Nova Caledónia

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Nouvelle-Calédonie
Nova Caledónia
Emblema
Emblem of New Caledonia.svg
Bandeira Brasão de armas da Nova Caledónia
Lema: Liberté, Égalité, Fraternité
(Francês: "Liberdade, Igualdade, Fraternidade")
Hino nacional: A Marselhesa
Gentílico: neocaledónio (português europeu)
neocaledônio (português brasileiro)

Localização de Nova Caledónia

Capital Nouméa
22° 16′ S 166° 27′ E
Cidade mais populosa Nouméa
Língua oficial francês mais 28 línguas não oficiais faladas por minorias étnicas
Governo Território dependente
 - Presidente de França François Hollande
 - Alto Comissário Vincent Bouvier
 - Presidente do Governo Philippe Germain
 - Coletividade francesa ultramarina desde 1853 
Área  
 - Total 18 575 km² (154.º)
 - Água (%) n/d
População  
 - Estimativa de Jan. 1, 2008 244 600[1] hab. (176.º)
 - Censo Aug./Sept. 2004 230 789[2] hab. 
 - Densidade 12,8 hab./km² (211.º)
PIB (base PPC)
 - Total US$ 8,85 bilhões USD(português brasileiro)
8,85 mil milhões USD[3]  
 - Per capita US$ 35 436 USD[3]  
IDH (2005) 0,878 (34.º) – elevado
Moeda Franco CFP
Fuso horário UTC (UTC+11)
Clima tropical marinho
Cód. Internet .nc
Cód. telef. +687
Website governamental http://www.gouv.nc/

Mapa de Nova Caledónia

Nova Caledónia (português europeu) ou Caledônia (português brasileiro) (em francês: Nouvelle-Calédonie, pronunciado: [nuvɛl kaledoni]) é um arquipélago da Oceania situado na Melanésia — alguns graus a norte do Trópico de Capricórnio. Trata-se de uma comunidade conhecida como sui generis, ou «de sua própria espécie», anexado à França e não um território de ultramar[4] [5] . O Acordo de Nouméa cria um estatuto especial para o território, além de prever para 2014 um referendo local sobre sua independência ou a manutenção do estatuto como parte da República Francesa. A Nova Caledónia é a porção de terra mais distante do seu respectivo país soberano, estando localizada a aproximadamente 16 000 km de distância da França continental. Possui uma superfície de 18 575 km². Está situada no Oceano Pacífico, 1 500 km a leste da Austrália e 2 000 km a norte da Nova Zelândia. Seu código postal começa com 988. Tem o status de pays d'outre-mer (país ultramarino) desde 1998.

História[editar | editar código-fonte]

Imagem de satélite da Nova Caledónia.

Há 6 000 anos, habitantes do litoral sul da China, plantadores de milho e arroz, começaram a atravessar o Estreito de Taiwan. Por volta de 2000 a.C. as migrações partiam de Taiwan para as Filipinas. Novas migrações partem das Filipinas para as ilhas Celebes e de Timor, depois para outras ilhas do arquipélago indonésio. Em 1500 a.C. outro movimento migratório conduz-se das Filipinas para a Nova Guiné, e não apenas, mas para outras ilhas do Pacífico. Os austronesianos são, provavelmente, os primeiros navegadores da história da humanidade.

Como atestam fragmentos de cerâmica Lapita encontrados, os primeiros habitantes da Nova Caledónia teriam colocados os pés no território há cerca de 3 000 anos. Foram encontrados Lapita do período de 1300 a 200 a.C. Durante o período, tribos Naia oundjo e canaco (termo que vem da língua havaiana) dominam a arte de utilizar pedra polida e sua civilização é baseada na cultura da terra (principalmente no cultivo de batata doce e inhame). Durante rituais de guerra, as tribos praticavam canibalismo.

Em 4 de Setembro de 1774, James Colnett avistou uma terra desconhecida no horizonte. A bordo do navio estava o navegador e explorador inglês James Cook. Cook nomeou a terra como New Caledonia em homenagem à Escócia. Na verdade, disseram que o aspecto da costa os teria lembrado desta região do atual Reino Unido. Caledônia é, em latim antigo, correspondente à Escócia.

É provável que em 1788 a expedição francesa liderada por La Pérouse tenha reconhecido a costa ocidental da ilha, a bordo do L'Astrolabe e do La Boussole, pouco antes de um naufrágio sobre o recife Vanikoro nas Ilhas Salomão. Em 1793, o contra-almirante francês Antoine Bruny d'Entrecasteaux, que partiu em 1791 a pedido de Luís XVI de França para encontrar La Pérouse, passou ao largo da Nova Caledónia, reconhecendo a costa oeste da Grande Terre, incluindo as Ilhas Lealdade. No entanto, a recente descoberta foi atribuída ao explorador francês Jules Dumont d'Urville, em 1827, que foi o primeiro a localizá-las com precisão num mapa.

A partir de 1841, missionários começam a se instalar no local. Sobre o lado católico, Irmãs Maristas, lideradas pelo Monsenhor Douarre, que é nomeado vigário apostólico da Nova Caledónia, se instalam em 1843, mas rapidamente os missionários foram expulsos em 1847.

Mapa histórico da Nova Caledónia encontrado na enciclopédia alemã Meyers Konversations-Lexikon.

Em 1851 os maristas da França e os protestantes do Reino Unido regressam ao arquipélago, agora com ajuda de seus respectivos países e conquistam um lugar definitivo nas ilhas.

A Nova Caledônia é finalmente proclamada colônia francesa em 24 de Setembro de 1853 pelo contra-almirante francês Febvrier-Despointes.

Em 25 de Junho de 1854, militares franceses fundaram a sudoeste da Nova Caledónia a base de Port-de-France para servir como principal cidade na colônia. Simples guarnição que rapidamente se torna uma cidade pequena e leva o nome de Nouméa, aportuguesado para Numeá, em 2 de Junho de 1866.

Depois da Comuna de Paris, a Nova Caledónia serve como um local de deportação para muitos velhos comunistas condenados pelo conselho de guerra criado pelo Governo de Defesa Nacional.

No final do século XIX e início do século XX diversas tentativas de colonização fracassam.

Em 1931, um grupo de canacos são expostos como canibais dentro de caixas, no jardim de aclimatação do Bosque de Bolonha, por ocasião da Exposição Colonial Internacional (1931) de Paris [6] .

Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1940, a Nova Caledónia oficializa seu apoio à França Livre e torna-se, a partir de 12 de março de 1942, uma base importante na guerra contra o Japão.

Depois da guerra, a França abandona o termo colônia e suprime o código de cidadania. Em paralelo, o território está experimentando rápido e importante crescimento econômico graças a exploração do "ouro verde", e também graças ao boom do níquel, do qual a Nova Caledónia passaria a ser o terceiro maior produtor mundial.

O ano de 1980 viu tensões entre opositores e partidários da independência alcançar seu clímax. Confrontos aumentaram após revoltas quase generalizadas durante o período conhecido como "Eventos" (1984–1988). A violência atingiu um ponto culminante em 1988 com a Tomada de Reféns de Ouvéa.

Este episódio empurra os dois lados, e seus dirigentes, para negociar a assinatura do Acordo de Matignon em 26 de Junho de 1988, que prevê a criação de um estatuto transitório de 10 anos e a organização de um referendo sobre a autodeterminação, para que os neocaledónios se pronunciem a favor ou contra a independência. Este acordo é complementado pelo Acordo de Nouméa em 5 de Maio de 1998, que prevê o estabelecimento de uma forte autonomia. O último referendo sobre a questão do futuro institucional (ou manutenção da autonomia dentro da República Francesa) será realizado entre 2014 e 2018.[7]

Demografia[editar | editar código-fonte]

Mulheres do povo canaco.

Sua população é dividida entre os canacos, autóctones e cerca de 45% da população; os habitantes de origem europeia, 37%; e o restante é formado por polinésios, vietnamitas, indonésios e chineses.

Economia[editar | editar código-fonte]

Na estrutura econômica da Nova Caledônia, salienta-se o sector terciário com cerca de 40%, a agricultura com 32% e, por fim, a indústria com 28%. Em particular, a Nova Caledónia depende substancialmente da procura mundial de níquel, onde está entre os grandes produtores mundiais, e o turismo vindo de França, Japão e Austrália tem já uma certa importância na economia deste território.

Cultura[editar | editar código-fonte]

Esportes[editar | editar código-fonte]

A Nova Caledônia possui o maior número de medalhas nos Jogos do Pacífico: 1638 medalhas.[carece de fontes?]

Independência[editar | editar código-fonte]

A Nova Caledónia já participa de jogos como o Jogos do Pacífico como uma nação. É considerado um país ultramarino há mais de vinte anos.

A França pretende, no dia 1 janeiro de 2018, referendar a independência da Nova Caledónia.[8] Segundo a França a Nova Caledónia pode fazer parte do território francês completo, ou a tão sonhada indepedência. Mas nas eleições regionais do passado 12 de Maio, os caledónios elegeram a presidente anti-independentista Cynthia Ligeard, vincando, sem margem para dúvidas, os laços com a França.[8]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. (francês) Institut de la statistique et des études économiques de Nouvelle-Calédonie (ISEE). Bilan économique et social 2007 – Démographie (página 11) (PDF). Página visitada em 2008-05-29.
  2. (francês) INSEE, Government of France. Recensement général de la population en Nouvelle-Calédonie – 2004. Página visitada em 2007-06-24.
  3. a b Chiffres clés Institut de la statistique et des études économiques de Nouvelle-Calédonie (ISEE). Visitado em 30 de janeiro de 2013..
  4. Les différents types de collectivités en outre-mer
  5. CE 13 décembre 2006, N° 279323: « Considérant, en second lieu, que la Nouvelle-Calédonie n'est pas régie par le titre XII de la Constitution relatif aux collectivités territoriales de la République mais par son titre XIII, qui lui est spécifiquement consacré et que son organisation et ses compétences sont déterminées, dans le respect de l'accord signé à Nouméa le 5 mai 1998, par la loi organique du 19 mars 1999, laquelle ne la qualifie pas de collectivité territoriale »
  6. Joël Dauphiné en fait un récit détaillé dans son livre intitulé Canaques de la Nouvelle-Calédonie à Paris en 1931 – de la case au zoo (éd. L'Harmattan – 1998)
  7. Sarkozy calls for dialogue over New Caledonia violence France 24 (2011-08-26). Visitado em 2013-01-30.
  8. a b Mário Pereira (29 de Junho de 2014). A autonomia “agridoce” da Nova Caledónia Mário Pereira. Visitado em 10 de Junho de 2015.