- Os primeiros Jogos Olímpicos do novo século aconteceram na Grécia, berço da competição, entre 11 e 29 de agosto de 2004. Algumas provas foram disputadas nos mesmos lugares em que haviam sido disputadas originalmente. Foi o caso, por exemplo, do arremesso de peso, realizado em Olímpia, sede dos Jogos na Antiguidade e na Olimpíada de 1896. - Antes do início dos Jogos, pela primeira vez a tocha olímpica percorreu os cinco continentes, passando por 33 cidades e 26 países, sendo conduzida por 3.600 pessoas. A passagem da tocha pelo Brasil aconteceu no dia 13 de junho, no Rio de Janeiro, e foi transmitida pelo SporTV, além de ter sido exibida em flashes na programação da TV Globo. Entre os que conduziram a tocha olímpica, ao longo de 49 km, estão os jogadores de futebol Pelé, Nilton Santos, Ronaldo e Romário; o tenista Gustavo Kuerten, o jogador de vôlei Marcelo Negrão, o velocista Joaquim Cruz, a coordenadora da Pastoral da Criança Zilda Arns, o campeão mundial de skate Bob Burnquist, o cavaleiro Rodrigo Pessoa, o guarda municipal Eraldo Luiz da Silva Soares, o escritor Paulo Coelho e o ator Tony Ramos. - Dez equipes de reportagem da TV Globo acompanharam os Jogos Olímpicos na Grécia. Os jornalistas Marcos Uchoa, João Pedro Paes Leme, Pedro Bassan, Cesar Tralli, Graziela Azevedo, Tino Marcos, Glória Maria, Régis Rösing e Glenda Kozlowski participaram da cobertura, que teve o comando do diretor de esportes Luiz Fernando Lima e do diretor responsável de jornalismo, Carlos Henrique Schroder. - Integraram também a equipe da emissora, como comentaristas, os jogadores de vôlei Tande e Leila, o velocista Robson Caetano e o nadador Ricardo Prado. As transmissões dos jogos ficaram a cargo de Galvão Bueno, Paulo Brito, Rogério Correa, Cléber Machado e Luís Roberto. - No centro de imprensa, a emissora montou um estúdio numa área de 470 m2 e instalou cinco ilhas de edição para produzir todo o material dos Jogos. Entre as novidades da cobertura, as equipes de reportagem passaram a contar com gravação digital em disco ótico, processo que garantiu uma maior definição na imagem e agilidade na edição. - Além dos flashes ao longo do dia e da transmissão ao vivo das provas, a programação da TV Globo preparou uma madrugada olímpica, que era exibida logo após o Programa do Jô. Durante os Jogos, Luís Roberto apresentava um programa das 2h às 3h da manhã, no qual o repórter Régis Rösing destacava curiosidades, hábitos e lugares no quadro Tô Ligado nas Olimpíadas. - Para a cobertura, o Globo Esporte contou com três apresentadores: Mylena Ciribelli, no Rio, Glenda Koslowski, nas ruas de Atenas, e Maurício Torres, nos estúdios do IBC (International Broadcasting Center). Glenda Koslowski entrava ao vivo direto dos locais onde se realizavam as competições, como o centro de equitação de Atenas. - No Jornal Nacional, Tino Marcos fez matérias sobre as medalhas de bronze dos judocas brasileiros Leandro Guilheiro e Flavio Canto. Renato Ribeiro acompanhou os dois fenômenos da natação mundial: os norte-americanos Ian Thorppe e Michael Phelps. João Pedro Paes Leme acompanhou a conquista da medalha de ouro da seleção masculina de vôlei, que derrotou a seleção italiana na final. - O Brasil conseguiu o melhor desempenho de sua história olímpica em Atenas, atingindo o 16º lugar na classificação geral, com quatro medalhas de ouro, três de prata e três de bronze. As medalhas de ouro foram conquistadas pela seleção masculina de vôlei, pelos velejadores Torben Grael e Marcelo Ferreira, na categoria Star, e Robert Scheidt, na Laser; pelos jogadores Emanuel e Ricardo, no vôlei de praia, e pelo cavaleiro Rodrigo Pessoa, no hipismo. - Rodrigo Pessoa também conquistou uma medalha de prata, com o cavalo Balloubet de Rounet. O vencedor dessa prova, o cavaleiro irlandês Cian O’Connor, foi posteriormente julgado pelo doping do cavalo Waterford Crystal. O’Connor foi considerado culpado pelo Comitê Olímpico Internacional e perdeu a medalha de ouro. Um ano depois, em cerimônia no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, Rodrigo Pessoa recebeu a medalha de ouro e a coroa de louros simbolizando a vitória em Atenas. - Alguns atletas brasileiros experimentaram momentos de frustração. A seleção de vôlei feminino esteve a um ponto de vencer a semifinal contra a Rússia, mas acabou eliminada depois de uma virada no quarto set. A seleção feminina de futebol, depois de ótima campanha, perdeu a final para os Estados Unidos. A então campeã mundial de ginástica artística Daiane dos Santos cometeu um erro decisivo no final da sua apresentação no solo, deixando escapar as chances de medalha. - O maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima foi protagonista de um dos momentos mais singulares da história dos Jogos. Ele liderava a prova da maratona – realizada no seu percurso original, com a chegada em Panathinaikos, no Estádio de Mármore, como nos Jogos Olímpicos de 1896 – quando, a seis quilômetros da linha de chegada, foi derrubado por um manifestante religioso, que conseguira burlar a segurança. - Parecia difícil imaginar que Vanderlei conseguisse chegar entre os 20 primeiros, mas o atleta se recuperou, voltou à prova e conquistou a medalha de bronze. Sua entrada no Estádio de Panathinaikos, de braços abertos, foi uma das imagens mais marcantes dos Jogos. Após a competição, o atleta recebeu do Comitê Olimpíco a medalha Pierre de Coubertin. - Entre 17 e 28 de setembro de 2004, aconteceram, também em Atenas, os Jogos Paraolímpicos, com a participação de mais de 3.500 atletas de 144 países. Pela primeira vez, um mesmo comitê organizador coordenou as ações dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos como um evento único. No Jornal Nacional de 28 de setembro, uma reportagem de Régis Rösing destacou o excelente desempenho dos atletas brasileiros na competição, com destaque para o nadador Clodoaldo Silva, que conquistou sete medalhas.