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27/10/2007 19h00

Rio já tem Rei Momo e nova Rainha do carnaval
Da Redação

A chuva não afastou o bom publico que compareceu ao Terreirão do Samba nesta sexta-feira, na Praça Onze, no centro do Rio, para acompanhar a eleição do novo Rei Momo e da Rainha do Carnaval Carioca 2008. Alex de Oliveira Silva, de 36 anos, conquistou o título de Rei Momo pela décima vez. Ao lado dele, brilhou a estrela da mulata Ketula Rocha Mello, ex-rainha de bateria da Porto da Pedra (de 2001 a 2004), que será a Rainha do próximo carnaval.

Ketula também tem no currículo o título de musa do programa Caldeirão do Huck, da TV Globo, conquistado em 2004. Jaqueline Faria, Rainha do carnaval deste ano, ficou em terceiro lugar, recebeu a faixa de segunda princesa, enquanto Charlene Valnice da Costa foi eleita a primeira princesa.

Depois de confirmada a reeleição, o Rei Momo Alex de Oliveira confirmou a intenção de se aposentar e não voltar a concorrer ao posto.

Rei Momo: o dono do carnaval

A mitologia grega trata Momo, filho do Sono e da Noite, como o deus da zombaria, do sarcasmo, da galhofa, do delírio, da irreverência e do achincalhe. Diante do seu costume de criticar e ridicularizar os outros deuses, a divindade maior do Olimpo perdeu a paciência com ele e o despachou para a Terra, onde o divino deportado passou a ser representado por um jovem tirando a máscara e mostrando o rosto zombeteiro, ao mesmo tempo em que sacudia guizos e apresentava o estandarte da folia que era a razão da sua existência.

A coroação de um Rei Momo na Terra vem de longa data, pois houve tempo em que na Roma antiga, durante a realização de determinadas festas, o soldado escolhido como o mais belo de todos era quem recebia a coroa de monarca brincalhão, o que lhe dava o direito de comer, beber e brincar até esgotar totalmente suas forças, sem que ninguém o impedisse de fazer coisa alguma. Depois de finda a farra, e ao contrário do que acontece hoje em dia, ele era solenemente levado ao altar do deus Saturno e ali sacrificado com todas as honras que merecia.

A figura de Momo no carnaval brasileiro surgiu em 1933, no Rio de Janeiro, graças a um cronista esportivo do jornal ?A Noite? que apresentou aos carnavalescos um boneco feito em papelão e sugeriu sua indicação como comandante da folia. Esse boneco desfilou no centro da cidade, sendo depois colocado em seu trono para presidir de forma simbólica as comemorações daquele ano. Mas como os proprietários do jornal não se contentaram com o resultado conseguido, foi então iniciada uma campanha para escolher um rei de carne e osso, que acabou sendo o muito gordo Moraes Cardoso, responsável pela seção de turfe da empresa jornalística.

Após ser vestido como rei e saudado com um ?Vive le Roi? pelos seus colegas de redação, o jornalista desfilou pelas ruas da cidade, onde foi saudado com muita serpentina, confete e lança-perfume. Estava criada, assim, a figura do rei Momo, primeiro e único.

Moraes Cardoso reinou absoluto no carnaval carioca até 1948, quando morreu. Depois, até 1967, seu substituto passou a ser escolhido por entidades carnavalescas e jornalistas, mas em 1968 sua eleição foi oficializada por lei estadual, e em 1988, por lei municipal. O concurso para a escolha do Rei Momo, no Rio de Janeiro, tornou-se oficial em 1950, e desde essa época sua realização corresponde a um verdadeiro espetáculo popular.


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