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ATIVIDADES DE AMIGOS

    Cartas da Amazônia
    • Entre 1º de janeiro e 10 de agosto do ano passado, os satélites que monitoram os recursos naturais da Terra registraram 23,6 mil incêndios no Brasil. No mesmo período deste ano, a soma atingiu 40,2 mil focos de fogo. É um crescimento impressionante. Mais assustadora ainda é a previsão do Inpe.

      O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, de São Paulo, que faz esse acompanhamento há quatro décadas, acredita que as queimadas prosseguiram intensamente depois dessa data e persistirão até outubro, muito além do verão normal.

       Nesse caso, acredita que as queimadas chegarão a 200 mil ou mesmo 250 mil, cinco vezes mais do que a marca do ano recorde, o de 2010, quando foram anotados 44,8 mil incêndios.

      Parte dessa multiplicação se deve à estiagem incomum que assola todo país. É fator ponderável, mas não deve ser o principal. Alberto Setzer, o cientista responsável pela questão no Inpe, cita outros dois fatores: a expansão agropecuária e a fiscalização deficiente do governo.

      Pode-se considerar

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    • Riqueza vizinha da pobreza

      Parauapebas é um dos municípios mais novos do Pará. Surgiu da intensificação das correntes migratórias que procuraram terras, madeira, minérios e uma oportunidade de trabalho na nova fronteira econômica do Brasil, a Amazônia.

      Apesar de história tão recente, escrita por pessoas que vieram de vários pontos do país, deixando os nativos como parcela minoritária da população, Parauapebas já detém vários títulos de grandeza.

      No ano passado foi o segundo município que mais exportou no Brasil e também o segundo maior em saldo de divisas. Suas vendas de minério de ferro, do qual é o maior produtor nacional, ultrapassaram 8,7 bilhões de dólares.

      Como importou apenas US$ 200 milhões, deu ao país US$ 8,5 bilhões líquidos. Seria como se cada habitante de Parauapebas tivesse depositado US$ 4,5 milhões nos cofres do Banco Central, em Brasília.

      Com o segundo maior PIB do Estado e também o segundo maior PIB per capita, é um dos municípios mais cobiçados do Pará nas eleições deste ano. Seis candidatos

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    • O paraíso queimado

      A distância entre o Japão e a Austrália é de menos de sete mil quilômetros. Era no seu quase vizinho que o Japão ia buscar o minério de ferro de que precisava para sua siderurgia, dentre as várias matérias primas essenciais das quais sempre foi carente. Essa rota tradicional de comércio mudou com a revelação de que, do outro lado do mundo, fora descoberta uma jazida muito mais rica do que o ferro australiano.

      A partir do momento em que a mina da serra dos Carajás começou a produzir, em fevereiro de 1985, no interior do Pará, a quase 900 quilômetros do litoral, a compra de minério brasileiro pelo Japão, antes restrita a Minas Gerais/Espírito Santo, se incrementou.

      Mesmo a distância a percorrer sendo quase três vezes maior, a compra era proveitosa: o minério de Carajás tem o dobro do teor de hematita contida na rocha do minério australiano. Rende mais, permite poupar energia e outros insumos, e, mesmo com o frete mais caro, proporciona lucro maior.

      Foi por esse motivo que um projeto,

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    • Belo Monte: a suprema omissão

      A construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, é a maior obra em andamento no Brasil. Seu orçamento é de 26 bilhões de reais. A execução da obra começou em junho do ano passado e já consumiu R$ 5 bilhões. É mais do que dispõe a maioria dos Estados brasileiros em seus orçamentos anuais.

      Em torno de Belo Monte acontece a maior medição de forças dos últimos anos entre os movimentos sociais, sob o patrocínio do Ministério Público Federal, e o governo federal, que considerou o projeto de interesse estratégico para o país, o incluiu no PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento e pretende executá-lo de qualquer maneira..

      O contencioso, que tem todas as características de uma "causa célebre" (a cause cèlebre dos franceses), pode se tornar um marco na história do poder judiciário brasileiro. A querela começou em 2005, quando diversas ONGs, com o respaldo do MPF, ajuizaram no Supremo Tribunal Federal uma ação direta de inconstitucionalidade do decreto legislativo 788.

      Esse decreto

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    • Desfazer tudo em Belo Monte?

      As obras da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, que pretende ser a terceira maior do mundo, começaram em junho do ano passado. A Norte Energia, empresa responsável pela obra, diz que foram investidos até agora cinco bilhões de reais.

      Esse valor representa quase três vezes mais do que os recursos que o governo do Estado do Pará pretende usar no seu Programa de Investimentos Prioritários ao longo dos próximos três anos, cobrindo um território com 1,2 milhão de quilômetros quadrados e quase oito milhões de habitantes.

      Os R$ 5 bilhões já gastos na obra representam apenas 20% do seu orçamento, que é de R$ 26 bilhões, até a usina entrar em funcionamento, em 2015. Mesmo nesse estágio, porém, não indo além de onde está, já seria um dos maiores projetos de infraestrutura realizados no Brasil atualmente.

      No dia 13 uma das turmas do Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou a paralisação imediata das obras. O descumprimento acarretaria ao transgressor multa diária de 500

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    • O som que importa

      O rio Madeira é o maior e mais caudaloso de todos os afluentes do rio Amazonas, que forma a maior bacia hidrográfica do planeta. Na semana passada, a 5ª unidade geradora da hidrelétrica de Santo Antônio começou a operar em teste nesse rio. A usina, quando totalmente implantada, em 2015, terá 44 dessas máquinas. Poderá então produzir 3.150 megawatts de energia

      Santo Antônio fica a apenas sete quilômetros de Porto Velho, a capital de Rondônia, onde está concentrado quase um terço dos seus 1,6 milhão de habitantes. Subindo o rio mais 130 quilômetros, na direção da fronteira com a Bolívia, também está em construção — com um cronograma ligeiramente mais atrasado — outra hidrelétrica do mesmo porte, a de Jirau.

      Jirau e Santo Antônio, em conjunto, formarão, a partir da metade desta década, quando já estarão funcionando a plena carga, o terceiro maior polo de geração hidrelétrica do Brasil. Com potência de 6,5 mil megawatts, ficará abaixo apenas de Itaipu, no Paraná (14 mil MW), e Tucuruí, no

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    • O império rugiu

      Quando a ex-senadora e ex-ministra do meio ambiente, a acreana Marina Silva, apareceu entre os convidados especiais da cerimônia de abertura das Olimpíadas 2012, no dia 28, a presidente Dilma Rousseff estava no lugar de honra do estádio, reservado aos chefes de Estado.

      Havia diversos outros presentes naquele dia nas arquibancadas do estádio. Dilma, a primeira presidente mulher do Brasil, apareceu na transmissão oficial da solenidade por menos de cinco segundos. Marina foi focada várias vezes e por muito mais tempo. Sua presença ofuscou a maior autoridade brasileira, a chefa do país que sediará os próximos jogos olímpicos.

      Quatro dias antes nem a própria Marina imaginava estar em Londres. O primeiro convite foi mais uma sondagem. Os organizadores da festa quiseram saber, no dia 24, se ela podia viajar para a capital inglesa. A resposta afirmativa desencadeou uma série de providências que possibilitaram a presença de surpresa de Marina ao lado de umas poucas celebridades que abriram a

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    • David e Golias no sertão

      Desde o dia 26 de julho estão suspensas as obras do maior investimento da Vale para este ano. A duplicação da ferrovia de Carajás deveria absorver 2,7 bilhões de reais no período. Esses recursos representam 20% do bilionário orçamento de investimentos da Vale para 2012. A mineradora é a maior empresa privada do Brasil e do continente, uma das 50 do mundo. Também é a maior exportadora do país. De cada 10 dólares depositados no caixa do Banco Central, US$ 2 resultam de vendas da ex-estatal.

      A ferrovia tem 892 quilômetros de extensão. Vai da mina de Carajás, no Pará, ao porto de Ponta da Madeira, na ilha de São Luiz, a capital do Maranhão. Por ela trafega o maior tem de cargas do mundo. Com 400 vagões e quatro quilômetros de extensão, esse trem faz nove viagens diárias. Transportou no ano passado 130 milhões de toneladas, sendo 110 milhões de minério de ferro. Ao fim de cada dia, o minério que movimentou representa 30 milhões de dólares.

      A Vale quer elevar esse volume para 230 milhões de

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    • Perseguida e punida: a verdade

      A carreira jurídica é a mais importante do serviço público. Acima do médico, do professor ou do engenheiro está o advogado. Ele recebe os maiores salários e tem mais vantagens e privilégios do que os demais. O advogado em geral, o juiz em destaque.

      A sociedade admite que julgar é a mais espinhosa das funções. Os magistrados precisam ter conhecimento, equilíbrio, ponderação, estado de espírito e suporte para decidir bem os litígios entre as partes que chegam às barras dos tribunais. Repositório da esperança e da crença social, a justiça, mesmo que tarde, não pode falhar. Se falhar, arrasta consigo o edifício mais nobre da construção humana: a democracia.

      Mas e quando a justiça se transforma ela própria na autora das iniquidades? O que pode acontecer quando, ao invés de exercer a tutela arbitral e consolidar a imparcialidade estatal, passa a agir como se fora parte interessada?

      Num estudo clássico de ciência política, Franz Neumann exibiu as marcas da parcialidade da justiça como uma das

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    • A montanha e o rato (acréscimo)

      Alguns leitores contestaram a declaração de que Belo Monte pode se tornar a segunda maior hidrelétrica do mundo.  A maior é Três Gargantas, na China. A segunda é Itaipu, entre Brasil e Paraguai, que dividem ao meio o direito sobre a energia (como o consumo do paíz vizinho é pequeno, o Brasil compra a maior parte da cota paraguaia).

      De fato. Mas não desconheço a usina no rio Amarelo, muito pelo contrário. Acompanho sua trajetória desde 1993. Cometi um erro ao não ir verificar a entrada em operação de todas as suas turbinas. Segundo comunicado do dia 4, a hidrelétrica concluiu sua motorização e está com sua capacidade instalada em condições de produzir a plena carga: 22,5 mil megawatts, o dobro do que está previsto para Belo Monte.

      Até minha última atualização sobre a obra, eu estava convencido de que os chineses não arrematariam o desastroso projeto, o de maior dano social, ambiental e cultural dentre os grandes empreendimentos hidrelétricos nas últimas décadas. Acreditava que eles não

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