Paraguai

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República del Paraguay (espanhol)
Tetã Paraguái (guarani)

República do Paraguai
Bandeira do Paraguai
Brasão de armas do Paraguai
Bandeira do Paraguai Brasão das Armas
Lema: Paz y justicia
("Paz e justiça")
Hino nacional: Paraguayos, República o Muerte
("Paraguaios, república ou morte")
Gentílico: paraguaio(a);
paraguaiano(a)[1]

Localização  República do Paraguaiia

Capital Assunção
Cidade mais populosa Assunção
Língua oficial Espanhol e guarani
Governo República presidencialista
 - Presidente Horacio Cartes
 - Vice-presidente Juan Afara
Independência da Espanha 
 - Declarada 15 de maio de 1811 
Área  
 - Total 406 752 km² (58.º)
 - Água (%) 2,3
 Fronteira Argentina, Bolívia e Brasil
População  
 - Estimativa de 2011 7 356 789 hab. (100.º)
 - Densidade 14 hab./km² (192.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2014
 - Total US$ 54,723 bilhões*[2]  
 - Per capita US$ 8 064[2]  
PIB (nominal) Estimativa de 2014
 - Total US$ 29,051 bilhões*[2]  
 - Per capita US$ 4 281[2]  
IDH (2013) 0,676 (111.º) – médio[3]
Gini (2012) 48,2[4]
Moeda Guarani (PYG)
Fuso horário (UTC−4)
Cód. Internet .py
Cód. telef. +595
Website governamental www.presidencia.gov.py

Mapa  República do Paraguaiia

Paraguai (pronunciado em português europeu[pɐɾɐˈgwaj]; pronunciado em português brasileiro[paɾaˈgwaj]; em espanhol: Paraguay, pronunciado: [paɾaˈɣwaj]; em guarani: Paraguái), oficialmente República do Paraguai (em castelhano: República del Paraguay; em guarani: Tetã Paraguái), é um país do centro da América do Sul, limitado a norte e oeste pela Bolívia, a nordeste e leste pelo Brasil e a sul e oeste pela Argentina.[5] O Paraguai é um dos dois países da América do Sul que não possuem uma saída para o mar, juntamente com a Bolívia. Possui uma área de 406 752 quilômetros quadrados,[6] um pouco maior que o estado brasileiro de Mato Grosso do Sul.[7] A população paraguaia foi estimada em cerca de 6,5 milhões de habitantes em 2009, a maioria dos quais estão concentrados na região sudeste do país. A capital e maior cidade é Assunção,[8] cuja região metropolitana é o lar de cerca de um terço da população do país. Em contraste com a maioria das nações latino-americanas, a cultura e a língua nativa do país — o guarani — permaneceram altamente influentes na sociedade. Em cada censo, os residentes predominantemente identificam-se como mestiços, refletindo anos de miscigenação entre os diferentes grupos étnicos do país. O guarani é reconhecido como língua oficial, junto com o espanhol, e ambos os idiomas são falados pela população.

O Paraguai está localizado no centro-sul da América do Sul. A topografia da área do leste do país é extensamente plana.[9] O principal produto de exportação cultivado nessa região é a soja.[10] No oeste, a principal atividade econômica do cerrado do Gran Chaco é a pecuária.[11] O rio Paraguai divide o país entre o norte ao sul. O próprio rio é a mais importante rota comercial de transporte num país que não tem saída para ao mar. São parte integrante da população do Paraguai uma grande quantidade de brasileiros, os brasiguaios. Os brasiguaios abrangem uma área muito grande próximo à fronteira com o Brasil.[12] Essa área ocupada pelos brasiguaios é uma fonte de preocupação para os demais habitantes da região.[13]

Os nativos guaranis viviam no atual território paraguaio por pelo menos um milênio antes dos espanhóis conquistaram o território no século XVI. Os colonizadores espanhóis e missões jesuíticas introduziram o cristianismo e a cultura espanhola para a colônia. O Paraguai estava na periferia do Império Espanhol, com poucos centros urbanos e uma população escassa. Após a independência da Espanha em 1811, o país foi governado por uma série de ditadores que implementaram políticas isolacionistas e protecionistas. Este desenvolvimento foi truncado pela desastrosa Guerra do Paraguai (1864–1870), no qual o país perdeu entre 60 e 70 por cento da sua população, por conta da guerra e de doenças, e perdeu cerca de 140 000 quilômetros quadrados do seu território para a Argentina e o Brasil. No século XX, o Paraguai sofreu uma sucessão de governos autoritários, culminando no regime de Alfredo Stroessner, que liderou a mais longa ditadura militar da América do Sul, de 1954 a 1989. Ele foi derrubado durante um golpe militar interno e eleições multipartidárias livres foram organizadas e realizadas pela primeira vez em 1993. Um ano depois, o Paraguai se juntou a Argentina, Brasil e Uruguai para fundar o Mercosul, uma colaboração econômica e política regional.

O Paraguai é um dos países mais pobres e isolados da região, embora desde a virada do século XXI tenha experimentado um rápido crescimento econômico. Em 2010, sua economia cresceu 14,5 por cento, a maior expansão econômica da América Latina e a terceira mais rápido do mundo (depois de Qatar e Singapura).[14] Em 2011, o crescimento econômico desacelerou para 6,4%, mas manteve-se superior à média global.[15] No entanto, a desigualdade de renda e o subdesenvolvimento permanecem generalizados. A dependência econômica do setor primário torna o país dependente do clima como, por exemplo, em 2009 e 2012, quando a economia registrou um crescimento negativo devido a condições climáticas adversas. O índice de desenvolvimento humano (IDH) do país é 0,669, um dos mais baixos da América do Sul e ainda menor do que o da Bolívia.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O topônimo Paraguay tem origem relativamente incerta; sabe-se que provém do guarani e que teria sido dado inicialmente ao rio, porém não há uma etimologia fidedigna de seu significado no idioma.[16] As alternativas prováveis são "águas do mar" (de pará, "mar", guá, que denota origem, e ý, "água", significando "água que vem do mar",[17] onde "mar" provavelmente se refere ao Pantanal) ou uma modificação de payagua-í ("água" ou "rio dos paiaguás").[17]

Em guarani, costuma-se escrever o nome como Paraguái, e usa-se, ocasionalmente, a forma Paragua-y para se referir à cidade de Assunção.[17] Em tupi, o vocábulo teria origem no termo Paragoáy (de paragoá, "papagaio" e ý, "rio"), com o significado de "rio do papagaio".[18] Eduardo de Almeida Navarro defende que o nome do país e do rio provém da língua guarani antiga, significando "rio dos paraguás" pela junção de paragûá (paraguá, uma variedade de psitacídeo) e 'y (rio).[19]

História[editar | editar código-fonte]

Era pré-colombiana e colonização[editar | editar código-fonte]

Quando da chegada dos espanhóis ao território do Paraguai Oriental, ou seja, a área entre o rio Paraná a leste e o rio Paraguai a oeste, o território era habitado por diversas etnias indígenas que se encontravam em estado de guerra entre elas. Estas etnias pertenciam a três grupos diferentes: os do Pampa, os lágidos e os amazônicos. Ainda não se sabe qual destes grupos chegou primeiro ao território. O que se sabe é que até o século XV os guaranis conseguiram avançar desde o norte, isto graças à sua superioridade numérica e posse de uma cultura material mais desenvolvida, onde praticavam o cultivo da mandioca, milho e amendoim. A prática de uma agricultura de roça permitia que obtivessem excedentes necessários para manter uma população em contínuo crescimento demográfico, e que necessitava de novos territórios.

Os primeiros colonos espanhóis chegaram ao Paraguai no início do século XVI.[20] A cidade de Assunção, fundada em 15 de agosto de 1537,[21] logo se tornou o centro de uma província nas colônias espanholas na América do Sul, conhecida como "Província Gigante de Indias".

Cquote1.svg …o Paraguai não chegou a formar grandes latifúndios exportadores, em mãos de uma camada poderosa de proprietários rurais, como aconteceu em muitos países latino-americanos. (…) Os camponeses livres, na sua maioria mestiços, haviam sido, no início do século XVIII, os protagonistas das grandes rebeliões "comuneras" contra os jesuítas e as autoridades espanholas ligadas a eles."[22] Cquote2.svg
Cabildo de Assunção (1537-1811).

Antes da chegada dos europeus, os territórios situados entre os rios Paraná e Paraguai eram ocupados pelos guaranis, que viviam da agricultura, da caça e da pesca. Acossados, no século XV, por tribos da região do Grande Chaco, os guaranis cruzaram o rio Paraguai e submeteram seus inimigos, levando o conflito aos limites meridionais do império Inca. Eram, assim, os aliados naturais dos primeiros exploradores europeus que procuravam rotas mais curtas para as minas do Peru.

Aleixo Garcia, que partiu do litoral brasileiro em 1524 e Sebastião Caboto, que subiu o Paraná em 1526, foram os primeiros a atingir as terras interiores da bacia Platina, hoje pertencentes ao Paraguai, mas coube a Domingos Martínez de Irala a primazia dos primeiros núcleos coloniais (1536-1556). Juan de Ayolas, Juan de Salazar e Juan de Garay também realizaram penetrações na região. Irala lançou os fundamentos do Paraguai, que logo se transformou no centro da transformação espanhola na região sul-oriental da América do Sul. Sua política de colonização consistiu na delimitação das fronteiras com o Brasil através da construção de uma linha de fortes contra a expansão portuguesa, na fundação de vilas e na intensa miscigenação de espanhóis com guaranis, principal fator da formação da população do país.

A partir do início do século XVII e por mais de 150 anos, missões jesuíticas do sudeste do Paraguai exerceram governo efetivo sobre cerca de 100 000 índios com 33 reduções, as quais serviam como centros de conversão religiosa, de produção agropecuária, de comércio e manufaturas, mas também como postos avançados contra a expansão portuguesa.

Independência e conflitos (1811-1870)[editar | editar código-fonte]

Em 15 de maio de 1811, o Paraguai declarou a sua independência da Espanha, sem luta nem guerra. O Dr. José Gaspar García Rodríguez de Francia, mais conhecido como o "Dr. Francia", ou "O Supremo", governou o país até sua morte, ocorrida em 1840. Durante seu governo, o Dr. Francia isolou o Paraguai do resto do mundo, não mantendo relações com nenhum país e proibindo a emigração e a imigração. Reprimiu a oposição ao regime e utilizou a política isolacionista como meio de deter as ambições expansionistas do Brasil e da Argentina e a penetração estrangeira. A fim de evitar a necessidade de comércio exterior, o ditador estimulou a autossuficiência agrícola, mediante a introdução de novas culturas e desenvolveu as manufaturas. Essa política isolacionista contribuiu para preservar o caráter homogêneo do povo paraguaio e seu espírito de independência.

Sobre este caudilho afirmam Antonio Mendes Junior e Ricardo Maranhão:

Cquote1.svg As imensas terras dos jesuítas, que após sua expulsão, em meados do século XVIII, haviam passado para as mãos do Estado espanhol, foram arrendadas por baixo preço a camponeses livres. (…) "El Supremo" apoiou-se exclusivamente nos camponeses mestiços e índios. (…) preocupou-se muito com a educação primária dos mestiços: defensor do ensino obrigatório e gratuito, atacou o analfabetismo; ao morrer, em 1840, não existia um só analfabeto no Paraguai, caso único em toda a América Latina."[23] Cquote2.svg

Francia foi sucedido por Carlos Antonio López (1840-1862), que abandonou o isolacionismo, expandiu o comércio externo e a educação e abriu as portas do país para técnicos estrangeiros. Aumentava, contudo, a fricção entre o Paraguai e seus dois poderosos vizinhos, Brasil e Argentina. O ditador argentino Juan Manuel Rosas ergueu obstáculos ao comércio exterior paraguaio, mediante bloqueio econômico, enquanto reavivavam-se disputas fronteiriças. Consciente do perigo, Antonio López, tratou de fortalecer o exército, que seu filho Francisco Solano López (1862-1870) teria amplas oportunidades de usar. Treinado por oficiais alemães e equipado com armas europeias modernas, o exército paraguaio tornou-se uma força formidável empregada numa aventura expansionista.

Há um mito muito divulgado sobre o Paraguai dessa época que diz que o Paraguai era uma potência regional e um país autossuficiente, com um exército poderoso, procurando uma saída para o mar. Tal narrativa, segundo alguns historiadores, não passaria de um mito. O Paraguai de Francia e Solano López, segundo esses historiadores, nada mais seria que um país que buscava se fortalecer militarmente com medo de possíveis tentativas de anexação da Argentina. Outro fato importante ressaltado por alguns historiadores é que o Paraguai tinha, sim, uma receita de exportações baseada na madeira e na erva-mate. Ainda em oposição ao mito de um país industrializado e autossuficiente, alguns historiadores argumentam que o país, naquela época, não era industrializado nem tampouco era uma potência regional.

As perdas territoriais paraguaias para seus vizinhos começaram quando a província de Misiones foi cedida à Argentina em 1852 por Carlos Antonio López, pai de Francisco Solano López, em troca do reconhecimento argentino da independência paraguaia.[24] A província de Formosa foi perdida após a guerra do Paraguai, chamada pelos paraguaios de guerra de La Triple Alianza.

Cquote1.svg Para a Argentina, a guerra do Paraguai havia representado um passo decisivo para completar o processo de formação de seu estado nacional, pela eliminação ou incorporação da maioria das oposições provinciais ao governo de Buenos Aires. A oligarquia portenha sentia-se à vontade para aspirar à efetiva aplicação do tratado da Tríplice Aliança, que lhe daria de presente todo o chaco paraguaio. O governo argentino, chefiado então por Sarmiento (que sucedera a Mitre) e tendo como ministro das relações exteriores Tejedor, empenhou-se em pôr em prática sua política anexionista. (…) As discussões e disputas se arrastaram por dois anos, tornando-se mais graves a partir de janeiro de 1872, quando o barão de Cotegipe assinou um tratado em separado com o governo títere de Assunção. Os protestos de Buenos Aires levaram a um clima em que a possibilidade de guerra contra o império não era descartada. Principalmente porque o governo do Rio de Janeiro, apresentando-se como "benévolo", perante os paraguaios, contentou-se com a fixação de fronteiras nos limites reivindicados antes da guerra e contestados por Solano López. (…) Finalmente, a 3 de fevereiro de 1876, o tratado de Irigoyen-Machain entre Buenos Aires e Assunção, aceito pelo Rio de Janeiro, encerrou a questão. Segundo ele, a Argentina teria uma parte do território do Chaco até o rio Pilcomayo e as tropas brasileiras se retiravam do Paraguai, respeitando as cláusulas brasileiro-paraguaias de 1872."[25] Cquote2.svg

A chamada guerra do Paraguai desenvolveu-se entre 1865 a 1870, contra a Tríplice Aliança, composta pela Argentina, Brasil e Uruguai, apoiados economicamente pelo Reino Unido. Diversos motivos levaram os países envolvidos ao conflito bélico, que acabou custando muito ao Paraguai, como a perda do seu exército poderoso frente aos demais países da América do Sul, como também o mais grave, que foi a morte de dois terços da população do sexo masculino e a perda de territórios, em grande parte, para o Brasil e a Argentina: como resultado da guerra, que se encerrou em 1870, além de Misiones, os paraguaios perderam a região do Chaco correspondente à província de Formosa para a Argentina. Conforme transcrito acima, ambas as anexações foram definitivamente reconhecidas em 1876, depois do tratado de Irigoyen-Machain que firmou a paz com o governo de Buenos Aires. Uma parte do seu território (nordeste) foi anexada ao Mato Grosso (hoje, Mato Grosso do Sul). A economia paraguaia ficaria estagnada pelos cinquenta anos seguintes.

Século XX[editar | editar código-fonte]

Mapa da Bolívia e Paraguai após a Guerra do Chaco.

A reconstrução econômica do país foi perturbada pela sequência de crises políticas, golpes de Estado e guerras civis das últimas décadas do século XIX. Apesar da existência de partidos políticos, Colorado e Liberal, a formação dos governos era, quase sempre, fruto de intervenções militares e revoluções palacianas. Durante a Primeira Guerra Mundial, quando o país permaneceu neutro, houve um período de certa prosperidade. Cresciam paralelamente as disputas com a Bolívia pela posse do Chaco. Desde os primeiros anos do século XX os dois países construíram fortes na área contestada. Após choques esporádicos, estourou a guerra do Chaco (1932-1935), que os paraguaios, comandados pelo coronel José Félix Estigarribia, venceram a muito custo. O Tratado de Paz de 1938, assinado com a intermediação do Brasil, Argentina, Chile, Peru, Uruguai e Estados Unidos, deu ao Paraguai a maior parte do território disputado e à Bolívia uma saída para o rio Paraguai via Puerto Suárez.

A guerra do Chaco permitiu o surgimento do primeiro movimento político importante destinado a reformar instituições. O coronel Rafael Franco, líder de um novo partido, o Febrerista, assumiu a 17 de fevereiro de 1936 com grande apoio popular. Empregando métodos ditatoriais, Franco promoveu uma distribuição limitada de terras, promulgou leis sociais e trabalhistas e nacionalizou fontes de matérias-primas. Os reformistas sofreram um revés com um golpe de Estado desfechado pelo exército, mas, em 1939, elegeram o herói da guerra do Chaco, José Félix Estigarribia, como presidente da república. Estigarribia promulgou a constituição reformista de 1940. Seus planos progressistas que previam a reforma agrária e modernização do país caíram por terra após sua morte num acidente aéreo.

Selo com a imagem de Alfredo Stroessner

Sob o governo do general Higino Morínigo (1940-1948), o Paraguai recaiu na ditadura militar, em que as liberdades civis foram suprimidas e restabelecidos os direitos do latifundiários. A oposição cresceu a partir de 1944, e, em 1947, liberais e febreristas, com o apoio de parte do exército, sublevaram-se. Embora derrotados, provocaram a renúncia do ditador. Após sucessivos golpes de Estado que levaram ao poder quatro presidentes, inclusive o escritor Juan Natalicio González, o líder do Partido Colorado, Federico Chávez (1949-1954), assumiu o governo. Sua administração caracterizou-se pelo alinhamento com o regime de Juan Domingo Perón, na Argentina. Dificuldades econômicas e financeiras, decorrentes do forte processo inflacionário que se seguira à Guerra Civil de 1947, contribuíram para sua deposição.

Em maio de 1954, o comandante do exército, general Alfredo Stroessner, tomou o poder, Stroessner fez-se eleger presidente nesse ano e foi reeleito em 1958, 1963, 1973, 1978, 1983 e 1988. Para cada eleição, suspendeu-se por um dia o estado de sítio. Stroessner garantiu seu regime exilando os líderes democráticos, cercando-se de áulicos e controlando diretamente as forças armadas. Aos apelos da Igreja em favor dos presos políticos, reagiu expulsando do país vários sacerdotes. No campo econômico, o Paraguai foi marcado por contrabando e pela inauguração da usina hidrelétrica de Itaipu, um projeto conjunto entre Brasil e Paraguai.

Era contemporânea[editar | editar código-fonte]

Stroessner foi deposto em 3 de fevereiro de 1989 em golpe liderado pelo general Andrés Rodríguez que deixou dezenas de mortos. Empossado na presidência, Rodríguez levantou a censura à imprensa, autorizou a volta dos exilados, legalizou organizações políticas, que estavam proibidas e convocou eleições. Em 1 de maio, foi eleito presidente. Em 1991, assinou, em Assunção, junto com os presidentes do Brasil, Argentina e Uruguai, o tratado de criação do Mercado Comum do Sul (Mercosul).

O ex-presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos.

Nas eleições presidenciais e legislativas de 9 de maio de 1993, ganhou Juan Carlos Wasmosy, do partido Colorado, que tomou posse na presidência em 15 de agosto do mesmo ano. Investigações sobre a ligação de paraguaios com o narcotráfico internacional e o veto aos protestos de militares, em 1994, geraram conflitos entre Wasmosy e o chefe do exército, Lino Oviedo, que tentou um golpe, frustrado por manifestações no país e dos demais membros do Mercosul e dos Estados Unidos. Oviedo foi indicado a concorrer à presidência, mas um tribunal militar o condenou a dez anos de prisão, em março de 1998, pela tentativa de golpe, tornando-o inelegível. Seu substituto, Raúl Cubas, venceu o pleito em maio e libertou Oviedo por decreto. A corte Suprema declarou ilegal o indulto, mas Cubas ignorou essa posição.

Em março de 1999, o vice-presidente eleito, Luis María Argaña, rival do Oviedo no Partido Colorado, foi morto a tiros em Assunção. Manifestantes exigiram a destituição de Cubas, apontado pelo executor Pablo Vera Esteche juntamente com Oviedo como mandantes do crime [26] [27] . No dia 26, seis manifestantes foram assassinados enquanto pediam a saída de Cubas. Ele renunciou depois e refugiou-se no Brasil. Luis González Macchi, presidente do congresso, assumiu. Em outubro, um pistoleiro confessou ter matado Argaña e implicou Oviedo e Cubas no crime. No leste do país, cresceu a tensão entre paraguaios e brasileiros.

Militares se rebelaram em maio de 2000, mas a nova tentativa de golpe fracassou, outra vez por causa da pressão externa. O governo declarou estado de sítio e atribuiu a tentativa de Oviedo, que foi preso por policiais em Foz do Iguaçu e levado para Brasília. Após cinco anos de exílio retorna ao Paraguai. Ao chegar ao país, foi preso [28] e cumpriu pena até 2007.

O ex-presidente paraguaio Fernando Lugo.

O colorado Nicanor Duarte Frutos foi eleito presidente em abril de 2003. Os colorados mantiveram a maioria no congresso, mas com menos força: o número de deputados do partido caiu de 45 para 37 e o de senadores de 24 para 16. O PLRA elegeu 21 deputados e doze senadores. Em agosto, Duarte tomou posse, em meio a grave crise econômica. Fora da presidência, Macchi foi proibido pela justiça de sair do país, onde deveria responder às acusações de corrupção.

Em 20 de abril de 2008, Fernando Lugo foi eleito o novo presidente do Paraguai dando fim a quase seis décadas de domíno do partido Colorado. O ex-bispo católico e teólogo prometeu realizar uma reforma agrária dentro dos marcos constitucionais, ampliar o sistema de seguridade social do Paraguai e lutar pela soberania energética do país. Foi votado no dia 22 de junho de 2012 um processo de afastamento de Lugo, no qual o presidente sofreu um impeachment pelo Parlamento paraguaio em pouco mais de 24 horas. O presidente teve apenas 2 horas de defesa, o que gerou protestos por parte de apoiadores, governos estrangeiros e entidades internacionais. Em uma reunião realizada em Mendoza, Argentina em 29 de junho de 2012, a Unasul, em consenso dos chefes de estado participantes, considerou o processo uma violação da ordem democrática [29] Segundo a ministra da defesa do Paraguai, o chanceler da Venezuela teria instigado os militares paraguaios a usarem a força contra a decisão do congresso, o que foi confirmado por um comandante paraguaio.[30] Na mesma reunião que decidiu pela suspensão do Paraguai do Mercosul, os demais membros aceitaram a Venezuela no bloco, processo que se encontrava parado devido ao Congresso paraguaio. De acordo com o vice-presidente uruguaio, isso viola o tratado de Assunção que instituiu o bloco.[31]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Imagem de satélite do Paraguai.

O Paraguai faz fronteira com a Bolívia ao norte e a noroeste, com o Brasil a leste e a nordeste, e com a Argentina a sudeste, ao sul e a oeste. A localização da cidade Assunção fica na margem esquerda do rio Paraguai, na parte frontal da foz do rio Pilcomayo. O rio Paraguai desce da parte setentrional para a parte meridional. O próprio rio faz a divisão do Paraguai em duas regiões geográficas distinguidas — a Región Oriental (Região Oriental) e a Región Ocidental (Região Ocidental). Outro nome dado à essa última, é o Chaco Boreal.

No Paraguai existem três diferentes regiões geográficas. O Chaco é uma planície de grande extensão na parte ocidental do país. Em compartilhamento com a Bolívia e a Argentina, é caracterizado pela altitude que se declina gradualmente da parte norte-ocidental para a parte sul-oriental. É revestida de áreas pantanosas e ocorrem muitas cheias durante a época em que chove. O campo é a vegetação predominante da região central. Seu relevo é de morros e a fertilidade dos vales serranos. O tipos de vegetação característicos são a savana, as matas de galeria e a vegetação de pântano. A área florestal está localizada em um acidente geográfico de terra baixa. Os morros de baixa altitude recortam essa região e alcançam aproximadamente 700 metros nas cordilheiras de Amambay e Mbaracayú, ambas na fronteira com o Brasil.

A rede hidrográfica é caracterizada pela presença de numerosos rios que estão intimamente relacionados com a vida econômica e política do país. Os rios formam a maior parte das fronteiras do Paraguai e constituem seus mais importantes meios de transportes. As fronteiras oeste, sul e sudeste com a Argentina são demarcadas pelos rios Pilcomayo, Paraguai e Paraná, enquanto os rios Paraguai, Apa e Paraná separam o país do Brasil, ao norte e leste. O Paraguai e o Paraná são os mais importantes cursos d'água do país. O primeiro nasce em terras brasileiras e atravessa extensas planícies de aluvião, dividindo o país em duas partes (oriental e ocidental).

Clima[editar | editar código-fonte]

Paisagem do Chaco no Paraguai.

O clima do Paraguai é, geralmente, subtropical, menos em alguns trechos da região do Chaco, com temperatura parecida à do Planalto Central Brasileiro, onde é quente e úmido. O país é cortado pelo trópico de Capricórnio ao centro, próximo a Concepción. A posição central e plana do Paraguai, praticamente sem barreiras naturais, favorece os rápidos efeitos dos ventos quentes originários do Equador, e dos ventos frios que vêm da Argentina, causando variações térmicas acentuadas.

No verão, as temperaturas variam entre 26 °C e 33 °C, e no inverno entre 15 °C e 26 °C. A temperatura média é de 23 °C, enquanto que a máxima absoluta de 41 °C e a mínima é de 1 °C. A diferença entre a temperatura média do verão e a do inverno é de 6 °C. Uma das características do clima paraguaio é a alta temperatura sentida no verão, especialmente na região dos campos e do Chaco, e o frio intenso que ocorre no período do inverno.

São muito frequentes e quase sempre abundantes as chuvas no território paraguaio. O tamanho do país tem influência na quantidade de chuvas, acentuando a estação seca especialmente na fronteira com Bolívia e Argentina. Pode-se considerar bem elevado o índice de chuvas no Planalto do Paraná, com 2.000 mm anuais. Na capital, Assunção cai para 1.300 mm e no Chaco para 800 mm. Os meses de concentração das chuvas são dezembro, janeiro e fevereiro, caindo durante o inverno.

Biodiversidade[editar | editar código-fonte]

Vista do Parque Nacional Cerro Cora

O território do Paraguai tem três regiões com vegetação característica em função da diferença na precipitação pluviométrica. Há florestas, o Chaco e campos. As florestas situam-se na região Oriental, principalmente nos vales próximos aos grandes rios, onde há madeiras de lei como o urunday, o cedro, o curupay e o lapacho, entre outras. Os campos situam-se na parte central do país, onde há grandes fazendas de criação de gado, que se beneficiam da grande variedade de pastagens naturais, entre as quais muitas gramíneas. Nessa região de campos, há, também, florestas diversas acompanhando as margens dos rios.

Já a região do Chaco é formada por gramíneas e florestas próximas ao rio Paraguai. O quebracho é uma árvore característica da região, de onde se extrai o tanino, de grande valor comercial e vendido especialmente para os mercados estadunidense e britânico. Nas regiões mais secas do Chaco há arbustos e cactos gigantes. Em função do clima, tipo de solo e vegetação, o Chaco é considerado uma região inóspita, ocupando cerca de sessenta por cento do território do país. Os campos, que ocupam cerca de vinte por cento da superfície do Paraguai, foram ocupados em primeiro lugar. No entanto, nas últimas décadas, as florestas também passaram a ser ocupadas pelos fazendeiros, que implantaram, ali, extensas plantações de soja, que é exportada, em sua maior parte, através do porto brasileiro de Paranaguá. Milhares de colonos brasileiros se estabeleceram no Paraguai, especialmente nas fronteiras, como donos de fazendas ou trabalhadores rurais.

A fauna paraguaia, idêntica à do Centro-Oeste brasileiro, inclui a onça, muito frequente no Chaco, o queixada, o cervo, tatu e tamanduá. Há também muitas espécies de pássaros e aves tropicais, como emas, seriemas, garças, tucanos e papagaios.

Demografia[editar | editar código-fonte]

Densidade populacional do Paraguai (pessoas por km²).

Embora não exista nenhum dado oficial sobre a composição étnica do Paraguai, estima-se que a maior parte da população seja o resultado da mestiçagem entre indígenas e imigrantes europeus, que teve início na época do domínio espanhol. A população atual é conformada por descendentes de uma nova mestiçagem entre a população tradicional hispano-guarani que sobreviveu ao extermínio durante a Guerra do Paraguai e imigrantes (europeus especialmente e asiáticos) que chegaram após a Guerra do Paraguai com o objetivo de repovoar o país.[32] No final do século XX, o número de habitantes aumentou a uma taxa de 2,6% ao ano. Com o ritmo acelerado de crescimento, a população deve duplicar em um período de 21 anos.

A densidade populacional é considerada baixa (14,1 hab./km²). Existem grandes contrastes de ocupação entre as distintas partes do país: o Chaco é a região mais despovoada. As planícies próximas ao rio Paraná têm densidade moderada. A porcentagem da população urbana é de 56,7%. Os habitantes concentram-se nas principais cidades do país, como Assunção, Ciudad del Este, San Lorenzo e Fernando de La Mora. A taxa de natalidade é elevada — cada mulher tem em média 3,8 filhos. A taxa de mortalidade infantil é moderada e gira em torno de 26 por mil. A expectativa de vida é de 68,5 anos para homens e de 73 anos para mulheres.

A imigração após a Guerra do Paraguai foi fundamental para a reconstrução do país: "Após a Guerra contra a Tríplice Aliança, o Paraguai dizimado precisava recuperar a sua sociedade, tanto do ponto de vista demográfico como social, cultural, econômico e político. O governo paraguaio começou uma campanha para atrair imigrantes, especialmente europeus, para renovar e transformar a sociedade, atingindo assim o país, contingentes de italianos, argentinos, espanhóis, franceses, brasileiros, portugueses, alemães, uruguaios, austríacos, britânicos, entre outros, que foram os primeiros em abrir grupos empresariais e da indústria, mudando o tipo de vida cotidiana. A contribuição dos imigrantes no final do século XIX foi muito importante para o Paraguai, pois ajudaram a reativar a economia e influenciaram a construção de uma nova sociedade e, portanto, uma nova cultura nacional." (Regeneración de la Sociedad Paraguaya: Aporte de los Inmigrantes (1870-1904), Raquel Zalazar).[33]

Alemães,[34] italianos,[35] japoneses,[36] [37] coreanos,[38] chineses, sírios, árabes,[39] brasileiros e argentinos estão entre as nacionalidades minoritárias que se instalaram no Paraguai.

Cidades mais populosas[editar | editar código-fonte]

Idiomas[editar | editar código-fonte]

O guarani, língua falada pela maioria da população, e o espanhol são os idiomas oficiais, sendo que 95% da população é bilingue. O dialeto falado no país é o espanhol rioplatense. Há também dezenas de milhares de falantes puramente indígenas de dialetos guaranis no Paraguai.[40]

Uso da língua guarani ao redor do mundo.

O idioma guarani é uma língua do grupo macro-tupi, falada por 4 000 000 de pessoas (das quais 2 000 000 a têm como língua materna) no Paraguai (onde é língua oficial), no nordeste de Argentina, no sul do Brasil e no Chaco boliviano. É a língua nativa dos guaranis, um povo nativo da região, mas também goza de uso extenso fora da etnia. Na América pré-colonial e do início da colonização europeia, foi utilizada como língua franca em uma ampla região a leste da Cordilheira dos Andes, desde o mar das Antilhas até o Rio da Prata. O guarani é o idioma oficial do Paraguai e é falado por noventa por cento da população paraguaia.

Esta situação se deveria principalmente à originária constituição da sociedade paraguaia. Como consequência da superioridade numérica de falantes do guarani e da relação de parentesco que existia entre espanhóis e indígenas, a língua nativa gozou desde o começo de uma ampla aceitação social. Esta língua era a diária na vida paraguaia e a aceitação social era paralela à do castelhano, em contraste ao que ocorria ou ocorre no resto da América.

O Paraguai é único em muitos aspectos e diferente de outros países latino-americanos. O Paraguai tem uma população mestiça que é bastante homogênea (hispânica na aparência e na cultura). As pessoas não aparentam, nem vestem ou se comportam como indígenas. Os termos ladino e mestizo não são usados no espanhol paraguaio e não existem conceitos sobre mistura cultural ou racial, como existem em outros países latino-americanos. No entanto, apesar da espanholização da maioria dos moradores, noventa por cento da população é falante da língua indígena guarani. Por esse motivo, o Paraguai é único no hemisfério e o país é, frequentemente, citado como uma das poucas nações bilíngues no mundo.[41]

Religião[editar | editar código-fonte]

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O catolicismo é a religião mais popular, não mais oficial desde a atual constituição. A constituição de 1992 admite a livre prática de qualquer tipo de religião ou crença. 89,6% da população são católicos e 6,2% são protestantes, com predominância de menonitas. Há também minorias que incluem 1,1% de cristãos de outras afiliações, 1,9% de outras religiões e 1,1% de ateus.

Os primeiros missionários foram os franciscanos (1542), seguidos dos jesuítas, que fundaram no começo do século XVII as Missões, onde se concentraram mais de 300 000 guaranis, em sete reduções, no sudeste do Paraguai. Esse notável empreendimento catequético e social tinha bases econômicas definidas: agricultura, pastoreio, artesanato, indústria, artes, ao lado de magníficas igrejas.

As Missões constituíram um verdadeiro estado autossuficiente, de caráter teocrático e comunitário, que chegou a existir por mais de 150 anos (1610-1768), resistindo ao assédio dos paulistas. Com o tratado de Madrid e com a expulsão dos jesuítas (1767), as Missões foram invadidas e devastadas, voltando os índios ao estado primitivo.

O arcebispo de Assunção era membro do conselho de Estado até 1992, que designava altos dignitários eclesiásticos pelo direito do padroado real. Cerca de metade dos padres do país (quatrocentos no total, um para cada mil pessoas) são franciscanos, membros de ordens predominantemente europeias e têm criticado as violências da ditadura de Alfredo Stroessner.

As denominações protestantes (menonitas, batistas, pentescostais) dependem predominantemente das missões estrangeiras, sem suficiente liderança nacional.

Composição étnica[editar | editar código-fonte]

Uma multidão de paraguaios na entrada do Estádio do Bicentenário Nacional em Ypacaraí

Não existem dados oficiais sobre a composição étnica da população paraguaia, devido a que a Dirección General de Estadísticas, Encuestas y Censos do Paraguai[42] não inclui o item raça ou etnia, embora inclua a porcentagem de indígenas puros que habitam o país (segundo o censo do ano 2002, a população indígena do Paraguai representava 1.7% da população).[43] Cerca de 40.000 índios puros habitam as florestas do Chaco Ocidental e do Nordeste. A população do país, que antes da Guerra do Paraguai (1864-70) era de 500.000 habitantes, foi reduzida a menos da metade depois do conflito. A evasão por questões políticas ou econômicas também contribuiu para a baixa densidade demográfica. Existe, porém, uma ampla presença europeia, que representa uma grande parte da população, principalmente de espanhóis, alemães, italianos (que têm contribuído a repovoar o país após a Guerra da Tríplice Aliança).[32] Uma das últimas e importantes correntes imigratórias do país foi a dos menonitas alemães estabelecidos, maiormente, na Região Ocidental.

Uma recente pesquisa científica realizada por uma equipe franco-paraguaia e publicada na revista europeia "International Journal of Immunogenetics" na edição de fevereiro de 2011[44] chegou à conclusão da predominância dos genes espanhóis em mestiços paraguaios. A pesquisa publicada compara o sangue paraguaio com o sangue espanhol de origem andaluza (região de origem da maioria dos conquistadores no século XVI) e também com o sangue "guarani". O DNA extraído dos glóbulos brancos de 40 índios "Mbya Guarani" foi analisado através de modernas técnicas de biologia molecular (PCR) e foi tipificado o grupo sanguíneo HLA (nos glóbulos brancos). Após ter analisado as frequências do grupo sanguíneo e comparadas as distâncias genéticas entre mestiços paraguaios, espanhóis e guaranis do Paraguai, chegou-se às seguintes conclusões: 1) Os guaranis do Paraguai são geneticamente "muito diferentes" dos mestiços paraguaios e também dos espanhóis. 2) As distâncias genéticas são muito próximas entre mestiços paraguaios e espanhóis, enquanto são "muito distantes" entre mestiços paraguaios e guaranis do Paraguai. A predominância genética espanhola em mestiços paraguaios pode ser explicada através da história. Em 1537, 57 conquistadores espanhóis fundaram Assunção, a capital. Juntaram-se às mulheres guaranis nos primeiros anos, para dar origem à mistura hispano-guarani. Esta mistura foi intensa apenas durante as primeiras décadas da conquista, e foi então substituída por uma mestiçagem "mestizo-criolla" (descendentes de espanhóis nascidos no Paraguai). Ao mesmo tempo, a população guarani diminuía rapidamente devido às doenças e às guerras contra os novos habitantes.[45]

Governo e política[editar | editar código-fonte]

O Paraguai é uma república presidencialista, onde o presidente é, ao mesmo tempo, chefe de Estado e de governo. A constituição do Paraguai, promulgada em 20 de agosto de 1992, estabelece que o país é uma república baseada na democracia e na divisão dos poderes. O chefe de estado e chefe de governo é o atual presidente Horacio Cartes e o vice-presidente, Juan Afara.

No final da década de 1980, a saúde declinante do general Alfredo Stroessner e com a consequente incapacidade de lidar com os golpes de Estado, disputas militares, sucessão e descontentamento econômico levaram o general Andrés Rodríguez em 1989, por meio de um golpe. Sua promessa de estabelecer a democracia foi cumprida em 1993, com as primeiras eleições livres após sessenta anos de governo militar. O Partido Colorado, o velho partido governante de Stroessner, ainda teve apoio suficiente para vencer as eleições para o Congresso e para a presidência. Mas Guillermo Cabalero Vargas representando o PEN, um dos expoentes da ideologia do novo mercado, obteve metade dos votos em Assunção.

O poder executivo é exercido pelo presidente, eleito por sufrágio universal direto para um mandato de cinco anos, sem possibilidade de reeleição. Ao presidente, que é auxiliado pelo vice-presidente, compete nomear os ministros. O presidente e o vice-presidente são assessorados pelo Conselho de Ministros. O presidente participa da formulação da legislação e a promulga, podendo vetar leis emanadas do legislativo.

O Conselho de Ministros é constituído pelos membros do gabinete, o reitor da Universidad Nacional de Asunción, o presidente do Banco Central do Paraguai e representantes dos seguintes ministérios: agricultura e pecuária; educação e cultura; finanças; relações exteriores; indústria e comércio; interior; justiça; defesa; saúde e bem-estar social; obras publicas e comunicações.

O Palacio de los López, em Assunção, é a sede do governo do Paraguai.

O poder legislativo é bicameral, compreendendo o Senado, (45 membros), e a Câmara dos Deputados, (80 membros); senadores e deputados têm cinco anos de mandato. As eleições para o Congresso se celebram em listas fechadas simultaneamente com a eleição presidencial (não se aplica o voto por cada candidato a deputado ou senador senão por uma lista apresentada por cada partido político). Os deputados se elegem por departamento enquanto os senadores se elegem em nível nacional, ambos para mandatos de cinco anos.

O número de representantes eleitos por cada departamento (divisão administrativa) relaciona-se com a população dos departamentos. Os senadores são eleitos por todos os eleitores em forma nacional. Os membros do poder legislativo são eleitos pelo método D'Hondt .

O poder judiciário inclui a Corte Suprema de Justiça (nove juízes), as Cortes de Apelação, o Tribunal de Primeira Instância, e os juízes de Arbitragem, de Instrução e de Paz. O Senado e o presidente selecionam seus nove membros sobre a base de recomendações de um conselho de magistrados (Conselho da Magistratura) segundo a atual constituição de 1992.

A Corte Suprema resolve todos os casos que lhe são enviados pelas cortes inferiores. É constituída por um juíz principal e oito juízes associados. O presidente do país indica os juízes, que cumprem um mandato de cinco anos. As cortes de apelação especiais tratam de casos criminais, civis e trabalhistas. As cortes civis lidam com casos comerciais. Os juízes de paz resolvem os casos menores.

Os principais partidos políticos são o Partido Colorado ou Associação Nacional Republicana (ANR), o Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), o Movimento Pátria Querida (MPQ), a União Nacional dos Cidadãos Éticos (UNACE), o Partido País Solidário (PPS), o Partido Encontro Nacional (PEN) e o Partido Pátria Livre (PPL).

No que tange às relações internacionais, o Paraguai é membro da Organização das Nações Unidas, da Organização dos Estados Americanos, da Associação Latino-Americana de Integração e do Mercosul. Os principais objetivos do Paraguai são a integração ao Mercosul e a melhoria das relações diplomáticas com os Estados Unidos.

Eleições e partidos políticos[editar | editar código-fonte]

O voto é obrigatório para todos os paraguaios com idade de 18 a 75 anos. As eleições são regidas por um código eleitoral, que pode ser alterado pelo Congresso. Os residentes estrangeiros são autorizados a votar nas eleições municipais. Até 1990, o partido que ganhou uma maioria simples, foi premiado com dois terços das cadeiras em ambas as câmaras, que foi substituído por um sistema de representação proporcional.

A partir do final do século XIX, dois tradicionais partidos políticos do Paraguai foram o Partido Liberal (último no poder em 1940) ea Associação Nacional Republicana (Asociación Nacional Republicana; ANR), popularmente conhecido como Partido Colorado. De 1947 até 1962 o Partido Colorado foi o único partido legal no Paraguai, e manteve-se no poder ininterruptamente até 2008. Sob o governo do general Alfredo Stroessner (1954-1989), todos os partidos políticos estavam estreitamente controlados, incluindo as facções dissidentes do seu Partido Colorado. A polícia manteve dossiers sobre os cidadãos, particularmente os adversários políticos, e a repressão política era generalizada. Os generais desempenharam um importante papel no governo.

A liberdade política melhorou significativamente com presidentes Andrés Rodríguez (1989-1993) e Juan Carlos Wasmosy (1993-1998), e as facções internas do Partido Colorado eram abertamente toleradas. Em 2008, Fernando Lugo foi eleito presidente como candidato da Aliança Patriótica para a Mudança (Alianza Patriótica para el Cambio; APC), coalizão de centro-esquerda que incluía o Partido Liberal Radical Autêntico (Partido Liberal Radical Autêntico, PLRA), uma ramificação do tradicional Partido Liberal, bem como um número de grupos que representam os interesses de índios, camponeses e sindicatos de esquerda. Entre outros partidos políticos do país são o Partido Comunista Paraguaio(PCP), o Partido Pátria Querida (Partido Patria Querida; PPQ) e União Nacional de Cidadãos Éticos (UNACE). Partes dedicadas à substituição da força da democracia não podem ser organizadas. Nenhum partido pode receber ajuda ou instruções de organizações estrangeiras ou Estados, ou estabelecer as estruturas que direta ou indiretamente, abracem a violência como uma metodologia política.

A família geralmente determina o juramento do indivíduo aos partidos políticos, uma mudança de filiação partidária é muitas vezes considerado um ato de traição. Os membros do partido significam a adesão ausente a uma ideologia política do que o apoio indefectível de candidatos do partido. Especialmente nas áreas rurais, essa lealdade é muitas vezes o caminho para o emprego.

Forças armadas[editar | editar código-fonte]

Militares da Marinha do Paraguai

As principais forças armadas do Paraguai são Exército, Marinha Nacional (que inclui Aviação Nacional, Corpo de Fuzileiros Navais e Prefeitura Naval Geral) e Força Aérea. A Constituição do Paraguai estabelece que o presidente do Paraguai é o comandante-em-chefe.

O orçamento anual de defesa é de US$ 6,3 milhões de dólares. As alterações nos gastos com defesa aumentaram 38% em 1989. Sob o governo do general Alfredo Stroessner, o exército, com efetivo total de 26 mil homens, tinha 42 generais e 245 coronéis. Em 1992, o chefe do exército e outros altos oficiais foram demitidos devido ao escândalo envolvendo contrabando de automóveis.

O Paraguai tem serviço militar obrigatório, e todos os homens de 18 anos de idade e 17 anos de idade no ano de seu aniversário de 18 anos são responsáveis por um ano de serviço ativo. Embora a Constituição de 1992 permite a objeção de consciência, não há legislação outorgada que ainda tenha sido aprovada.

Em julho de 2005, a ajuda militar sob a forma de Forças Especiais dos Estados Unidos, começaram a chegar na base aérea paraguaia de Mariscal Estigarribia, um imenso complexo construído em 1982.

Subdivisões[editar | editar código-fonte]

Departamentos[editar | editar código-fonte]

O Paraguai está dividido em 17 Departamentos (departamentos). Cada departamento é dividido em distritos (distritos). Até 1991, o governo central nomeou governadores departamentais e prefeitos, mas em maio desse ano direto eleições municipais foram realizadas pela primeira vez. A Constituição de 1992, em uma outra inovação, desde as eleições de governador e um conselho departamental de cada departamento, que também será realizada a cada cinco anos.

Durante a ditadura de Alfredo Stroessner, o exército estava encarregado da administração de Boquerón e Alto Paraguay, na região do Chaco.

Distritos[editar | editar código-fonte]

A unidade de governo local é o distrito, governado pela junta municipal e pelo prefeito. Os distritos estão subdividem-se em partidos e os partidos em compañias.

Os eleitores escolhem conselhos para governar os distritos. Os chefes de polícia, indicados pelo governo nacional, mantêm a lei nos partidos e nas compañias. Assunção, a capital, forma o distrito federal, com administração própria.

Economia[editar | editar código-fonte]

Sede do banco BBVA no Paraguai

A economia paraguaia baseia-se em produto agropecuários e florestais, que representam 75% das exportações. Entre os recursos agrícolas destacam-se a cana-de-açúcar, o algodão, a soja e o tabaco. O país também produz cereais, milho, erva-mate e mandioca, base tradicional da alimentação dos habitantes. A pecuária é muito desenvolvida. Em ordem de importância, conta com a criação de bovinos, suínos e ovinos. As principais espécies de madeiras florestais de exportação são o quebracho, o mogno, a nogueira e o cedro.

O Paraguai possui indústrias de erva-mate, cervejeira, alimentícia, de tabaco, de rum e álcool, de preparação de carnes e couros e ligada à exportação de tanino óleo de soja, de parket e lâminas de madeiras. Seus complexos hidrelétricos, como a Usina Hidrelétrica de Itaipu (co-financiada com o Brasil), fornecem um índice de cobertura energética de 175,2% — bem acima do consumo interno, porém tem também a Usina del Acaray em Hernandarias e a Usina de Yacyreta que está sendo construída em parceria com a Argentina. Os cursos fluviais dos rios Paraná e Paraguai funcionam como vias de comunicação. Dos países vizinhos importa principalmente maquinaria, materiais de construção e produtos têxteis e químicos. No entanto, a indústria paraguaia é pouco desenvolvida. Os estabelecimentos existentes se destinam, em grande parte, a transformação de produto florestais, agrícolas ou de pecuária. Indústrias do tanino, de óleos vegetais, carnes e conservas. Há fábricas de tecidos de algodão e outros bens de consumo, sapatos, cigarros, bebidas, açúcar, fósforos e sabão. Existem fundições que trabalham com o ferro de Ibytymi (Ibitimi), uma fábrica de cimento ao norte de Concepción e uma refinaria de petróleo em Assunção. O artesanato indígena merece destaque.

Gráfico dos principais produtos de exportação do país (em espanhol).
Sede do Banco Central do Paraguai.

O país exporta eletricidade — os rendimentos cobrem as importações de petróleo. O país é auto-suficiente em trigo e em outras matérias-primas alimentícias. Grande dependência da agricultura (a atividade responde por 50% do PIB e 90% das exportações). Poucos minérios explorados comercialmente. As exportações paraguaias - que se destinam, sobretudo ao Brasil, Países Baixos, Argentina, Suíça, Alemanha, Estados Unidos e Itália - apoiam-se nos produtos agrários e extrativos. As fibras de algodão, soja, carnes enlatadas, essência para perfumaria, café e óleo vegetal perfazem 89,5% do total. Os principais importados - principalmente do Brasil, Japão, Argentina, Estados Unidos, Alemanha e Argélia - são as máquinas e os equipamentos de transporte, combustíveis e lubrificantes, fumo e bebidas, de produto químicos, farmacêuticos e de ferro.

Em 2010, o Paraguai está experimentando a maior expansão econômica da região e a mais alta da América Latina, com uma perspectiva histórica de crescimento do PIB de 9%, podendo chegar a 13% para o final do ano.[46] [47] [48] [49] Só no primeiro semestre de 2010, o país teve un crescimento econômico de 14%.[50] O 49,9% do crescimento do PIB corresponde à agricultura; o 9,7% à indústria (incluindo a construção e as utilidades públicas); o 34% corresponde a serviços e 6,1% às taxas.[47] Uma nova estimativa da consultora internacional norte-americana PricewaterhouseCoopers indica um crescimento de 10,5% da economia paraguaia para 2010.[51] [52] [53]

O principal banco paraguaio é o Banco Central do Paraguai, que administra o sistema financeiro do país. Os maiores bancos são o Interbanco, o Citibank, o Banco Amambay S.A., o Banco Regional e o Banco Nacional de Fomento. Argentina, Brasil, Estados Unidos e Inglaterra têm investimentos consideráveis no Paraguai. O guarani é a moeda corrente no país. Está dividida em cem cêntimos.

Setor primário[editar | editar código-fonte]

Silos e plantação de soja.

As pequenas propriedades agrícolas produzem milho, mandioca, cana-de-açúcar e fumo, utilizando técnicas em geral primitivas Porém com a abertura da colonização oriental do país para imigrantes brasileiros nas décadas de setenta, oitenta e início da década de noventa, as terras agricultáveis mudaram muito. Hoje grandes conglomerados de olho nessas terras, fizeram os preços valorizara-se muito. A agricultura é muito desenvolvida, principalmente no cultivo de soja e milho segunda safra. O advento da tecnologia e de técnicos formados no país, ou mesmo os que vieram de países vizinhos, colaborou para a exploração dos quase 3 milhões de hectares explorados em agricultura empresarial. As regiões algodoeiras estão situadas ao longo do rio Paraguai no Chaco, e as culturas de fumo no sul do país. O mate é cultivado, primcipalmente para consumo, na parte leste do território. Cultiva-se a laranja amarga, que é de importância, uma vez que, pela destilação da casca, se consegue uma essência fundamental para a indústria da perfumaria.

No rebanho paraguaio prepondera o gado bovino, com cerca de 8074000 cabeças, além de porcinos, equinos e lanígeros. O bovino mais bem adaptado às condições do país é o da chamada raça crioula, excelente para a fabricação de charque, conservas e produto e subprodutos. A produção de carne, em todas as suas fases, está na esfera de um órgão governamental, a Corporação Paraguaia de Carnes (COPACAR). O gado é criado de forma extensiva e as principais áreas de criação nos campos do Chaco e no departamento de Itapúa. Os grandes rios são muito piscosos, mas a pesca é praticada apenas de maneira artesanal.

É grande a produção madeireira, embora a maior parte seja cortada para combustível. Os principais são o quebracho vermelho, apanhado no Chaco, e do qual se retira o tanino; o cedro, obtido nas florestas do Paraná, e erva-mate, colhida nas florestas orientais e a oeste da serra de Amambay. A exploração ressente-se da falta de transporte e de equipamentos modernos. Há pouco reflorestamento.

O Paraguai tem sido considerado por muito tempo como um país pobre em recursos minerais. Desde 2009, essa ideia vem sendo rejeitada como consequência da descoberta de grandes reservas de urânio na área de Yuty, Departamento de Caazapá, por uma empresa de capital canadense (Chris Healey Transandes Paraguay).[54] [55] [56] [57]

Desde então, as notícias do setor de mineração no Paraguai têm sido mais do que positivas. Esse ano foi anunciada a descoberta da que poderia ser a maior reserva mundial de titânio.[58] [59] [60] [61] [62] [63] [64]

O setor de mineração no Paraguai tornou-se muito atraente para os investidores estrangeiros e, segundo alguns especialistas, podem tornar o país como a nova potência latinoamericana em minerais.[65] Também foi descoberto ouro, cobalto, níquel e cromo.[66]

A possibilidade de extrair o petróleo do Chaco não se concretizou. Existem pequenas jazidas de ferro, manganês e cobre, de exploração incipiente.

Turismo[editar | editar código-fonte]

Turismo rural.

O Paraguai recebe 280 454 visitantes por ano. O número de visitantes aumentou um por cento em 1990. O turismo é fraco — exceto quanto ao grande número de brasileiros e argentinos que cruzam a fronteira todos os dias para comprar, em Ciudad del Este, produtos eletrônicos originários do Extremo Oriente.

Sendo um país de características nacionais bastante acentuadas de música e folclore típicos, possui valioso potencial turístico. Algumas de suas atrações: o lago Ypacaraí, com os balneários de San Bernardino e Areguá; o Lago Ypoá; os saltos de Monday, Acaray, Guairá; as ruínas jesuíticas dos centros missionários de Trinidad, perto de Encarnación; o monumento ao marechal Solano Lopez e o panteão Nacional dos Heróis. Ainda constituem atrativos o festival de ñaduti, em Itauguá, onde é exposto esse tipo de renda fina feita à mão, vestidos de aho poí e artigos de madeira e de couro.

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

Energia[editar | editar código-fonte]

Vista aérea da Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo.

O Paraguai tornou-se autossuficiente em energia quando entrou em funcionamento, em 1976, complexo hidrelétrico de Acaray, com capacidade para 190 MW. A inauguração do complexo binacional brasileiro-paraguaio de Itaipu (12 000 MW), no rio Paraná, tornou o Paraguai exportador de energia de boa qualidade e baixo custo,[67] principalmente para o Brasil. Dois outros projetos, de Yacyretá-Apipé e de Corpus, em cooperação com a Argentina, enfretaram uma série de problemas, dentre os quais avultavam os de financiamento.

Saúde[editar | editar código-fonte]

A expectativa de vida ao nascer era de 75 anos em 2006,[68] e a oitava melhor posição do ranking na América do Sul de acordo com a Organização Mundial da Saúde. É o mesmo nível da Argentina. A despesa pública em saúde é de 2,6% do PIB e as despesas privadas em saúde 5,1%.[69] A mortalidade infantil era de 20 por mil nascimentos em 2005.[69] A mortalidade materna foi de 150 por 100.000 nascidos vivos em 2000.[69] O Banco Mundial ajudou o governo paraguaio para reduzir a mortalidade materna e infantil do Paraguai. O Mother and Child Basic Health Insurance Project teve como objetivo contribuir para a redução da mortalidade, aumentando a utilização de serviços selecionados de salvação de vidas incluídos no Mother and Child Basic Health Insurance Program (MCBI) por mulheres em idade fértil e crianças menores de idade seis em áreas selecionadas. Para este fim, o projeto também teve como objetivo a melhoria da qualidade e eficiência da rede de serviços de saúde dentro de determinadas áreas, além da gestão do Ministério da Saúde Pública e Bem-Estar Social (MSPBS).[70]

Sarampo, tuberculose, infecções respiratórias agudas, disenteria, ancilostomíase e hepatite são prevalentes no Paraguai. O mal de Chagas e leishmaniose são endêmicas, e não foram registrados surtos esporádicos de dengue transmitida por mosquitos e febre amarela. Embora as taxas de mortalidade infantil ter diminuído significativamente desde a década de 1960, elas ainda são superiores aos de outros países sul-americanos. Desnutrição e serviços de saúde pública limitados, especialmente a implementação pobre dos programas de imunização, levaram milhares de mortes preveníveis, particularmente nas zonas rurais, onde a saúde dos moradores é geralmente pior do que suas contrapartes urbanas. Em 2000, cerca de quatro quintos dos paraguaios tinham acesso a água potável (de cerca de três quintos, em 1992), mas, em geral, o governo gastou menos para a assistência médica. Cerca de quatro quintos dos paraguaios não têm seguro de saúde. O Instituto de Previdência Social (IPS) é financiado por contribuições do governo, empregadores e empregados. Oferece pensões, assistência médica, e subsídios durante a doença, mas atinge apenas uma pequena percentagem dos trabalhadores assalariados.

Transportes e comunicações[editar | editar código-fonte]

Estradas nacionais do Paraguai.

O sistema de comunicação reflete as características do país. O transporte fluvial é importante e o sistema Paraná-Paraguai, que abrange uma rede navegável de 1 600 km, concentra a maior parte do tráfego comercial para o porto de Buenos Aires. Assunção é o principal porto do Paraguai. A rede ferroviária tem 44 km de extensão. As principais linhas são a da estrada de ferro Presidente Carlos Antonio López, que liga Assunção e Encarnación, servindo a região mais povoada do país e a de Ferrocaril de Norte, que faz a conexão entre Concepción e Horqueta.

As comunicações por estradas de rodagem são mais abrangentes, com 29 800 km, sendo que trinta por cento desse total é pavimentado (4 800 km asfaltados, 1 600 km empedrados e 2 500 km de saibro). A taxa de rodovias asfaltadas para cada milhão de habitantes é quase igual à rede brasileira e chilena e pode-se viajar a qualquer cidade importante do país, de norte a sul e de leste a oeste em boas rodovias asfaltadas, sendo que a maioria tem menos de dez anos de idade.

O aeroporto de Assunção é importante escala de linhas aéreas internacionais e o Aeroporto Internacional Guaraní, de Ciudad del Este, é um importante centro aéreo internacional de cargas. Ambos os aeroportos contam com pistas de mais de 3 500 metros de extensão, com possibilidades para qualquer tipo de aeronave, e o Aeroporto de Asunción permanece aberto os 365 dias do ano, devido à excelente visibilidade. Em 2008, o país alcançou o recorde de pasageiros em vôos internacionais, com aproximadamente 700 000 passageiros embarcados/desembarcados, sendo que oitenta por cento deste movimento foi realizado pela TAM Airlines, subsidiária da TAM Brasil, com sede em Assunção e voos para dez destinos internacionais regionais.

O Paraguai tem uma das menores taxas de linha telefônica fixa e uso da internet por pessoa na América do Sul. Parcialmente em resposta a isso, o uso do telefone celular aumentou radicalmente, com cerca da metade de paraguaios tendo um telefone celular.

Educação[editar | editar código-fonte]

Sede da reitoria da Universidade Nacional de Assunção, fundada em 1889

A taxa de alfabetização foi de cerca de 93,6% e 87,7% dos paraguaios terminaram a quinta série de acordo com o último Índice de Desenvolvimento da Educação de 2008 pela UNESCO. A alfabetização não difere muito em função do sexo.[69] A educação primária é gratuita, obrigatória e tem nove anos. O ensino secundário dura três anos.[69] O Paraguai tem diversas universidades. A Universidade Nacional de Assunção foi fundada em 1890 e a Universidade Americana é uma das melhores instituições que oferecem MBA na América do Sul e no Paraguai.[69] A taxa de escolaridade primária líquida foi de 88% em 2005.[69] Despesa pública em educação era cerca de 4,3% do PIB no início da década de 2000.[69]

A educação básica é gratuita e, se possível, obrigatória para crianças com idades entre sete e 13. Embora os números oficiais de registro sejam elevados, a taxa de evasão escolar também é alta. Mais de noventa por cento da população é alfabetizada, embora a alfabetização funcional seja provavelmente menor. As duas universidades mais antigas, a pública Universidade Nacional de Assunção (1890) e a privada Universidade Católica de Nossa Senhora de Assunção (1960), situam-se em Assunção, com filiais em outras cidades. Essas universidades também têm escolas especiais para engenharia, medicina, agricultura, comércio e ciência veterinária. Desde o início da década de 1990, o número de universidades privadas tem aumentado. Pelo menos metade de todos os licenciados são do sexo feminino. Os gastos do governo com a educação aumentaram após a exigência constitucional de 1992, que exigiu porções de um quinto do orçamento do governo para esse fim. No entanto, o número de escolas ainda é insuficiente, especialmente nas zonas rurais e recursos de ensino são insuficientes em todo o país.

Cultura[editar | editar código-fonte]

Carreta tradicional.

A característica marcante da cultura paraguaia é a persistência da tradição guarani, entrelaçada com a hispânica. Embora as publicações em guarani sejam numerosas, a maioria da população conhece os dois idiomas. O guarani é empregado como linguagem doméstica e o espanhol na vida oficial e comercial.

As duas maiores e mais tradicionais universidades são a Nacional de Assunção, fundada em 1890 e a Católica, em 1960. A maioria dos paraguaios professa o catolicismo, mas outros cultos são tolerados. As principais instituições culturais do país estão na capital: a Academia Nacional de Belas-Artes, o Conservatório Nacional de Música, a Orquestra Sinfônica de Assunção, a Biblioteca Nacional e o Museu de História Nacional e Etnografia. São famosas as qualidades melódicas da música popular paraguaia, que, em vez da influência africana de outras nações americanas, manteve traços da cultura guarani, particularmente as guarânias, acompanhadas por violão e de ritmo dolente.

Villarrica, há 179 km de distância de Assunção e fundada em 1570, é o segundo centro cultural e universitário mais importante do país, logo atrás de Assunção.

O isolamento do país durante boa parte do século XIX não foi propício ao desenvolvimento literário. Guerras cruentas motivaram uma literatura de exacerbado nacionalismo e os autores que divergiam essa linha eram ignorados ou tachados de derrotistas, o que levou muitos deles a abandonarem o país. Só na década de 1940 surgiu o primeiro grupo poético coerente, com obra reconhecida, Óscar Ferreyro e Augusto Roa Bastos, entre outros autores. Em 1952, Gabriel Casaccia publicou em Buenos Aires La babosa (A lesma), primeiro grande romance de um autor paraguaio. Outros romancistas surgidos mais tarde foram Jorge Rodolfo Ritter e Juan Bautista Matto.

As missões jesuíticas instaladas no Paraguai do início do século XVII até 1767 cobriram o país de notáveis obras arquitetônicas, a maioria das quais, no entanto, foram reduzidas a ruínas. Outras sobrevivem e permitem apreciar o esplendoroso desenvolvimento, na região, do barroco colonial.

Música[editar | editar código-fonte]

É o único país da América do Sul onde a maioria dos habitantes fala o idioma nativo, sua música, no entanto, é fortemente influenciada pela música europeia. Entre os séculos XVII e XVIII, os jesuítas notaram que os guaranis possuíam grande vocação para a música e, em sua missões, ensinaram aos nativos os fundamentos da música europeia.

Os instrumentos mais populares são o harpa e a viola. A harpa paraguaia teve muita difusão e é conhecida em muitos países do mundo. Seus gêneros são a canção paraguaia, ou purajhei e a guarânia, caracterizada por ser uma canção lenta desenvolvida por José Asunción Flores.

Para a dança, existem polcas e galopas. A polca é uma dança de casais, enquanto que as galopas são dançadas por um grupo de mulheres chamadas galoperas que giram formando um círculo, balançando-se de um lado a outro com um cântaro ou um vaso em suas mãos. Desse gênero, a música mais famosa é a galopera. Outra variante é a dança da garrafa, onde a principal bailarina dança até com dez garrafas na cabeça, uma sobre outra. Também existem os valseados, uma versão local das valsas, como, por exemplo, El Chopí, Santa Fe, Taguató, Golondrina etc.

Um dos mais conhecidos expoentes da música paraguaia foi Luis Alberto del Paraná, que realizou várias excursões pela Europa e pelo resto do mundo por mais de trinta anos. O conservatório Nacional de Música oferece 27 matérias aos alunos de diversas especialidades musicais que vão desenvolvendo ao longo de sete e dez anos de estudos, culminando sua carreira segundo o instrumento eleito: instrumentos clássicos em geral, canto e instrumento popular. Conta com várias agrupações orquestrais acadêmicas, como: a Orquestra Sinfônica Acadêmica Nacional, a Banda Sinfônica Nacional, a Orquestra Sinfônica da Cidade de Asunción, a Orquestra Folclórica José A. Flores, a Camerata Lara Bareiro, a Orquestra de Jazz, a Orquestra Sinfônica Infantil e coro de meninos e o Coro Polifônico.

Uma das conquistas mais importantes foi a criação da Orquestra Sinfônica Nacional (OSN). Seus integrantes foram admitidos através de uma audição internacional, com participação de 270 postulantes de todo o país, concurso onde os alunos do Conservatório Nacional de Música se impuseram com uma maioria do setenta por cento dos 112 postos da orquestra. É uma das orquestras mais numerosas da América do Sul.

No ano de 2005, se solidificou ainda mais o Conservatório Nacional de Música com a criação da filial de Itaugua, uma nova dependência com uma dotação à parte concedido pelo parlamento no orçamento geral da nação. Nesta nova dependência com duzentos alunos, se adota a mesma disciplina, programa e sistema de ensino. Convergem, ali, alunos de diferentes cidades do país, como: San Bernardino, Paraguarí, Pirayú, Itá, San Lorenzo, Carapeguá e Piribebuy.

Artesanato[editar | editar código-fonte]

Mulher guarani vendendo seu artesanato.

Algumas das cidades e povos do Paraguai se caracterizam pelo tipo de artesanato que produzem.

A diversidade de culturas no Paraguai permite um desenvolvimento constante e expansivo dos artesanatos. Da tradição indígena, brotam belos trabalhos em fibras naturais, madeiras nobres, sementes, plumas e outros materiais naturais, que compõe tapeçarias, canastras, colares e outros artigos de excelente acabamento.

O artesanato paraguaio oferece também delicados têxteis, tais como o bordado conhecido como aho poí, o encaixe chamado ñandutí, joalheria em filigrana de ouro e prata, copos de corno talhado, redes, cobertores, talhas de madeira, objetos de cerâmica e uma infinidade de outros artigos nos quais se destacam a criatividade e a destreza dos artesãos.

Literatura[editar | editar código-fonte]

Augusto Roa Bastos, escritor paraguaio ganhador do Prêmio Miguel de Cervantes.

Paraguai foi terra de numerosos poetas, em especial em língua guarani. Destacam-se com suas poesias nesta língua (em ordem cronológica) Natalicio de María Talavera, Narciso R. Colmán, Juan E. O'Leary, Ignacio A. Pane, Marcelino Pérez Martínez, Julio Correa, Francisco Martín Barrios, Emiliano R. Fernández, Manuel Ortiz Guerrero, Félix Fernández, Darío Gómez Serrato, Miguel G. Fariña, Manuel D. Cardozo, Matías Nuñez González, Deidamio González, Hérib Campos Cervera, Enrique E. Gayoso, Emilio Bobadilla Cáceres, Mauricio Cardozo Ocampos, Mariano Celso Pedrozo, Gumersindo Ayala Aquino, Meneleo Zonza Coronel, José Asunción Cunha, Francisco Cristaldo, Julián Bobadilla, Carlos Miguel Jiménez, Julián Paredes, Crispiniano Martínez González, Teodoro Salvador Mongelós, Clementino Ocampos, Cecilio Méndez, Pedro Azinheira Ramos, Rubén Darío Gramas (Tatajyva) e Gabino Ruíz Díaz Torales (Rudi Torga)

Ainda que o Paraguai das últimas décadas não tenha sido solo propício para a criação artística em geral, a poesia sempre foi o gênero literário mais prolífico das letras paraguaias. Se por "poesia atual" entendemos a produzida a partir da década de 1960, então o meio temporário do aqui incluso como "poesia paraguaia atual" abarca quase trinta anos de governo dictatorial (ditadura de Stroessner, 1955-1989) e mais dezessete anos de transição democrática (1989-presente).

A situação política, econômica e cultural resultante, bem como também as censuras e autocensuras vigentes durante a dita ditadura afetaram significativamente, tanto em quantidade como em qualidade, a produção poética interna. As detenções arbitrárias, a perseguição ideológica e a repressão política imperantes levaram ao exílio a quase 1 000 000 de paraguaios (um terço da população) e, entre eles, a muitos escritores e artistas.

A literatura do Paraguai se construiu mais com as contribuições dos exilados que com as dos escritores que viveram na pátria. Efetivamente, os dois poetas paraguaios de maior renome internacional, Hérib Campos Cervera (1905-1953) e Elvio Romero (1926-2004), escreveram praticamente toda sua obra no exílio, ambos em Buenos Aires. Considerado o poeta mais importante da promoção de 1940, Campos Cervera é também um dos três escritores de dito grupo (com Josefina Plá e Augusto Roa Bastos) que maior influência tiveram na literatura paraguaia contemporânea.

Teatro[editar | editar código-fonte]

Durante a primeira metade do século, a história do teatro paraguaio não conta com muitos nomes que tenham transcendido as fronteiras nacionais, com a possível exceção de Josefina Plá, que, além de ser autora e coautora (com Roque Centurión Miranda) de várias obras teatrais, está entre os críticos que mais estudaram o teatro paraguaio.

Como em outros países da América Latina, razões de ordem histórico-político e econômico-social explicam parcialmente o fato de o teatro ter sido e continuar sendo o gênero menos fecundo da literatura paraguaia. No caso específico do Paraguai, a instabilidade política das primeiras décadas do século XX, unida a uma guerra internacional, a guerra do Chaco contra a Bolívia de 1932 a 1935, uma terrível guerra civil (a revolução de 1947) é uma das ditaduras mais longas registradas na história do continente americano até a data: a do general Alfredo Stroessner (1955-1989). Esses três períodos históricos têm um impacto negativo direto tanto na quantidade como na qualidade da produção teatral deste século.

Teatro municipal da cidade de Villarrica.

No entanto, durante as duas décadas que precedem a guerra do Chaco, surgiu um interesse teatral antes inexistente e numerosos autores estrearam dramas e comédias de caráter predominantemente popular, entre eles Eusebio A. Lugo (1890-1953), Pedro Juan Caballero (1900-1946), Facundo Recalde (1896-1969) e José Arturo Alsina (1897-1984), o mais célebre do grupo.

Não obstante ter nascido na Argentina, Alsina viveu no Paraguai desde muito menino e sua obra dramática é significativamente nacional, ainda que algumas de suas peças reflitam influências do teatro europeu. De enorme significação cultural para um país bilingue como o Paraguai é a produção teatral de Julio Correa, autor de grande mérito e iniciador, na década de 1930, do teatro em guarani com obras inspiradas no contexto histórico-político desses anos e, em particular, na guerra do Chaco. Outros representantes do teatro em guarani dessa época são Francisco Martín Bairros, Roque Centurión Miranda e Luis Ruffinelli.

A atividade teatral paraguaia contou com o apoio do Ateneu Paraguaio e da Escola Municipal de Arte Cênica de Asunción, fundada por Centurión Miranda em 1948. Além dos dramaturgos já mencionados, entre os nomes que também ocupam um lugar significativo dentro do teatro paraguaio contemporâneo devem figurar, entre outros: os autores e críticos José Luis Appleyard, Ramiro Domínguez e Ezequiel González Alsina; o ator, autor e ensaísta Manuel E. B. Argüello e, mais recentemente, o crítico e diretor Agustín Núñez e a dramaturga e roteirista teatral Gloria Muñoz, que encenaram (sob a direção daquele e a adaptação teatral desta), com grande sucesso de público (1991), uma versão teatral de Eu o Supremo (1974), a novela mais conhecida de Augusto Roa Bastos.

Esportes[editar | editar código-fonte]

Torcida paraguaia durante a Copa América de 2011

O esporte mais praticado e mais popular no país é o futebol. A seleção do Paraguai é uma das mais fortes do continente, tendo sido, por duas vezes (1953 e 1979), campeã da Copa América. Obteve, também, um medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2004, tendo sido a única medalha olímpica ganha pelo país até hoje. Participou por sete vezes da copa do Mundo de futebol. Os principais clubes do país são o Olimpia e o Cerro Porteño.

Depois do futebol, o esporte com mais aficionados é o rali, cujo evento mais tradicional é o Trans-Chaco Rally, disputado desde 1971. Outros esportes praticados são o rúgbi, o basquete, o golfe e o tênis, sendo os principais representantes destes dois últimos Carlos Franco e Víctor Pecci, respectivamente.

Feriados[editar | editar código-fonte]

Feriados
Data Nome em português Nome local (em espanhol) Observações
1 de janeiro Ano Novo Año Nuevo
6 de janeiro Dia dos Reis Día de los Reyes
3 de fevereiro Dia do Patrono do Paraguai Dia del Patrono del Paraguay
1 de março Dia dos Heróis Día de los Héroes
(varia) Quinta e Sexta-feira Santa Jueves y Viernes Santo
1 de maio Dia dos Trabalhadores Dia de los Trabajadores
15 de maio Dia da Independência Dia de la Independencia
12 de junho Dia da Paz no Chaco Dia de la Paz del Chaco
14 de agosto Dia da bandeira Día de la Bandera
15 de agosto Fundação de Assunção Dia de la Fundación de Asunción Aniversário da capital nacional
16 de agosto Dia das crianças Día de los Niños Crianças ficam em casa
29 de setembro Dia da Batalha de Boquerón Dia de la Batalla de Boquerón
8 de dezembro Dia da Virgem de Caacupé Dia de la Virgen de Caacupé
25 de dezembro Natal Navidad Celebração do nascimento de Jesus Cristo na religião cristã.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

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  2. a b c d Fundo Monetário Internacional (FMI): World Economic Outlook Database (Outubro de 2014). Visitado em 29 de outubro de 2014.
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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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  • Enciclopédia Mirador Internacional (em português). 18ª ed. São Paulo: Encyclopædia Britannica do Brasil, 1993. 20 vol. vol. 16. ISBN 85-7026-311-2

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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