O Ministério da Cultura conseguirá pagar a aquisição da tela setecentista de Tiepolo, leiloada na quinta-feira à noite em Lisboa, porque recorreu a uma "reserva" de mais de seis milhões de contos, recebida em Dezembro de 2006, dinheiro proveniente da indemnização pelo desaparecimento das jóias da Coroa portuguesa roubadas na Holanda em 2002.

Isabel Pires de Lima disse ao DN que para o pagamento do quadro leiloado conseguiu "descativar 200 mil euros do programa orçamental de investimento da cultura. O resto fomos buscar à nossa reserva que decorreu da indemnização do roubo das jóias da Coroa, no valor de seis milhões e 151 mil euros".

O restante da indemnização, mais de quatro milhões de euros, será aplicado, revelou a ministra da Cultura, no domínio patrimonial, ou seja, "na construção de vitrinas tipo caixa-forte para exposição permanente das jóias da Coroa portuguesa". Um projecto que já está a andar e tem como objectivo concretizar a exposição permanente das jóias para 2009, na ala patrimonial do Palácio da Ajuda, onde se encontra actualmente parte do Instituto dos Museus, que terá de ser deslocado para outro local.

Algumas peças das jóias da Coroa e diamantes foram roubados há cinco anos, durante uma exposição no Museon de Haia, tendo originado críticas por aquelas preciosidades únicas terem saído sem garantias de segurança. Entre as peças furtadas na Holanda encontrava-se um diamante de 135 quilates, o castão de uma bengala do rei D. José I de ouro e com 387 brilhantes, um anel com um brilhante de 37 quilates, uma gargantilha com 32 brilhantes e um par de alfinetes na forma de trevo.

Ninguém licitou