Gremistas, não percam

Já está pronto, e à venda, o filme que conta a epopéia gremista no estádio dos Aflitos, quando uma vitória sem precedentes, com sete jogadores em campo, um pênalti defendido e um gol no fim, devolveu o tricolor gaúcho à Primeira Divisão. Pela amostra que você pode conferir no endereço www.filmeinacreditavel.com.br, não só é mesmo inacreditável como é imperdível. Bolado e filmado por gente de primeira.


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PORTO ALEGRE – Quem assistiu à vitória do Grêmio por 1 a 0 sobre o Náutico, dia 26 de novembro do ano passado, pela Série B do Campeonato Brasileiro , não esquecerá aquela façanha tão cedo. Quem não viu, poderá saber o que aconteceu em Recife através do DVD “Inacreditável, A Batalha dos Aflitos”, que chega às lojas nesta quinta-feira.

Uma vitória sobre o clube pernambucano, que resultou no título da segunda divisão e a conseqüente volta à elite do futebol nacional, não seria nenhum grande feito para um clube da grandeza do Tricolor. Mas as conseqüências do confronto tornaram o jogo um dos mais marcantes da história da equipe gaúcha.

O DVD oficializado pelo clube foi organizado por Eduardo Bueno, o Peninha, e relata os momentos mais marcantes da partida, cenas de bastidores e entrevistas com os protagonistas daquela conquista.

Os gaúchos jogavam pelo empate para ficar com o vice e voltar à Série A . O Náutico já havia perdido um pênalti no primeiro tempo, mas foi aos 36 da segunda etapa que aconteceu o improvável. O árbitro Djalma Beltrami marcou outra penalidade para os donos da casa, e na reclamação Patrício, Nunes e Domingos foram expulsos (Escalona já havia levado o cartão vermelho).

Com quatro homens a menos, o Grêmio ameaçou sair de campo. Após 20 minutos de paralisação, Ademar cobrou o pênalti e Galatto defendeu. Para aumentar a emoção, 71 segundos depois o meia-atacante Anderson recebeu a bola na esquerda, aproveitou o descuido da defesa, invadiu a área e marcou o gol da vitória e do título.

A vitória recuperou o orgulho da torcida, que voltou a encher o peito ao falar do seu “Imortal Tricolor”.

“Inacreditável - A Batalha dos Aflitos” lembra o jogo que marcou o retorno do clube à Série A

Da Agência Placar

PORTO ALEGRE - A histórica ascensão gremista à Série A do Campeonato Brasileiro, culminada na vitória por 1x0 contra o Náutico, no estádio dos Aflitos, em novembro do ano passado, ganhou status de documentário.

Com direção de Beto Souza e roteiro assinado pelo jornalista Eduardo Peninha Bueno, o filme já está disponível nas lojas do Rio Grande do Sul e narra desde a derrocada do clube em 2004 até a epopéia do estádio dos Aflitos. Na ocasião, com um pênalti a favor do adversário e com apenas sete homens em campo, o Grêmio buscou a vitória por 1x0 e o título da Série B.

Efeito suspensivo

O clube protocolou nesta quarta-feira, no STJD, o pedido de efeito suspensivo da punição de perda de oito jogos de mando de campo e do pagamento de multa de R$ 200 mil. A penalidade foi imposta pelo STJD depois que a torcida gremista depredou o estádio Beira-Rio no Gre-Nal do último dia 30 de julho. A Justiça Desportiva deve se pronunciar sobre o assunto até a próxima sexta-feira.

Fernanda Lima participa de documentário sobre o Grêmio F.C.

Enviada por Elza Dantas
23/08/2006 - 15:56

Fernanda Lima é uma das depoentes no documentário Inacreditável - A batalha dos aflitos.

O filme, do Diretor Beto Souza, mostra tudo o que aconteceu na final do campeonato brasileiro de 2005, na qual o time do Grêmio disputou o título de vencedor com suor.

No breve depoimento de Fernanda Lima, a gaúcha gremista mostra sua carteirinha de sócia do clube datada de 1982. O filme Inacreditável - A batalha dos aflitos já poder ser encontrado em DVD.

Saiba mais no http://www.filmeinacreditavel.com.br/

Quer ver a matéria em pdf (Inacreditavel.pdf - 333kb). Clique aqui

Depois de ter sido lançado em DVD, o filme do Grêmio sobre a volta à primeira divisão, em 2005, será lançado nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. A estréia de Inacreditável: a Batalha dos Aflitos no circuito comercial será no próximo dia 9 de março.

O filme, lançado no ano passado, conta a história do jogo decisivo entre Grêmio e Náutico, válido pela última rodada do quadrangular final do Campeonato Brasileiro da Série B. Na ocasião, a equipe chegou a ficar com quatro jogadores a menos e ainda teve dois pênaltis contra, um defendido pelo goleiro Galatto e outro na trave.

Na produção, foram ouvidos jogadores, dirigentes, jornalistas e, sobretudo, torcedores gremistas. "Era importante ter depoimentos dos torcedores, que sofreram como nós todos da equipe", disse a produtora executiva Marga Acioli.

Batalha dos Aflitos vai aos cinemas
Documentário que conta saga na Série B chega às telonas no dia 9 de março

PORTO ALEGRE - O jogo mais dramático dos 103 anos de vida do Grêmio chega aos cinemas de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo no dia 9 de março. O documentário "Inacreditável - a Batalha dos Aflitos", realizado em 2006, finalmente alcança as telonas, após grande sucesso de venda como DVD.
O filme conta a saga gremista na Segundona de 2005, com foco especial na vitória de 1 a 0 sobre o Náutico, com quatro jogadores a menos em campo e dois pênaltis contra.
 
O documentário tem direção de Beto Souza e roteiro do jornalista e historiador Eduardo Bueno, o Peninha, gremista fanático. A obra é uma mescla de imagens da trajetória tricolor na Série B com depoimentos emocionados de torcedores, jogadores, membros da comissão técnica e dirigentes do Grêmio.

Em Porto Alegre, o vídeo causou polêmica. O trabalho foi elogiado por resgatar um momento de bravura do Grêmio, mas a diretoria, por tabela, também recebeu críticas por supervalorizar uma conquista secundária, em detrimento a títulos maiores, como o do Mundial de 1983.

Heróis lembram com carinho do jogo histórico

Galatto e técnico Mano Menezes destacam que nunca viram nada parecido

PORTO ALEGRE - Eles estiveram lá, foram personagens centrais de uma batalha épica e jamais conseguirão esquecer o dia 26 de novembro de 2005. Galatto e Mano Menezes, dois dos condutores da locomotiva gremista no retorno à Série A, lembram com carinho do dia em que o Grêmio agigantou-se como nunca e, com quatro homens a menos em campo, despachou o Náutico nos Aflitos para retornar à elite do futebol brasileiro. Quase um ano e meio depois, a lembrança está viva na cabeça da dupla.
- Entendo que as pessoas que viveram aquela situação jamais vão esquecer, porque todos que convivem no meio do futebol sabem que uma situação semelhante àquela dificilmente vai acontecer de novo. Isso é algo que vai nos marcar para o resto da vida - afirma o técnico Mano Menezes, responsável por arrumar a casa e, com jogadores de pouca qualidade, criar o grupo guerreiro que salvou a pele do Grêmio.

O goleiro Galatto foi eternizado pelo pênalti defendido no segundo tempo, quando o Grêmio já tinha quatro atletas a menos. Ele conta que assistiu várias vezes ao filme "Inacreditável - Batalha dos Aflitos", em cartaz nos cinemas desde sexta-feira. Na tela, o jogador revê com emoção os momentos da tarde histórica em Recife.
 
- Eu gosto do filme, realmente é bem legal. Acho que passa o que foi o drama daquele dia, mesmo que seja difícil retratar tudo que aconteceu. Acredito que nunca houve um jogo como aquele. Ainda hoje tem gente que me parabeniza, me trata como o herói dos Aflitos. Tenho um amigo que sempre me diz para ver o filme nos dias em que eu estiver triste - conta.

Apesar de toda a vibração com a vitória sobre o Náutico, o Grêmio aos poucos começa a deixar para trás o saudosismo dos Aflitos. É hora de pensar mais alto.
 
- O futebol exige rapidez. Não podemos viver do passado e esquecer que o presente nos mostra uma realidade dura. Buscamos mais. Queremos melhorar a cada dia - diz Mano Menezes.

Diretor recorda angústia da "Batalha dos Aflitos"

Beto Souza conta que viveu uma das maiores emoções da vida em novembro de 2005

PORTO ALEGRE - Antes de ser o diretor de "Inacreditável - A Batalha dos Aflitos", Beto Souza foi mais um torcedor gremista na inesquecível tarde de 26 de novembro de 2005. Assim como cada tricolor, ele torceu, sofreu, vibrou e se emocionou com o impressionante retorno do Grêmio à Série A, lugar de onde jamais deveria ter saído.

E o cineasta, ao transformar em documentário a saga do clube gaúcho na Segundona, não deixou de lado sua emoção pessoal.

- No filme, temos um torcedor fictício, um cara que fica vendo o jogo sozinho, numa sala. E aquela foi a sala em que eu vi o jogo. De certa forma, aquele personagem sou eu. Todos os gremistas, assim como eu, estavam estatelados no chão, rezando, na hora em que o Galatto defendeu o pênalti. Foi uma das maiores emoções da minha vida - afirma o diretor.

Beto Souza explica que o filme tem o objetivo de buscar a emoção dos Aflitos, mas sem cair em sentimentalismos.

- Se formos pensar, o próprio jogo é um roteiro, só que um roteiro de filme ruim. Tínhamos um sentimentalismo perigoso. Se não tivéssemos cuidado, poderíamos entrar em um caminho errado. O que procuramos foi resgatar a emoção daquele fato. É um filme montado em cima da emoção. O texto do Eduardo Bueno é parcial, até debochado, mas funciona. Esse é um filme que pode ser visto por qualquer fanático por futebol - garante

DVD tem 32 mil cópias vendidas

Números impressionantes surpreendem até o diretor do filme, Beto Souza

PORTO ALEGRE - Antes de chegar aos cinemas, "Inacreditável - A Batalha dos Aflitos" foi lançado em DVD. E o filme, ao mesmo tempo, despertou polêmica e causou grande sucesso em Porto Alegre. Muitos criticaram a idéia de se realizar um documentário sobre uma partida que, no fim das contas, era da Segunda Divisão.

Outros tantos preferiram destacar que se tratava de uma vitória histórica do Grêmio, e que por isso merecia, sim, tratamento especial. Com ou sem questionamentos, o certo é que o filme fez sucesso. Desde o ano passado no mercado, "Inacreditável" teve 32 mil cópias em DVD comercializadas.
 
- Esse é um número que considero impressionante. E isso que fomos prejudicados por uma larga venda de produtos piratas. O DVD era encontrado no Centro de Porto Alegre por R$ 5,00. Agora, esperamos que o mesmo sucesso ocorra no cinema - afirma o diretor do filme, Beto Souza.
 
Em Porto Alegre, o filme tem exibição na sala 8 do Unibanco Arteplex, cinema localizado no Shopping Bourbon Country. Sessões nos seguintes horários: 14h20m, 16h10m, 19h, 20h30m e 22h.

Sala de cinema entra no clima dos Aflitos

Torcedores assistem ao filme fardados e vibram com os lances da épica partida

 

PORTO ALEGRE - De certa forma, esta sexta-feira, dia 9 de março, foi um reencontro com o dia 26 de novembro de 2005 na sala de um importante cinema, em Porto Alegre.

No primeiro dia de exibição de "Inacreditável - A Batalha dos Aflitos", os torcedores do Grêmio foram ver o filme vestidos de azul, preto e branco. E vibraram como se estivessem no estádio nos momentos mais emocionantes, com destaque para o pênalti defendido por Galatto e, claro, o gol de Ânderson.

Ver o documentário não era suficiente. Os torcedores precisavam sentir o clima das arquibancadas. E o comportamento na sala de cinema foi bem ao estilo da exigência do jogo. Nos momentos mais tensos, um silêncio apreensivo. No gol de Ânderson, explosão de alegria.O público vibrou como se não conhecesse a história de antemão. Alguns torcedores saíram correndo pelos corredores, eufóricos. E ao deixar a sessão, a turma não escondeu a emoção.
 
- É como se fosse ontem. Não tem explicação. É algo realmente inacreditável - destaca Ricardo de Matos Oliveira Filho, 15 anos, vestido com a camisa do Grêmio.
 
- A emoção é a mesma do dia do jogo. Voltei a chorar como naquele dia. Aquele jogo me trouxe uma das maiores alegrias da minha vida - vibra Liliana Machada, já trajando a nova camiseta do clube, a bicolor.
 
- Aquela vitória foi algo que nenhum outro clube fez e nenhum outro fará - orgulha-se Tiago Lima, 20 anos.

O que é inacreditável, tem que ver para crer

Estreou ontem, em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, o longa-metragem “Inacreditável – A batalha dos Aflitos”, que conta a aventura do Grêmio na Série B do Campeonato Brasileiro.

O documentário dirigido por Beto Souza fala especialmente do jogo final entre Náutico e Grêmio, quando, a poucos minutos do final, o Grêmio tinha apenas 7 jogadores em campo e um pênalti contra si. Estava zero a zero e, se o Grêmio perdesse, continuaria na segunda divisão. Mas o goleiro defende o pênalti e Anderson, em seu último jogo pelo time, faz o gol da vitória. Uma história que realmente merece um filme para contá-la.

Para os gremistas, trata-se de um filme obrigatório. Neste fim de semana, em vez de ver Grêmio x São Luiz, as torcidas deveriam encher os cinemas. E fazer uma avalanche quando acontece o gol tricolor.

Mas o filme não é só sobre o jogo final, e mostra que houve vários momentos decisivos já na fase classificatória. Esta parte aquece o torcedor-espectador para o que virá depois.

“Inacreditável” tem montagem competente e boas entrevistas. Só achei que houve um certo descompasso entre o texto da narração e o narrador, que poderia ser mais bem humorado (como sugerido pelo texto de Eduardo Bueno, roteirista do filme).

Quem quiser saber mais, clique aqui para ir ao site do filme.

Filme sobre a saga do Grêmio na Série B estréia na sexta

Estréia na próxima sexta-feira (9) nos cinemas de São Paulo Rio de Janeiro e Porto Alegre o filme "Inacreditável - a Batalha dos Aflitos", sobre a saga do Grêmio na Série B do Campeonato Brasileiro de 2005.

O documentário é dirigido por Beto Souza e tem roteiro do escritor Eduardo Bueno, o Peninha. O filme traz depoimentos de torcedores ilustres e desconhecidos, de jogadores e comissão técnica.

O destaque é a partida final do time na competição, contra o Náutico, no estádio dos Aflitos, no Recife.

Com quatro jogadores expulsos e um pênalti contra, o Grêmio conseguiu se segurar e ainda marcou um gol no adversário para conquistar a vitória e o título.

Algumas pessoas acham que futebol é uma questão de vida ou morte.
Eu discordo.
Futebol é muito mais importante que isso.
Bill Shankly – ex-técnico do Liverpool.

Existem coisas no mundo inexplicáveis, fatos heróicos, lendas e outros tipos de histórias que permeiam nossa cultura popular. Esses relatos geralmente são contados com certa dose de sensacionalismo, mas, de fato concreto, ou até provas, não se tem nada.

Para quem ama o futebol, não só como um esporte, sabe de seus efeitos nas pessoas, e sabe o quanto histórias como essa são impossíveis de acontecer. Apenas 7 homens de um lado do campo vestem azul, contra 11, e mais uma platéia de torcedores excitados, num caldeirão vermelho de 40 graus, em decorrência de um pênalti erroneamente marcado. Se fossemos colocar a matemática em campo, provavelmente o índice giraria em torno dos primeiros zeros.

E foi justamente assim, que um clube, que tem na sua história, momentos de superação e inconformação, que não só conseguiu reverter um resultado, como fez o impossível.

Um clube que nasceu da razão do esporte, a bola, num país inigualável, mas fora do eixo da meca do futebol, porém que conseguiu, com o tempo, reverter essa sina, se transformando no clube nacional com o maior número de títulos nacionais e estrangeiros juntos.

O filme-documentário é item obrigatório na coleção dos amantes do futebol. Narra a trajetória desde o descenso a segunda divisão de forma trágica, mas também reservada de superação, até o retorno a elite do futebol brasileiro, de forma heróica. Traz ainda momentos do jogo decisivo, assim como de todos os jogos do campeonato, e ainda depoimentos de torcedores anônimos e ídolos tricolores, como o técnico pentacampeão mundial Luiz Felipe Scolari, numa revelação cheia de surpresa, da atriz e modelo Fernanda Lima e do grande ícone de raça do time e eterno camisa 7, Renato Gaúcho.

A direção musical de Lucio Dorfman merece aqui os elogios, sem usar de pieguices, ele transformou o conhecido hino, composto por Lupicínio Rodrigues, em um tema musical perfeito, que acompanha dois garotos, de apenas 17 anos, rumo a um momento histórico de um clube centenário, e um goleiro, logo um goleiro, para que não esqueçamos de Lara, eternizado no hino, imortal no clube. Veja o trailer aqui. E compre o DVD aqui. Ou leia mais aqui, no blogueiro gremista Marcus Vínicius, do Caminhante Noturno.

Uma prova, um documento, para que nunca alguém duvide do poder do ser humano. A redenção de um clube acostumado a glórias internacionais e insuperáveis dentro do futebol mundial, mas que exibe em destaque, com orgulho, um troféu de um campeonato nacional secundário onde o valor “financeiro” é irrisório, porém carregado de alma! O que, no final, é a única coisa realmente importante na vida.

As Termópilas do Grêmio

Tenho léguas de caminho percorridas com triunfos do Grêmio, mas nunca vi um entusiasmo da torcida pela conquista de um título gaúcho como ontem.

Havia gente vinda de Fortaleza dos Valos, muitos de Catuípe, nunca vi tanta gente de Jaguarão no Olímpico, Candelária, é certo que da Grande Porto Alegre acorreu grande massa para o estádio, mas o que impressionava era torcedor que tinha vindo de Frederico Westphalen, de Santo Ângelo, de Santa Vitória do Palmar, gente vinda de todos os longes do Rio Grande e de todas as fronteiras, muitos de Santa Catarina, muitos de Toledo no Paraná, Londrina, não sei o que deu na torcida, ou melhor sei, é que todos olhavam de soslaio para o jogo de ontem e com olhar fixo para o jogo de quarta-feira, de retina fixa para o São Paulo e com os sobrolhos voltados para o Juventude.

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Gente de Serafina Corrêa, gente de Ponta Grossa no Paraná, todos pedindo que registrássemos que estavam aqui, vindos de pontos distantes e os mais variados do Estado e do Sul do país.

Lá nas cadeiras e junto dos camarotes me pegaram e não me queriam largar mais. Todos tomados de um fervor imantado, estes 90% de jovens da torcida do Grêmio não descansam enquanto o Grêmio não ganhar a terceira Libertadores. Eles encasquetaram com isso e estão picados com o título mundial ganho pelo Internacional.

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Já no sábado à noite o gremismo tinha sido ainda mais exaltado quando o Sport TV, canal 39, passou inteiro o DVD da Batalha dos Aflitos e lançou no ar depoimentos de jornalistas estrangeiros e brasileiros que classificaram aquela vitória do Grêmio em Recife como a maior façanha já alcançada por um time em uma só partida em toda a história do futebol mundial.

Cada vez mais a Batalha dos Aflitos se enraíza na memória do futebol e no imaginário dos gremistas como a maior epopéia do clube, superior mesmo ao título mundial conquistado pelo Grêmio em Tóquio, em 1983.

Aquele jogo de Recife foi mesmo um assombro, um fato surrealístico, que aconteceu mas até hoje todo mundo sente dificuldade em acreditar.

A Batalha dos Aflitos virou o lábaro da mística gremista, só diferente da Batalhas das Termópilas porque os gregos saíram todos mortos e destroçados da heróica e desigual resistência contra os persas, enquanto que o Grêmio nos Aflitos ressurgiu dos monturos escuros da 2ª Divisão para o seu lugar de sempre entre os melhores do futebol brasileiro.

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Todos já adivinhavam que o Grêmio passaria ontem por cima do Juventude. Mas todos festejaram com alegria inédita o título gaúcho porque estavam dominados pela incerteza quanto ao jogo contra o São Paulo, depois de amanhã.

Quarta-feira o Grêmio será o Juventude, invertem-se os papéis. O Grêmio não poderá levar sequer um gol e terá de fazer um gol, quem sabe dois para se classificar.

Mas os quatro últimos resultados, a revirada contra o Caxias, a vitória suada contra o Cerro Porteño, o empate estóico contra o Juventude no Alfredo Jaconi e a goleada de bicampeão frente ao Juventude ontem estão eletrizando a torcida gremista.

Eu não sei como é que esta gente que veio de tão longe vai poder adquirir novamente ingressos para o jogo contra o São Paulo, mas os bilhetes vão começar a ser vendidos hoje e devem prontamente esgotar, é um senta-levanta agitador e maratonístico entre a massa tricolor.

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É que esta torcida cresceu demais, este clube se popularizou freneticamente nos últimos 35 anos, o futebol é talvez a única superfície que restou aos brasileiros para que se realizem em orgulho e em contentamento eufórico, que a possibilidade do Grêmio, na mesma semana, ter-se tornado bicampeão gaúcho e vir a tornar-se integrante das quartas de finais da Libertadores excita a nação tricolor em correntes elétricas de mágica expectativa.

Quarta-feira vai ser para sentir retesadas e explodidas as entranhas de tanta felicidade.

Paulo Sant'ana

Grêmio, o clube que acredita na sua imortalidade

Façanhas recentes, improváveis, revitalizam com força a frase incluída no hino composto por Lupicínio Rodrigues há 54 anos: "És imortal, Tricolor"

Por Nico Noronha, do Pelé.Net PORTO ALEGRE - O Santos, na noite desta quarta-feira, na abertura da fase semifinal da Copa Libertadores da América, não terá pela frente apenas um adversário motivado por ótimos resultados recentes na competição sul-americana e por estar vindo da conquista do bicampeonato gaúcho. O Grêmio, o inimigo, se apresenta ainda mais assustador pelo fato de que se considera "imortal" e tem agido, ao menos nos jogos que disputa em seu estádio, como se realmente fosse imbatível, insuperável, intransponível. Um sentimento que impregna tanto jogadores como torcida, e... coitados dos oponentes, que diante de tanta gana e confiança, têm sido massacrados um após o outro. Faixas que têm sido expostas no Estádio Olímpico, misturando letras nas três cores do clube, expõem exatamente isso, "Grêmio Imortal". Outras reforçam o ufanismo em torno do clube que completará 104 anos no próximo mês de setembro, como aquela de frase extensa, copiada do hino riograndense: "Sirvam nossas façanhas de modelo à toda terra".
Pelo menos três momentos bem recentes fizeram essa imortalidade voltar à tona com força e insuflar o ego dos tricolores. Primeiro, a virada espetacular sobre o Caxias, nas semifinais do campeonato estadual, quando após sofrer 3 a 0 na primeira partida, na serra, precisou ganhar de quatro no Olímpico e fez os quatro. Na Libertadores, dois episódios ratificaram esse sentimento. Foram eles a eliminação imposta ao São Paulo, 2 a 0, em Porto Alegre, após derrota por um gol no Morumbi; e a vitória nos pênaltis sobre o Defensor, na semana passada. A equipe havia perdido o primeiro confronto em Montevidéu por 2 a 0, mas devolveu o placar e fez 4 a 2 nos pênaltis.
Tem se falado tanto na imortalidade tricolor, que o treinador Mano Menezes resolveu tomar uma atitude e reagir a isso. Talvez tenha ficado um pouco enciumado ao ouvir tanta gente creditar o sucesso gremista a forças do além e não destacar seus méritos ou os dos jogadores. Após reclamar publicamente, amenizou os comentários: "Eu até gosto dessa história da imortalidade, só não podemos esquecer que são os mortais, ali dentro do campo, que continuam fazendo as coisas acontecerem". Um dos mais conhecidos cronistas esportivos do Estado, o colunista Wianey Carlet, do jornal Zero Hora de Porto Alegre, ironizou a reação do técnico que está à beira do gramado enquanto seus atletas correm e fazem os gols que geram os milagres. "O Mano escorregou em exagero quase pueril, afinal seria quase insanidade pretender que um time seja movido por elementos sobrenaturais". Lupicínio Rodrigues decretou a imortalidade em 1953 Na metade do século passado, precisamente no ano de 1953, período em que o Grêmio vinha apanhando sem parar do rival Inter - que montara um time que entrou para a história, denominado de "Rolo Compressor" - foi decretada a imortalidade do Grêmio Football Porto-Alegrense. O compositor Lupicínio Rodrigues, torcedor dos mais fiéis, era um dos tantos que, diante dos maus momentos que o time vivia dentro de campo, ao invés de se afastar, cada vez se tornava mais apaixonado e presente.	O treinador Mano Menezes, que até chegou a reclamar da excessiva valorização que vem sendo dada ao conjunto de fatores que tem empurrado o Grêmio a reações e resultados improváveis - esquecendo um pouco o trabalho técnico e tático da equipe - já foi personagem de pelo menos cinco episódios sensacionais. Foram eles: 26/11/2005 - Grêmio 1 x 0 Náutico - Jogo que entrou para a história como "A Batalha dos Aflitos". Time venceu após ter ficado com sete jogadores em campo e feito o gol no último minuto, após adversário perder dois pênaltis. 16/07/2006 - Grêmio 4 x 4 Fluminense - Clube tentava subir na tabela do Brasileirão e buscar vaga na Libertadores, mas perdia em casa por 4 a 2. Dois gols, aos 47 e 48min do segundo tempo decretaram a improvável reação e o empate. 20/04/2007 - Grêmio 4 x 0 Caxias - Após perder na serra gaúcha por 3 a 0, no primeiro jogo da fase semifinal do Campeonato Gaúcho, Tricolor era obrigado a fazer 4 a 0 no Olímpico. E fez. 09/05/2007 - Grêmio 2 x 0 São Paulo - Clube gaúcho sofrera 1 a 0 no Morumbi, diante de um adversário favorito e teria de vencer por dois gols a partida de volta, na qual fez 2 a 0. 23/05/2007 - Grêmio 2 x 0 Defensor - Time, derrotado no Uruguai por 2 a 0, uma semana depois entrou em campo precisando no mínimo de placar igual para levar para os pênaltis. Pois devolveu o 2 a 0 e, nos pênaltis, ganhou de 4 a 2.
Abandonar o clube, apesar das provocações e humilhações impostas pelos colorados, nem pensar. E numa mesa de bar da Cidade Baixa, zona da cidade onde afogava sua dor de cotovelo e criava canções que viriam a se tornar imortais, imortalizou também o Grêmio, no hino que virou oficial. Uma paralisação dos meios de transporte da capital gaúcha, num dia de jogo do time tricolor, teria sido a motivação para começar a obra com a frase "Até a pé nós iremos/ Para o que der e vier..." E então, na segunda estrofe, inspirado no cinqüentenário do clube que nascera em 1903, escreveu: "Cinqüenta anos de glória/ Tens imortal Tricolor..." Uma composição que neste 2007, como nunca, é cantada em altos brados, a plenos pulmões, pelos torcedores. Foi assim na noite do último dia 23, após o Grêmio ter eliminado o Defensor, nas quartas-de-final da Libertadores. Os alto-falantes do Olímpico detonaram o hino no maior volume possível, 42.373 torcedores estufaram o peito para cantá-lo, enquanto no placar luminoso uma única palavra corria da esquerda para a direita: "Imortal". Craques do passado concordam com a inscrição, sem muito pensar. "Ter um estádio que nunca vaia é uma sorte e torna tudo possível", declarou o goleiro Danrlei, o mais vitorioso atleta da história gremista, com mais de uma dezena de títulos em uma década de titularidade absoluta, encerrada em 2003. "A imortalidade faz parte da história do clube", reforça outro ex-goleiro do clube, Mazaropi, que estava com a camisa nº 1 no gramado do estádio Nacional de Tóquio, em dezembro de 1983, quando o clube conquistou seu título mundial. De lá para cá o Grêmio já passou duas vezes pela segunda divisão do futebol brasileiro, nos anos de 1992 e 2005, mas renasceu do inferno em ambas, confirmando a profecia de Lupicínio. Nesta segunda ida ao fundo do poço, no início da campanha, o presidente Paulo Odone avisou: "Se o Grêmio não conseguir retornar a Série A, quebra. Vamos ter de fechar as portas". Seria a morte do clube, mas num jogo final contra o Náutico, no Estádio dos Aflitos - que já virou um livro, rendeu dois filmes e tem sido utilizado em concentrações de grandes times de futebol como exemplo de superação - o Imortal Tricolor venceu por 1 a 0, depois de ter ficado com apenas sete jogadores em campo e o adversário ter desperdiçado dois pênaltis. Um dos DVD's ganhou o apropriado nome de "Inacreditável".

Os grandes protagonistas de um dos episódios mais absurdos da história do futebol têm reencontro marcado nesta quarta-feira, em Recife. De um lado, o Grêmio, o herói da "Batalha dos Aflitos", campeão da Série B com quatro jogadores expulsos. Do outro, o Náutico, que superou o trauma de uma derrota vexatória e no ano seguinte garantiu vaga na primeira divisão. Patrício, o jogador que peitou o árbitro Djalma Beltrami quando ele marcou pênalti para o Timbu, deve ser o único titular remanescente daquela equipe de 2005. E ele não esconde que é impossível esquecer a batalha.
- Não podemos esquecer os Aflitos. Não tem como. Vamos voltar lá agora, vamos lá para jogar futebol, mas sem esquecer. Eu comecei toda aquela encrenca, tinha que tomar alguma atitude. Agora, vamos lá apenas para jogar futebol. Vamos esquecer toda a confusão, mesmo que a torcida certamente lembre de tudo - afirma o lateral-direito.

O Grêmio segue com alguns atletas daquela época. O goleiro Galatto e o volante Nunes, ambos reservas, devem ser relacionados para a partida. Já o zagueiro Pereira e o capitão Sandro Goiano, lesionados, não poderão reviver a experiência do dia 26 de novembro de 2005. A curiosidade é que o Náutico atualmente conta com Marcel, que disputou a "Batalha dos Aflitos" pelo time gaúcho.