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Um rosto na campanha
Do Ribatejo ao Rato
P.C.
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No comício de Santarém, um dos mais concorridos do PS nesta campanha, coube-lhe a melhor intervenção da noite. Comparou a ofensiva do secretário-geral socialista para derrubar Santana Lopes ao avanço dos blindados de Salgueiro Maia que partiram precisamente de Santarém para pôr fim ao Estado Novo, em 25 de Abril de 1974. E logo o anfiteatro, que rebentava pelas costuras, a ovacionou com entusiasmo. Idália Moniz, uma violinista emprestada à política, teve neste comício a sua prova de fogo. Actualmente é vereadora na capital do Ribatejo. Mas José Sócrates conta com ela para voos mais altos.
Filiou-se no PS em 1990. E entrou na política activa pela porta que considera ideal a presidência da junta de freguesia de Almoster, em Santarém, entre 1997 e 2001. "É uma experiência única. Dá-nos a oportunidade de fazer muita coisa com poucos recursos", confessa ao DN Idália Moniz, terceira candidata da lista do PS por Santarém.
Nasceu por acaso em Lisboa, há 40 anos, mas considera-se uma ribatejana de gema adora sobretudo a zona rural da sua região adoptiva. Ainda ontem assistiu a uma largada de touros em Samora Correia. "Não prescindo da minha identidade ribatejana", sublinha. Com a mesma convicção que usou no comício da campanha.
Em Outubro, Sócrates promoveu-a ao Secretariado Nacional do PS. Nos momentos cruciais, Idália Moniz é das primeiras pessoas a entrar na sede do Largo do Rato e das últimas a ir embora. Entretanto faz deslocações diárias entre Lisboa e Santarém.
Encara a política como "uma missão" que lhe permite "dar a cara e a voz por quem mais precisa". E só lamenta não ter o tempo que gostaria para conviver com o pai, a filha de 17 anos e o filho, com apenas nove. Vale-lhe a grande disponibilidade do marido, Carlos Alberto Moniz, o músico que em 1975 incendiou o País com a canção 'Força Força, Companheiro Vasco', dedicada a Vasco Gonçalves. Hoje a música é outra. Se fosse necessário, Carlos Alberto faria um hino à campanha socialista? A resposta vem com um sorriso "Respeitamos a autonomia de cada um. Mas se fosse necessário, e bem conversadinho, talvez fizesse...?" |
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