Leonel Brizola

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Leonel Brizola
55° Governador do Rio de Janeiro Rio de Janeiro
Período 15 de março de 1991
até 1 de abril de 1994
Vice-governador Nilo Batista
Antecessor(a) Moreira Franco
Sucessor(a) Nilo Batista
53° Governador do Rio de Janeiro Rio de Janeiro
Período 15 de março de 1983
até 15 de março de 1987
Vice-governador Darcy Ribeiro
Antecessor(a) Chagas Freitas
Sucessor(a) Moreira Franco
Deputado federal pela Guanabara Guanabara
Período 14 de maio de 1963
até cassado pelo Ato Institucional N.1 em 9/04/1964
23.º Governador do Rio Grande do Sul Rio Grande do Sul
Período 29 de março de 1959
até 25 de março de 1963
Vice-governador Nenhum
Antecessor(a) Ildo Meneghetti
Sucessor(a) Ildo Meneghetti
26° Prefeito de Porto Alegre Bandeirapoa.jpg
Período 1 de janeiro de 1956
até 29 de dezembro de 1958
Vice-prefeito Tristão Sucupira Viana
Antecessor(a) Martim Aranha
Sucessor(a) Tristão Sucupira Viana
Vida
Nome completo Leonel de Moura Brizola
Nascimento 22 de janeiro de 1922
Carazinho, RS
Morte 21 de junho de 2004 (82 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade  Brasileiro
Dados pessoais
Alma mater Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Primeira-dama Neusa Goulart
Partido PTB
PDT
Religião Metodista
Profissão Engenheiro civil

Leonel de Moura Brizola[3] (Carazinho, 22 de janeiro de 1922Rio de Janeiro, 21 de junho de 2004) foi um engenheiro civil e político brasileiro.

Lançado na vida pública por Getúlio Vargas, foi o único político eleito pelo povo para governar dois estados diferentes (Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro) em toda a história do Brasil.[1] Exerceu também a presidência de honra da Internacional Socialista.

Nascido no vilarejo de Cruzinha, hoje interior de Carazinho, então pertencente ao município de Passo Fundo, era filho de camponeses migrados de Sorocaba. Batizado como Itagiba de Moura Brizola, cedo adotou o nome de um líder maragato da Revolução de 1923, Leonel Rocha.

Foi prefeito de Porto Alegre, deputado estadual e governador do Rio Grande do Sul, deputado federal pelo Rio Grande do Sul e pelo extinto estado da Guanabara, e duas vezes governador do Rio de Janeiro.[2]

Sua influência política no Brasil durou aproximadamente cinquenta anos, inclusive enquanto exilado pelo Golpe de 1964, contra o qual foi um dos líderes da resistência.

Por duas vezes foi candidato a presidente do Brasil pelo PDT, partido que fundou em 1980, não conseguindo ser eleito. Morreu aos 82 anos de idade, vitimado por problemas cardíacos.[3]

Em concurso realizado pelo SBT e pela BBC de Londres em 2012, foi eleito um dos 100 maiores brasileiros de todos os tempos, ocupando a 47ª posição.[4]

Vida política[editar | editar código-fonte]

A vida política de Brizola pode ser dividida em três fases: antes do Golpe de 1964, vida no exílio e pós-anistia.

Vida política antes do Golpe de 1964[editar | editar código-fonte]

Ingressou na política partidária no antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), na condição de um dos fundadores, junto com quadros como José Vecchio e outros quadros oriundos do Movimento Queremista. De imediato, Brizola, junto com Fernando Ferrari, Wilson Vargas, Sereno Chaise e Ney Ortiz Borges, fundaria a primeira agremiação juvenil do PTB, a Ala Moça.[1]

Leonel Brizola seria o primeiro presidente da agremiação. Suas atividades na construção de núcleos da Ala Moça e de diretórios municipais do PTB no interior do Rio Grande do Sul renderia a sua primeira candidatura a cargo eletivo, com o apoio dos próprios jovens trabalhistas da Ala Moça e com a recomendação pessoal de Getúlio Vargas – seu padrinho de casamento. Foi eleito deputado estadual às 38ª e 39ª Legislaturas da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, de 1947 a 1955.[5]

Casado com Neusa Goulart, irmã do ex-presidente João Goulart, com ela teve três filhos: Neusinha, José Vicente e João Otávio. Exerceu considerável influência política durante o mandato de seu cunhado. Alguns historiadores citam que Brizola, por muito tempo, pressionava Goulart para ser nomeado Ministro da Fazenda, e que suas pretensões eleitorais para com uma Reforma Agrária (bem como de outros líderes da esquerda, como Miguel Arraes) tenham sido um dos ignitores do Golpe de 1964, provocado pelos militares e setores conservadores da sociedade.[2] Brizola não se incomodava em usar a frase "Cunhado não é parente, Brizola pra presidente" como slogan pré-eleitoral (na época, havia lei que impedia que parentes do presidente concorressem à sua sucessão). Pesquisas eleitorais visando o não realizado pleito presidencial de 1965 apontavam Brizola como um dos três candidatos com reais chances de vitória, ao lado de Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda.

A renúncia de Jânio Quadros[editar | editar código-fonte]

Brizola era o 23º governador do Rio Grande do Sul no período republicano quando o presidente Jânio Quadros renunciou, em agosto de 1961. Foi ele quem comandou a resistência civil às pretensões golpistas dos militares e segmentos conservadores e oligárquicos da classe política de impedir a posse do vice-presidente constitucionalmente reeleito, pelo voto popular, João Goulart, ocasião em que corajosamente deflagrou a chamada "Campanha da Legalidade".

Em 1962, Brizola se elege deputado federal pelo extinto estado da Guanabara pela sigla do PTB. Recebeu a maior votação no país até aquela data, com um total de 269 mil votos. Para se ter uma noção, Amaral Netto, candidato pela UDN, ficou com "somente" 123.383 votos.

Como deputado federal, Brizola passou a promover debates e conferências por todo o país. Numa destas conferências, em Belo Horizonte, foi impedido de falar por um grupo de senhoras religiosas, orientadas por setores conservadores (o que o levou a sugerir que a democracia não se acovardaria frente a rosários, causando certo mal estar em um país de maioria católica).

O governo Jango[editar | editar código-fonte]

Durante o mandato na Câmara Federal, Brizola lutou para que o governo Jango adotasse as Reformas de Base, que tocavam em temas que seriam símbolo de sua carreira política (como a limitação da remessa de lucros ao exterior e a Reforma Agrária). Estes temas incomodavam os latifundiários e os norte-americanos, que acusavam Jango de estar adotando práticas comunistas. Tornou-se um dos líderes da Frente de Mobilização Popular.

Em 1963, Brizola conclamou a população a se organizar em grupos de onze pessoas, movimento que ficou conhecido como "grupos dos 11", para pressionar o governo a realizar mais rapidamente as Reformas de Base. Naquele tempo Brizola e outros grupos de esquerda estavam afastados do presidente, por julgar que Jango tentava conciliar demais com as forças conservadoras.

No ano de 1964, o Brasil presenciou o ponto culminante da radicalização ideológica entre esquerda e direita. Eram tido como esquerdistas políticos pró-Jango, setores legalistas do alto-comando das Forças Armadas, ala progressista da Igreja Católica. Militares de baixa patente (cabos e sargentos) e estudantes de universidades adeptos das Reformas de Base também se somavam a esse grupo. Os líderes de maior expressão da esquerda, além de Jango e Brizola, eram Miguel Arraes e Francisco Julião.[6] Para a direita convergiam políticos antijanguistas, setores não-legalistas do alto comando militar, núcleos conservadores da Igreja, banqueiros, grande empresariado urbano e rural e estudantes de alta classe social, contrários às reformas. As lideranças de maior destaque deste grupo eram Carlos Lacerda, Magalhães Pinto e Ademar de Barros.

No dia 13 de março, Jango promoveu um grande comício em frente a Central do Brasil (que ficou conhecido como Comício das Reformas ou Comício da Central),[7] no Rio de Janeiro, onde Brizola fez um discurso inflamado que acusava o Congresso de ir contra as aspirações populares, pedindo uma Assembleia Constituinte.

Nessa época, Brizola assustava os conservadores, devido ao radicalismo das propostas; temiam um auto-golpe de Jango que estabeleceria um regime no estilo Cubano, alijando do poder as classes até então dominantes e cessando seus privilégios. O cenário mundial favorecia o medo de um "perigo comunista", na medida em que China, Cuba e Vietnã, no contexto da Guerra Fria, passavam por revoluções comunistas e implementavam o regime. A mídia norte-americana também ajudava a criar esse clima de "caça às bruxas", pois os Estados Unidos temiam um regime socialista no Brasil, considerado por eles como sua área de influência.

O golpe[editar | editar código-fonte]

Em 1 de abril de 1964 os militares depõem Jango do poder, com apoio de setores da sociedade temerosos com o rumo esquerdizante do governo Goulart. As promessas de manutenção da democracia e de realização das eleições presidenciais de 1965 não foram cumpridas e uma ditadura militar se instalou no Brasil, perdurando por 21 anos, causando perseguições políticas, torturas, abusos de poder e assassinatos.

Os dias seguintes ao golpe[editar | editar código-fonte]

Brizola tentou organizar uma resistência ao golpe a partir do Rio Grande do Sul, para onde se dirigiu João Goulart no dia 2 de abril de 1964; Jango preferiu não ouvir os conselhos de Brizola e general Ladário Teles, que desejavam a luta armada, pois considerava um preço muito alto a ser pago pelo derramamento de sangue e preferiu sair do Brasil rumando para o exílio no Uruguai. Sem apoio, Brizola também foi para lá, onde viveu alguns anos, até ser perseguido naquele país, por intervenção do regime militar brasileiro. Seu nome estaria na primeira lista de cassados pelo Ato Institucional Número Um, em 10 de abril de 1964, junto com 102 pessoas, incluindo João Goulart, Jânio Quadros, Luís Carlos Prestes e Celso Furtado.

Vida no exílio[editar | editar código-fonte]

No Uruguai, Brizola acabou se tornando um ponto focal para o encontro de outros descontentes com o regime militar. Assim que chega, reúne todos os exilados em um cinema e faz um discurso inflamado,[8] iniciando a organização do grupo de exilados e criando o embrião do que viria se tornar o Movimento Nacionalista Revolucionário, possivelmente o desencadeador da luta armada no Brasil.[9]

Em janeiro de 1965, Brizola teria assinado o Pacto de Montevidéu, que criava uma frente revolucionária, a Frente Popular de Libertação. Teriam assinado também Max da Costa Santos, José Guimarães Neiva Moreira,[10] Darcy Ribeiro e Paulo Schilling, além de representantes da Ação Popular (AP), com Aldo Arantes, do Partido Comunista Brasileiro (PCB), com Hércules Correia dos Reis, do Partido Operário Revolucionário Trotskista (PORT), com Cláudio Antônio Vasconcelos Cavalcanti, e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).[11] A Frente, que deveria organizar ações de sabotagem e guerrilha, não chegou a nenhum resultado prático.

Segundo esta fonte, sua estratégia incluía iniciar três focos de guerrilha simultâneos: no norte do Rio Grande do Sul, sob a liderança de Amadeu Felipe da Luz Ferreira, ex-sargento; no centro do Brasil, sob a liderança de Flávio Tavares; e no Mato Grosso, sob a liderança de Dagoberto Rodrigues. O grupo de Amadeu acabaria transferido para Caparaó, região da Serra do Mar,onde se organizou mas acabou se rendendo sem combates.[12] [ligação inativa]

Já em 1967 o MNR estava destroçado pela repressão e se dissolveria, indo parte de seus militantes para a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e outra fundando o Movimento Armado Revolucionário (MAR).[13]


Segundo Darcy Ribeiro,[14] Brizola continuaria no Uruguai tentando organizar a luta armada contra a ditadura, até ser expulso e conseguir asilo, surpreendentemente, nos Estados Unidos e depois em Lisboa, onde, com o apoio de Moniz Bandeira, iniciaria os contatos com Internacional Socialista, Mário Soares, Willy Brandt, François Mitterrand e planejaria a reorganização do PTB.

Pós-anistia[editar | editar código-fonte]

Com a anistia brasileira de fins da década de 1970, retornou ao Brasil. Com a reversão do sistema bipartidário antes imposto pelo regime militar, Brizola quis assumir a antiga legenda PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), mas perdeu a disputa do registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral - TSE para Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio.[1] Fundou, então, juntamente com outros trabalhistas históricos e novos simpatizantes, o PDT. O partido viria a se juntar à Internacional Socialista em 1986, quando Brizola foi elevado a vice-presidente da entidade. (Poucos meses antes de morrer, Brizola foi feito presidente de honra da IS).[6]

Na primeira eleição de que participa após o exílio, Brizola é eleito governador do Rio de Janeiro no ano de 1982. A eleição vinha sendo disputada por Sandra Cavalcanti (PTB), Lysâneas Maciel (PT), Moreira Franco (PDS) e Miro Teixeira (PMDB), que perdem força com a entrada de Brizola no páreo. Tal eleição foi marcada pelo caso Proconsult.

O projeto principal e mais polêmico de suas duas gestões no governo fluminense foram os Centros Integrados de Educação Pública, os Cieps. Trata-se de escolas idealizadas, na sua concepção pedagógica, pelo professor Darcy Ribeiro. Seus prédios diferenciam-se bastante do de escolas tradicionais e têm o desenho arquitetônico de Oscar Niemeyer. Foram construídos, na sua maioria, em favelas e regiões da periferia da capital e do estado. Isso consolidou o que se poderia denominar de brizolismo entre os eleitores destas áreas que batizaram os Cieps de Brizolões.

Os opositores diziam que os Cieps eram "caros, de custosa manutenção", ignorando a importância do projeto, que visava a manter crianças dentro do ambiente escolar durante a maior parte do dia. E ainda acusavam Brizola de "utilizar os centros como arma de propaganda eleitoral" visando à conquista do eleitorado de outros estados pois muitos foram erguidos na beira de rodovias. Após o governo Brizola, os CIEPs foram, em grande parte, sucateados pelos seus sucessores.

Embora tenha sido um dos mais exaltados opositores das ações do governo Collor, principalmente no tema das privatizações, Brizola estabeleceu relações cordiais com o presidente, justificando-as como necessário relacionamento respeitoso entre um governador de estado e o presidente, em face dos interesses da administração pública. Foi um crítico severo da CPI que investigava o esquema de Paulo César Farias pelas vinculações que os integrantes da CPI atribuíam entre o esquema PC e o presidente da República e afirmava que o presidente estava sofrendo um golpe. Esse fato causou um desgaste enorme para Brizola junto ao seu eleitorado e aos seus aliados políticos. Após isso, Brizola não conseguiu mais vencer nenhuma eleição que disputou.

Em 1998 apoiou o candidato de seu partido ao governo do estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho. A vitória deste na eleição levou o brizolismo de volta ao poder estadual. Entretanto, Anthony Garotinho acabou por distanciar-se das ideias de Brizola e deixou o PDT.

O discurso brizolista[editar | editar código-fonte]

Brizola era facilmente reconhecido por sua forma de falar e por seu pensamento. Sua fala, carregada do sotaque e de expressões gaúchas que parecia cultivar, era quase que uma marca registrada. Não era difícil imitá-lo.

Sua retórica era inflamada. Não perdia oportunidade para criar caricaturas verbais de seus oponentes, como ao chamar Lula de "Sapo Barbudo", Paulo Maluf de "Filhote da ditadura" e Moreira Franco de "Gato Angorá".[1] Era um orador carismático, capaz de provocar reações fortes entre partidários e adversários.

Seu discurso era baseado em pontos como a valorização da educação pública e a questão das "perdas internacionais" (pagamento de encargos da dívida externa e envio de lucros ao exterior).[6]

Realizações[editar | editar código-fonte]

Leonel Brizola.
Como secretário de Obras
  • Ponte sobre o rio Guaíba
  • Ponte sobre o rio Pardo
  • Reaparelhamento do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER).
  • Ampliação e construção de estradas
  • Estação Ferroviária Diretor Augusto Pestana, em Porto Alegre
  • Implantação do trem diesel Minuano
  • Melhorias no Aeroporto Salgado Filho
  • Reequipamento do Departamento Aeroviário do Estado
  • Reaparelhamento do Departamento de Portos, Rios e Canais
  • Implantação de 23 portos lacustres e fluviais
  • Construção de 40 hidráulicas no interior do Estado
  • Início da construção de grande número de escolas públicas.
Como prefeito de Porto Alegre
  • Construção de 137 escolas primárias para 35 mil alunos;
  • Canalização de água em todas as vilas populares;
  • Implantação de 110 km de rede de água
  • Implantação de mais de 80 km de rede esgoto
  • Construção da Hidráulica São João e aumento das hidráulicas Moinhos de Vento| e Cristo Redentor
  • Remodelação, alargamento e iluminação de avenidas;
  • Dragagem e aterro do rio Guaíba;
  • Renovação da frota de ônibus públicos;
  • Implantação dos ônibus elétricos trolleybus;
  • Criação do Parque Saint'Hilaire;
  • Remodelação e construção de grande número de parques e campos populares de futebol;
  • Criação do Programa Integrado de Reaparelhamento de Equipamentos Rodoviários

Principais ações como governador do Rio Grande do Sul[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Governo Brizola no Rio Grande do Sul

Educação

A principal realização de Brizola no Rio Grande do Sul (1959-1963) foi a multiplicação das escolas. Como governador do estado repetiu, em escala estadual, o que já havia feito em seu mandato como prefeito de Porto Alegre. Criou uma rede de ensino primário e médio que antigiu os municípios mais distantes, inclusive nas zonas do pampa. Foram construídas 5.902 escolas primárias, 278 escolas técnicas e 131 ginásios, abrindo 700 mil novas matrículas e contratando 42 mil novos professores.

Estatização de empresas estrangeiras

Uma das medidas mais polêmicas na carreira política de Brizola foi a encampação das empresas norte-americanas Bond and Share e ITT. Tal fato gerou mal estar nas relações Brasil - Estados Unidos.

Reforma agrária

A constituição gaúcha garantia a entrega de terras aos agricultores, sempre que surgissem abaixo-assinados, com o mínimo de cem firmas, solicitando as terras. Brizola estimulou os abaixo-assinados em acampamentos de agricultores e criou o Instituto Gaúcho de Reforma Agrária (IGRA).

Principais ações como governador do Rio de Janeiro[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Governo Brizola no Rio de Janeiro

Educação

Os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) foram o principal projeto educacional dos dois governos Brizola no Rio de Janeiro. Idealizados e planejados por Darcy Ribeiro na parte organizacional e pedagógica, e por Oscar Niemeyer na concepção arquitetônica.

Sambódromo
Com Niemeyer, em 2002, na casa do arquiteto.

Em 1983, Brizola encomendou a Oscar Niemeyer o projeto de construção de um espaço definitivo para os desfiles das escolas de samba, ponto alto do carnaval carioca. Até então as arquibancadas eram montadas e desmontadas e o local do espetáculo não era fixo. Daí surgiu a Passarela do Samba Darcy Ribeiro, conhecido nacionalmente como Sambódromo.

Linha Vermelha

Em 1992 o Brasil sediou a conferência Rio 92 que reuniu chefes de Estado do mundo todo para discutir temas relacionados ao meio ambiente. Preocupado com o deslocamento das autoridades, Brizola deu início, em parceria com o governo federal, a construção da Via Expressa Presidente João Goulart, mais conhecida como Linha Vermelha.

Universidade Estadual do Norte Fluminense

Inaugurada em 1993, com sede em Campos dos Goytacazes e unidades em Macaé (Petróleo e Gás), Itaperuna (Engenharia Agrária), Santo Antônio de Pádua (Veterinária) e Itaocara (Agricultura), é uma universidade modelada no MIT, com objetivo à formação de cientistas e tecnólogos.

Suas instalações foram projetadas por Oscar Niemeyer.

Polêmicas[editar | editar código-fonte]

Brizola.

PTB[editar | editar código-fonte]

Em 1979, o Brasil teve a anistia e os que foram exilados pelo regime militar puderam retornar ao país. Brizola retorna e, com a nova lei partidária, tenta reorganizar seu antigo PTB. Porém, Ivete Vargas o derrota na justiça e consegue para si a sigla partidária. De acordo com a avaliação de Brizola e demais dirigentes do PDT, o PTB de Ivete Vargas passou a ser um partido de direita (como de fato acabou por distanciar-se do seu passado trabalhista). Em 1982 a legenda de Ivete lança como candidato ao governo paulista Jânio Quadros e para o fluminense Sandra Cavalcanti. Ambos militaram na antiga UDN, partido de direita rival dos trabalhistas. O atual PTB nega que seja um partido de direita, embora tenha uma postura identificada como tal desde seu ressurgimento, em 1980.[2] A cena em que Brizola rasga uma folha de papel com a inscrição PTB, numa coletiva à imprensa, é a marca simbólica do fim de um sonho para os brizolistas.

Neusinha Brizola[editar | editar código-fonte]

A imprensa explorou bastante os atritos públicos que ele teve com sua filha Neusa Maria Goulart Brizola. Quando jovem se lançou na carreira de cantora, emplacando um único sucesso: Mintchura (1980). Às vésperas das eleições municipais, Neusinha posou nua para a Revista Playboy. Chegou a fazer as fotos, mas seu pai - então governador - impediu a revista de publicá-las, contra a vontade de Neusinha e o contrato assinado por ela. Além disso, a imprensa noticiava com frequência o envolvimento de Neusinha com as drogas, por conta de sua dependência química.[6] Os escândalos e sua consequente exploração política pela imprensa geraram o rompimento de relações entre Brizola e Neusinha. Posteriormente, pai e filha se reconciliaram. Muitos citavam o fato de que Neusinha era dependente de drogas, como uma das justificativas para que Brizola proibisse incursões policiais às favelas.

Rock in Rio[editar | editar código-fonte]

Após o termino da primeira edição do festival, Brizola mandou demolir a Cidade do Rock (local do evento), já que a organização do evento pedira o uso do terreno em caráter provisório, mas queria manter a posse após o fim do festival. Cumprindo determinação judicial, Brizola ordenou sua demolição para a reintegração de posse ao patrimônio do Estado.

Plano Cruzado[editar | editar código-fonte]

Em março de 1986 o presidente Sarney e sua equipe econômica liderada pelo ministro da fazenda Dilson Funaro lançaram o Plano Cruzado de combate à inflação, sendo o principal ponto o congelamento dos preços. Sarney apelava à população para que todos se tornassem fiscais e denunciassem fraudes ao congelamento de preços. A popularidade de Sarney aumentou num ano de eleição para os governos estaduais. No programa de televisão de seu partido, Brizola denunciou que o plano econômico era apenas uma estratégia para garantir a vitória do PMDB, partido de Sarney, na maioria dos estados e que depois das eleições a inflação voltaria. A previsão de Brizola veio a se confirmar: o PMDB elegeu governadores em 22 dos 23 estados da época e após as eleições houve a liberação dos preços, com a volta da inflação.

Briga com a Rede Globo[editar | editar código-fonte]

Marcaram bastante na carreira de Brizola os desentendimentos que teve com os grandes monopólios da comunicação, em especial com as Organizações Globo.

Roberto Marinho, que controlava o jornal O Globo e a Rádio Globo, fez pressão contra Brizola quando este postulava o cargo de Ministro da Fazenda de João Goulart. Marinho foi um dos empresários que apoiou o Golpe de 1964, golpe que forçou Brizola a ir para o exílio.

Em 1982 Roberto Marinho foi acusado de participar do caso Proconsult, que visava impedir a vitória de Brizola na eleição para governador de 1982, favorecendo Moreira Franco. O plano de fraude eleitoral foi denunciado pelo Jornal do Brasil e abortado após Brizola denunciá-lo pessoalmente na imprensa.

Em 1984 Brizola quebrou o monopólio da Rede Globo nas transmissões de carnaval, concedendo o direito também à Rede Manchete. A emissora de Marinho então desistiu de cobrir o evento. A expressiva queda de audiência durante os desfiles fizeram a Globo recuar e aceitar transmitir o evento a partir de 1985 em pool com a Manchete.

Em 1989 Brizola, que liderava as pesquisas de opinião para eleição presidencial, se sentiu sabotado pela Rede Globo após esta ter veiculado acusações pessoais contra ele em rede nacional. Brizola encarou o fato como um favorecimento da Globo a candidatura de Fernando Collor de Melo, ex-governador de Alagoas e que acabou por vencer o pleito.

Em 1992, Roberto Marinho, em um editorial no jornal O Globo e no noticiário Jornal Nacional, chamou Brizola de "senil". Isso valeu direito de resposta a Brizola no Jornal Nacional, que foi lido por Cid Moreira, dois anos depois, em 1994.

Ainda em 1994, Brizola teve outro sério atrito com a TV Globo, após exibição de uma reportagem sobre Neusinha Brizola, onde ela lhe fazia pesadas críticas. Anos depois, Brizola ganharia direito de resposta na emissora.

"El Ratón"[editar | editar código-fonte]

Algum tempo após ser obrigado a ir para o exílio, surgiram comentários sobre Brizola ter obtido apoio financeiro do presidente de Cuba Fidel Castro para a organização de um movimento armado contra o regime militar brasileiro. Fidel então teria dado a Brizola cerca de 1 milhão de dólares para financiar a denominada Revolução Socialista no Brasil.

Embora considerado um boato por alguns, há dois livros que tratam do assunto, e que mostram que não se trata de uma "invenção".

O capitão José Wilson da Silva, em seu livro: O Tenente Vermelho (Editora Tchê!, 248 páginas) e em entrevista ao Jornal Opção, contou que o grupo de Brizola recebeu 1 milhão de dólares de Cuba. Os primeiros 500 mil dólares foram repartidos, em partes iguais, entre Brizola, João Goulart e Darcy Ribeiro. Depois, com intermediação de Lélio Carvalho (não citado por Leite Filho), Fidel enviou mais 500 mil dólares. O dinheiro, repassado por Darcy Ribeiro, teria financiado a Guerrilha de Caparaó. José Wilson chegou a atritar-se com Brizola, mas em nenhum momento diz que o líder trabalhista roubou o dinheiro de Cuba.[4]

Por outro lado, a historiadora Denise Rollemberg, em seu livro: O Apoio de Cuba à Luta Armada no Brasil — O Treinamento Guerrilheiro (Editora Mauad, 94 páginas), escreveu: “... ninguém parece saber a quantia recebida. Brizola nunca prestou conta do dinheiro nem a Cuba nem aos militantes, fossem dirigentes ou de base. Tinha-o como um ‘empréstimo pessoal’, a ele Brizola, e que seria devolvido. Acredita-se ter havido gastos nos quais o dinheiro foi usado, mas apenas uma parte. [...] Brizola nunca teria ajudado os guerrilheiros presos e suas famílias com o dinheiro de Cuba”.[15]

Não há provas efetivas de que Fidel Castro tenha chamado Brizola de "ratón" ou "ratoncito", mas nunca existiu um claro desmentido sobre esses fatos, embora citem que, em uma visita ao Brasil já após a redemocratização, Fidel Castro teria afirmado a um colunista do Jornal do Brasil que jamais houvera "El Ratón", o que poderia ser encarado então como um desmentido oficial de Fidel Castro, mas do qual não se fornecem referências, bem como não são citadas as condições políticas do momento, em que Leonel Brizola governava então o Rio de Janeiro, em oposição à Brasília, e uma declaração positiva do líder cubano seria muito prejudicial à oposição.

Quanto ao dinheiro que teria financiado seu exílio na América e Europa, além do grande patrimônio adquirido da década de 1960 em diante, a justificativa é que teriam sido adquiridos a partir da herança da família de sua esposa, Neuza Goulart.

Declarações polêmicas[editar | editar código-fonte]

  • Eleições de 1989
Em vésperas da eleição, Brizola declarou perante jornalistas da Rede Bandeirantes a respeito do candidato do PRN, Fernando Collor: Eu vou segurá-lo pelo rabo, que é a parte mais comprida de seu corpo, e chacoalhar!.
No terceiro em uma série de debates televisionados ao vivo no primeiro turno, na Rede Bandeirantes, Brizola discutiu duramente com o presidenciável Paulo Maluf, cuja carreira foi ligada a setores conservadores. Num dado momento do debate este chamou Brizola de desequilibrado. Logo em seguida, diante dos convidados (os que assistiam o debate) que "apoiariam" em peso o presidenciável do PDS, na ótica de Brizola, respondeu chamando-os de filhotes da ditadura e completou dizendo que estes todos engordaram na ditadura. O apelido de filhote da ditadura acabou por acompanhar Maluf por muitos anos.
Ao ser indagado por uma repórter da TV Globo se teria fugido para o Uruguai vestido de mulher, Brizola respondeu Sim, tua mãe me emprestou as calcinhas. No programa Show de Calouros, de Silvio Santos, respondendo à mesma pergunta feita então por Sérgio Mallandro, Brizola, um tanto aborrecido, respondeu que na verdade fugiu para o Uruguai vestido em farda militar.[2]
Ao ser indagado sobre apoiar Lula no segundo turno, Brizola disse: Cá para nós: um político de antigamente, o senador Pinheiro Machado, disse que a política é a arte de engolir sapos. Não seria fascinante fazer esta elite engolir o Lula, esse sapo barbudo? Vamos no menos pior, pelo menos…. Essa declaração causou revolta na campanha de Lula, que passou a ser conhecido, ironicamente, como sapo barbudo.
  • Lula e alcoolismo
A última polêmica em que Brizola se envolveu foi por ocasião de entrevista ao jornalista estadunidense Larry Rohter (correspondente do The New York Times), na qual mencionou o suposto "alto consumo habitual de bebidas alcoólicas" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na matéria jornalística, o jornalista utilizou a declaração de Leonel Brizola, entre outras fontes, para fundamentar uma acusação de alcoolismo contra o presidente Lula.

Desafetos políticos[editar | editar código-fonte]

  • César Maia - assessor direto de Brizola em suas campanhas, Cesar Maia rompeu com Brizola ao apoiar publicamente o plano econômico de Fernando Collor em 1990, quando era o nome mais cotado para concorrer ao governo do estado do Rio. Migrou, na época para o PMDB, e hoje está no DEM.
  • Marcello Alencar - aliado de Brizola, prefeito do Rio indicado por ele em 1983, apoiado por ele nas eleições de 1988 e um de seus possíveis sucessores na liderança do PDT, Marcello Alencar começou um rompimento com Brizola em 1992, quando era prefeito do Rio de Janeiro, e discordou da posição de Brizola em escolher Cidinha Campos como candidata a prefeita. Marcelo queria indicar seu colaborador Luiz Paulo Corrêa da Rocha e foi impedido. Migrou então para o PSDB levando seu grupo político que estava dentro da legenda pedetista.
  • Anthony Garotinho - político de Campos, cidade do interior do estado. Garotinho, apontado como um dos possíveis sucessores de Brizola, rompeu com este em 2000[carece de fontes?] quando era governador. Se desligou do PDT, foi para o PSB e, em seguida, para o PMDB. Atualmente está no PR. Antes de sua morte, Brizola e Garotinho reconciliaram-se.
  • Outros desafetos de Brizola: Saturnino Braga, Jaime Lerner, Agnaldo Timóteo e Dante de Oliveira.

Críticas[editar | editar código-fonte]

Jogo do bicho e o crime organizado

Quando governador do Rio de Janeiro, Brizola foi acusado de ter ligações com os contraventores do jogo do bicho e de ser omisso no combate ao tráfico de drogas. [carece de fontes?]

Segundo seus críticos, o governo do pedetista teria sido fundamental para a consolidação do crime organizado no Rio de Janeiro. Essa percepção decorreu de Brizola adotar uma linha de ação na qual a polícia só poderia fazer incursões em favelas baseadas no respeito aos direitos humanos, (fato que perdura até hoje, com a forte intervenção de ONGs ligadas aos direitos humanos nas políticas de segurança pública do Brasil), em contraposição ao que era considerado por ele como arbitrariedade do estado. [carece de fontes?]

A política do confronto armado, adotada pelos seus antecessores Chagas Freitas e Moreira Franco, foi abolida, desta forma o crime organizado cresceu e se fortaleceu. Este fato passou para a opinião pública a impressão de permissividade e colaboracionismo com a ilegalidade. [carece de fontes?]

Os brizolistas o defendem lembrando que já no início de 1981 a imprensa dava conta da existência de uma "guerra civil" no Rio de Janeiro. Informação esta de caráter duvidoso, pois boa parte dos noticiários policiais são de cunho sensacionalista.

Enriquecimento

Em 2001, a Revista Veja veiculou matéria[16] em que apontava que Brizola teria quadruplicado o seu patrimônio após a volta do exílio. A matéria foi, supostamente, "baseada" em documentos cedidos pelo próprio filho de Brizola, José Vicente.

De acordo com a revista, os documentos cedidos por José Vicente apontavam que o patrimônio de Brizola aumentara em 10,7 milhões de reais. O que, segundo a revista, seria incompatível com os rendimentos oriundos do seu salário de governador. Em 1983, às vésperas de assumir seu mandato como governador do Estado do Rio, possuía um patrimônio de quatro milhões e meio de reais. Ao morrer, seus bens somavam pelo menos quinze milhões. De acordo com Brizola, seu patrimônio teria sido herança de sua falecida mulher, Neusa, irmã do presidente João Goulart. Segundo ele, o patrimônio é resultado de investimentos feitos com estes recursos herdados e de rendimentos provenientes de suas fazendas.

Brizola não foi acusado formalmente ou judicialmente de enriquecimento ilícito. Brizola contestou a reportagem de Veja em um direito de resposta inserido na edição subsequente da revista. A reportagem que revelava a evolução patrimonial de Brizola foi objeto de protestos na Câmara dos Deputados (20 discursos) e no Senado Federal (18 discursos).

Em 2000, José Vicente havia brigado com o pai e se desfiliado do PDT, indo para o PT. Numa manobra política, José Vicente foi nomeado Diretor das Loterias do Estado, contra a vontade de seu pai. Como o cargo exigia a graduação em nível superior, o PT mandou para a Assembleia Legislativa um projeto de lei modificando este critério, para poder nomear José Vicente. Na ocasião Leonel Brizola desabafou dizendo que José Vicente não era mais seu filho e sim filho político do governador Olívio Dutra. Brizola atribuiu a veiculação da reportagem ao PT gaúcho e ameaçou processar a revista Veja, o PT e o próprio filho. Na ocasião, Brizola ainda acusou José Vicente de abusar da bebida.

Até o seu falecimento, Brizola nunca chegou a processar a revista. Seu filho, José Vicente, durante o velório do pai, declarou que tinha havido a reconciliação dos dois alguns dias antes do falecimento.

Cronologia[editar | editar código-fonte]

Brizola e Dilma Rousseff.
  • 1922 - nasce em Carazinho
  • 1945 - participa da fundação do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) no Rio Grande do Sul.
  • 1946 - é eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul.
  • 1950 - é reeleito deputado estadual.
  • 1951 - perde a eleição para prefeito de Porto Alegre por 1% dos votos.
  • 1952 - assume como secretário de obras do Estado no governo Ernesto Dornelles.
  • 1954 - é eleito deputado federal com até então a maior votação alcançada no Rio Grande do Sul
  • 1955 - é eleito prefeito de Porto Alegre, como votação maior que a de todos os demais candidatos juntos.
  • 1958 - é eleito governador do Rio Grande do Sul, aos 36 anos, e dá início a um projeto que construiu mais de 6000 escolas no RS durante seu mandato. As chamadas brizoletas eram de madeira, e deveriam ter sido gradualmente substituídos por prédios de alvenaria, ação nunca realizada por seus sucessores. Muitas Brizoletas estão em funcionamento até hoje.
  • 1961 - lidera a Campanha da Legalidade, movimento popular de resistência contra as forças golpistas militares que tentavam impedir a posse do vice-presidente João Goulart em virtude da renúncia de Jânio Quadros
  • 1962 - vai para o Rio de Janeiro e é eleito deputado federal com um terço dos votos válidos.
  • 1964 - com o golpe de 1964, Brizola tem os direitos políticos cassados e é exilado para o Uruguai.
  • 1977 - é expulso do Uruguai, a pedido da ditadura brasileira e deportado para os Estados Unidos. Lá, mantém boas relações com Jimmy Carter.
  • 1978 - vai para Portugal, e junto com outros exilados faz a carta de Lisboa.
  • 1979 - volta ao Brasil com a anistia brasileira, e retorna à política. Funda, com outros trabalhistas históricos, o PDT, após perder a sigla PTB na justiça.
  • 1982 - é eleito governador do Rio de Janeiro. Inicialmente defende a prorrogação do mandato do general João Baptista Figueiredo por mais dois anos, mas em 1984, após intensa pressão popular, passa a apoiar a campanha pelas Diretas-já.
  • 1986 - causou polêmica ao se posicionar contra o Plano Cruzado, quando a maioria dos políticos apoiava o plano econômico. Na época foi hostilizado por seus opositores, mas quando o plano naufragou, colheu dividendos políticos por sua oposição a ele. Posteriormente, muitos políticos passaram a usar o mesmo discurso de Brizola após as eleições e o fracasso do Plano Cruzado.
  • 1989 - candidata-se à Presidência da República, ficando em terceiro lugar (bem próximo de Luiz Inácio Lula da Silva, que passou para o segundo turno sendo então derrotado por Fernando Collor de Mello). Brizola obtém 11 166 228 votos contra 11 622 673 votos de Lula. No segundo turno, Brizola apoiou Lula contra Collor.
  • 1990 - é eleito governador do Rio de Janeiro pela segunda vez, desta vez com cerca de 60% dos votos, dispensando a necessidade de realização de segundo turno.
  • 1992 - Causa surpresa ao não apoiar a campanha pelo impeachment de Fernando Collor, então presidente. Brizola chegou mesmo a pendurar um bandeira brasileira na janela conforme o apelo do presidente, enquanto a maioria da população colocava panos negros em protesto. Tal postura acabaria se confirmando como a "Waterloo" de sua vida política.
  • 1993 - Faz campanha contra o parlamentarismo, no plebiscito que definiria o Presidencialismo como forma e regime de governo no Brasil.
  • 1994 - Deixa o cargo de governador do estado do Rio de Janeiro para concorrer à Presidência da República, não conseguindo se eleger. Brizola teria pouco mais de 2 milhões de votos, terminando em 5º lugar na disputa presidencial.
  • 1998 - é candidato a vice-presidente na chapa de Lula, mas são derrotados novamente por Fernando Henrique Cardoso.
  • 2000 - é candidato a prefeito do Rio de Janeiro, mas é derrotado mais uma vez, por Benedita da Silva, Luiz Paulo Conde e César Maia, este eleito em segundo turno.
  • 2002 - lança-se candidato ao Senado. Derrotado mais uma vez, termina a disputa em sexto lugar, com 1 237 488 votos. Nas eleições para a Presidência, Brizola apoia o candidato Ciro Gomes.
  • 2004 - falece no Rio de Janeiro

Morte[editar | editar código-fonte]

Seis dias antes de morrer, Leonel Brizola chegou à sua residência no Rio de Janeiro, vindo de sua fazenda no Uruguai, com infecção intestinal e forte gripe. Apresentava febre e vômitos e estava bastante debilitado. Apesar de acamado, continuou a receber visitas de políticos, entre os quais Anthony Garotinho e sua filha Clarissa Matheus, além de seus afilhados políticos Carlos Lupi e Jorge Roberto Silveira e de seu ex-rival Moreira Franco.

Três dias depois sua situação deteriorou-se ainda mais. Depois de muita resistência, Brizola concordou em ir a um hospital nas proximidades. Uma tomografia dos pulmões mostrou infecção respiratória (pneumonia). Feita ultrassonografia do coração, nada de anormal foi encontrado.

Brizola estava entrando no elevador para deixar o hospital quando, segundo seu médico particular, apresentou um edema no pulmão, significando grave insuficiência cardíaca. Novos exames confirmaram infarto agudo do miocárdio. Brizola morreu às 21h20 do dia 21 de junho de 2004.

Seu funeral foi marcado por ampla cobertura das redes de televisão. O então presidente Luís Inácio Lula da Silva, ex-aliado e à época adversário, decretou luto oficial de três dias por ocasião de seu falecimento, e compareceu ao seu velório no Palácio Guanabara.

Depois de ainda ter sido velado em Porto Alegre, Brizola foi sepultado em São Borja, na fronteira do estado do Rio Grande do Sul com a Argentina, onde também se encontram os túmulos de Getúlio Vargas e João Goulart.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Em São Borja, cidade onde Brizola foi enterrado, há um busto em sua homenagem na Praça XV de Novembro. Foi inaugurado em 2011[17] .

Em 22 de janeiro de 2014, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, inaugurou uma estátua de bronze representando Leonel Brizola. A obra, do artista Otto Dumovich, tem dois metros de altura e foi instalada em frente ao Palácio Piratini[18] .

Em Porto Alegre, um viaduto foi batizado[19] com seu nome. O Viaduto Leonel Brizola tem 700 metros de comprimento e facilita o acesso aos bairros Humaitá, Navegantes e Anchieta.

Em 2009 a escola de samba Inocentes de Belford Roxo levou para Sapucaí um enredo em homenagem ao Brizola, a escola não obteve uma boa colocação terminando em penúltimo lugar na Série A do carnaval carioca, mas a escola saiu da avenida muito aplaudida.

Em 2010, A RJ-101 Muda o nome Avenida Presidente Kennedy Para Avenida Governador Leonel de Moura Brizola

Família[editar | editar código-fonte]

Leonel Brizola era viúvo de Neusa Goulart (1921-1993). Nos últimos dez anos de vida, sua companheira foi Marília Martins Pinheiro.

Com Neusa Goulart, irmã do ex-presidente João Goulart, Brizola teve uma filha, Neusinha Brizola (1954-2011), e dois filhos, José Vicente Brizola (1951-2012), ex-deputado federal[20] , e João Otávio Brizola (1952).

De seus descendentes, os netos Carlos Daudt Brizola ("Brizola Neto"), Juliana Brizola e Leonel Brizola Neto são ativos na arena política nacional.

Notas[editar | editar código-fonte]

Foi batizado com o prenome Itagiba, mais tarde modificado para "Leonel".

Referências

  1. a b c d Leonel Brizola - Biografia (em português) UOL - Educação. Visitado em 19 de julho de 2012.
  2. a b c d Saiba quem foi Leonel Brizola (em português) Folha Online (21 de junho se 2006). Visitado em 19 de julho de 2012.
  3. Leonel Brizola morre no Rio Terra Notícias (21 de junho de 2004). Visitado em 29 de março de 2011.
  4. [1]
  5. HEINZ, Flávio M.; VARGAS, Jonas Moreira; FLACH, Angela, MILKE, Daniel Roberto. O Parlamento em tempos interessantes: breve perfil da Assembleia Legislativa e de seus deputados – 1947-1982, Porto Alegre: CORAG, 2005 Al.rs.gov.br.
  6. a b c d Leonel Brizola (em português) Algo Sobre. Visitado em 19 de julho de 2012.
  7. FGV - CPDOC web.archive.org. Visitado em 26 de abril de 2012. Cópia arquivada em 11 de fevereiro de 2009.
  8. .Partido Democrático Trabalhista - Diretório Estadual do Rio Grande do Sul - PDT. web.archive.org. Visitado em 26 de abril de 2012. Cópia arquivada em 22 de setembro de 2004.
  9. [2] Página visitada em 19 de julho de 2012.
  10. Deputados - Resultado Pesquisa www.camara.gov.br. Visitado em 26 de abril de 2012.
  11. Perda da Propriedade web.archive.org. Visitado em 26 de abril de 2012. Cópia arquivada em 27 de junho de 2001.
  12. Jornal de notícias O Globo. Visitado em 26 de abril de 2012.
  13. Resgate Histórico - "Resistência: MNR" web.archive.org. Visitado em 26 de abril de 2012. Cópia arquivada em 17 de julho de 2003.
  14. Brizolaq www.pdt.org.br. Visitado em 26 de abril de 2012.
  15. Euler de França Belém (Edição 2021 de 30 a 5 de março de 2014). Biógrafo diz que Brizola devolveu dinheiro a Cuba e que não há prova de que Fidel o tenha chamado de El Ratón F Martins. Visitado em 12/01/2015.
  16. http://veja.abril.com.br/071101/p_042.html
  17. Tarso institui Dia da Legalidade e inaugura busto. O Estado de S.Paulo, 25 de agosto de 2011
  18. PDT inaugura estátua de Brizola em Porto Alegre. O Estado de S.Paulo, 22 de janeiro de 2014
  19. http://www2.portoalegre.rs.gov.br/smov/default.php?reg=8&p_secao=120
  20. Morre no Rio ex-deputado José Vicente, filho de Brizola - Noticias Terra

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • KUHN, Dione - Brizola: da legalidade ao exílio. Porto Alegre: RBS Publicações, 2004.
  • «Nacionalismo popular e jacobinismo na ação política de Leonel Brizola entre 1959 e 1964», por César Daniel de Assis Rolim, ANPUH – XXV Simpósio Nacional de História, Fortaleza, 2009.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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1983 — 1987
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Precedido por
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1991 — 1994
Sucedido por
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