Postado por: Filipe Furtado | Maio 19, 2009

Cannes

Enquanto alguns se preocupam com Von Trier e Almodovar, estou mais interessado nestes aqui:

Para quem procura um termometro de reações há sempre o quadro de criticos franceses do Le Film Français e recomendo também o Micropsia blog argentino que recolhe reações da crítica de lingua espanhola (e alguns convidados).

Postado por: Filipe Furtado | Maio 19, 2009

Alguns links

A Film Comment está com edição nova. Destaques para entrevista com Jim Jamursch e artigo sobre o grande The Hurt Locker.

Já devia ter anunciado faz tempo, mas na última edição da Undercurrent inclui um fantástico dossiê John Ford.

A Reverse Shot também colocou no ar um dossiê interessante sobre cinema gay. 

Por fim, O Dia da Fúria é um blog coletivo com colaboradores muito bons. É voltado para cinema de gênero e até aqui se concentrou no filme B italiano.

Postado por: Filipe Furtado | Maio 14, 2009

Star Trek (J.J. Abrams,09)/Anjos e Demônios (Ron Howard,09)

Eu não sei se a palavra filme é a melhor descrição para Star Trek, mas trata-se de um produto perfeitamente engenhado para funcionar como seus financiadores pretendem. É tão eficiente na forma como dribla sua necessidade de atualizar sem atualizar o material que é difícil não ter por ele um mínimo de admiração. E segue a velha formula hawksiana para um filme de sucesso: algumas cenas muito boas e não irritar no resto do tempo. Star Trek parece uma obra prima hawksiana quando posto lado a lado com Anjos e Demônios. Ron Howard segue uma péssima edição para dirigir um thriller, o filme se beneficia minimamente da ação ser contra o relógio (ou seja nunca chega a sofrer do laconismo de o Código da Vinci), mas nunca consegue deixar de ser um filme pesadão e desajeitado. A completa falta de sutileza com que Howard comanda tudo arruína qualquer chance do material já questionável funcionar. Existe uma das melhores cenas de humor involuntário recente graças a incapacidade do Howard como encenador na seqüência que prepara a reviravolta final que é telegrafada de forma grotesca.

Postado por: Filipe Furtado | Maio 9, 2009

Import Export (Ulrich Seidl,07)

Basta alguns instantes para que Import Export no seu tom grosseiro inconfundível deixar claro que estamos diante de um filme que trata das relações de poder na ordem atual da comunidade européia. Seidl chega ao tema lançando mão de um catálogo de situações limite de humilhação e exploração: longas seqüências numa central de sexcam, um vigia sendo capturado e ridicularizado pelos agressores, o mesmo vigia trocando a namorada por um cachorro, uma patroa que humilha a empregada a cada troca entre elas, e, sobretudo, uma cena interminável onde um sujeito faz com que uma prostituta caminhe e lata como uma cadela. Seidl – já sabíamos desde seu filme anterior – faz com que Michael Haneke pareça um Jean Renoir em comparação. Mas, ao contrário de seu compatriota, Seidl não tem nenhum domínio do meio, e sua estética de choque só funciona no sentido mais literal possível (Seidl jamais será capaz de desenvolver uma câmara de tortura estética como a de um Código Desconhecido, o desconforto aqui é exclusivamente o asco moral diante das situações apresentadas). Na altura que a heroína passa a trabalhar como faxineira numa espécie de asilo-hospital em que a câmera trabalha de forma a extrair o máximo de asco do corpo dos velhinhos, não resta mais dúvidas: independente das suas intenções iniciais, Import Export é só um filme exploitation dos mais vagabundos, e Seidl, consciente ou não, é ele próprio o grande explorador das agruras que preenchem a tela.

Postado por: Filipe Furtado | Maio 8, 2009

Links

A Cinética tem uma atualização bem ampla incluindo a cobertura dos mostras Akerman, Duras e Brahkage.

Enquanto isso o Luiz Carlos Oliveira Jr.  escreve um artigo no PG da Contra que de certa forma tenta teorizar a fase recente da revista. Espero que seja o primeiro de uma série.

Postado por: Filipe Furtado | Maio 5, 2009

Spike Lee

Crítica de Milagre em St. Anna no ar.

Postado por: Filipe Furtado | Abril 30, 2009

Rouge

O Adrian Martin avisa que a Rouge foi atualizada.

Destaco o diário do Adrian sobre o festival de Las Palmas que trata de um numero bem variado de filmes (de Miguel Gomes e Garrel até Julio Bressane e Kiko Goifman).

Tem também um textinho meu sobre os filmes do Jairo Ferreira.

Postado por: Filipe Furtado | Abril 28, 2009

No Meu Lugar

Aproveitando para completar a relação de Cannes, o primeiro longa do Eduardo Valente No Meu Lugar foi anunciado hoje como exibição especial fora de competição.

Postado por: Filipe Furtado | Abril 27, 2009

W

Crítica no ar.

Postado por: Filipe Furtado | Abril 24, 2009

Milagre de St Anna (Spike Lee,08)

Vou escrever sobre o filme semana que vem, mas minha versão curta é que Spike Lee não deveria nunca fazer filmes de época. Pior filme dele em mais de 15 anos. Incrivel como o cinema dele se fragiliza quando sai da Nova York contemporânea e como muitas soluções que costumam funcionar deram completamente erradas aqui.

Postado por: Filipe Furtado | Abril 24, 2009

Quinzena

“Tetro”, Francis Ford Coppola(filme de abertura)
“Ajami”, Scandar Copti and Yaron Shani(filme de encerramento)
“Amreeka”, Cherien Dabis
“Les Beaux gosses”, Riad Sattouf
“Carcasses”, Denis Cote
“Daniel y Ana”, Michel Franco
“Eastern Plays”, Kamen Kalev
“La Famille Wolberg”, Axelle Ropert
“Go Get Some Rosemary”, Benny et Josh Safdie
“De Helaasheid der dingen”, Felix Van Groeningen
“Here”, Tzu-Nyen Ho
“Humpday”, Lynn Shelton
“I Love You Philip Morris”, Glenn Ficarra and John Requa
“J’ai tue ma mere”, Xavier Dolan
“Like You Know It All”, Hong Sang-Soo
“Ne change rien”, Pedro Costa
“La Pivellina”, Tizza Covi et Rainer Frimmel
“Polytechnique”, Denis Villeneuve
“Le Roi de l’evasion”, Alain Guiraudie
“La Terre de la folie”, Luc Moullet
“Yuki & Nina”, Nobuhiro Suwa and Hippolyte Girardot

– Hong Sang-Soo, Pedro Costa, Luc Moullet, Nobuhiro Suwa, Alain Guiraudie e ainda de troco Coppola.

Postado por: Filipe Furtado | Abril 23, 2009

Cannes

Filme de Abertura
Up, Pete Docter, Bob Peterson

Competição
Los abrazos rotos (Broken Embraces), Pedro Almodóvar
Map of the Sounds of Tokyo, Isabel Coixet
Das weisse Band (The White Ribbon), Michael Haneke
Vincere, Marco Bellocchio
Antichrist, Lars Von Trier
Looking for Eric, Ken Loach
Bright Star, Jane Campion
Fish Tank, Andrea Arnold
Faces, Tsai Ming-liang,
Vengeance, Johnny To
Un prophète (A Prophet), Jacques Audiard
À l’origine (In the Beginning), Xavier Giannoli
Les herbes folles (Wild Reeds), Alain Resnais
Soudain le vide, Gaspar Noé
The Time that Remains, Elia Suleiman
Bakjwi (Thirst), Park Chan-wook
Spring Fever, Lou Ye
Kinatay, Brillante Mendoza
Inglorious Basterds, Quentin Tarantino
Taking Woodstock, Ang Lee

Filme de Encerramento
Coco Chanel & Igor Stravinsky, Jan Kounen

Fora da Competição
The Imaginarium of Doctor Parnassus, Terry Gilliam
Agora, Alejandro Amenabar
L’armée du crime (The Army of Crime), Robert Guédiguian

Exibições Especiais
My Neighbor, My Killer, Anne Aghion
Manila, Adolfo Alix e Raya Martin
Min Ye, Souleymane Cissé
L’Epine dans le Coeur, Michel Gondry
Petition, Zhao Liang
Kalat Hayam, Karen Yedaya

Midnight Screenings
Drag me to Hell, Sam Raimi
Panique au village (A Town Called Panic), Stéphane Aubier, Vincent Patar
Ne te retourne pas (Don’t Look Back), Marina De Van

Un certain regard
Mother, Bong Joon Ho
Irene, Alain Cavalier
Precious, Lee Daniels
Demain Des L’aube (Tomorrow from Dawn), Denis Dercourt
À Deriva (Adrift), Heitor Dhalia
Kasi Az Gorbehaye Irani Khabar Nadareh (Nobody Knows About The Persian Cats), Bahman Ghobadi
Los Viajes Del Viento (The Travels of the Wind), Ciro Guerra
Le Père De Mes Enfants (The Father of My Children), Mia Hansen-Love
Amintiri Din Epoca De Aur (Tales From The Golden Age), Hanno Höfer, Razvan Marculescu, Cristian Mungiu, Constantin Popescu, Ioana Uricaru
Skazka Pro Temnotu (Tale In The Darkness), Nikolay Khomeriki
Kuki Ningyo (Air Doll), Hirokazu Kore-Eda
Kynodontas (Dogtooth), Yorgos Lanthimos
Tzar (The Czar), Pavel Lounguine
Independencia (Independence), Raya Martin
Politist, Adjectiv (Police, Adjective), Corneliu Porumboiu
Nang Mai (Nymph), Pen-Ek Ratanaruang
Morrer Como Um Homem (Die Like a Man), João Pedro Rodrigues
Eyes Wide Open, Haim Tabakman
Samson And Delilah, Warwick Thornton
Wit Licht (The Silent Army), Jean van de Velde

Observações
– Não dá para levar a sério festival com Park Chan Wook na compeição e Bong Joon-Ho na mostra paralela
– De qualquer forma entre To, Tsai, Belocchio e Resnais tem quatro possiveis obras-primas na competição alem de alguns cineastas muito bons (Audiard, Mendoza, Tarantino, Lee, etc.), mas não é uma grande seleção.
– Mas o Un Certain Regard está bem melhor que a média com Raya Martin, João Pedro Rodrigues, Alan Cavalier e Bong. Ano passado Tokyo Sonata era melhor do que toda a competição, este ano se Independencia ou Mother repetiram o feito não será grande surpresa.
– Quem diria que o Heithor Dhalia depois de Nina chegaria um dia a Cannes?
– Assustador é a duração média dos filmes desta edição, o unico francês na competição de menos de 150 minutos é o Resnais!
– Agora falta o mais importante que é a Quinzena sair.

Postado por: Filipe Furtado | Abril 20, 2009

Eustache

Estava evitando, mas acidentalmente vi a programação que rolou no BAFICI este ano e estava lá uma retrospectiva completa do Jean Eustache. Considerando que se trata de um cineasta vital pouco visto por aqui que esta com uma retrospectiva completa circulando pelo mundo e que os franceses estão apoiando tudo este ano, será uma pena se a Mostra de SP ou o Festival do Rio deixarem a oportunidade passar.

Postado por: Filipe Furtado | Abril 14, 2009

Tony Manero (Pablo Larrain,08)

Tony Manero a sua maneira não é muito diferente de um filme do José Henrique Fonseca (para ficarmos no cineasta mais sem talento da Conspiração) só trocando uma série de procedimentos tidos como publicitários por outros em voga no chamado cinema contemporâneo. Trata-se de buscar um impacto a qualquer custo. Qualquer força do filme se resume a plasticidade do miserável. A presença impressionante do Alfredo Castro sempre que Pablo Larrain coloca seu protagonista na posição de violência e do grotesco. Um olhar de reconstituição atento para o que existe de mais desagradável no Chile de 78 ajuda a manter a energia do filme. Todos estes truques – que revelam uma competência inegável – pouco escondem como Tony Manero se move no vácuo: sua única idéia que transcorre o filme todo é um paralelo tolo entre seu marginal patético e Pinochet, e nem este Larrain parece capaz de sustentar. Todo o esforço e impacto de Tony Manero servem para pouco mais do que vender Larrain como jovem cineasta ambicioso. Cinema de portfólio, em suma e não dos melhores. Há sociologia (para não falarmos de mise en scene) melhor em Os Embalos de Sábado a Noite, mas aquele era um filme de verdade realizado por alguém com um olhar, Tony Manero se basta como uma coleção de tiques.

Postado por: Filipe Furtado | Abril 14, 2009

Senses of Cinema #50

Edição comemorativa da Senses of Cinema e também a melhor da publicação em muito tempo. Entre os destaque muitas entrevistas (incluindo Claire Denis, Lisandro Alonso e Albert Serra), artigo de Tag Gallagher sobre Samuel Fuller e um simposio sobre José Luis Guerin.

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