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08/06/2006 11:51
Os construtores portugueses do Nordeste brasileiro

Os estados do nordeste Brasileiro são dos mais pobres do país. Os portugueses estão a "ajudar" ao crescimento.

Os Estados do Nordeste brasileiro sempre estiveram associados aos índices de pobreza mais elevados no Brasil, apenas batidos pela Amazónia. Passados mais de 500 anos, os portugueses voltam a descobrir o Brasil pela parte mais Oriental do país.

Os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Piauí, Maranhão e Bahia estão para o Brasil como as regiões do Alentejo e Trás-os-Montes estão para Portugal, embora em escalas diferentes. Não é por acaso que o motivo das anedotas em São Paulo e no Rio de Janeiro são os nordestinos.

Os portugueses encontraram no Nordeste brasileiro não só as praias paradisíacas e o bom acolhimento, mas também oportunidades de negócio. Desde o pequeno investidor que decide mudar de vida até aos grandes grupos turísticos portugueses, o Nordeste brasileiro tem sido uma aposta contínua, com os investimentos realizados e a realizar a ultrapassarem os 1,5 mil milhões de euros. Esta injecção de capital em Estados com um índice de pobreza elevado está a modificar a face do Nordeste.

Grupo Espírito Santo, Pestana, Dorisol, João Rendeiro, Vila Galé, Oásis Atlântico, Lusitânia Hotéis, Reta Atlântico são os portugueses que têm investimentos mais emblemáticos em empreendimentos turísticos. A aposta tem-se centrado nos Estados do Ceará, Pernambuco e Bahia, mas a intenção de todos estes grupos é tomarem posições relevantes no Maranhão e Alagoas.

Actualmente, os próprios organismos brasileiros de promoção turística e as prefeituras (autarquias) são os primeiros a tentar captar novos investimentos juntos às praias do Nordeste. Para que tal aconteça, os responsáveis do turismo no Nordeste estão a fazer todos os esforços para aumentar a qualidade de mão-de-obra local, a maior parte com baixa escolaridade, sendo impeditivo para a implantação de novos projectos turísticos. Com esse objectivo, o Ministério do Turismo está a realizar, em conjunto com a Secretaria do Turismo do Ceará, o projecto "Meu negócio é turismo" em Fortaleza. O projecto procura de senvolver qualidade na prestação dos serviços turísticos, a partir de uma política de qualificação do sector, e dar competitividade ao Ceará como destino turístico no mercado internacional.

Apesar da pouca qualificação de mão-de-obra, os portugueses mantêm a sua intenção de continuar a apostar no Nor deste. João Rendeiro, presidente do Banco Privado Português, em parceria com accionistas portugueses, tem dois grandes projectos para o Estado do Ceará. O último anunciado pelo banqueiro situa-se nos arredores de Fortaleza, o Catu Resort, que vai implicar um investimento de 150 milhões de euros nos próximos cinco anos. Com um investimento semelhante, o Aquiraz Golf & Beach Villas, também perto de Fortaleza, é outro exemplo da aposta de João Rendeiro.

Um outro grupo que tem estado bastante activo é o Pestana. Ainda recentemente anunciou a sua expansão no Nordeste brasileiro para o Estado do Maranhão, onde pretende reconstruir um hotel de cinco estrelas em São Luís, capital do Maranhão. Há cerca de um ano alargou o seu conceito de Pousadas para o Brasil, quando abriu em Salvador da Bahia o Convento do Carmo. A estratégia do grupo madeirense não se confina ao Nordeste, mas sim a todo o Brasil como catapulta para outros países da América Latina. Dionísio Pestana, presidente do grupo, já afirmou que a estratégia é tornar-se num dos principais 'players' da América Latina.

Para fornecer turistas a todos estes investimentos, os operadores têm-se associado às companhias aéreas, alargando largamente a oferta de voos para o Brasil. A TAP Portugal está em vias de renovar a sua frota de aviões, um investimento de cerca de 1,3 mil milhões de euros, exactamente porque o mercado brasileiro abriu novas rotas para a companhia, sendo actualmente um factor essencial para o equilíbrio das suas contas. Mas a expansão dos voos 'charter' também é significativa. Os operadores contratam as portuguesas White e EuroAtlantic, mas em caso de sobrecarga, acabam por alargar a contratação a outras companhias.

Casa junto à praia ao alcance dos bolsos portugueses
Existem alguns portugueses que deixaram de investir no Algarve para passar a comprar casas junto à praia no Nordeste brasileiro. Do ponto de vista do lazer e de investimento a longo prazo, muitos do que optaram não estão arrependidos. Os preço do imóvel é o que mais influencia a compra: é possível comprar uma casa com piscina e praia ao lado por 40 mil euros. Se fosse possível transportar esse imóvel para o Algarve, por exemplo, na zona de Tavira, o comprador teria de desembolsar, no mínimo, 250 mil euros. A diferença de preço é altamente compensatória e dá para fazer viagens de avião para o resto da vida. E se o problema é manutenção, facilmente se consegue um local que cuide do imóvel pelo salário mínimo que é, neste momento, de 120 euros por mês. Para ajudar os que estão dispostos a investir no Brasil, já há imobiliárias especialistas neste tipo de serviço: encontram a sua casa de sonho, financiam e tratam da papelada.

Os trunfos portugueses

1 - Estado da Bahia entra na moda
O Estado da Bahia está a despertar grande interesse por parte de vários grupos portugueses no sector do imobiliário turístico.
Se se concretizarem os investimentos programados de 150 milhões de euros, Portugal passa a ser o terceiro país que mais investe na Bahia, logo atrás dos italianos e norte-americanos. Entre os promotores dos projectos encontram-se a família Vaz Guedes, Alexandre Almeida (que detém o Hotel do Buçaco, em Portugal) e os grupos Pestana, Reta Atlântico, Vila Galé e Espírito Santo. O destino mais procurado é a região de Itacaré, que se encontra praticamente em estado selvagem. A família Vaz Guedes está a desenvolver o empreedimento Warapuru, um luxuoso projecto que inclui uma área de turismo e outra residencial. Warapuru tem um resort de 40 bungalows e 18 moradias, representando um investimento de 30 milhões de euros e deverá abrir já este ano.

2 - João Rendeiro investe 400 milhões de euros
O presidente do Banco Privado Português tem convencido uma série de empresas portuguesas a acompanhá-lo em investimentos turísticos no Estado do Ceará. Sob sua responsabilidade estão dois empreendimentos que poderão revolucionar o turismo naquela região, com um investimento aproximado de 400 milhões de euros. A acompanhá-lo num empreendimento de 250 milhões de euros, denominado Aquiraz Golf & Beach Villas, estão os grupos Saviotti e Solverde e o empresário de origem portuguesa Ivan Dias Branco. O projecto situa-se a 25 quilómetros de Fortaleza e compreende uma área de 280 hectares.
Mais recentemente, o banqueiro anunciou um outro projecto, avaliado em 150 milhões de euros, com o nome Catu Resort, também perto de Fortaleza. Para já, desconhecem-se os accionistas que estão com João Rendeiro.

3 - Brasil no caminho da expansão do grupo Pestana
A estratégia de crescimento do grupo liderado pelo madeirense Dionísio Pestana assenta essencialmente por uma expansão no Brasil e na América Latina. O grupo Pestana prevê que, até 2009, a rede de hotéis invista cerca de 57 milhões de euros em quatro novas unidades no Brasil. Segundo dados de 2005, a unidade de negócios brasileira foi a que mais contribuiu para o número de 'room nights', sendo responsável por mais de 300 mil. Recentemente, a empresa anunciou a compra de mais um hotel em São Luís do Maranhão, tornando-se na nona unidade hoteleira do grupo Pestana na América Latina. O investimento previsto para o novo hotel é de 3,8 milhões de euros, um "valor que não inclui obras de beneficiação que irão ter lugar", segundo comunicado da empresa. A partir deste mês, a rede hoteleira assume a gestão do novo hotel, prevendo-se uma modernização dos quartos e áreas sociais.

Investimentos

- Catu Resort (João Rendeiro): 150 milhões de euros.

- Lagoa de Uruau (Grupo Oásis): 80 milhões de euros.

- Hotel Starfish (Grupo Reta Atlântico): 60 milhões de euros.

- Morro Branco Resort (Grupo Oásis): 30 milhões de euros.

- Tivoli Resort (GES): 22 milhões de euros.

- Guarajuba Resort (Grupo Vila Galé): 20 milhões de euros.

- Dorisol Fortaleza (Grupo Dorisol): 18,7 milhões de euros.

- Cumbuco Golf Resorts (Grupo Vila Galé): 18 milhões de euros.

Fonte: Diário Económico


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