Unidades federativas do Brasil

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As unidades federativas do Brasil são entidades subnacionais autônomas (autogoverno, autolegislação e autoarrecadação) dotadas de governo e constituição próprios que juntas formam a República Federativa do Brasil.[1] A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos.[1] Nos estados, o Poder Executivo é exercido por um governador eleito quadrienalmente e o Poder Judiciário por tribunais estaduais de primeira e segunda instância que cuidam da justiça comum.[1]

Cada estado possui uma Assembleia Legislativa unicameral com deputados estaduais que votam as leis estaduais. As Assembleias Legislativas fiscalizam as atividades do Poder Executivo dos estados e municípios. Para isto, possuem um Tribunal de Contas com a finalidade de prover assessoria quanto ao uso de verbas públicas. Apenas dois municípios (São Paulo e Rio de Janeiro) possuem Tribunais de Contas separados e ligados às suas Câmaras de Vereadores, sendo vedada a criação de novos tribunais de contas municipais.[1]

O Distrito Federal tem características comuns aos estados e aos municípios. Ao contrário dos estados, não é dividido em municípios, mas sim em regiões administrativas. Por outro lado, pode arrecadar tributos atribuídos como se fosse um estado e, também, como município.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Evolução da divisão administrativa do Brasil

Império[editar | editar código-fonte]

Com o advento do Império do Brasil após a independência de Portugal, as antigas capitanias passam definitivamente a serem denominadas províncias.

A comarca do Rio São Francisco, região situada na margem esquerda do rio São Francisco, foi desmembrada de Pernambuco e anexada a Minas Gerais como punição àquela província pela participação na Confederação do Equador em 1824. O desmembramento foi ordem direta do então imperador dom Pedro I em decreto datado de 7 de julho de 1824. Após três anos sob administração mineira, a região foi anexada definitivamente à Bahia em 1827.[2] [3] [4]

Em 1853 a porção sul da província de São Paulo foi desmembrada criando a província do Paraná como punição pela participação paulista na revolta anti-imperial de 1842.

República[editar | editar código-fonte]

Em 1943, com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, o governo de Getúlio Vargas decide desmembrar seis territórios estratégicos de fronteira do país para administrá-los diretamente: Ponta Porã, Iguaçu, Amapá, Rio Branco, Guaporé e o arquipélago de Fernando de Noronha. Ponta Porã e Iguaçu retornam à condição original após a guerra, enquanto os quatro restantes são mantidos (Rio Branco é renomeado como Roraima e Guaporé batizado de Rondônia em homenagem ao Marechal Rondon).

Brazil Political Map.svg


Em 1960, um território quadrangular foi desmembrado do estado de Goiás para abrigar a nova capital do país, Brasília, que foi sediada no novo Distrito Federal. Simultaneamente, o território do antigo Distrito Federal foi transformado em estado da Guanabara, compreendendo apenas a cidade do Rio de Janeiro e sua área rural. Em 1962, o Território Federal do Acre foi elevado à condição de estado.

Em 1975, o estado da Guanabara foi incorporado ao estado do Rio de Janeiro e a cidade do Rio de Janeiro passou a ser sua capital. Já em 1977 a porção sul de Mato Grosso foi emancipada como o novo estado de Mato Grosso do Sul tendo como capital a cidade de Campo Grande.

Em 22 de dezembro de 1981, foi criado o estado de Rondônia e instalado em 4 de janeiro de 1982, pelo então presidente do Brasil João Batista Figueiredo, tendo a cidade de Porto Velho como capital.

A Constituição de 1988 deixou a estrutura das divisões como ela é hoje. Apesar de manter a definição legal de territórios federais, acabou com os existentes até então, elevando Roraima e Amapá à condição de estados e integrando Fernando de Noronha ao estado de Pernambuco. No mesmo ato, a porção norte de Goiás foi desmembrada como estado do Tocantins, tendo como capital provisória a cidade de Miracema do Tocantins.[5] Em julho de 1989, a Assembleia Legislativa do Estado aprovou projeto de lei do Executivo que criava a cidade de Palmas, a ser construída no centro geográfico do estado, para ser a capital definitiva do Tocantins.[5]

Lista de unidades federativas brasileiras[editar | editar código-fonte]

Bandeira Estado Abreviação Capital Área (km²) População (2014) Densidade (2005) PIB (2005) (% total) (2005) PIB per capita (R$) (2005) IDH (2005) Alfabetização (2003) Mortalidade infantil (2010) Expectativa de vida (2010)
Bandeira do Acre.svg Acre AC Rio Branco 164 122,2 795 145 4,30 4 835 747 0,20% 7 041 0,751 84% 22,1‰ 71,8
Bandeira de Alagoas.svg Alagoas AL Maceió 27 767,7 3 327 551 108,61 15 763 636 0,66% 5 164 0,677 70% 30,2‰ 69,2
Bandeira do Amapá.svg Amapá AP Macapá 142 814,6 756 500 4,16 5 260 535 0,22% 8 543 0,780 91% 24,6‰ 72,5
Bandeira do Amazonas.svg Amazonas AM Manaus 1 570 745,7 3 893 763 2,05 39 766 086 1,65% 11 829 0,780 94% 22,2‰ 70,6
Bandeira da Bahia.svg Bahia BA Salvador 564 692,7 15 150 143 24,46 96 559 993 4,07% 6 922 0,742 79% 23,1‰ 71,9
Bandeira do Ceará.svg Ceará CE Fortaleza 148 825,6 8 867 448 54,40 46 310 492 1,95% 5 636 0,723 78% 19,7‰ 72,4
Bandeira do Distrito Federal (Brasil).svg Distrito Federal DF Brasília 5 822,1 2 867 869 400,73 89 630 682 3,78% 37 600 0,874 96% 12,6‰ 76,2
Bandeira do Espírito Santo.svg Espírito Santo ES Vitória 46 077,5 3 894 899 73,97 52 782 914 2,23% 15 236 0,802 90% 12,0‰ 75,6
Bandeira de Goiás.svg Goiás GO Goiânia 340 086,7 6 551 322 16,52 57 091 081 2,41% 9 962 0,800 90% 17,7‰ 73,2
Bandeira do Maranhão.svg Maranhão MA São Luís 331 983,3 6 861 924 18,38 28 621 860 1,21% 4 628 0,683 77% 29,0‰ 68,7
Bandeira de Mato Grosso.svg Mato Grosso MT Cuiabá 903 357,9 3 236 578 3,10 35 284 137 1,49% 12 350 0,796 90% 19,5‰ 72,5
Bandeira de Mato Grosso do Sul.svg Mato Grosso do Sul MS Campo Grande 357 125,0 2 630 098 6,34 24 355 772 1,03% 10 599 0,802 91% 17,0‰ 73,8
Bandeira de Minas Gerais.svg Minas Gerais MG Belo Horizonte 586 528,3 20 777 672 32,79 214 814 905 9,06% 11 028 0,800 89% 14,6‰ 75,4
Bandeira do Pará.svg Pará PA Belém 1 247 689,5 8 101 180 5,58 44 376 461 1,87% 6 241 0,755 90% 20,3‰ 71,2
Bandeira da Paraíba.svg Paraíba PB João Pessoa 56 439,8 3 950 359 63,71 19 953 193 0,84% 5 507 0,718 75% 22,9‰ 71,2
Bandeira do Paraná.svg Paraná PR Curitiba 199 314,9 11 112 062 51,48 136 681 933 5,77% 13 158 0,820 93% 10,8‰ 75,3
Bandeira de Pernambuco.svg Pernambuco PE Recife 98 311,6 9 297 861 85,58 55 505 760 2,34% 6 528 0,718 79% 18,5‰ 71,1
Bandeira do Piauí.svg Piauí PI Teresina 251 529,2 3 198 185 11,95 12 790 892 0,54% 4 213 0,703 72% 23,4‰ 69,8
Bandeira do estado do Rio de Janeiro.svg Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro 43 696,1 16 497 395 352,05 275 363 060 11,62% 17 695 0,832 96% 13,2‰ 74,1
Bandeira do Rio Grande do Norte.svg Rio Grande do Norte RN Natal 52 796,8 3 419 550 56,88 20 557 263 0,87% 6 754 0,738 77% 20,6‰ 74,0
Bandeira do Rio Grande do Sul.svg Rio Grande do Sul RS Porto Alegre 281 748,5 11 228 091 38,49 156 883 171 6,62% 14 310 0,832 95% 9,9‰ 75,9
Bandeira de Rondônia.svg Rondônia RO Porto Velho 237 576,2 1 755 015 6,46 13 110 169 0,55% 8 391 0,776 92% 22,7‰ 70,3
Bandeira de Roraima.svg Roraima RR Boa Vista 224 299,0 500 826 1,74 3 660 611 0,15% 9 075 0,750 91% 18,4‰ 69,9
Bandeira de Santa Catarina.svg Santa Catarina SC Florianópolis 95 346,2 6 734 568 61,53 93 193 324 3,93% 15 638 0,840 95% 9,2‰ 76,8
Bandeira do estado de São Paulo.svg São Paulo SP São Paulo 248 209,4 44 169 350 162,93 802 552 824 33,87% 19 548 0,833 95% 11,4‰ 76,0
Bandeira de Sergipe.svg Sergipe SE Aracaju 21 910,3 2 227 294 89,81 15 126 169 0,64% 7 560 0,742 90% 22,6‰ 71,0
Bandeira do Tocantins.svg Tocantins TO Palmas 277 620,9 1 502 759 4,70 9 607 624 0,41% 7 210 0,756 83% 19,4‰ 71,8

Referências

  1. a b c d e Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
  2. Confederação do Equador Britannica Escola. Visitado em 6 de junho de 2015.
  3. Comarca do São Francisco PE-AZ. Visitado em 6 de junho de 2015.
  4. A formação territorial do Oeste Baiano: a constituição do “Além São Francisco” (1827-1985), por Paulo Roberto Baqueiro Brandão, professor assistente da Universidade Federal da Bahia (Campus de Barreiras) [1]
  5. a b http://www.rootsweb.ancestry.com/~brawgw/to/mapato.html

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]