Sorgo

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Sorghum bicolor

Sorghum bicolor
Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: monocotiledóneas
Ordem: Poales
Família: Poaceae
Género: Sorghum
Espécie: S. bicolor
Nome binomial
Sorghum bicolor
L., Moench
Sinónimos
Sorghum vulgare Pers.[1]

Sorghum bicolor é uma espécie de planta com flor pertencente à família Poaceae.

A autoridade científica da espécie é (L.) Moench, tendo sido publicada em Methodus Plantas Horti Botanici et Agri Marburgensis: a staminum situ describendi 207. 1794.[2]

O sorgo, também chamado milho-zaburro[3] no Brasil, mapira em Moçambique e massambala em Angola, é o 5° cereal mais importante no mundo, antecedido pelo trigo, o arroz, o milho e a cevada. Em Moçambique, constitui um dos alimentos básicos da população.[4]

É alimento humano em muitos países da África, do Sul da Ásia e da América Central e importante componente da alimentação animal nos Estados Unidos, na Austrália e na América do Sul. Os grãos do sorgo são úteis na produção de farinha para panificação, amido industrial e álcool e como forragem ou cobertura de solo.[5]

Basicamente, existem quatro tipos de sorgo – granífero, sacarino, vassoura e forrageiro.

Sorgo granífero um tipo de sorgo de porte baixo, altura de planta até 170cm, que produz na extremidade superior, uma panícula (cacho) compacta de grãos. Nesse tipo de sorgo o produto principal é o grão. Todavia, após a colheita, como o resto da planta ainda se encontra verde, pode ser usada também como feno ou pastejo.

Sorgo sacarino é um tipo de sorgo de porte alto, altura de planta superior a dois metros, caracterizado, principalmente, por apresentar colmo doce e suculento como o da cana-de-açúcar. A panícula (cacho) é aberta e produz poucos grãos (sementes). Na nossa região pode ser utilizado como sorgo forrageiro, na forma de silagem e de corte. Todo sorgo sacarino pode ser forrageiro.

Sorgo vassoura um tipo de sorgo que apresenta como característica principal a panícula (cacho) na forma de vassoura. Tem importância regionalizada, principalmente no Rio Grande do Sul, onde é usado na fabricação de vassouras. É conhecido em algumas regiões do Brasil por melga.

Sorgo forrageiro é um tipo de sorgo de porte alto, altura de planta superior a dois metros, muitas folhas, panículas (cachos) abertas, com poucas sementes, elevada produção de forragem e adaptado ao Agreste e Sertão de Pernambuco. Existe sorgo forrageiro que possui colmo doce. Nesse caso, pode ser chamado também de sorgo sacarino.[6]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

"Sorgo" é derivado do latim syricu, através de uma forma vulgar suricu e do italiano sorgo[3] "Zaburro" vem do persa, através do árabe xaures.[3]

Origem[editar | editar código-fonte]

O sorgo é de origem africana, mas há evidências de uma segunda área de dispersão na Índia, um dos principais produtores deste cereal. Foi introduzido no Brasil em meados do século XX, tendo como principais regiões produtoras Goiás e Minas Gerais.

Produção Brasileira[editar | editar código-fonte]

A produção brasileira no ano de 2010 desse grão foi de 1 532 064 toneladas.[7] Além disso, a região Centro-Oeste produz mais de 60% de toda a produção nacional.[8]

Região Posição Safra 2010 (t) Participação em 2010
Centro-Oeste 1 951.940 62,13%
Sudeste 2 383.477 25,03%
Nordeste 3 103.570 6,76%
Sul 4 49.321 3,22%
Norte 5 43.756 2,86%
Brasil n/a 1.532.064 100,00%
Produção da cultura de sorgo nas regiões do Brasil, em 2010[8]

Os estados de Goiás e Minas Gerais respondem, respectivamente, por aproximadamente 40% e 20% da produção brasileira de sorgo. Somente esses dois estados, em 2010, produziram mais de 900 000 toneladas do grão (aproximadamente 60% da produção nesse ano).[7]

Posição Unidade da Federação Produção (toneladas) Participação
1 Goiás 611 665 39,9%
2 Minas Gerais 304 448 19,9%
3 Mato Grosso do Sul 162 153 10,6%
4 Mato Grosso 146.058 9,5%
5 Bahia 92.207 6,0%
6 São Paulo 79 029 5,2%
7 Rio Grande do Sul 49 321 3,2%
8 Tocantins 43 756 2,9%
9 Distrito Federal 32.064 2,1%
10 Ceará 5 544 < 1,0%
11 Pernambuco 3 214 < 1,0%
12 Piauí 1 869 < 1,0%
13 Rio Grande do Norte 718 < 1,0%
14 Maranhão 18 < 1,0%
Brasil 1 532 064 100%
Distribuição por Unidade da Federação brasileira da produção de sorgo no ano de 2010.[7]

Na safra de 2010, o principal município produtor foi São Gabriel do Oeste, que respondeu sozinho por quase 5% da produção nacional. Além disso, os seis principais municípios produtores (São Gabriel do Oeste, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Unaí, Capinópolis e Jataí) responderam por aproximadamente um quarto (25%) da produção do Brasil.[9]

Município Posição Safra 2010 (t) Participação em 2010
São Gabriel do Oeste - MS 1 84.000 5,48%
Rio Verde - GO 2 72.000 4,70%
Santa Helena de Goiás - GO 3 60.000 3,92%
Unaí - MG 4 57.600 3,76%
Capinópolis - MG 5 50.250 3,28%
Jataí - GO 6 45.000 2,94%
Bom Jesus de Goiás - GO 7 37.800 2,47%
Conceição das Alagoas - MG 8 37.050 2,42%
Brasília - DF 9 32.064 2,09%
Diamantino - MT 10 30.600 2,00%
Chapadão do Sul - MS 11 26.400 1,72%
Cristalina - GO 12 25.200 1,64%
Luziânia - GO 13 25.200 1,64%
Montividiu - GO 24.000 1,57%
Campos Lindos - TO 15 21.600 1,41%
Buritis - MG 16 21.600 1,41%
Bandeirantes - MS 21.600 1,41%
Perolândia - GO 21.000 1,37%
Miguelópolis - SP 19 20.000 1,31%
Goiatuba - GO 20 18.590 1,21%
Chapadão do Céu - GO 21 17.640 1,15%
Portelândia - GO 22 17.600 1,15%
Mineiros - GO 23 15.400 1,01%
Ipameri - GO 24 15.125 0,99%
Silvânia - GO 25 15.000 0,98%
Serranópolis - GO 26 14.400 0,94%
Itumbiara - GO 27 14.000 0,91%
Rondonópolis - MT 28 13.500 0,88%
Bonfinópolis de Minas - MG 29 12.600 0,82%
Cariri do Tocantins - TO 30 12.090 0,79%
Brasil n/a 1.532.064 100,00%
Produção da cultura de sorgo nos 30 maiores produtores do Brasil, em 2010[9]

Portugal[editar | editar código-fonte]

Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental.

Em termos de naturalidade é introduzida na região atrás indicada.

Protecção[editar | editar código-fonte]

Encontra-se/Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia, nomeadadamente pelo Anexo da Directiva Habitats e pelo Anexo da Convenção sobre a Vida Selvagem e os Habitats Naturais na Europa e pelo .

Referências

  1. Uniprot - Taxonomy - SPECIES Sorghum bicolor (Sorghum) (Sorghum vulgare)
  2. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 7 de Outubro de 2014 <http://www.tropicos.org/Name/25513454>
  3. a b c FERREIRA, A. B. H.. Novo Dicionário da Língua Portuguesa (em português). Segunda edição ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 1613 p.
  4. Orlinda Beatriz Augusto Messa; Orlando Quilambo, Célia Martins, Alexandre Sitoi (2005). Monografia de Licenciatura na Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, Moçambique (PDF) (em português) Repositório Saber - Repositório Científico de Moçambique. Visitado em 10/04/2012.
  5. Embrapa - Ribas, Paulo Motta. 2000. Cultivo de Sorgo. Importância econômica.
  6. Instituto Agronômico de Pernambuco - Cultura do Sorgo.
  7. a b c IBGE - SIDRA - Tabela 1612. Obs.: selecionar "Quantidade Produzida", "Sorgo (em grão) (Toneladas)", selecionar ano de "2010", em "Unidade da Federação(27):" selecionar "Tudo", clicar em "OK" e aguardar geração do relatório
  8. a b IBGE - SIDRA - Tabela 1612. Obs.: selecionar "Quantidade Produzida" e "Sorgo (em grão) (Toneladas)"; selecionar ano desejado (ex. "2010"); clicar em "Unidade Territorial(6279)"; marcar "Brasil(1)" como "Sim"; marcar "Grande Região(5)" como "Tudo"; clicar em "OK" e aguardar geração do relatório
  9. a b IBGE - SIDRA - Tabela 1612. Obs.: selecionar "Quantidade Produzida" e "Sorgo (em grão) (Toneladas)"; selecionar ano desejado (ex. "2010"); clicar em "Unidade Territorial(6279)"; marcar "Brasil(1)" como "Sim"; marcar "Município(5551)" como "Tudo"; clicar em "OK" e aguardar geração do relatório (demorado!)

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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