30/07/2016 06h40m - Atualizado em 30/07/2016 06h40m
Francisco Bruza de Espinosa
UM POUCO DA HISTÓRIA Dário Teixeira Cotrim – Historiador* Tudo começou com o descobrimento em 22 de abril de 1500. Então, meio século depois do descobrimento, aconteceu a construção da cidade de São Salvador, na baia de Todos os Santos, pelo Governador Geral Tomé de Souza, este que se apressou na conquista das terras com […]
UM POUCO DA HISTÓRIA
Dário Teixeira Cotrim – Historiador*
Tudo começou com o descobrimento em 22 de abril de 1500. Então, meio século depois do descobrimento, aconteceu a construção da cidade de São Salvador, na baia de Todos os Santos, pelo Governador Geral Tomé de Souza, este que se apressou na conquista das terras com as Entradas e Bandeiras. Assim, foi logo organizada a primeira Entrada para o reconhecimento do terreno e o descobrimento das minas.
Para esta incumbência foi convidado o castelhano Francisco Bruza Espinosa, que era egresso do Peru e se encontrava na região de Porto Seguro. Notadamente todos sabiam das qualidades e da competência profissional do sertanista Espinosa na procura de pedras preciosas e dos metais: prata e ouro. Em vista disso, o donatário da Capitania de Porto Seguro, Pero de Campos Tourinho, fez-lhe o convite atendendo solicitação de Tomé de Souza. Por sua vez, quando a Entrada estava pronta para partir não mais governava Tomé de Souza, “deixando ele de ver, quando desejava, a partida de sua expedição; mas as coisas ficaram em tal pé, que ela efetivamente se pôs em marcha nos primeiros dias do governo de Duarte da Costa”, ou seja, no dia 13 de junho de 1553.
Entretanto, para documentar e registrar os fatos e, também, catequisar os índios prisioneiros durante o trajeto da expedição, foi nomeado o padre João de Aspilcueta Navarro. Nota-se que, em todas as Entradas era necessária a presença de um padre, enquanto isso, nas Bandeiras isso não se fazia obrigação. Como já dissemos em capítulo anterior, a diferença das Entradas e Bandeiras se fazia na organização, haja vista que as Entradas eram missões da Corte Real Portuguesa, enquanto isso, as Bandeiras se tratavam de um empreendimento particular.
“Internaram-se os sertanistas, como convinha a um país inteiramente desconhecido, com todas as cautelas; e, depois de muito andarem, chegaram ao Rio Grande (Jequitinhonha), de onde subiram e prolongaram uma dilatada serra*, até onde nasce o rio das Ourinas (Rio Pardo), daí seguiram a um rio caudalosíssimo (São Francisco), do qual retrocederam exaustos; e também porque apesare do números de índios, a comitiva só podia contar com 12 companheiros seguros” (Padre João de Aspilcueta Navarro – Carta do Provincial, datada de 24 de junho de 1556, dia festivo de São João).
- A “dilatada serra” seria as serras de Grão Mogol, Itacambira, Almas, serras por onde se vai do Serro até os Montes Altos do sertão baiano.(História Antiga de Minas Gerais – Diogo de Vasconcelos – pág. 54)
“Eram aqueles sertões ainda virgens, intratáveis a pés portugueses, dificultosíssimos de penetrar, sendo necessário abrir caminhos à força de braços, atravessar inúmeras lagoas e rios, caminhar sempre a pé, e pela maior parte sempre descalços: os montes fragosíssimos, os matos espessíssimos, que chegavam a impedir-lhes o dia. Entre estes trabalhos muitos desfaleciam, muitos perdiam a vida” (Padre João de Aspilcueta Navarro – Cartas Avulsas da Companhia de Jesus).
Na verdade, sabe-se que a expedição serviu apenas para dar conhecimento do sertão. O Norte de Minas foi perlustrado pelos homens de Espinosa, sem os frutos desejados pela comitiva, mas consciente de um trabalho importante para aquela ocasião. Francisco Bruza de Espinosa foi o primeiro homem que pisou nas terras do Norte de Minas, considerado, portanto, o conquistador do sertão. O padre João de Aspilcueta Navarro foi o primeiro apóstolo, proclamando a religião católica na catequização dos índios.
- O povoado de Lençóis do Rio Verde foi elevado à vila com a denominação de Espinosa, pela Lei Estadual número 843, de sete de setembro de 1923 e instalada cidade no dia nove de março de 1924. O nome de Espinosa foi uma homenagem ao primeiro desbravador dos sertões Francisco Bruza de Espinosa.
*Sócio Emérito do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais / Sócio Correspondente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia / Sócio Fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
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