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Antigos usuários tentam ressuscitar Rede Brasil


Fonte: JC - Online
Data: 25/04/2001

por MÁRCIO PADRÃO
mpadrao@jc.com.br

A polêmica continua no IRC. Uma semana depois do anunciado fim da Rede Brasil e a sua incorporação à Brasnet, operadores locais de bate-papo estão à cata de provedores para recriar a Rede Brasil. O principal motivo seria o descontentamento dos antigos usuários na transição.

De acordo com o presidente provisório da nova Rede Brasil, Artur Weinberg, os que migraram para a Brasnet não receberam a assistência necessária. “O pensamento que vingou foi o fato de todos usufruírem de uma rede maior, mas não imaginaram como os usuários mais antigos iriam se sentir”, aponta Weinberg.

Além da perda do status de muitos OPs e do choque de registros de nicks e canais, os internautas enfrentaram o preconceito. “Salas como o #Recife já existiam na Brasnet e eram freqüentadas por gente do Sudeste e Sul. Quando os nordestinos entraram, foram chamados de paraíbas e coisas do tipo”, protesta. “O suporte da Brasnet também não deu conta de todo mundo.”

Weinberg acusa a antiga rede de corrupção administrativa. “Houve um jogo de poder entre os operadores que ocasionou as falhas na rede. Não conseguiram mantê-la na ativa e os usuários saíram prejudicados.”

Por contra própria, ele e o ircop (operador especial) Bruno Santos começaram a reerguer a Rede Brasil a partir de três provedores: a Netpe, a Hotlink e a Easynet, do Rio de Janeiro, que possui um link de 6,5 MB. Em quatro dias, conseguiram a adesão de 12 servidores e 500 usuários e continuam em busca de mais parceiros. O domínio principal, irc.redebrasil.org.br, continua nas mãos da Inter.net. “Vamos tentar um acordo para recuperá-lo”, adianta.

O diretor da Brasnet, Mauritz Antunes, e o presidente da Inter.net, Clóvis Lacerda, também utilizaram o ‘jogo de poder’ como o motivo da volta da Rede Brasil. Segundo Antunes, os maiores canais já migraram sem problemas e as portas continuam abertas para outros provedores. “Eles não estão preocupados com os usuários, e sim com o poder deles”, acusa. Sobre o problema dos nicks, o diretor acrescentou que registros fora de uso por 30 dias são passíveis de transferência. “Tem gente que estava sabendo dos boatos e registrou os apelidos só para atrapalhar.”

“Não é viável para o internauta ter redes competindo entre si, porque ele conversa com algumas pessoas e vai ter que desconectar para falar com outras”, defende Clóvis Lacerda. “Toda mudança gera traumas necessários. É como se protestassem com o fim das antigas redes BBS, mas não seria por isso que a atual Internet não surgiria”, compara.

  

Projeto AltasOndas                                                                              Washington D.C., 2005