23.01.2009
Consciência ambiental por meio de jogo on-line


Em roupagem não só lúdica, mas também educativa, game do Instituto PVC enquadra o desenvolvimento sustentável

O mundo poderia respirar mais aliviado se todas as empresas e governos manifestassem preocupação com os problemas ambientais por meio de iniciativas, projetos e alternativas dignas de aplausos.

Todavia, no meio de tantos descasos ecológicos, é possível observar importantes e interessantes atitudes por parte de alguns órgãos preocupados com os problemas climáticos do planeta.

É o caso do Instituto PVC, que lançou um jogo on-line no qual apresenta ao internauta uma maneira divertida de testar a sua capacidade como gerente de uma indústria, visando administrar os produtos de forma sustentável, levando em conta os aspectos sociais, ambientais e econômicos de todo o ciclo de um produto, desde a extração de matérias-primas até a reciclagem, ou seja, desenvolver o crescimento econômico da empresa sem afetar os recursos naturais do planeta.     

Com o nome de “PVC Game”, o cenário da partida é a cadeia produtiva da própria PVC, em cada fase, o jogador – considerado o CEO (Chief Executive Officer), passará por “maus lençóis administrativos” através de diversas situações que o levará a um processo de auto-avaliação e aprendizado, em que deve tomar decisões estratégicas em relação à sustentabilidade.

Para o diretor executivo, Miguel Bahiense, um dos desafios do game é introduzir as questões de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável.

“O jogo leva em conta os mais diversificados públicos que terão a oportunidade de ter contato com situações cada vez mais próximas de uma nova realidade na industria: a sustentabilidade. Um estudante de 2° grau poderá desenvolver uma visão acerca da sustentabilidade que pode mostrar caminhos alternativos na carreira que está pensando seguir. O universitário poderá aplicar os conhecimentos no aprendizado durante o curso. Os profissionais poderão inserir conceitos eventualmente desconhecidos em seus negócios”, explica Bahiense.

Eis uma forma capaz de mesclar educação ambiental e entretenimento, o planeta agradece.  

 

Como jogar:

Para conhecer o PVC Game acesse: http://www.institutodopvc.org/pvcgame/

 

No início o inernauta recebe €5.000, que devem ser investidos na planta de transformação de produtos (pisos, tubos e conexões, geomembranas, janelas, embalagens, dispositivos médicos e produtos de alta tecnologia) do PVC que estará diretamente ligado à disponibilidade das resinas e suas matérias-primas.

    A partir daí, os produtos são colocados à venda, e a empresa passa a gerar recursos próprios e investi-los no sentido de tornar a empresa sustentável. O jogador também tem a possibilidade de investir no aumento de capacidade produtiva, fabricação de novos produtos, ampliação da produção de resinas de PVC, melhorias ambientais de seus processos e produtos, estudos científicos sobre sua segurança e sistemas de coleta seletiva e reciclagem.

postado por Fabio Bézza, às 07:52

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22.01.2009
Vinho Vinil embala as noites paulistanas

Com ótimas interpretações e composições próprias, o grupo toca em várias casas noturnas da capital e vem conquistando o público paulistano.

 

Em março de 2005, os músicos mineiros Léo, Alisson, Amynthas, Romulo, Vicente e Gleison saíram numa perua – ano 94 - de Belo Horizonte para tentarem a carreira musical em São Paulo. Ao chegarem à terra da garoa, estavam como aquele cachorro que caiu da mudança, ou seja, totalmente perdidos. Só conseguiram fixar residência no município de Taboão da Serra, e nem sabiam onde ficava a Vila Madalena, primeiro lugar que se apresentaram.

Hoje, dos seis músicos aventureiros, ficaram três, os demais disseram “Adeus” e voltaram pra BH. Alisson (vocal e percurssão), Léo (guitarra, violão e baixo) e Amynthas na batera, permaneceram firmes e fortes, e formam a banda Vinhovinil, cuja sonoridade funde elementos da MPB, desde o samba ao baião.

No palco, em ação, o grupo alcança equilíbrio de ginasta para transitar entre a forma livre de cativar o público através de boas improvisações e a genuína música popular brasileira, sem falar na forte presença de palco comandada pelo vocalista. Com tudo isso, o trio vem conquistando público por onde passa. Que diga os freqüentadores do “Velhão Galos Bar”, um dos bares que a banda toca semanalmente nos embalos de sábados à noite. Lá a relação artista e público é bem entrosada. Os integrantes concordam em afirmar que no bar do “Velhão”, tudo soa bastante familiar e pessoal. “É um palco pequeno, no qual ficamos frente a frente com o público, nossa apresentação é dominada por um gostoso clima festivo”, comenta Léo.

A longa jornada desses três mosqueteiros foi dura e difícil, chegaram a tocar em troca de pizza. Alisson se lembra de ter passado vários tipos de apuros, inclusive financeiro. Até o nome da banda originou-se de uma situação dramática. “Moravamos todos na mesma casa, em Taboão. Certa noite, quando ia chegando à residência com a minha namorada, fomos abordados ainda dentro do carro dela, e sofremos um seqüestro relâmpago, Os bandidos, nos levaram até o caixa eletrônico, mas como não tínhamos dinheiro, voltaram comigo  pra casa, nos amarram num cômodo, e levaram tudo, televisão, fogão, cama, foi uma verdadeira limpa, só deixaram a garrafa de vinho e os meus discos de vinis”, relata o músico.

Quando contaram essa história para um amigo, acabou saindo o nome VinhoVinil. Se numa noite perdeu tudo ganhou o nome da banda.

Foi um momento muito difícil, cogitaram até em encerrar as atividades e voltarem para cidade natal. Mas, felizmente contaram com a preciosa ajuda de amigas e voltaram a respirarem aliviados.  

Em janeiro de 2008 gravaram o “Vinhovinil Brasilian Music”, por meio de selo independente. No final das apresentações, monta-se uma “barraca de camelô”, onde são vendidos os CDs, de maneira bem-humorada.   

Léo destaca que nesse trabalho é retratado o amor, as influencias, e principalmente, a biografia da banda. Não é à-toa que Brasilian Music, música que intitula o álbum, já na primeira estrofe inicia a reflexão sobre o que eles vieram fazer em São Paulo: “Eu vou fazer um batuque lá no teu quintal/ Te juro menina, no mundo não há nada igual”.  Nos últimos versos cita as influências da banda: Tem Chico, Seu Jorge, tem Moska, Lenine e Zeca Baleiro, Maria, Tianastácia e Cássia/ Vander Lee e Irmãos Ribeiro.

Em “Menina da Pompéia”, composta para a namorada, tem versos bem tramados. “Nega, meu santo bateu com o seu/ Nega, meus dias não vão ser mais breu/ Nega/ já era hora, não dava mais pra te esperar”.

Quem escuta o CD, percebe que apesar da VinhoVinil beber na fonte de vários artistas, tanto atuais quanto do passado, e tê-los como influências e inspiração e  não pode ser reduzido apenas a influências, todavia, suas composições e batidas são autenticas e repletas de criatividade, versatilidade, e é claro, bom gosto. Para esses mineiros, o céu é apenas o limite.

 

Quem quiser conferir o som dos caras, aí vai o endereço do myspace deles

http://www.myspace.com/vinhovinil

postado por Fabio Bézza, às 00:22

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21.01.2009
Tô de frente pro mar, mas meu desejo é te encontrar..

postado por Fabio Bézza, às 00:23

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20.01.2009

Citações de Thoreau



Henry David Thoreau era o nome da fera. O cara foi poeta, naturalista, filósofo, ensaísta e amante da natureza. Viajou pra tudo que é lado, ficou dois anos morando num barraco, na frente de um lago, onde sobrevivia do trabalho natural. "A Desobediência Civil", um dos textos mais conhecidos de Thoreau, escrito em 1849, influênciou personalidades como Ghandi, Martin Luter King e Tolstoi. Conheci a obra dele quando comecei a pesquisar sobre o movimento hippie, nos tempos da faculdade de jornalismo. Um dos meus sonhos de mochileiro é quem sabe um dia, passar por alguns lugares que ele viajou.

Eis algumas citações do mestre:

"Cuidado com todas as atividades que requeiram roupas novas" (Essa é uma das minhas preferidas)


"Um homem é rico na proporção do número de coisas de que ele é capaz de abrir a mão"

"Nunca é tarde para abrirmos mão dos nossos preconceitos "


"Qualquer idiota pode fazer uma regra e qualquer idiota a seguirá" (Essa também)


"As coisas não mudam, nós é que mudamos"


"Caminhar sem rumo é uma grande arte" (Essa é a frase que eu colocaria no meu caminhão)


postado por Fabio Bézza, às 14:25

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19.01.2009

A Primeira Página


 

 

Tem em DVD "A Primeira Página" do genial diretor Billy Wilder. É um dos melhores filmes sobre jornalismo, foi lançado em 1974. Conta a história do repórter Hildy Johnson (Jack Lemmon) que decide casar e abandonar o jornal na véspera da execução de um criminoso. Só que o condenado consegue fugir, e o editor do jornal não quer perder seu principal jornalista antes de ter esse episódio apurado. Acho que o filme retrata bem o que seria as principais qualidades de um jornalista: viver permanente em estado de alerta, pensar rápido, ser dinâmico, estar sempre preparado para ser um homem de ação em qualquer circunstância. Billy Wilder foi repórter, talvez por isso, soube retratar tão bem o jornalismo nesse filme.

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"Hoje, meu pai
Não é uma questão de ordem ou de moral
Eu sei que posso até brincar
O meu carnaval
Mas meu coração é outro"


Sempre lembro do meu pai quando escuto no meu MP3 a música "Pobre Meu Pai" do Sérgio Sampaio. Agora encontrei esse vídeo do menestrel capixaba no youtube. Achei muito maneiro, parece que ele tá tocando na casa de uma amiga, o clima é bem descontraído, ambiente de boteco.


Quem quiser conferir esse vídeo no youtube, clica no link abaixo:



http://www.youtube.com/watch?v=L4bVa7M8Eh8

                                                                                                                                                                                                                    



postado por Fabio Bézza, às 18:58

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18.01.2009

Redação Criativa


Tempo atrás, fiz o curso de redação criativa pelo Sindicato dos Jornalistas, e achei bastante proveitoso. Precisava de novas idéias, dicas e técnicas para desenvolver textos mais elaborados, desprendido de certas amarras acadêmicas. O curso foi ministrado pela jornalista Monica Martinez. A mulher é fera, tem um baita currículo: doutora em Ciências da Comunicação pela ECA da USP. É docente da pós- graduação em Comunicação da Associação Brasileira de Jornalismo Literário (ABJL), e por aí vai... Ela também escreveu alguns livros, um deles é

 

"Jornada do Herói" (O curso é baseado nesse livro) que aliás, recomendo para todos os profissionais e estudantes de jornalismo. O livro aborda um método de estruturar narrativas, textos jornalísticos, com base em dois campos do conhecimento: nos estudos de mitologia do americano Joseph Campbell e na psicologia de Jung. Aqui a Mônica conseguiu escrever sobre assuntos intelectuais, sem deixar o texto ficar chato ou pouco atrativo, como acontece com a maioria dos livros que falam de temas com altas doses acadêmicas.

Outro ponto legal deste curso foi a turma que apareceu por lá. Um pessoal muito bacana, até hoje mantemos contato.  Como rolou um certo entrosamento, a Tatiana que é fã dos Rolling Stones e tem uma calça estilo Janis Joplin, montou, na época, um blog pra turma que fez o curso, a idéia era, além de  divulgar nossos textos, trocar informações e figurinhas, e é claro, não perder o contato, infelizmente o blog naufragou, mas o aprendizado foi válido.

Os primeiros textos eram perfis dos colaboradores. Aproveitamos o gancho de uma das aulas do curso, na qual formamos duplas, e depois cada um teve que escrever uma pequena biografia do parceiro com quem “trocou entrevistas”. Essa dinâmica eu fiz com a Francine Altheman, jornalista de uma revista especializada em saúde. Resultado ela escreveu o que seria  minha "biografia", diria que 99% do texto é totalmente verossímil, não que o restante esteja fora da minha vida, afinal, toda história tem um pouco de ficção. Aliás, sou fã o jornalismo gonzo que coloca um pouco de ficção na realidade Ou seja, tá valendo, não vou dar uma de Roberto Carlos, assino embaixo. Afinal, eu tô bem de biógrafa, a mina escreve muito bem. 

 

Perfil Fabio Bézza por Francine Altheman

Jornalista, homem, companheiro e fiel (segundo ele mesmo!)

Inspirado por um herói, decidiu ser transgressor, viver na terceira margem do rio... desde criança seu modelo foi Peter Parker, o Homem-Aranha. Quando começou a perceber que não tinha os super poderes do ídolo, que escalar paredes estava cada vez mais difícil, decidiu ser a outra face do herói... o jornalista!

E como Peter Parker, ao se formar, só conseguiu empregos escrotos... a realização do sonho se tornou um revés. Vendendo... limpando ar-condicionado... operando telemarketing... na portaria do puteiro... no sentido literal e figurado.

Por que seu tio lhe influenciou tanto a gostar de arte, de teatro, de leituras? Para ser jornalista. Para ser transgressor. Para ser contramão. Do tio herdou também a coleção da Revista Realidade... grande influência.

Franciscano, vive com pouco... boêmio, vive na noite... culto, vive entre artes... urbano, não troca uma caminhada pela Avenida Paulista por uma caminhada a beira-mar, mesmo que esse mar seja na Barra da Tijuca.

Quatro anos depois de formado, finalmente, consegue um emprego na área... uma rede de jornais de bairro de São Paulo. Mas o mercado de trabalho desigual, as qualificações profissionais sempre exigidas, a competição desenfreada ainda são vilões. Sempre são.
Mas nada disso impede que ele vá, todo domingo, comer pastel na feira... “As pessoas levam o mundo muito a sério, menos eu”.

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E recentemente recebi um e-mail do sindicato sobre o novo curso de redação


Finalmente conseguimos agendar o curso de Redação Criativa Avançado.  As aulas acontecerão no período de 07 de fevereiro a 14 de março, sábados, das 8h30 às 13h30 na Ação Educativa.
A programação completa e a ficha de pré-inscrição estão em nosso site, www.jornalistasp.org.br
Os valores (já com descontos):
para sindicalizados e pré-sindicalizados:
R$ 180,00 - à vista
R$ 210,00 - em 2 parcelas de R$ 105,00
R$ 252,00 - em 3 parcelas de R$ 84,00
Valores para os não sindicalizados e demais profissionais
R$ 260,00 - à vista
R$ 310,00 - em 2 parcelas de R$ 155,00
R$ 360,00 - em 3 parcelas de R$ 120,00




postado por Fabio Bézza, às 11:58

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17.01.2009

Após uma noite longa e alcoolizada 

O sujeito passa a noite comemorando o aniversário de um camarada, falando merda com os amigos, chega em casa pela manhã completamente bêbado, mas não pode dormir, pois tem compromissos profissionais nas próximas horas, então, ele vai pra de baixo do chuveiro, ameniza a brisa, depois coloca o som do Buddaheads no youtube, e deixa o tempo passar.  Se não bastasse, o sujeito camarada vai quase que engatinhando até a prateleira, saca um livro de poesias de Bukowski, no qual lê:

 

quatro e meia da manhã

os barulhos do mundo

com passarinhos vermelhos,

são quatro e meia da

manhã,

são sempre

quatro e meia da manhã,

e eu escuto

meus amigos:

os lixeiros

e os ladrões

e gatos sonhando com

minhocas,

e minhocas sonhando

os ossos

do meu amor,

e eu não posso dormir

e logo vai amanhecer,

os trabalhadores vão se levantar

e eles vão procurar por mim

no estaleiro

e dirão:

"ele tá bêbado de novo",

mas eu estarei adormecido,

finalmente, no meio das garrafas e

da luz do sol,

toda a escuridão acabada,

os braços abertos como

uma cruz,

os passarinhos vermelhos

voando,

voando,

rosas se abrindo no fumo

e

como algo esfaqueado e

cicatrizando,

como 40 páginas de um romance ruim,

um sorriso bem na

minha cara de idiota.

(Charles Bukowski)

postado por Fabio Bézza, às 15:54

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16.01.2009
Saudades do Século XX


O dançarino Fred Astaire é um dos astros retratados no livro

É no mínimo inusitado sentir saudade daquilo que não viveu, mas foi isso que senti ao ler “Saudades do Século 20” de Ruy Castro. Esqueça as duas guerras mundiais, as ditaduras que assolaram a nuestra América, o neoliberalismo econômico e a dominação do capital especulativo, pois nesse livro, Ruy Castro lembra que não só de desgraça viveu o século 20.

Para falar desses bons fluídos o escritor evoca o dançarino Fred Astaire, as cantoras Billie Holiday e Anita O’Day, os cineastas Orson Welles, Billy Wilder e Alfred Hitchcock, os atores Humphrey Bogart e Mae West, a atriz e cantora Doris Day, os escritores Dashiell Hammett e Raymond Chandler, os cantores Frank Sinatra e Glenn Miller. Esses artistas sacudiram a arte em níveis universais. Todos têm suas obras e particularidades da vida que não ficam atrás da ficção em termos de emoção retratada de maneira brilhante por Ruy Castro, que tem como principal qualidade o dom de escrever um texto inteligente e bastante informativo sem ser chato.

Ler sobre esses artistas sem ter o mínimo de conhecimento dos seus trabalhos (no meu caso por exemplo), já que a maioria viveu o apogeu artístico entre 1920 e 1960, é como fazer uma viagem ao passado e ter uma aula magna da história da arte nesses longínquos anos do século 20. Para os “arqueólogos de plantão” que gostam de escutar músicas e assistir filmes antigos, esse livro é um prato cheio.


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A obra prima de Marvin Gaye

O álbum What's Going On foi lançado em 1971, e tornou-se referência na música negra. Marvin Gaye conseguiu mesclar com genialidade, soul e funk, rock e grooves. Além dessa sensualidade musical, o disco é politizado, totalmente engajado, com letras que falam de conflitos raciais, Guerra de Vietnã, e espiritualidade. A música que dá o nome ao álbum é um dos clássicos de Marvin Gaye. Acho o clipe emocionante, um retrato de tempos difíceis e angustiantes. Depois que o encontrei no youtube, já assisti uma pá de vez. É o tipo de clipe que faz o cara pensar como, muitas vezes, vivemos num mundo triste e mesquinho, no entanto, jamais podemos perder a esperança e a ternura. Quem quiser conferir é só entrar no youtube e jogar Marvin Gaye What´s Going On.

OBS: Essa anotação, sobre esse álbum, foi publicada originalmente no meu antigo blog.

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Para refletir


"Renda-se como eu me rendi.

Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei.

Pergunte, sem querer, a resposta, como estou

perguntando.

Não se preocupe, em "entender". Viver ultrapassa todo

entendimento".


Esse pequeno texto que eu postei acima e, destacando, deixei em itálico, foi escrito por uma das escritoras que fez a minha cabeça na juventude, a genial Clarice Lispector. Gosto da literatura dessa mulher, autora de clássicos como "A Hora da
Estrela" e "A Paixão Segundo G.H "

postado por Fabio Bézza, às 00:30

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15.01.2009

Paixão Selvagem no Belas Artes

São Paulo é mesmo a cidade do cinema, em qual outro lugar do Brasil há oportunidade de assistir uma variedade enorme de filmes, do hollywoodiano ao cult, em Sampa tem salas disponíveis para todos os gostos cinematográficos. Falo isso, por que está em cartaz, no HSBC Belas Artes, o polêmico “Paixão Selvagem” de Serge Gainsbourg, e não é todo o dia que temos oportunidade de conferir na telona o talento desse multi-homem francês, pois, além de cineasta, ele foi músico, cantor, compositor, escritor e ator. Eis um homem que respirava a arte.

Voltando ao filme em questão, trata-se da história de uma garçonete de beira de estrada (Jane Birkin, que, diga-se de passagem, era esposa de Gainsbourg) apaixonada por um caminhoneiro gay. Ele também acaba gostando dela, talvez, pelo fato dela parecer um garoto, já que no filme ela está numa moldura totalmente andrógina.

Quem estiver a fim de pegar um cineminha, essa é a minha dica.




Paixão Selvagem (Je t´Aime Moi Non Plus, França/1976, 88 min.) - Drama. Direção de Serge Gainsbourg. 16 anos. HSBC Belas Artes 5 - 19 h

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Numas de deixar esse blog um pouco intelectual, um trecho de "Édipo Rei", de Sófocles

CORIFEU: Édipo, tua esposa fois-se embora como tocada de profunda mágoa: por quê? Nessa mortal tranquilidade, receio que se forme a tempestade.


ÉDIPO: Que venha a tempestade! Eu insisto em saber a minha origem, por mais baixa que seja... Talvez ela, e seu orgulho, despreze meu humilde nascimento. Ela, sem dúvida, orgulhosa como mulher, envergonha-se por meu baixo nascimento. Eu, porém, considero-me um protegido da Fortuna, e por isso não e sentirei amesquinhado. Sim ela é que é minha mãe e os anos que foram passando, ora me diminuíam, ora me exaltavam... Tal é minha origem; nada mais poderá modificá-la. Por que, pois, haveria, eu de renunciar a descobrir o segredo de meu nascimento?        



postado por Fabio Bézza, às 11:54

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14.01.2009
O trovador do  3° mundo



Mamu Chao
é um menestrel franco-espanhol, um dos músicos mais criativos que conheço, faz um tipo de som que não permite rótulos. Possui um vasto repertório, no qual há doses de reggae, ska, folk, hip-hop, rock e vários estilos de ritmos latinos. Ele costuma tocar em Fóruns Sociais, passeatas políticas, onde tem espirito de rebeldia, lá está Manu Chao. Quando vem ao Brasil, gosta de dar canjas em bares do Nordeste, em uma de suas músicas, diz que o Ceará é a casa dele. É um cigano incansável em captar a polifonia por onde passa, seja cenários árabes, africanos, ou celtas, a alma cancioneira que ele tem, está sempre dialogando com a cultura da qual fica em contato. Seus shows normalmente ocorrem abaixo da linha do Equador.
Radio Bemba Sound System (Recomendo!) composto por 26 faixas, foi lançado em 2002, é um showzaço ao vivo, portanto, traz as melhos canções dos albuns Clandestino (1998) e a Próxima Estacion... Esperanza (2001), além de outra do tempo que era vocalista do grupo de rock, Mano Negra. O que admiro na arte desse cidadão do mundo é a contudência política que corre em suas veias, que jorra das suas composições. Che Guevara disse: "Hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás". Os discos do Manu Chao sintetizam bastante a frase clássica do guerrilheiro, aos mesmo tempo que dilacera um som engajado, bastante politizado, há por outro lado uma apresentação festiva e bem-humorada, sem deixar o ativismo político de lado. O cara sempre tem conscistentes discursos políticos na ponta da língua, seja sobre a dolarização das economias latino-americanas, ou, para alertar o mundo acerca do sofrimento dos imigrantes ilegais, principalmente em cidades fronteiriças como Celta (Espanha/Marrocos), Tijuana  (México/Estados Unidos). Os lugares "periféricos  A", sempre estão presentes no seu repertório.    

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Pra bluesman nenhum botar defeito


The road escondido é o nome do CD que que traz uma parceria pra bluesman nenhum botar defeito. J J Cale e Eric Clapton cantam e tocam juntos em todas as 14 músicas do albúm. Destaques para as canções Heads in Georgia, Danger e Three Little Girls. Pra quem gosta de um rock tranquilo à moda antiga, e curti apreciar batidas de jazz e blues, o disco é imperdível. No youtube tem algumas amostras dessa parceria, é só entrar e jogar o dos dois.

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Só pra deixar o blog mais sensual


Uma foto antiga da Sophia Loren

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Solidão não somente é voltar a pé e sozinho da balada, parar num "boteco 24 horas" e beber até o dia raiar. A solidão vai muito além disso, é algo metafísico , é algo parecido com um blues triste da Billie Holiday.



postado por Fabio Bézza, às 14:13

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13.01.2009

Big Bobo Brasil


Hoje começa o Big Brother Brasil, ou melhor, o Big Bobo Brasil, um programa que destila o sonho da fama e acalenta o narcisismo. Durante o tempo que essa idiotice ficar no ar, a frivolidade humana vai berrar mais alto, afinal, além da transmissão da rede Globo, toda a mídia fica em cima, fazendo a cobertura de uma tagarelice sem pé nem cabeça, totalmente fútil.

Um programa desse naipe, só serve para corromper o conceito de celebridade, principalmente no Brasil, que tende cada vez mais a cafonice. Antes, a pessoa para se tornar famosa, tinha que possuir um dom artístico, saber cantar, interpretar, escrever etc. e tal. Hoje, basta ser um sujeito desinibido, fazer parte de um reality show, e pronto, já consegue um papel na próxima novela, arruma uma editora para publicar um livro. É brincadeira, né?

Que os fãs e aficionados do BBB me desculpem, mas a idiotização da tv se consagrou nesse medíocre programa.

Sei que hoje ele é um dos entretenimentos, televisivo, favorito do brasileiro. A partir de amanhã já começa, em roda de amigos, nos bares, no serviço, muitos vão comentar sobre quem é fulano, quem é a gostosa da casa, quem vai pro paredão, entre outras bobagens dom tipo.

Assim como aconteceu nos anos anteriores, quando estou num lugar e surge um blábláblá sobre o BBB , baixa em mim um sentimento deslocamento e solidão, que me conduz pra fora da roda, distante do papo. Sai pra lá espírito da besteira. Saravá meu pai! Diante de tamanha antipatia, da minha parte, só me resta torcer pra que a validade dessa merda de programa acabe logo.

Acho que eu não entendo nada de televisão. Talvez eu esteja errado, vai ver que esse programa pode ser nova dinâmica do processo social brasileiro e, eu aqui coma minha rabugice, como um amplo processo de idiotização da nossa nação verde e amarela. Vou perguntar pro FHC, quem sabe ele me dá a resposta. Enquanto a maioria fica na telinha prestando atenção naqueles candidatos a celebridades, é bem provável que durante esse horário nobre da TV, eu volto aos meus livros, aos meus discos, nada melhor do que deitar na minha rede, ler algum beatnik, escutando em som ambiente um jazz do Charlie Parker, ou deitar no colchão e colocar o DVD de algum filme do Cacá Diegues, pode até ser o Bye Bye Brasil (filmaço que já asssiti várias vezes), que tenho aqui no meu "Sebo Particular", aliás, veja a mera coincidência, como diz a música da trilha sonora feita pelo Chico Buarque: "Eu Vi um Brasil na TV". Que decadência!


postado por Fabio Bézza, às 13:29

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12.01.2009
A Praga de Jack London

Ele nasceu de mãe solteria em São Francisco, nos EUA. Foi considerado por muitos o herói da classe operária. Aos 13 anos parou de estudar para trabalhar dezesseis horas por dia numa fábrica. Voltou aos estudos, mas devido o forte preconceito contra estudantes pobres, largou de vez, e tentou a sorte na "corrida do ouro" no Alasca. Aliás, soube como nenhum outro autor, eternizar em meia dúzia de clássicos da literatura americana a saga da busca pelo ouro nas gélidas terras do Alasca. Amante da aventura, levou uma vida de andarilho. Chegou a ser preso. Aos 25 anos, decidiu ser escritor. Sua produção literária segue na contracorrente de uma América capitalista e individualista. De maneira magistral, escreveu romances nos quais os temas transitam na oposição entre os valores do espírito e os bens materiais. Esse foi Jack London, um escritor que mudou a minha maneira de ver o mundo, assim como Mark Twain, Ernest Heminway, Jack Kerouac, John Fante e Charles Bukowski. Por que estou comentando sobre ele? É que semana passada   comprei um livro chamado



"A Praga Scarlate". Confesso, que até desconhecia esse livro do Jack London. No entanto, como sou fã dos textos dele, quando vi o livro dando bobeira no sebo, comprei e já comecei a ler. É um livro curto com apenas 103 páginas. Apesar de ter lido apenas algumas páginas, já percebi que se trata mais uma grande obra desse fantástico escritor.  


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É bem por aí


"Se você que trepar, vá a faculdade, mas se você quer aprender alguma coisa, vá a biblioteca" 


(Frank Zappa)



postado por Fabio Bézza, às 09:16

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11.01.2009
Minhas velhas e novas tardes de domingo

Quando moloque, minhas tardes de domingo eram de futebol nos campos de várzea. Eu não tinha nenhuma habilidade com os pés, mas em compensação com as mãos... Fui um baita goleiro. Lembro que vários times  me chamavam para jogar, no entanto, eu só atuava nos times dos amigos. Sempre tinha um boteco perto desses campos, onde iamos tomar tubaína e jogar fliperama após as partidas. Nessa época eu devia ter entre 12 e 15 anos. Já no começo da juventude, as minhas tardes de domingo eram carregadas de um quê de esperança para realizar alguma façanha, aventura, um fenomenal feito sexual com a garota que me dava mole. Hoje, as minhas tardes de domingo são sinônimos de duas saudáveis atividades. Em primeiro lugar: "reunião" com camaradas e familiares, ou seja, ir na casa de um e de outro a fim de tomar cerveja e trocar idéias, principalmente quando as tardes pintam como o prenúncio de um "País Tropical Abençoado por Deus",  a exemplo de hoje, que tá fazendo um puta sol. Em segundo lugar: ficar em casa de boa, assistindo DVDs (estava vendo o show do Bob Marley em Santa Barbara, muito bom), lendo algum livro, mexendo na internet como tô agora, baixando músicas (acabei de baixar a trilha sonora do Kill Bill, 1 e 2), conversando pelo msn, fuçando no youtube e destilando saudade no orkut para os amigos distantes. Todavia, juntando todas essas minhas diferentes tardes de domingo, encontro nelas uma vontade febril, da minha parte, em transformar um simples momento em algo especial.

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Pata de Elefante


O trio porto-alegrense - Daniel Mossmann, Gabriel Guedes (ambos tocam guitarra e baixo), e Gustavo Telles na batera - faz rock and roll de primeira qualidade. Pelo que andei fuçando sobre o grupo na internet, os  músicos têm influências do som dos anos 60 e 70 como The Who, Eric Clapton, Beatles, Jimi Hendrix, além de compositores de trilhas sonoras de filmes. Não lembro de ter escutado um rock instrumental tão contagiante como o desses gaúchos. Há vários videos no youtube, vou deixar aqui um com a música "Soltaram". Quem quiser saber mais, é só jogar o nome "Pata de Elefante" no Google e ficar por dentro do excelente trabalho sonoro da banda.  

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Nesse ano, ele joga com a camisa do Timão



Mais uma vez ele chega desacreditado, se recuperando de uma grave contusão. Muitos dizem que as suas glórias ficaram no passado. Alguns perguntam: Será que é capaz de voltar a jogar bem e ser campeão? Ronaldo, um dos grandes idolos do futebol mundial, o maior artilheiro de todas as Copas, o jogador cujos dribles e arrancadas fenomenais conquistaram o mundo, volta aos gramados do Brasil, vestindo a camisa do CorinthiansRonaldo, assim como o time do Parque São Jorge, consegue se superar nos momentos dificeis. A impressão que tenho dele, é a de um boxeador incansável que não joga a toalha. O craque conta com um talento fenomenal. Já o Corinthians, tem na sua fiel torcida, um bando de loucos que embalam as reviravoltas, a personificação da superação. Ambos, a exemplo de Fênix na mitologia grega, costumam renascer das cinzas. Algo me diz que no ano que vem, o sol deve brilhar mais intensamente, tanto pro Ronaldo quanto pro Corinthians. Que os anjos do futebol digam "Amém!"

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Coisas que tocam no meu MP3

"Se você vier me perguntar por andei

no tempo que você sonhava

de olhos abertos lhe direi

amigo eu me desesperava."

(Belchior - música "À Palo Seco")


"Já não passa nada
Já nem peço por favor
Eu tô abrindo a estrada
Que chega aonde eu for
Eu tô na madrugada
Tô na chuva pelo calor
Eu tô na luta armada
Disfarçado de cantor

E o acaso me deixou na porta da tua casa
Faz silêncio e faz de conta que já me esperava
Que eu tava pra chegar
Pra ficar e pra sumir sem dar explicação
"

(Nei Lisboa - música "Cena Beatnik")


 

postado por Fabio Bézza, às 12:53

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10.01.2009

O samba que traduz São Paulo


Foto: Diego Alencar


Não é a minha praia o samba feito atualmente. Talvez por isso, nunca fui de freqüentar balada de pagode. Mas quando penso em sambistas no nível de Adoniran Barbosa, Cartola, Noel Rosa, entre outros da antiga, tenho a sensação de ser um fã saudosista desse ritmo que considero o rg da música brasileira, independente da minha opinião sobre a safra atual.

Nessa geração da velha-guarda havia uma talentosa arte infiltrada no meio dos acordes, algo além do simples cantar, infelizmente, tal genialidade foi pro beleléu, se perdeu nos artistas de hoje que são fabricados para alegrar a massa.

Desses grandes mestres, carrego um carinho especial pela obra de Adoniran Barbosa, cujo samba constrói uma São Paulo poética e rebelde. Escutar suas músicas, é viajar pela Paulicéia Desvairada das décadas de 20 e 30, do começo do século XX, que dava adeus aos bondes, ao trem da Cantareira, as cantinas do Bexiga, e começava a modernizar com os seus arranha-céus, redes telefônicas, ruas asfaltadas, caminhando na direção do progresso.

O samba de Adoniran, narra a saga daqueles que não tem lugar nesta modernidade, muitas vezes agressiva. Relata as aventuras das pessoas simples, do encanador, do pedreiro, da empregada doméstica.

Com uma voz inconfundível, rouca, solitária, desamparada e de timbre grave, esse autêntico sambista paulistano cantava com a mesma valentia dos que moram no espaço da exclusão social, da classe que destila miséria e misericórdia, dos que vivem sem eira nem beira como os personagens Mato Grosso e o Joca de "Saudosa Maloca".

No samba de Adoniran escuto a multidão que fica duas horas dentro de um ônibus para chegar ao serviço. Chego perto da pluralidade de paisagens da metrópole tão rica  quanto pobre ao mesmo tempo. Sinto o ritmo cardíaco de Sampa, um lugar cheio de contradições, de vários planos arquitetônicos. Do lado de cá, os apartamentos luxuosos do Morumbi, do lado de lá, a favela de Paraisópolis. É sobre essa desigualdade social que trilha as letras do artista, sem nunca perder o bom-humor.

Em outro plano, o samba de Adoniran toca na minha apaixonada alma de paulistano, que gosta de perambular pelas ruas do centro velho, e sente agonia de ver uma fila lenta e extensa de carros nos horários de pico. O samba de Adoniran é uma crônica atemporal sobre São Paulo. Trata-se de poesia afinada acerca da garoa. Eu sempre encontro o samba de Adoniran pelos cantos desta metrópole.

postado por Fabio Bézza, às 14:06

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09.01.2009

Dez para as sete


São 6h50 da manhã

vejo a cidade de cima da colina

meu rosto é açoitado pelo vento

as nuvens vagam sob os meus pés que insistem

em caminhar, tropeçar, caminhar, tropeçar,

pisar na poça d'água.

Estou acompanhado dos

mesmos amigos que estavam comigo

às 2h50, 350, 4h50, 5h50 e

agora... como eu dizia, são 6h50 da manhã

a garrafa de vinho tá acabando,

a noite virou passado,

não escuto mais a triste batida do blues,

o dia tá começando,

sentimentos são arremessados ladeira abaixo,

os sonhos dão adeus,

são carregados pelo vento,

que os levam para o outro lado da cidade,

não sei se vou cruzar com eles de novo,

quem sabe outro dia,

quando for 6h50 da manhã.

postado por Fabio Bézza, às 11:07

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08.01.2009

Na parede do quarto: pôster de mulher pelada

kristal Steal, atriz pornô

Acho que faz parte da mitologia adolescente dos garotos terem postêr de mulher pelada na parede do quarto. No meu aconchegante e bagunçado dormitório já teve pregado esses tipos de fotos que alegram os olhos da rapaziada. Tais imagens desenvolviam as minhas epifanias masturbatórias. Lembro que um dia, eu devia ter uns 14 ou 15 anos, passei na rua de trás e um conhecido tava jogando várias playboys no lixo, é que ele ia casar, mudar de casa, ou algo parecido, e não tinha como carregar as revistas. Parei na hora e peguei toda aquela relíquia pra mim. Até hoje ainda tinha várias guardadas na "minha biblioteca particular" - é como eu classifico a minha estante e as duas prateleiras cheias de livros que ficam no meu quarto. Sabe como é, a gente lê de tudo, não posso ficar só no Jack London, Lima Barreto, Tolstói, etc. e tal, também tem que ter leituras mais didáticas. Sem falar que eu cresci, mas o quarto continua com ares juvenis. Tem gente que custa a crescer, né?.  Mas porque tô escrevendo sobre isto? Ah tá... é como eu dizia, até hoje eu tinha, mas como o meu quarto tá ficando sem espaço, abarrotado de livros, revistas, gibis, jornais, lps e  cds, tô tendo que me desfazer aos poucos de algumas destas raridades, afinal, só tenho produto de colecionador, dos gibis até os discos, até estas playboys eram pérolas, só pra ter uma idéia, tô falando de revistas de figuraças como as cantoras rebolativas, Rita Cadillac e Gretchen, e atrizes internacionais do naipe da Cicciolina, só coisa fina do mundo trash da pornografia. Além de belas imagens, também gosto de ler as matérias de revistas como Playboy e Sexy. E, hoje quando eu ia colocar as playboys no lixo, passaram uns moleques e ficaram com elas. Eu deixei eles levarem e disse: "Boa leitura" garotada. O fóda é que o meu quarto continua apertado, pelo visto serei obrigado à despachar outras relíquias, ou dormir na sala, pois o cheiro de papel começa a incomodar minha respiração, principalmete na hora de dormir. Enquanto isto, Billie Holiday e Miles Davis tocam no meu computador, e eu prossigo tropeçando nas minhas jóias,acho que preciso de mais espaço

Obs: Essa anotação foi publicada originalmente no meu antigo blog em 06/07/2008

postado por Fabio Bézza, às 20:53

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07.01.2009
A BELA VOZ DE CABO VERDE



Dias desses eu estava na casa de uma amiga, quanda ela disse: "Escuta isso". Pôs um CD da cantora cabo-verdina Cesária Évora, que até então desconhecia. Acho que foi estilo paixão à primeira vista, escutei e fiquei vidrado na voz e na melodia dela, tanto que quando cheguei em casa baixei na internet toda a discografia da artista. De lá pra cá tenho escutado diariamente suas belíssimas e arrebatadoras canções, a exemplo de, Sodade, Angola, Mar Azul e Crepuscular Solidão, entre outras. Agora, ando pesquisando sobre a sua vida. Descobri que em 2004 faturou o Grammy de melhor álbum de world music contemporânea, já em 2007 foi homenageada com a medalha da "Legião de Honra da França" pelo presidente francês Jacques Chirac. Em relação à terra natal, Cabo Verde, também andei lendo a fim de saber mais. Conforme o Almanaque Abril de 2007: "Situado na zona equatorial do oceano Atlântico, na África, Cabo Verde é um arquipélago formado por ilhas de origem vulcânica", além de informar que, "Pobre, o país importa cerca de 85% dos alimentos que consome e depende de ajuda econômica externa e do envio de dinheiro dos emigrantes aos familiares". Acho que é coisa de jornalista mesmo esse lance de ler e ir atrás de informações acerca de temas que começam a despertar interesse. Até então, eu só sabia que Cabo Verde, assim como o Brasil, é ex-colônia de Portugal e integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Depois de ter fuçado um pouco a respeito de Cesária, comecei a entender porque sua linda voz carrega uma certa ressônancia de tristeza, de algo dilacerado no peito. Imagino tratar-se de um registro dos caminhos e descaminhos da vida em Cabo Verde.

postado por Fabio Bézza, às 16:14

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06.01.2009

Recentemente fiz uma viagem que resultou numa matéria, a qual será publicada na Revista Prime, que deve ser lançada lançada em breve. Como trata-se de uma revista de distribuição gratuita, não vejo problemas em postar aqui o texto, afinal, esse blog, além de um passatempo, é uma maneira de divulgar o meu trabalho de jornalista. O texto é escrito em primeira pessoa, pois a minha idéia foi fazer o que chama-se de jornalismo gonzo, em que o próprio jornalista é o sujeito da ação. Espero ter conseguido.


AVENTURA MOCHILEIRA




Ver o vôo do condor sob as altitudes andinas. Mascar folha de coca ao subir as ruínas de Machu Picchu. Passar uma noite na histórica cidade de Cuzco, bebendo e dançando em algum bar com decoração nativa.    

Desde quando cursava a faculdade de jornalismo, a vontade de conhecer o Peru palpitava na minha mente. Paralelo a todo esse desejo, sempre tive uma genuína, intensa e fervorosa paixão de viajar como mochileiro. Já conheci vários lugares do Brasil por meio do formato: mochila nas costas e pouca grana no bolso.

Embalado não somente pelo espírito de aventura, mas também pela experiência de andarilho em território nacional, no dia cinco de setembro desse ano, junto com mais dois amigos: Niltinho (mecânico que deixou o ajudante no comando da oficina) e Aline (dentista que fechou o consultório por alguns dias) parti disposto a chegar à terra sagrada dos incas, seguindo pela conhecida e demorada rota que liga São Paulo a Machu Picchu.

Tal minho é objeto de adoração e peregrinação de mochileiros. O "clássico" trajeto tem como ponto de partida o Terminal Barra Funda, São Paulo até Porto Suarez, na Bolívia, no qual o ônibus da Viação Andorinha leva 24 horas para chegar. Em território boliviano, a viagem continua. Embarca-se no trem da Ferrovia Oriental, conhecido como trem da morte, que vai até Santa Cruz de la Sierra, adicionando mais 19 horas de aventura sob os trilhos. Na seqüência, mais 48 horas através de cinco ônibus: Santa Cruz de La Sierra - Cochabamba - La Paz - Copacabana - Puno - Cuzco. Totalizando: 91 horas, sem contar os contratempos e os possíveis atrasos.  

A idéia de chegar a Macchu Picchu por esse percurso é que ele também proporciona conhecer a Bolívia, um país de belezas naturais incríveis que infelizmente são ofuscadas pela pobreza que assola a população boliviana. Como o Lago Titicaca, onde está a Ilha do Sol.

E foi justamente uma Bolívia conturbada que encontramos no meio do caminho. E talvez por sorte ou azar os problemas se desencadearam no dia em que chegamos à cidade com moldura de filmes de faroeste, Puerto Guijarro, que faz fronteira com o Brasil.

Lá me defrontei com uma greve geral, ou "Paro", como eles chamam por lá. Tudo parado, sem "trem da morte", nem ônibus, só protestos contra o governo de Evo Morales. Então, sem saída, ficamos perambulando durante quatro dias pelas cidades fronteiriças, esperando a situação normalizar.

(CONTINUA NO POST ABAIXO)

postado por Fabio Bézza, às 10:39

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06.01.2009

PUERTO GUIJARRO



Apesar do clima tenso, deu para conhecer essa cidade boliviana. Sentados à mesa do restaurante "La Bodeguita", saboreamos um delicioso prato chamado "pica lo macho", que apesar de soar meio gay para os brasileiros, é muito gostoso, ou recomendado aos que forem pra lá um dia.

Na frente da "Sala de Migración" falei com os grevistas através de um portunhol sem-vergonha, mas o bate-papo fluiu tão bem que até ganhei uma bandeira do partido da Autonomia. A certa altura já conseguia identificar algumas palavras como "gobierno de mierda", ditas por um taxista revoltado com o presidente boliviano, o ex-cocalero Evo Morales.

Guijarro parece guardar nas suas ruas de terra a atmosfera daqueles filmes de bang bang. Senti a estranha impressão de que a qualquer momento encontraria um "Billy the Kid" e começaria um interminável tiroteio de Winchester-73.

No Shopping China da cidade, uma espécie de Brás, freqüentado não somente pelos bolivianos, mas também pelos brasileiros que moram em Corumbá, tudo é muito barato. O Niltinho comprou algumas garrafas de uísque, em uma de Red Label pagou 15 dólares, enquanto que a Aline preferiu os chocolates e um aparelho que mede pressão, tudo por vinte e cinco dólares. Eu optei em gastar o meu dinheiro com roupas típicas: ponche, colete e bata, todas, peças coloridas com as cores e os desenhos típicos bolivianos, isso sem falar nos artesanatos e na caixa de chá de coca.  

(CONTINUA NO POST ABAIXO)

postado por Fabio Bézza, às 10:35

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06.01.2009

CORUMBÁ



Hospedamo-nos num hotel bem simples, que combina com a postura de mochileiro, onde a diária de um quarto para três custou módicos R$ 35,00.

Na parte mais alta da cidade, fica o Cristo Rei do Pantanal. Subimos lá, depois de mais ou menos uns quatrocentos degraus de escadas. No topo, vislumbramos toda a cidade, que nasceu em 1778 para brecar os avanços dos espanhóis pela fronteira. Conta a história que a cidade começou a se industrializar durante a década de 40 por meio da exploração das reservas de calcário. No final dos anos 70, com o "boom" do turismo na região, foi intitulada capital do Pantanal. Hoje a economia é diversificada, entre atividades como agro-negócio, mineração comércio, turismo, pesca e prestação de serviços.

 Era dia sete de setembro. Enquanto o exército marchava pelas ruas de Corumbá, meus olhos tentavam acompanhar os vôos rasantes dos vários tipos de pássaros que enfeitavam o céu da pátria naquele instante. 

Descemos até o Porto, embarcamos num barco, 5 horas deslizando pelo rio Paraguai, um dos poucos rios sem represa do mundo. No ingresso para o passeio, vinha incluso almoço, caldo de piranha e caipirinha. Na embarcação, senhoras e senhores dançavam entusiasmados ao som do forró. Sentado numa cadeira, tipo de praia, na parte superior do barco, eu contemplava a vegetação pantaneira que serpenteia as margens do histórico rio. 

Quem está em Corumbá logo chega á Ladário, onde tomei tereré  gelado - bebida que assim como a cerveja, torna-se irresistível em dias de calor - oferecido por um simpático casal que naquela tarde, tomava com os filhos nas margens do rio Paraguai.       

Depois de quatro dias, passeando em Guijarro, Corumbá e cidades próximas, e sem previsão e esperanças de encerramento da greve boliviana para que pudéssemos seguir viagem, resolvemos dar adeus à idéia de conhecer Machu Picchu.  Demos meia-volta, nos despedimos da Bolívia com um "Hasta La Vista", e decidimos mudar de rumo. Nosso destino agora era chegar ao coração do Pantanal. 

(CONTINUA NO POST ABAIXO)

postado por Fabio Bézza, às 10:28

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06.01.2009

NHECOLÂNDIA


 
Na rodoviária de Corumbá, há algumas agências de turismo que fazem passeios Pantanal adentro. Numa dessas operadoras, negociei e pechinchei muito até que conseguíssemos pagar 150,00 cada um para passarmos quatros dias na "Fazenda Ecológica 04 Cantos".
O valor real era de 400,00, valeu a pena a "choradeira". A fazenda está localizada a 250km de Corumbá, na região de Nhecolândia, uma das oito sub-regiões que formam o Complexo do Pantanal.

E lá fomos nós, abordo de um veículo, mistura de jipe com pau-de-arara, conhecer de maneira intimista o pantanal sul-mato-grossense, de Almir Sater cantando Chalana, das populações ribeirinhas e dos intermináveis hectares de fazendas, uma obra-prima de Deus, um impressionante espetáculo da natureza encantadoramente selvagem, no qual veados, emas e javalis corriam hipnoticamente aos meus olhos, jacarés boquiabertos na beira dos pântanos e diversas espécies de aves cortavam e davam um colorido especial à imensidão verdejante.

Ao mesmo tempo, que admirava as paisagens, lembrava dos livros que já li sobre o Pantanal, que falavam da vegetação variada, apresentando tanto uma tipicamente aquática como a vitória régia, quanto áreas de capinzais. Tamanha diversidade se deve em função da maior ou menor presença de água nos solos.

No entanto, como pude comprovar, e isso só se aprende na prática, no contato, não em sala de aula, nem em livros, por mais importante e enriquecedora que seja a leitura, esse bioma tem o poder de embalar sonhos. A beleza do cenário - onde animais vivem livremente - traz uma percepção de liberdade, que só um lugar, considerado um dos santuários da natureza pela Unesco, pode despertar no homem. 

Em certo momento, Niltinho até brincou: "Acho que vi um elefante", e os turistas deram risadas.  

Enfim, chegamos à fazenda no fim da tarde. No dia seguinte, amanhece, acordo com o som das aves logo nos primeiros instantes em que abro os olhos, tal sensação é indescritível. 

Conheci um pássaro muito esperto, trata-se de uma maritaca que atende atenciosamente pelo nome de cabeção. Conforme dizem os moradores, há dois anos ele mora na fazenda por livre e espontânea vontade, já que não tem as asas cortadas. O ilustre anfitrião dorme nas árvores que cercam o casarão da fazenda, e na hora das refeições aterrissa na área, onde é servida a comida e "manda vê" nos pratos, principalmente na panela de arroz.  

Outro fato marcante foi a amizade que fiz com os peões e as cozinheiras que, legítimos pantaneiros, são hospitaleiros e bem-humorados e levam uma vida de intensa intimidade com a natureza. Antes de ir embora da fazenda, pegar o caminho de volta pra casa, me despedi de todos eles, disse que um dia voltaria. Como sou um homem de palavra, acredito que nos veremos novamente.
Para um urbanóide como eu passar alguns dias totalmente fora do horário de Brasília, longe de tudo e de todos, num lugar tão diferente da cidade grande, é ter o gostinho de viver num mundo à parte. A grande sacada, a essência de viajar como mochiliero, é a sensação de entrega a liberdade. Só se lançando na estrada para saber.

E amparados sob um céu azul que, diga-se, nos acompanhou durante quase toda a viagem, lá vamos nós indo embora do pantanal. Doze dias depois da partida, estava eu de volta à São Paulo. Assim como meus amigos, não tinha dinheiro nem para pegar o metrô, ainda bem que o pai da Aline foi nos buscar na rodoviária. 

postado por Fabio Bézza, às 10:22

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05.01.2009

UMA PEQUENA APRESENTAÇÃO

Meu nome é Fábio Bézza. Sou formado em jornalismo há quatro anos, mas só exerço o ofício profissionalmente há seis meses. Durante esse tempo, no qual senti na pele o gosto amargo de ser formado e não conseguir emprego na área, me virei de várias formas: fui operador de telemarketing, pesquisador do IBGE, limpador de ar-condicionado, entre outros "inesquecíveis serviços". Atualmente, escrevo para um Grupo de Jornais de Bairros e em breve, ainda neste mês, sai o Santo André News pela mesma empresa. Todos os jornais são de circulação mensal. É claro que isso tudo é só um começo, ainda não consegui atender as minhas expectativas, estou apenas no caminho, entre uma reportagem do Globo Repórter e uma crônica no Jornal de Santana. Aliás, pra ser bem sincero, eu não fico muito encanado com expectativas, tenho meia dúzia de planos, vou tentar chegar em alguns objetivos, mas nada que me faça ficar abitolado. Não sou o tipo de sujeito que diz: "A qualquer preço consiguirei tal coisa". Definitivamente, " não tento nada "a qualquer preço", pelo simples fato de pensar que a vida é muitos mais do que desejamos. Se por acaso eu não vingar nessa profissão, que sengundo o escritor Gabriel Garcia Marques é a mais apaixonante do mundo... Fazer o quê? Posso ficar chateado, um pouco aborrecido, todavia, bola pra frente, nada de choro. Tem um monte de coisas que dou valor e tento aproveitá-las ao máximo. Família, amigos, meus livros, gibis e discos, o meu mochilão de 60 litros só esperando a próxima viagem, estrada, praia, bares, mulheres, enfim, com tantas riquezas espalhadas por aí, não tem como ficar sem sentir tesão pela vida, sendo ou não jornalista. É por isso que fiz esse blog, na verdade ele é continuação de outro que eu tinha, mas lá era um lance mais descompromissado, escrevia uma vez ou outra, aqui pretendo postar frequentemente. O título "Jornalista na Sarjeta" é inspirado num dos meus escritores preferidos, David Goods. Ele escreveu um livro chamado "A Lua na Sarjeta", cujo um dos principais personagens, se assim pode dizer, é a Vernon Street, uma "rua de marginais, mendingos, bêbadeos e malucos" pag.07. Quem ainda não leu , eu recomendo. Tem também o fato de muitos estudantes de jornalismo se iludirem com a profissão, pensando que vão trabalhar na TV, que a vida de jornalista é glamourosa etc. e tal. Cá entre nós, nunca fiquei tão duro quanto nessa minha fase de inicio de carreira. Num domingo desses, não tinha dinheiro nem para tomar uma gelada no bar da Dona Maria. Voltando ao blog, a idéia é divulgar os meus textos, os pequenos jornais e revistas que escrevo, dar algumas dicas e palpites culturais, ou seja, transitar sobre a minha veia jornalística, falar dos “perreios’ financeiros e dos apuros intelectuais de um principiante na arte de contar histórias. A idéia é fazer um estilo de diário do meu trabalho de jornalista, além das minhas visões de mundo, à partir dos meus outros ofícios: mochileiro, botequeiro e analista dos pequenos prazeres da vida.   

postado por Fabio Bézza, às 16:59

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