“Campo Sintético para o Sporting”

Ser Sporting convida ..., 30 de Novembro de 2010 13:00

Publicamos aqui, com algum atraso,  um texto do blogue ma-schamba, que simpaticamente e em devida altura nos foi enviado.

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José Eduardo Bettencourt anunciou o desejo de instalar um recinto sintético no estádio do Sporting (a expressão “relvado sintético” é uma mera aldrabice, típica da prostituição jornalística). A opção é apresentada como solução de um problema, o constante mau estado dos sucessivos relvados. Uma das causas para tal é murmurada, o facto de o estádio ter “defeitos estruturais”, pois é tão elevado (achaminado, digo eu, ou seja em formato de chaminé) que provoca alterações climáticas internas arrasadoras para os relvados.

Em suma, foi mal construído. Mal planeado, mal avaliado, mal fiscalizado. Uma bronca gigantesca, milhões e milhões de euros, um estádio construído no centro da capital, e ineficaz nos seus propósitos – ter um campo de futebol. É óbvio que aí vem uma cortina de fumo em forma de enxurrada de notícias sobre as benesses e o actual desenvolvimento tecnológico dos sintéticos. Mas há dois factores adversos: por um lado nenhum dos melhores ou médios campeonatos optam por sintéticos; por outro esta opção do clube não é uma decisão positiva, é uma reacção que tenta minorar os defeitos de um brutal erro. Convém então receber as tais notícias como elas são: um serviço prestado por jornalistas corruptos, a pretenderem dar uma visão optimizadora de uma decisão menorizadora (de um mal).

Um erro – a tal chaminé de estádio, uma reduzida inclinação – que tem uma causa óbvia. Todo o processo de transacção de terrenos e sua urbanização que antecedeu esta construção implicou esta voragem imobiliária, que levou a direcção do Sporting a encerrar o estádio no menor espaço possível – com o patético episódio de sendo obrigatória a lotação de 50 000 espectadores se ter tentado contabilizar os lugares atrás dos painéis gigantes, atribuindo-os aos cegos, já que estes não viam o campo …). Foi essa vertigem de ganhar espaço urbanizável que levou a esta situação. Agora tudo correu mal, 400 milhões de euros de passivo, um estádio impraticável. É esta a elite “social” “económico-financeira” (das zezinhas e dos pituchos, do grandes bancos e das grandes construtoras) que se passeia em Portugal. Também no Sporting.

É, obviamente, um múltiplo caso de guilhotina.

jpt

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 Em http://ma-schamba.com/desporto/sporting/estadio-alvalade-2/.

Adeptos do Desporto Rei

Ser Sporting convida ..., 24 de Março de 2010 10:44

O futebol português teve, de facto, três violentos episódios nas última semanas. É uma singela constatação. Preocupante? Um indício de algo?

Verifico que muitos se desdobram em justificações de ordem sociológica ou política, sempre colocando as claques debaixo de fogo. Em contra-ciclo com a opinião popular da moda, direi que as claques têm um papel importante no futebol, pela cor e animação que transmitem ao mesmo e pela organização vocal que propicia, em determinados momentos, soberbo apoio aos seus clubes.

Existiram excessos nos últimos tempos. Escusar-me-ei de os detalhar pois são do conhecimento público. Mas creio que as responsabilidades serão sempre repartidas, mesmo que em partes desiguais, entre adeptos não organizados, claques, polícia, comunicação social e dirigentes desportivos. Enquanto tal não for devidamente assumido por todos e preferirmos, ao invés, apontar o dedo em exclusivo a alguém, não poderemos partir para a resolução de um problema que nos deverá preocupar a todos.

O erro das generalizações, consiste em tomar o todo pela parte. E, neste momento, gostaria de destacar o importante papel que os adeptos podem, e devem, ter no futuro do futebol europeu. Os adeptos, sobretudo aqueles não organizados, devem procurar intervir cada vez mais, de forma responsável, nos seus clubes, estabelecer plataformas de debate e canais de comunicação e colaborar activamente no crescimento daqueles.

Michel Platini e a UEFA já reconhecem o papel que os adeptos podem vir a desempenhar no futuro, considerando-os um importante parceiro de diálogo enquanto um dos principais stakeholdes do futebol.

Em Portugal temos ainda alguns passos a dar, ao nível federativo, ao nível da Liga, mas, sobretudo, ao nível dos adeptos dos diversos clubes.

A Associação de Adeptos Sportinguistas tem sido contactada por adeptos de outros clubes, motivado por alguma curiosidade e igualmente a necessidade daqueles em intervirem activamente nos seus clubes. Temos prestado o apoio possível, sabendo a priori que qualquer projecto desta natureza e dimensão envolve muito trabalho e dedicação. Um verdadeiro espírito de missão. E tal estará sempre a cargo dos seus promotores.

Esta semana, foram-me solicitadas algumas palavras a serem transmitidas a um grupo de adeptos do Brescia que irão, em breve, fundar uma Trust. Palavras de carácter motivacional, sobretudo.

Muito se está a passar em Itália, nos dias que correm, com inúmeros adeptos de clubes a procurarem estabelecer bases para criarem as suas Trust e aumentarem o poder interventivo nos seus próprios clubes, fruto da aquisição de uma, maior ou menor, posição accionista.

Em Portugal, tal nunca foi considerado, pensarão alguns. Quiçá mais ingénuos. Existindo em Portugal um modelo misto de gestão, que agrega o associativismo com a capitalização bolsista, nunca tal modelo de participação foi, de facto, necessário dado que nós, adeptos, podemos ter sempre voz nos nossos clubes bastando para tal que nos tornemos sócios. Assim, pelo menos pela via da presença em Assembleias gerais ou pelo exercício de voto nestas, eleitorais ou não, podemos democraticamente indicar a nossa opinião.

Mas toda esta democraticidade termina no momento em que se procura cada vez mais reduzir o peso do Associativismo, tornando os clubes minoritários nas suas SADs, quer ao nível de capital quer, sobretudo, ao nível de direitos de voto.

Não deixa de ser curioso que, num momento em que o Parlamento espanhol já discute a hipótese das SADs de clubes espanhois poderem ser novamente convertidas para o modelo puramente associativista, em Portugal se continue a procurar maior exposição em bolsa em busca do propalado, mas inexistente, “El Dorado” à custa dos sócios das instituições.

Lá diz o povo que andamos sempre a reboque…e, infelizmente, a seguir sempre os maus exemplos.

Pois eu diria que está a chegar a hora de seguirmos um bom exemplo. Eu diria que está na hora dos adeptos sportinguistas demonstrarem o seu sentido de responsabilidade, dedicação e amor ao clube, e posicionarem-se na vanguarda do futebol nacional.

A hora está a chegar…o momento está definido…com a singela ajuda de todos, nada será como dantes!

Sporting Clube de Portugal, SEMPRE!

Saudações Leoninas,

Pedro Faleiro Silva

Associação de Adeptos Sportinguistas

Conselheiro Leonino Sporting Clube de Portugal

FUTEBOL DE FORMAÇÃO – A PÉROLA DO CLUBE

Ser Sporting convida ..., 24 de Fevereiro de 2010 14:28

aurélio pereira

Todas as pessoas ligadas ao fenómeno do Futebol elogiam e fazem eco da formação do nosso clube. É um facto indesmentível.

Sempre tendo como objectivo incutir nos nossos jovens a cultura de vitória, devemos, no entanto, acima de tudo formar no seu todo o jovem futebolista.

Ainda não se pensava em Academia, já o clube fazia a sua formação, tendo saído dos nossos escalões jovens, jogadores que por esses estádios, nacionais e internacionais, demonstravam as suas reais qualidades e competências.

Tudo isto não seria possível se o clube não se tivesse organizado, com um Gabinete de Recrutamento, criado por uma pessoa de créditos firmados nestes aspectos, de seu nome Aurélio Pereira, que conseguiu passar a sua mensagem junto dos dirigentes da altura.

Constituiu, com ajuda de um lote de “carolas”, denominados olheiros, espalhados por todo o território nacional, que semanalmente observavam jogos  e enviavam as suas informações, que depois de analisadas eram sufregadas, segundo exigências previamente definidas.

Durante anos assim foi e se muitas vezes alguns desses jovens, cheios de valor, não eram aproveitados, fruto da política da época, o trabalho do Gabinete estava realizado.

Actualmente, com a criação do Gabinete de Scouting, nome pomposo somente, constituído por outras pessoas, o recrutamento tem sido descaracterizado e tem sido canalizado, na maior parte das vezes no estrangeiro e não querendo faltar à verdade, sem a conivência daquele que durante largos anos realizou um trabalho deveras meritório e reconhecido.

Qual o rendimento prático e que valor acrescentado tem tido este Gabinete? Quais os jogadores que apareceram no escalão principal? Até à presente data NADA.

Nem sempre estive de acordo com Aurélio Pereira, muitas vezes discordámos em vários pormenores e com filosofias diferentes, mas não se pode escamotear e “encostar” uma pessoa que tanto ofereceu ao seu clube de sempre.

Crónica do Prof. Alexandre Paiva (Ex-Coordenador Técnico do Futebol de Formação do Sporting)

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