Vinho Vinil embala as noites paulistanas
Com ótimas interpretações e composições próprias, o grupo toca em várias casas noturnas da capital e vem conquistando o público paulistano.
Em março de 2005, os músicos mineiros
Léo, Alisson, Amynthas, Romulo, Vicente e Gleison saíram numa perua – ano 94 - de
Belo Horizonte para tentarem a carreira musical em São Paulo. Ao
chegarem à terra da garoa, estavam como aquele cachorro que caiu da mudança, ou
seja, totalmente perdidos. Só conseguiram fixar residência no município de Taboão
da Serra, e nem sabiam onde ficava a Vila Madalena, primeiro lugar que se
apresentaram.
Hoje, dos seis músicos
aventureiros, ficaram três, os demais disseram “Adeus” e voltaram pra BH.
Alisson (vocal e percurssão), Léo (guitarra, violão e baixo) e Amynthas na
batera, permaneceram firmes e fortes, e formam a banda Vinhovinil, cuja
sonoridade funde elementos da MPB, desde o samba ao baião.
No palco, em ação, o grupo
alcança equilíbrio de ginasta para transitar entre a forma livre de cativar o
público através de boas improvisações e a genuína música popular brasileira,
sem falar na forte presença de palco comandada pelo vocalista. Com tudo isso, o
trio vem conquistando público por onde passa. Que diga os freqüentadores do “Velhão
Galos Bar”, um dos bares que a banda toca semanalmente nos embalos de sábados à
noite. Lá a relação artista e público é bem entrosada. Os integrantes concordam
em afirmar que no bar do “Velhão”, tudo soa bastante familiar e pessoal. “É um
palco pequeno, no qual ficamos frente a frente com o público, nossa
apresentação é dominada por um gostoso clima festivo”, comenta Léo.
A longa jornada desses três
mosqueteiros foi dura e difícil, chegaram a tocar em troca de pizza. Alisson se
lembra de ter passado vários tipos de apuros, inclusive financeiro. Até o nome
da banda originou-se de uma situação dramática. “Moravamos todos na mesma casa,
em Taboão. Certa
noite, quando ia chegando à residência com a minha namorada, fomos abordados
ainda dentro do carro dela, e sofremos um seqüestro relâmpago, Os bandidos, nos
levaram até o caixa eletrônico, mas como não tínhamos dinheiro, voltaram
comigo pra casa, nos amarram num cômodo,
e levaram tudo, televisão, fogão, cama, foi uma verdadeira limpa, só deixaram a
garrafa de vinho e os meus discos de vinis”, relata o músico.
Quando contaram essa história
para um amigo, acabou saindo o nome VinhoVinil. Se numa noite perdeu tudo
ganhou o nome da banda.
Foi um momento muito difícil,
cogitaram até em encerrar as atividades e voltarem para cidade natal. Mas,
felizmente contaram com a preciosa ajuda de amigas e voltaram a respirarem
aliviados.
Em janeiro de 2008 gravaram
o “Vinhovinil Brasilian Music”, por meio de selo independente. No final das
apresentações, monta-se uma “barraca de camelô”, onde são vendidos os CDs, de
maneira bem-humorada.
Léo destaca que nesse trabalho
é retratado o amor, as influencias, e principalmente, a biografia da banda. Não
é à-toa que Brasilian Music, música que intitula o álbum, já na primeira
estrofe inicia a reflexão sobre o que eles vieram fazer em São Paulo: “Eu vou fazer
um batuque lá no teu quintal/ Te juro menina, no mundo não há nada igual”. Nos últimos versos cita as influências da
banda: Tem Chico, Seu Jorge, tem Moska, Lenine e Zeca Baleiro, Maria,
Tianastácia e Cássia/ Vander Lee e Irmãos Ribeiro.
Em “Menina da Pompéia”, composta
para a namorada, tem versos bem tramados. “Nega, meu santo bateu com o seu/
Nega, meus dias não vão ser mais breu/ Nega/ já era hora, não dava mais pra te
esperar”.
Quem escuta o CD, percebe que
apesar da VinhoVinil beber na fonte de vários artistas, tanto atuais quanto do
passado, e tê-los como influências e inspiração e não pode ser reduzido apenas a influências,
todavia, suas composições e batidas são autenticas e repletas de criatividade, versatilidade,
e é claro, bom gosto. Para esses mineiros, o céu é apenas o limite.
Quem quiser conferir o som
dos caras, aí vai o endereço do myspace deles
http://www.myspace.com/vinhovinil