Mongólia

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Monggol ulus.svg
Монгол улс
(Mongol Uls)
Mongólia
Flag of Mongolia.svg
State emblem of Mongolia.svg
Bandeira Brasão de armas
Hino nacional: Hino nacional da Mongólia
Gentílico: Mongol, mongólico[1]

Localização  Mongólia

Localização da Mongólia no mundo
Capital Ulan Bator
47° 55'N 106°53'E
Cidade mais populosa Ulan Bator
Língua oficial Mongol
Governo República parlamentarista
 - Presidente Tsakhiagiin Elbegdorj
 - Primeiro-ministro Chimed Saikhanbileg
Formação  
 - Fundação Nacional 1206 
 - Independência da China 11 de julho de 1921 
Área  
 - Total 1 564 100[2] km² (18.º)
 - Água (%) 0,6
População  
 - Estimativa de 20/7/2012[3] 3 179 997 hab. 
 - Censo 2010[2] 2 754 685 hab. 
 - Densidade 1,79 hab./km² (206.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2014
 - Total US$ 29,714 bilhões*[4]  
 - Per capita US$ 10 156[4]  
PIB (nominal) Estimativa de 2014
 - Total US$ 11,725 bilhões*[4]  
 - Per capita US$ 4 007[4]  
IDH (2013) 0,698 (103.º) – médio[5]
Moeda togrog/tugrik (MNT)
Fuso horário UTC (UTC+7, +8)
Org. internacionais ONU, OMC
Cód. ISO 496 / MNG / MN
Cód. Internet .mn
Cód. telef. +976

Mapa  Mongólia

Mongólia (mongol: Монгол улс, literalmente país/nação Mongol, Monggol ulus.svg) é um país sem costa marítima localizado na Ásia Oriental e Central. Faz fronteira com a Rússia no norte e com a República Popular da China no sul, leste e oeste. Embora a Mongólia não partilhe uma fronteira com o Cazaquistão, o seu ponto mais ocidental é de apenas 38 quilômetros da ponta leste do Cazaquistão. Ulan Bator, a capital e maior cidade, é o lar de cerca de 38% da população do país. O sistema político vigente na Mongólia é de uma república parlamentarista.

A área do que é hoje a Mongólia foi governada por diversos impérios nômades, incluindo Xiongnu, Xianbei, Rouran, Goturcos e outros. O Império Mongol foi fundado por Genghis Khan em 1206. Após o colapso da Dinastia Yuan, os mongóis voltaram para os seus padrões anteriores. Nos séculos XVI e XVII, a Mongólia ficou sob a influência do Budismo tibetano. No final do século XVII, a maior parte da Mongólia havia sido incorporada a área governada pela Dinastia Qing. Durante o colapso da dinastia Qing, em 1911, a Mongólia declarou sua independência, mas teve de lutar até 1921 para estabelecer firmemente sua independência de facto e até 1945 para ganhar reconhecimento internacional. Como conseqüência, ficou sob forte influência Russa e Soviética: Em 1924, a República Popular da Mongólia foi declarada e a política mongol começou a seguir os mesmos padrões de política soviética da época. Após o colapso dos regimes comunistas na Europa Oriental no final de 1989, a Mongólia viu a sua própria Revolução Democrática no início de 1990, que levou a um sistema multipartidário, uma nova constituição em 1992, e - em bruto - a transição para uma economia de mercado.

Com 1 564 116 quilômetros quadrados, a Mongólia é o 19º maior país do mundo e o menos povoado país independente do mundo, com uma população de cerca de 2,9 milhões de pessoas. É também o segundo maior país do mundo sem costa marítima, depois do Cazaquistão. O país contém pouquíssima terra arável, sendo a maior parte de sua área coberta por estepes, com montanhas ao norte e ao oeste e com o deserto de Gobi, ao sul. Aproximadamente 30% da população são nômades ou semi-nômades. A religião predominante na Mongólia é o Budismo tibetano e a maioria dos cidadãos do Estado são da etnia mongol, embora Cazaques, Tuvanos e outras minorias também vivam no país, especialmente no oeste. Cerca de 20% da população vive com menos de US$ 1,25 por dia.[6]

História[editar | editar código-fonte]

Gengis Khan, o imperador do Império Mongol.

A região correspondente à Mongólia atual foi ocupada por diversas tribos nômades, segundo relatos chineses que remontam a séculos antes de Cristo. Os hunos aparentemente migraram para o oeste a partir das estepes da Mongólia. Por volta do século VII, os turcos surgem nos relatos chineses como nômades vindos do norte (da Mongólia). Nos séculos seguintes, os turcos migrariam para o sudoeste, ocupando outras áreas da Ásia, mas algumas tribos permaneceram no leste da Mongólia até o século XIII.

Entre os séculos XI e XII, um líder tribal chamado Kabul Khan reuniu as tribos mongóis contra a China controlada pela Dinastia Jin, mas foi derrotado, e a unidade mongol foi desfeita. No final do século XII, um jovem chamado Temujin unificara algumas tribos mongóis e turcas, e venceria outras batalhas, sendo por seus feitos militares aclamado por todos os mongóis como Genghis Khan.

No início do século XX, a recém formada União Soviética instalou na jovem república mongol um líder com orientações bolcheviques, que lideraria um processo que levaria à instauração de um regime comunista, em 1925. A República Popular da Mongólia só foi reconhecida pela China em 1946. As dissenções entre Rússia e China fizeram com que as relações entre China e Mongólia fossem praticamente encerradas até a dissolução do Partido Comunista mongol e a queda do regime em 1990. Desde então, a Mongólia experimenta um regime parlamentarista com eleições diretas a cada quatro anos, além de um renascimento cultural e religioso sem precedentes nos 75 anos de comunismo.

A Mongólia é, desde 1990, um regime parlamentarista, pluripartidarista, com eleições diretas.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Paisagem mongol.

A maior parte do território da Mongólia é composta por planaltos, com cadeias montanhosas no norte e no oeste. A altitude média de todo o país é de aproximadamente 1 500 m — o ponto mais baixo do país, situado no sul, tem altitude superior a 500 m. A taiga (floresta de coníferas) cobre áreas extensas ao norte do país. Os montes Altai se situam no oeste, sendo o Tavan Bogd Uul, com 4 373 m, o ponto mais elevado do país, e o Deserto de Gobi, arenoso, cobre uma ampla extensão do sul ao leste, enquanto o resto do país é coberto por estepes, com vegetação rasteira e herbácea.

O clima é temperado continental e muito áspero, quase subpolar, com verões geralmente amenos e invernos longos e gelados. As precipitações se concentram no verão, com 380 mm nas montanhas e 125 mm no deserto, de pluviosidade média anual. A temperatura média anual da capital, Ulaanbaatar, é de -5 °C, sendo desta forma a capital mais fria do mundo. Janeiro é o mês mais frio na capital, com temperatura média de -25 °C, e o mês mais quente é julho, com temperatura média de 14,4 °C. Embora tenha invernos normalmente muito secos, Ulaanbaatar pode ser atingida eventualmente por violentas tempestades de neve. A temperatura atinge facilmente -30 °C em praticamente todo o seu território, não sendo raro chegar a -40 °C ou -50 °C em determinadas localidades.

Demografia[editar | editar código-fonte]

Evolução da população da Mongólia entre 1961 e 2003.

A Mongólia tem 2,83 milhões de habitantes, dos quais quase um terço (960 mil) vivem na capital, Ulan Bator. É o país com a menor densidade populacional do mundo, com dois habitantes por quilômetro quadrado (cinco por milha quadrada).[7] No geral, 57% da população vive nas cidades. Nas zonas rurais, assentamentos agrícolas já começaram a substituir os semigrupos nômades. Com uma média de menos de dois habitantes por quilômetro quadrado, a Mongólia é um estado soberano, com uma das menores densidades populacionais do planeta.

A maioria dos cidadãos da Mongólia são da etnia dos mongóis, principalmente Khalkha mongóis. No entanto, existem minorias de cazaque, uigures e tuvans. Quase 4 milhões de mongóis vivem no exterior. A religião predominante é budismo tibetano.

Como a maioria dos países em desenvolvimento, a Mongólia tem uma população jovem que está crescendo rapidamente (dois terços do total), que tem sido uma grande pressão sobre a sua economia.

Subdivisões[editar | editar código-fonte]

A Mongólia se divide em 21 aimags (em mongol significa províncias) que, por sua vez são divididas em 315 distritos. A capital é administrada separadamente. O aimags são:


Economia[editar | editar código-fonte]

A capital, Ulan Bator, é o centro da maior parte do comércio e das relações nacionais e internacionais.

A economia da Mongólia é baseada na produção agro-pastoril, com 90% das exportações constituídas de animais e derivados, mas muito limitada pela distância da Mongólia do mar, e pelas precárias estradas sem infra-estrutura.

A grande dependência de ajuda estrangeira levou o país a uma preparação inadequada para os rigorosos invernos, e houve grandes perdas de animais, o que empobreceu a muitos. Quase um terço da população vive em extrema pobreza. A mudança da economia centralizada para uma economia de mercado foi traumática. Hoje o país é pobre e com uma economia defasada.

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Transportes[editar | editar código-fonte]

O principal aeroporto da Mongólia é o Aeroporto Internacional Chinggis Khaan, localizado na capital.

Cultura[editar | editar código-fonte]

A cultura da Mongólia é bastante homogênea, havendo poucas diferenças no seio da população.

A Mongólia tem o seu próprio grupo étnico, que compreende 85% da população do país, a língua oficial o calca-mongol é falada por 90% das pessoas e 96% da população é budista.

A dieta da população depende da região do país considerada e consiste sobretudo em carne, sendo os vegetais uma novidade na dieta mongol. No sul, consome-se cordeiro e muitos produtos derivados do camelo. Nas montanhas, a carne bovina é muito mais comum. Na capital, Ulaanbaatar, existe uma vasta variedade de comida disponível, a maior parte desta importada.

Acima de tudo, não há figura mais venerada na cultura popular mongol do que Genghis Khan, o fundador do Império Mongol no século XIII. Seu local de nascimento, seus possíveis locais de sepultamento, supostas relíquias pertencentes ao antigo conquistador mongol, são celebrados em procissões e feriados nacionais e considerados sagrados — num ponto onde cultura e religião começam a se fundir.

Referências

  1. Portal da Língua Portuguesa, Lista de gentílicos da Ásia
  2. a b Mongolia - Administrative units GeoHive. Visitado em 15.11.2011.
  3. [1]
  4. a b c d Fundo Monetário Internacional (FMI): World Economic Outlook Database (Outubro de 2014). Visitado em 29 de outubro de 2014.
  5. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD): Human Development Report 2014 (em inglês) (24 de julho de 2014). Visitado em 2 de agosto de 2014.
  6. [2]
  7. Countries of the World (by lowest population density) worldatlas.com. Visitado em 01/09/2012.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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