 'terrorist’ group". (visitando em 3 de março de 2007).
  11. European Union Adds Military Wing of Hezbollah to List of Terrorist Organizations The New York Times. Visitado em 30 de julho de 2013.
  12. Who are Hezbollah BBC News (21 de maio de 2008). Visitado em 15-8-2008.
  13. a b Adam Shatz (29 de abril de 2004). In Search of Hezbollah The New York Review of Books. Visitado em 14-8-2006.
  14. a b desconhecido. The Hizballah Program (PDF) standwithus. com (StandWithUs). Visitado em 29-10-2007.
  15. a b Stalinsky, Steven. "An Islamic Republic Is Hezbollah's Aim." The New York Sun. 2 de agosto 2006. (visitado em 1 de novembro de 2007).
  16. Deeb, Lara (31 de julho de 2006). Hizballah: A Primer Middle East Report. Visitado em 31-7-2006.
  17. Briefing: Lebanese Public Opinion (Setembro-outubro de 2006). Visitado em 8-10-2007.
  18. "Huge Beirut protest backs Syria." BBC News. 8 de março de 2005 (visitado em 7 de fevereiro de 2007(.
  19. Ghattas, Kim (1 de dezembro de 2006). Political ferment in Lebanon BBC News. Visitado em 15-8-2008.
  20. Lebanese army moves into W. Beirut after Hezbollah takeover Haaretz. Visitado em 10 de maio de 2008.
  21. National unity government
  22. a b UN Office for the Coordination of Humanitarian Affairs (29 de março de 2006). LEBANON: The many hands and faces of Hezbollah. Visitado em 17-8-2006.
  23. Iranian official admits Tehran supplied missiles to Hezbollah
  24. Frykberg, MelL (2008-08-29). Mideast Powers, Proxies and Paymasters Bluster and Rearm Middle East Times. Visitado em 2008-08-29. "And if there is one thing that ideologically and diametrically opposed Hezbollah and Israel agree on, it is Hezbollah's growing military strength. ("E se tem uma coisa que Israel e o Hizbollah, ideológica e diametricamente opostos, concordam, é a respeito da crescente força militar do Hizbollah.")"
  25. Security council endorses secretary-general's conclusion on Israeli withdrawal from Lebanon as of 16 junho Conselho de Segurança das Nações Unidas (18 de junho de 2000). Visitado em 2006-09-29.
  26. "Em Bahrain, o ministro do Exterior descreveu o chefe da Hezbollah como terrorista".
  27. "O presidente do Egito pediu que o Hezbollah pare sua agressão ao povo Sirio".
  28. http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI2959425-EI294,00-Hezbollah+nega+ter+venezuelanos+acusados+pelos+EUA.html
  29. Timeline of the July War 2006. Página acessada em 10 de julho de 2013.
  30. PM says Israel pre-planned war (em en) BBC news (8 de março 2007). Visitado em 11 de julho 2013.
  31. New Evidence Points to Hezbollah in Hariri Murder, By Erich Follath
  32. "Hariri murder: UN tribunal issues arrest warrants", 30 junho 2011. Página visitada em 3 July 2011.
  33. "Hezbollah leader Nasrallah rejects Hariri indictments", 3 julho 2011. Página visitada em 3July 2011.
  34. a b Tsvetelia Tsolova"Bulgaria blames Hezbollah in bomb attack on Israeli tourists," Reuters (5 fevereiro 2013). Retrieved 5 maio 2013.
  35. Israel unlikely to retaliate after Bulgaria report. Times of Israel. Janeiro 2013
  36. a b Bulgaria: Hezbollah behind Burgas attack
  37. Hezbollah Commits to an All-Out Fight to Save Assad The New York Times. Visitado em 27 de maio de 2013.
  38. "Hezbollah increases support for Syrian regime, U.S. and Lebanese officials say". Página acessada em 11 de julho de 2013.
  39. "Hezbollah sent 5,000 fighters to help Assad, daily reports". Página acessada em 11 de julho de 2013.
  40. Ghouta, Hezbollah’s next target in Syria?
  41. "Hezbollah’s elite leading the battle in Qusayr region of Syria". Página acessada em 1 de julho de 2013.
  42. "March 14, PSP slam Hezbollah activities in Syria". The Daily Star, 19 February 2013. Retrieved 26 February 2013.
  43. "Hezbollah fighters dying in Syria will go to hell, Tufaili". Ya Libnan, 26 February 2013. Retrieved 26 February 2013.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Sites oficiais[editar | editar código-fonte]

Resoluções da ONU relacionadas ao Hizbollah[editar | editar código-fonte]

Outros links[editar | editar código-fonte]

  • Hezbollah: Financing Terror through Criminal Enterprise, Testemunho de Matthew Levitt, Audiência do Comitê sobre Segurança Nacional e Assuntos Governamentais, Senado dos Estados Unidos
  • Hizbullah's two republics, Mohammed Ben Jelloun, Al-Ahram, 15–21 de fevereiro de 2007
  • Inside Hezbollah, documentário e informação do programa Frontline/World, do canal PBS.
  • An Open Letter: The Hezbollah Program – cinco páginas extraídas do manifesto de 1985 do Hizbollah traduzidas para o inglês. O documento completo contém 20 páginas impressas, traduzidas para o inglês em Norton, Augustus. Amal and the Shi'a: Struggle for the Soul of Lebanon. Austin: University of Texas Press, 1987. ISBN 0-292-73039-X Especificamente: "Nass al-risala al-maftuha allati wajjaha hizb allah ila al-mustad'afin fi lubnan wa al-'alam [Text of an Open Letter Addressed by Hizballah to the Downtrodden in Lebanon and in the World]", apêndice B, p. 167–187.</ref>
  • Hizbullah – the 'Party of God'Ynetnews