SOBRE A GALIZA E OUTRAS “REGIÕES” IBÉRICAS: 9 BREVES NOTAS…
Para o Clavis, o Luís Cruz Guerreiro e o Miguel Santos (e o Casimiro, se é que ele ainda nos segue…).
1. Gosto muito da Galiza, em particular de Santiago de Compostela. Imaginar-me-ia, mesmo, a viver lá…
2. Insiro a Galiza no espaço lusófono. Mais do que uma simpatia geral para com os portugueses, na Galiza tenho encontrado um grande amor pela nossa língua e cultura, muito maior do que em muitos portugueses. Verifiquei isso em 2006, aquando das Comemorações do Centenário de Agostinho da Silva, verifiquei isso, mais recentemente, aquando do lançamento da NOVA ÁGUIA…
3. A Galiza é muito mais do que uma “região espanhola”. Tal como a Catalunha e o País Basco não são “regiões espanholas”. São nações. Tendo uma língua e cultura própria, são, de facto, nações. Ainda que nações sem Estado.
4. Como já aqui escrevi, acho que o futuro natural dessas nações será a independência. Começando pela Catalunha, passando pelo País Basco…
5. E a Galiza? Quanto a ela, tenho mais dúvidas. Durante muitos anos, Fraga Iribarne, ex-ministro de Franco, cimentou a inclusão em Espanha. Depois, há um nível de vida que poderia ficar em causa com a independência… Mas, talvez, esta venha a acontecer, mais tarde. E se, assim for, a relação com Portugal será sempre muito particular…
6. Com Portugal enquanto nação, e não com apenas uma região em particular. Se em Portugal existem regiões, elas não são comparáveis com as referidas “regiões espanholas”. Desde logo pela dimensão – se olharmos para Península Ibérica e a dividirmos em “regiões” com uma dimensão semelhante, verificamos que Portugal forma uma única…
7. Daí, de resto, as minhas reservas quanto ao regionalismo. A União Europeia incentiva-o para, a meu ver, melhor poder reinar… No actual estado de coisas, a instância “nação” é a melhor barreira de resistência à União Europeia em particular e à Globalização em geral. Isto, como é óbvio, na perspectiva de quem pretende preservar a sua língua e cultura…
8. Já o municipalismo, no quadro na “nação”, parece-me algo de mais fecundo… Até porque os municípios, em livre associação, é que deveriam formar depois as “regiões” – naturais, de geometria variável, não desenhadas, a régua e esquadro, pelo Governo…
9. Tudo isto, como é óbvio, no quadro maior da convergência lusófona – desígnio primacial do MIL…
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