Muitos pais acreditam que o excesso de cuidado com os filhos é o melhor caminho para a criação deles. No entanto, esse exagero pode gerar algo descrito pela psicologia como infantolatria. Segundo a psicoterapeuta Maura Albano, este ato de idolatrar os filhos faz com que os pais se percam na missão de colocar limites nas crianças. “Eles precisam entender o quão importante é dizer ‘não’, para que os pequenos aprendam a ter regras e limites”, alerta.
Nesta semana, uma postagem do apresentador Marcos Mion reacendeu uma discussão que é tema de debate constante entre pais e especialistas em educação infantil, quando se trata dessa superproteção parental: o sono dos filhos. Confira o texto postado por ele:
Para a psicoterapeuta Maura Albano, a postagem do apresentador é um exemplo de excesso de amor, que pode ser prejudicial aos filhos. Quando se trata do sono, ela acredita que deve existir um equilíbrio entre deixar a criança chorar sozinha e deixá-la sempre dormir com os pais: “Os pais têm que dar amparo, procurar entender o que a criança sente e explicar a razão dela dormir em seu próprio quarto.
Ao contrário do que alguns acreditam, estudos mostram que crianças que dormem com os pais desenvolvem medos e inseguranças e tenho observado exatamente isso com meus pacientes”, explica. A especialista reforça que isso pode atrapalhar, também, a vida sexual do casal: “É importante que o casal tenha o seu espaço e um tempo reservado só para eles”.
Pesquisa revela as consequências do excesso de cuidado com os filhos
Em 2015, a Ohio State University, dos Estados Unidos, realizou um estudo que constatou que os pais que pensam que seus filhos são mais especiais do que os outros fazem com que eles se tornem pessoas narcisistas. A pesquisa contou com a participação de 565 crianças holandesas de classe média, entre 7 e 11 anos. Os pais e os filhos responderam um questionário que buscou avaliar os níveis de narcisismo e autoestima dos pequenos e a supervalorização dos pais sobre as crianças.
O que foi detectado é que as principais expressões que indicam supervalorização dos filhos incluíam declarações sobre como eles eram mais especiais do que as outros. E quando isso ocorria com frequência, fazia com que eles se tornassem excessivamente confiantes sobre sua importância no mundo.
Por outro lado, os pesquisadores identificaram que crianças que foram criadas por pais amorosos, mas que sabiam estabelecer limites sem supervalorizá-los, cresciam com um bom nível de autoestima, sem se tornarem narcisistas.
Por essa razão, a psicoterapeuta Maura Albano destaca: “É preciso equilibrar até mesmo o amor. Crianças que não aprendem isso desde cedo acabam tendo baixa tolerância a frustrações e dificuldades em lidar com os limites que a própria vida em sociedade coloca”.
Você costuma deixar o seu filho dormir sempre em sua companhia? Conta para a gente como você lida com o sono do seu filho! Se tiver mais dúvidas sobre psicologia infantil, não deixe de acompanhar as matérias do Vivo Mais Saudável!