Sáb, 12/01/2013 às 21:32 | Atualizado em: 12/01/2013 às 21:33
Luiz Teles
Após 49 edições repletas de emoções e muitas braçadas no mar, a Travessia Mar Grande / Salvador chega hoje à sua 50ª prova, cheia de vitalidade. A prova, que tem largada neste domingo, 13, às 8h, da Praia do Duro, em Mar Grande, e chegada no Porto da Barra, cerca de duas horas depois, exala tradição e é um marco do calendário esportivo baiano.
Como disse Manoel Tosta, vencedor da 2ª Mar Grande-Salvador (1956): "Por si só, sair de Mar Grande a nado e chegar a Salvador já é um grande feito. Vencer a prova é indescritível". E ele tem razão. Rogério Arapiraca, coordenador-geral da Travessia e diretor-técnico da Federação Baiana de Desportos Aquáticos (FBDA), diz que a Mar Grande / Salvador é um desafio sem igual para os atletas.
"São 12 km de uma prova que tem uma correnteza forte e muitas peculiaridades. É preciso muita técnica e preparo para vencer. Completá-la é certamente um orgulho para guardar para o resto da vida", disse.
Relatos de outros grandes campeões da prova criada pelo jornalista Genésio Ramos, ex-editor de esportes de A TARDE, reforçam as palavras de Arapiraca. "É uma prova muito técnica e às vezes temos que contar também com a intuição. Não existe um caminho obrigatório. O Elevador Lacerda e o Farol da Barra são os parâmetros dos nadadores, mas tem que sentir a correnteza para saber o lugar certo de apontar e chegar com mais velocidade próximo ao Porto da Barra", conta o experiente Lourival Quirino, pentacampeão e maior vencedor da Mar Grande / Salvador (1989, 1991, 1992, 1994 e 1995).
Na água aos 74 anos - Marília Barreiros, 74 anos, primeira mulher a concluir a Travessia, em 1957, e que vai nadar a prova de hoje, diz que o tamanho do desafio só é comparável à grandeza da satisfação de cruzar o funil de chegada. "Ouvi a transmissão da primeira travessia pelo rádio, em 1955, e disse que no ano seguinte participaria. Mas fiquei frustrada no segundo ano porque não tinha 18 anos para competir. Só no terceiro consegui participar. Saímos quatro mulheres, mas as outras três desistiram. Tive uma felicidade incrível ao completar a prova", lembra.
Outra mulher a fazer história na Travessia foi a bicampeã do Circuito Mundial de Maratonas Aquáticas, Ana Marcela Cunha. Em 2006, aos 13 anos, sagrou-se a mais jovem campeã. Dois anos depois, em 2008, um feito repetido apenas por ela mesma, em 2012: venceu a prova superando os concorrentes masculinos e femininos, ficando com o título geral.
"A prova tem muitas decisões difíceis de serem tomadas. Há sempre a conversa com o guia e há muito de sua intuição também. Em 2007, tomei a decisão de ir direto para o Porto da Barra e perdi. Já em 2008 e 2012, escolhi certo e fui primeira no geral. Há o fator da condição do mar, de ver as estratégias dos outros nadadores. Já disputei a Mar Grande diversas vezes e o que posso dizer é que cada uma é bem diferente da outra", disse Ana Marcela.
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