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30/04/08 - 15h10 - Atualizado em 30/04/08 - 15h10

Japoneses trouxeram 'diamante negro' para a Amazônia

Acaso levou imigrantes a plantarem pimenta-do-reino.
Tomé-Açu tornou-se maior produtor mundial da especiaria após a II Guerra.

Do G1, com informações do Globo Rural

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Por causa da morte de uma imigrante japonesa durante a viagem ao Brasil, mudas de pimenta-do-reino foram parar no município de Tomé-Açú. Elas foram cultivadas e se transformaram no diamante negro da Amazônia.

Veja o site do Globo Rural

O município de Tomé-Açu fica no nordeste do Pará. O primeiro grupo de japoneses, formado por 42 famílias, chegou em 1929. O museu guarda fotos, ferramentas usadas na lavoura e até um alojamento daquela época.

“Eu tinha dois anos quando cheguei ao Brasil. O vim no colo da minha mãe”, contou Hajime Yamada. A adaptação foi difícil. “Naquela época não existia assistência médica. Tinha bastante doença. Não tinha recurso para socorro e nem transporte”, lembrou Yamada.

As famílias plantavam arroz e hortaliças. Escoar a produção da lavoura era um desafio.

"Nós gastávamos quatro horas de viagem para levar produto daqui até chegar ao porto de Tomé-Açu para fazer o embarque. E gastava mais 15 ou 20 horas para chegar à capital. Muito chegava na capital e não tinha o comércio para vender tudo. Muitas vezes, jogamos até no rio”, recordou Yamada.

  Parada em Cingapura

O destino da colônia começou a mudar em 1933, por causa de uma fatalidade. A caminho do Brasil, um navio de imigrantes japoneses teve que aportar em Cingapura, depois da morte de uma passageira.

O chefe da embarcação comprou o que anos mais tarde viraria o diamante negro da Amazônia. Eram 20 mudas de pimenta do reino. Duas vingaram e transformaram Tomé-Açu no maior produtor mundial da especiaria, após a Segunda Guerra Mundial. Cinco mil toneladas eram colhidas por ano. Até que os japoneses foram surpreendidos pela fusariose, uma doença causada por um fungo.

A colônia não desistiu da pimenta. A doença foi combatida. E passaram a investir também cultivo de frutas tropicais. O negócio deu certo. O açaí é o novo diamante negro.

“São exportadas de 1,3 mil a 1,5 mil toneladas por ano em polpa congelada. O Japão e os Estados Unidos são os maiores compradores”, disse Francisco Sakaguchi.

Hoje Tomé-Açú tem 500 famílias de descendentes. Os mais novos aprendem o idioma desde cedo.

É difícil é acreditar que em Tome-Açú exista um time de baseball, formado por famílias de agricultores. O esporte é tradicional. Exige dedicação e união. Qualidades que os japoneses da Amazônia têm de sobra. No ano do centenário da imigração, o agradecimento ao povo brasileiro é tímido e sincero, à moda japonesa.

“O que eu posso dizer é arigatô no idioma japonês, que quer dizer muito obrigado”, concluiu Yamada.

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