Chipre

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Κυπριακή Δημοκρατία (grego)
Kypriakí Dimokratía
Kıbrıs Cumhuriyeti (turco)

República de Chipre
Bandeira de Chipre
Brasão de Armas de Chipre
Bandeira Brasão de Armas
Hino nacional: Ὕμνος εἰς τὴν Ἐλευθερίαν (Ymnos is tin Eleftherian)
("Hino à Liberdade")
Gentílico: Cipriota,
cíprio,[1] ciprense

Localização de Chipre

Localização de Chipre (em vermelho)
Na União Europeia (em branco)
No Continente europeu (em cinza)
Capital Nicósia
35°08'N 33°28'
Cidade mais populosa Nicósia
Língua oficial Grego, turco
Governo República presidencialista
 - Presidente Nicos Anastasiades
Independência do Reino Unido 
 - Tratado de Zurique e Londres 19 de fevereiro de 1959 
 - Declarada 16 de agosto de 1960 
Entrada na UE 1 de maio de 2004
Área  
 - Total 9 251 km² (167.º)
 - Água (%) desprezável
População  
 - Estimativa de 2007 788 457 hab. (156.º)
 - Densidade 85 hab./km² (85.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2007
 - Total US$ 24,497 bilhões * (110.º)
 - Per capita US$ 31 522 (26.º)
IDH (2013) 0,845 (32.º) – muito elevado[2]
Gini (2005) 29
Moeda Euro (€) (EUR)
Fuso horário (UTC+2)
 - Verão (DST) (UTC+3)
Cód. ISO CY
Cód. Internet .cy
Cód. telef. +357

Chipre[nota 1] (em grego: Κύπρος; transl.: Kýpros pronunciado: [ˈcipros]; em turco: Kıbrıs pronunciado: [ˈkɯbɾɯs]), oficialmente República de Chipre (em grego: Κυπριακή Δημοκρατία; transl.: Kypriakí Dimokratía; em turco: Kıbrıs Cumhuriyeti), é uma ilha situada no mar Mediterrâneo oriental ao sul da Turquia, cujo território é o mais próximo, seguindo-se a Síria e o Líbano, a leste. O país é também membro da União Europeia (UE). O terço restante (norte da ilha) foi ocupada pela Turquia em 1974, que então institui a República Turca de Chipre do Norte, nunca reconhecida pela ONU, reconhecida apenas pela própria Turquia.

Segundo as leis internacionais, a ilha de Chipre, em sua totalidade, é um país independente. Todavia, em 1974, após 11 anos de violência entre as comunidades e um golpe de Estado de nacionalistas cipriotas gregos, a Turquia invadiu e ocupou a parte norte da ilha. A violência entre as comunidades e a posterior invasão turca levou ao deslocamento de centenas de milhares de cipriotas além do estabelecimento de uma entidade turco-cipriota separada políticamente ao norte, reconhecida somente pela própria Turquia. Nicósia, a capital de Chipre, é a última capital dividida por um muro em todo mundo.[4]

Na ilha também os sítios de Acrotíri e Deceleia pertencem ao Reino Unido. A ilha de Chipre está situada no mar Mediterrâneo, 113 quilômetros ao sul da Turquia, 120 km a oeste da Síria, 150 km a leste da ilha grega de Kastelorizo. Chipre tornou-se membro da Organização das Nações Unidas em 20 de setembro de 1960.

O nome da ilha e do país deriva da palavra grega para cobre, kýpros[5] Por este motivo, alguns autores especulam que a melhor tradução do nome em português seria Cipro, em vez do galicismo Chipre.[carece de fontes?]

História[editar | editar código-fonte]

Depois de sucessivamente ocupado por fenícios, egípcios, assírios, persas, gregos e romanos durante a antiguidade, Chipre foi dominado pela República de Veneza desde 1489 até à invasão dos turcos otomanos em 1570. Pelo Congresso de Berlim, a ilha passou à administração britânica a 12 de julho de 1878, sendo convertida oficialmente em colónia em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial.

Em 1930 começam as primeiras revoltas a favor da enosis (união de Chipre com a Grécia) e, nos fins da Segunda Guerra Mundial, os greco-cipriotas aumentam a pressão para o fim do domínio britânico. O arcebispo Macário lidera a campanha pela enosis e é deportado para as Seicheles em 1956 depois duma série de atentados na ilha.

Em 1960, Chipre, Grécia e o Reino Unido assinam um tratado que declara a independência da ilha, ficando os britânicos com a soberania das bases de Acrotíri e Deceleia. Makarios assume a presidência, mas a constituição indicava que os turco-cipriotas ficariam com a vice-presidência, com poder de veto, o que dificultou o funcionamiento do estado e as relações entre greco-cipriotas e turco-cipriotas, desembocando em explosões de violência intercomunitária em 1963 e 1967.

A 15 de julho de 1974 um golpe pró-helênico depôs o governo legítimo, o que provocou a reação de Turquia, que, utilizando-se da suposta defesa dos interesses dos turco-cipriotas, invadiu e até hoje ocupa militarmente a parte norte da ilha - ocupação esta que já fora declarada ilegal pelo Conselho de Segurança da ONU, cujas resoluções ordenavam a retirada imediata das tropas turcas. Esta foi a origem da República Turca de Chipre do Norte, um estado de facto que só é reconhecido pela Turquia e pela Organização da Conferência Islâmica. Deste então, o Estado turco vem tentando modificar a etnia da ilha, trazendo centenas de milhares de turcos (os quais não têm origem cipriota) e habitam as casas dos greco-cipriotas refugiados de guerra que fugiram da morte sem nada levar.

A República de Chipre é aceita como membro da União Europeia em 2004, ao mesmo tempo que se aplica um plano para a reunificação apoiado pelas Nações Unidas, apesar de um referendo em que 76% dos greco-cipriotas votaram contra.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Chipre é uma das grandes ilhas do mar Mediterrâneo (juntamente com a Sicília, Sardenha, Córsega e Creta), a mais oriental de todas, localizada entre a costa sul da Anatólia e a costa mediterrânica do Médio Oriente. Geograficamente, pertence à Ásia, embora culturalmente e historicamente seja um misto de elementos europeus e asiáticos, com os europeus a predominar, dado o seu passado grego e os dois terços actuais de população de origem grega.

A ilha é montanhosa, com duas zonas acidentadas separadas por um vale amplo (a Mesaoria), onde se ergue a capital, Nicósia. A sudoeste erguem-se os montes Troodos, que albergam o ponto mais elevado da ilha, o monte Olimpo, com 1 953 metros de altitude. A norte erguem-se os montes Pentadactylos, uma cordilheira bastante estreita que começa na costa norte e que se prolonga para leste na longa península que confere à ilha a sua forma característica. Há também pequenas planícies costeiras no sul. Nicósia é a maior cidade e a capital quer do estado reconhecido internacionalmente, quer da República Turca de Chipre do Norte. Outras cidades importantes são Limassol na parte grega e Famagusta na parte ocupada.

Demografia[editar | editar código-fonte]

Distribuição populacional de Chipre em 1960

Os cipriotas gregos e turcos compartilham muitos costumes, mas mantêm sua etnicidade baseada na religião, idioma e outros fortes laços com suas respectivas terras maternas. O grego é falado predominantemente no sul, enquanto o turco predomina no norte. Esta delimitação das linguagens só corresponde ao período presente, devido à divisão da ilha depois de 1974, a qual implicou uma expulsão dos cipriotas gregos do norte e um movimento análogo dos cipriotas turcos desde o sul. No entanto, historicamente, o grego (em seu dialecto cipriota) era falado por um 82% da população aproximadamente, a qual estava regularmente distribuída ao longo de toda o área de Chipre, tanto no norte como no sul. De maneira similar, os falantes turcos estavam distribuídos também de maneira regular. Quanto à religião, a maioria da população de Chipre é cristã sendo esta fé seguida por 72% dos cipriotas.[6]


Religião[editar | editar código-fonte]

Quase todos os cipriotas gregos são membros da Igreja Ortodoxa Grega e Igreja Ortodoxa de Chipre.[7]

Política[editar | editar código-fonte]

Chipre é uma república, com um sistema presidencialista de governo. O presidente é o chefe de estado e de governo, nomeando e liderando o Conselho de Ministros, que exerce o poder executivo. O presidente é eleito por 5 anos, por sufrágio directo e universal. O poder legislativo é exercido pela Câmara dos Representantes. Os deputados são eleitos democraticamente por um sistema uninominal, de 5 em 5 anos. Os deputados são só cipriotas gregos. Os representantes da denominada República Turca do Norte de Chipre não são reconhecidos internacionalmente.

Símbolos nacionais[editar | editar código-fonte]

Bandeira[editar | editar código-fonte]

A atual bandeira nacional de Chipre foi adotada a 16 de agosto de 1960. Mostra um mapa de toda a ilha por cima de dois ramos de oliveira.

Brasão de armas[editar | editar código-fonte]

O brasão de armas de Chipre representa uma pomba que transporta um ramo de oliveira (um conhecido símbolo da paz) sobre 1960, o ano da independência dos cipriotas em relação á Grã-Bretanha. O fundo é um cobre-cor amarela; o presente simboliza os grandes depósitos de minério de cobre em Chipre (principalmente sob a forma de chalcopyrite, que é de cor amarela).

Hino nacional[editar | editar código-fonte]

Tanto o hino nacional de Chipre como o da Grécia foram extraídos de um longo poema de 158 estrofes, todavia somente as duas primeiras são parte oficial da composição musical. O texto foi escrito por Dyonísios Solomós e musicado por Nikolaos Mantzaros, tendo sido oficialmente adotado em 1864. Trata-se de uma ode à liberdade alcançada em 1821, após séculos de domínio otomano.

Subdivisões[editar | editar código-fonte]

Chipre divide-se em 6 distritos (em grego, επαρχίεςeparkhíes). As capitais possuem os mesmos nomes. Os distritos são:

As divisões de Chipre
Grego Turco
Famagusta Αμμόχωστος (Ammókhostos) Gazimağusa
Cirênia Κερύvεια (Kerýneia) Girne
Lárnaca Λάρνακα (Lárnaka) Larnaka
Limassol Λεμεσός (Lemesós) Limasol/Leymosun
Nicósia Λευκωσία (Lefkosía) Lefkoşa
Pafos Πάφος (Páfos) Baf

Economia[editar | editar código-fonte]

A economia de Chipre está claramente afectada pela divisão da ilha em dois territórios. Tem uma economia altamente vulnerável, mais estabilizada depois da entrada na União Europeia, com uma forte dependência do setor de serviços e problemas de isolamento com respeito ao resto da Europa.

Nos últimos vinte e cinco anos, Chipre passou a depender da agricultura (onde só a produção de cítricos tem relativa importância comercial), a ter uma estrutura mais conforme com o contexto europeu, com uma presença importante do sector industrial que sustenta a maior parte das exportações e emprega 25% da população. Cerca de 70% depende do sector serviços, e em concreto do turismo. A localização geográfica próxima ao Oriente Médio provoca grandes oscilações de ano em ano ao tempo de converter-se em destino turístico.

A frota de navios com matrícula cipriota é a quarta mais importante do mundo e reporta volumosos rendimentos.

A partir de 1 de janeiro de 2008, a República de Chipre adotou também o euro como moeda local, menos de quatro anos após entrar para a União Europeia.

Cultura[editar | editar código-fonte]

Apesar do fato de que a história de Chipre é uma história de ocupações e invasões, a cultura contemporânea é de caráter grego puro, um personagem que nunca mudou durante os últimos 3 500 anos.

Na verdade Chipre possui uma grande movimentação de turistas durante o período de verão, quando o calor e sol são fortíssimos. A noite também é bastante agitada com vários bares, com ares típicos de pubs.

Suas praias são lindíssimas, como é comum às ilhas gregas. Existem muitos passeios de barco pelo Mediterrâneo. Aliás, como país mediterrâneo que é, não poderia deixar de ter um bom vinho, sem esquecer os maravilhosos azeites.

A culinária é bastante saudável, pois costumam comer basicamente saladas, acompanhadas de grelhados variados de frango, carneiro e porco, todos temperados com diferentes e exóticas ervas.

Ao passear pelos antigos vilarejos encrustados no centro da Ilha e que parecem parados no tempo, é comum encontrar rodas de homens (nunca mulheres) em "botecos", engatando conversas ao velho estilo grego de ser. Sem esquecer as igrejas brancas, de origem ortodoxa, incrustadas nas pedras, às margens do Mediterrâneo.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Existe também a forma menos usada, mas etimologicamente mais correta (de acordo com Ivo Xavier Fernandes, em Topónimos e Gentílicos) Cipro.[3]

Referências

  1. Portal da Língua Portuguesa - Dicionário de Gentílicos e Topónimos
  2. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD): Human Development Report 2014 (em inglês) (24 de julho de 2014). Visitado em 2 de agosto de 2014.
  3. Fernandes, Ivo Xavier. Topónimos e Gentílicos. Porto: Editora Educação Nacional, Lda., 1941. vol. I.
  4. Ιστορία της Κυπριακής Δημοκρατίας 1960-2010 (História da República de Chipre 1960-2010) Edition Phileleftheros
  5. Fisher, Fred H. Cyprus: Our New Colony And What We Know About It. London: George Routledge and Sons 1878, pp. 13-14.
  6. http://www.thearda.com/internationalData/countries/country_64_1.asp
  7. People and Society: Cyprusistória de Manaus - O início da ocupação CIA - The Word Factbook. Visitado em 13 de junho de 2012.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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