Um dos precursores do Brock, Arnaldo Brandão foi membro de grupos fundamentais como A Bolha, nos 60; Brylho, nos anos 70; e Hanoi Hanoi nos anos 80; foi também o baixista que acompanhou Caetano Veloso em A Outra Banda da Terra e fez parte dos Doces Bárbaros (Gal, Gil, Caetano e Betânia); gravou e tocou com Raul Seixas, Rita Lee, Jorge Mautner, Jorge Ben e Luis Melodia.

Como instrumentista, o jovem baixista que aos 18 anos empreendeu suas primeiras aventuras musicais ao lado de nomes como Jards Macalé e Gal Costa, se tornou um nome consagrado no Brasil. Foi o introdutor do slap (maneira percussiva de tocar as cordas do baixo) no país, deixando sua marca em gravações antológicas, como as de Odara (Caetano) e Negro Gato (Luis Melodia).

Em sua faceta de compositor, Arnaldo integra a memória afetiva de gerações de brasileiros com suas composições. É co-autor de clássicos como “Rádio Blá”; “O tempo não pára”; “a noite do prazer” e “Totalmente Demais”.

Empreendedor, Arnaldo abriu em 1987 o Hanoi Studio, atualmente uma referência no cenário musical carioca, por onde passam artistas renomados e jovens talentos. O local serviu de palco para a preparação do primeiro disco solo do artista, “Brandão e o Plano D”, lançado em 2002.

Em 1997 ocorreu uma evolução decisiva na carreira de Arnaldo: ele começou a tocar guitarra na banda Power of Jimi, dedicada a covers de Jimi Hendrix.

Arnaldo também já se aventurou com sucesso no campo da produção e direção musical. Em 2004 foi o responsável pela direção e produção musical do projeto Baú do Raul, em homenagem a Raul Seixas, lançando pela gravadora Som Livre em CD e DVD, que recebeu premio de platina no mesmo ano. Em 2006 gravou e produziu o CD do grupo A Bolha com originais inéditas dos anos 70, para o filme “1972” de José Emílio Rondeau.

Em sua carreira solo, o músico confirmou sua vocação para multiartista. Em seu mais recente disco “Amnésia Programada”, lançado em 2009, o músico toca violão, guitarra, baixo, bateria, percussão e teclados, assinando todas as dez faixas, oito delas parcerias com Tavinho Paes – seu parceiro constante. Neste trabalho, Arnaldo foge dos rótulos fáceis entre o Rock e a MPB e apresenta uma obra atual, cheia de tiradas instigantes, síntese das influências musicais que ele encontrou ao longo de sua carreira.

Veja abaixo as bandas que fazem parte da história de Arnaldo Brandão.

  • A Bolha

    A Bolha

    Criada pelos irmãos César e Renato Ladeira, A Bolha inicialmente tocava apenas covers. Em 1966 a banda lançou seu primeiro compacto, “The Bubbles”, composto por versões de músicas das bandas The Rolling Stones (Inglaterra) e Los Shakers (Uruguai). Em 1969, Arnaldo Brandão e Pedro Lima entraram para a banda, e começaram a compor músicas próprias. Em 1970, Jards Macalé, diretor musical de Gal Costa, convidou The Bubbles para acompanhar a cantora em um show dirigido por Hélio Oiticica na Boate Sucata. O show fez grande sucesso e a banda seguiu acompanhando Gal em apresentações no Brasil e em Portugal. Já na Europa, passando pelo Festival da Ilha de Wight, Arnaldo decidiu começar a compor em português e convenceu a banda a mudar seu nome para A Bolha.

    Em 1971, A Bolha lança seu compacto com as músicas “Sem Nada” e “18:30”, de Geraldo Carneiro e Eduardo Souto Neto, pelo qual a banda recebeu o prêmio de Melhor Conjunto no Festival Internacional da Canção. Em 1974, Raul Seixas convidou A Bolha para gravar seu primeiro compacto duplo, com as músicas "Como vovó já dizia"; "Não pare na pista"; O primeiro LP “Um Passo à Frente” foi lançado em 1973 e o segundo, “É Proibido Fumar”, em 1977.

    A Bolha foi embrião para o surgimento de outros grupos que conquistaram notoriedade, entre eles: Hanói Hanói; A Outra Banda da Terra (que acompanhou Caetano Veloso), A Cor do Som e Herva Doce.

    A banda é reconhecida no cenário alternativo ainda hoje. Em 2006 os músicos se reuniram no Hanói Studios para gravar originais inéditas dos anos 70, como parte da trilha sonora do filme “1972” de José Emílio Rondeau. A Bolha ainda tem fãs em todo mundo. O álbum “Um passo a Frente” foi relançado duas vezes, em 1990 e em 2009, na Europa e no Japão. Em 2010, o selo europeu Groovie Records, lançou em vinil uma coletânea de todos os compactos do The Bubbles e A Bolha, no LP “The Bubbles – Raw and unreleased”.

    Formações de A Bolha:

    • The Bubbles (1966): César e Renato Ladeira (guitarra e teclados), Lincoln Bittencourt (baixo) e Ricardo (bateria).

    • A Bolha (1969): Renato Ladeira (teclados), Pedro Lima (guitarra), Arnaldo Brandão (baixo) e Gustavo Schroeter (bateria).

    • A Bolha (2005): Arnaldo Brandão (baixo), Pedro Lima (guitarra), Renato Ladeira (teclados) e Gustavo Schroeter (bateria).


    A Outra Banda da Terra

    A Outra Banda da Terra

    Em 1977, Caetano Veloso convidou Arnaldo Brandão para gravar duas músicas em seu álbum “Bicho”, uma delas era Odara, composição que deu a oportunidade a Arnaldo de introduzir a técnica de “slap”no país, em um riff de baixo memorável. A música estourou em todas as rádios do Brasil.

    Diante deste sucesso, em 1978 Caetano convidou Arnaldo novamente para gravar seu novo disco. Desta vez, Arnaldo escolheu e reuniu os músicos em uma banda que, durante a gravação do LP “Muito – Dentro da Estrela Azulada”, Caetano batizou de A Outra Banda da Terra.

    Esta banda ainda gravaria com Caetano os discos “Cinema Transcendental”, “Outras Palavras”, “Cores, nomes”,”Uns” e “Ao Vivo em Montreaux”.

    Uns: 1983

    Cores, Nomes: 1982

    Outras Palavras: 1981

    Cinema Transcendental - Caetano e a Outra Banda da Terra: 1979

    Muito - Dentro da Estrela Azulada: 1978

    Brylho

    Brylho

    Em 1978 – na mesma época em que tocava com A Outra Banda da Terra – Arnaldo formou a banda Brilho da Cidade, depois renomeada como Brylho. A banda era formada por Arnaldo Brandão, Claudio Zoli, Paulo Zdan e Robério Rafael.

    Com repertório de soul music, a banda foi influenciada pelo movimento Black Rio que reunia nomes como Tim Maia, Cassiano e Carlos Dafé. Seu maior sucesso foi “Noite do Prazer”, composição que ganhou fama nacional.

    A banda foi encerrada em 1984, quando Claudio Zoli decidiu seguir carreira solo. Na ocasião, Arnaldo Brandão começou a formar o embrião do que seria a banda Hanói-Hanói.

    Discografia

    • (1984) Navegando em águas livres/A bruxa tá solta • WEA • Compacto simples

    • (1982) Brylho • WEA • LP

    Hanoi Hanoi

    Hanoi Hanoi

    Criado por Arnaldo Brandão a partir de uma parceria com o poeta Tavinho Paes, o baterista Pena e o guitarrista Affonsinho Jr., o "Hanói-Hanói" gravou seu primeiro LP em 1986. O disco, com o mesmo nome da banda, lançou os sucessos "Totalmente Demais" (posteriormente regravado por Caetano Veloso) e "Blablabla Eu Te Amo" (posteriormente regravada por Lobão). Em 1988, o grupo lançou seu segundo disco “Fanzine”, que estorou todas as músicas nas rádios de Minas Gerais. Este disco contém outra música que foi regravada e ficou famosa com outro intérprete: "O Tempo Não Pára", parceria de Brandão com Cazuza. O terceiro disco, "O Ser e o Nada", lançado em 1990, tomou seu título emprestado de um livro do papa do existencialismo: Jean Paul Sartre.
    A banda participou do Rock In Rio II em 1991, quando substituíram o Barão Vermelho. No ano seguinte, o grupo lançou “Coração Geiger”, último álbum com gravações originais da banda. A banda ainda lançaria dois álbuns ao vivo, “Credus", contendo gravações feitas durante uma turnê em 1993, e “Série Palco”, gravado ao vivo em estúdio para uma emissora de rádio.

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