do MPLA(organismo de que é um dos fundadores).
Integrou
em 1962 o EPLA (Exército Popular de Libertação de Angola),
participando na preparação das condições para a abertura
da 2ª Região Político-Militar. Em 1963 foi o primeiro representante
do MPLA em Brazzaville/ Congo. Nesse
mesmo país, depois de terminados os seus estudos superiores,
frequentou durante um ano um curso Militar de Telecomunicações,
que o habilitou a exercer, de 1970 a 1974, sucessivamente
as funções de Operador do Centro Principal de Comunicações
da Frente Norte e Responsável-adjunto dos Serviços de Telecomunicações
na 2ª Região Político-Militar do MPLA (Cabinda).
Em
1974, José Eduardo dos Santos é designado membro da Comissão
Provisória de Reajustamento da Frente Norte, responsável
das Finanças da 2ª Região, e desempenha novamente as funções
de Representante do MPLA em Brazzaville, até Junho de
1975.
Nesse
mesmo ano, em Setembro, na Conferência Inter-Regional
do MPLA que se realizou na Frente Leste (Moxico) foi eleito
membro do Comité Central e do Bureau Político, estabelecendo
a coordenação da actividade política e diplomática a nível
da 2ª Região.
No
período conturbado que antecedeu a Independância, José
Eduardo dos Santos é indicado em Junho de 1975 para coordenador
do Departamento de Relações Exteriores do MPLA, organizando
a instalação desses serviços em Luanda e desenvolvendo
intensa actividade diplomática, que o leva a várias capitais
africanas.
Cumulativamente coordena
também o Departamento de Saúde do MPLA.
Com a proclamação da Independência de Angola em 11 de
Novembro de 1975, é nomeado Ministro das Relações Exteriores.
Durante o período em que exerceu essas funções, Angola
foi, depois de intensa luta diplomática, reconhecida como
membro de pleno direito da OUA, em Fevereiro de 1976,
e da ONU, em Dezembro do mesmo ano.
No
1º Congresso do MPLA, realizado em Dezembro de 1977, foi
reeleito membro do Comité Central e do Bureau Político
do MPLA- Partido do Trabalho, o que lhe permitiu entre
1977 e 1979 desenvolver as funções de Secretário do Comité
Central para a Educação, Cultura e Desportos, primeiro,
depois as de Secretário do Comité Central para a Reconstrução
Nacional e, mais tarde, para o Desenvolvimento Económico
e Planificação.
Entretanto, exerceu
o cargo de Primeiro Vice-1º Ministro até Dezembro de 1978,
altura em que foi nomeado Ministro do Plano.
Com
a morte do Dr. António Agostinho Neto, primeiro Presidente
da República, José Eduardo dos Santos foi eleito Presidente
do MPLA a 20 de Setembro de 1979 e investido no dia seguinte
nos cargos de Presidente do MPLA-Partido do Trabalho,
de Presidente da República Popular de Angola e Comandante-Em-Chefe
das FAPLA ( Forças Armadas Populares de Libertação de
Angola) .
Em
9 de Novembro de 1980 foi eleito Presidente da Assembleia
do Povo (Parlamento), órgão máximo do poder do Estado,
tendo sido reconfirmado em todos esses cargos pelo 1º
Congresso Extraordinário do MPLA-Partido do Trabalho.
Sob
a liderança de José Eduardo dos Santos, vão-se consolidando
os órgãos de soberania e de defesa, tendo o País resistido
com êxito às agressões militares da República da África
do Sul e à desestabilização interna provocada por grupos
armados ao serviço de interesses estrangeiros.
Da
primeira metade dos anos 80 datam igualmente as primeiras
tentativas de criação das condições objectivas e subjectivas
para o lançamento de profundas reformas económicas e políticas,
com o apoio de jovens militantes pragmáticos saídos das
faculdades de Engenharia, Direito e Economia. A situação
de guerra não permitiu que elas tivessem uma materialização
mais rápida, mas o 2º Congresso do MPLA-PT em 1985 avalizou
esta linha pragmática e confirmou José Eduardo dos Santos
em todos os seus cargos.
De
1986-92 José Eduardo dos Santos esteve na base dos esforços
de pacificação no país e na região, que culminaram com
a retirada das tropas invasoras sul-africanas, o repatriamento
do contingente cubano e a independência da Namíbia.
Eliminados
os factores externos que agravavam o conflito interno
em Angola, José Eduardo dos Santos, lançou as pontes para
uma solução negociada, dinamizou a abertura ao pluralismo
político e à economia de mercado e organizou eleições
democráticas multi-partidárias (29-30/9/92) sob supervisão
internacional, que o MPLA viria a ganhar com maioria absoluta.
Por uma ínfima percentagem de votos José Eduardo dos Santos,
não foi eleito na primeira volta.
Na
grave crise que se seguiu, provocada pela recusa da Unita
em aceitar o veredicto da ONU de que as eleições foram
"livres e justas", José Eduardo dos Santos dirigiu pessoalmente
a intensa actividade diplomática que culminou no reconhecimento
do Governo angolano pelos EUA, em 19 de Maio de 1993,
impulsionou a instituição dos órgãos de soberania eleitos
e organizou a defesa das instituições democráticas, forçando
os opositores armados a aceitarem uma solução negociada
do conflito, consubstanciada nos Acordos de Lusaka de
Novembro de 1994.