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Inácio Araujo

Cinema de Boca em Boca

Perfil Inácio Araujo é crítico de cinema da Folha

Perfil completo

Mistérios do terror

Por Folha
11/01/15 00:04

Há coisas desatinadas no que tenho lido e ouvido.

A versão mais corrente, de que foi “um ataque à liberdade de imprensa” me parece pura ideologia.

Foi um ataque contra o Charlie Hebdo. Não lhes tiremos isso. Foi contra as charges referentes a Maomé, ao que julgam ser um insulto ao profeta.

Ninguém reivindicou nada contra a imprensa livre, com exceção de nós, os jornalistas.

Houve atentados muito mais claros contra esse direito que não mobilizaram tal unanimidade. Há também as teorias conspiratórias.

Li em Luciano Martins da Costa.
Ele arrola uma série de motivos para o que chama de um “mau filme”. Como, por exemplo, um dos rapazes perder o documento de identidade dentro do carro de fuga.

Não me parece absurdo. Se não houvesse erros, nunca se acharia criminoso algum, isso está claro.

No fim, sua argumentação resvala para os célebres interesses americanos no Golfo do Iêmen, petróleo, etc.

Não entendo nada, mas para mim isso não tem pé nem cabeça. Os americanos estão escaldados de intervenções que dão em águas de barrela.

Mas algo é relevante no que ele escreve. Era o primeiro dia dos Soldes. A cidade fica agitadíssima. Não dá para entender como, num ponto central, uns caras param o carro no meio da rua, ficam cinco minutos fora (segundo a senhora que abriu a porta do jornal), voltam e… não há um buzinação atrás do carro, não há uma fila de carros, não há nem um mísero carro atrás deles.

Não é um mau filme, de jeito nenhum.
Nossos correspondentes fazem o de sempre: vendem a versão da polícia como a verdade. É moleza, assim.

Com terroristas do outro lado, fica ainda mais fácil: são uns idiotas de modo geral.

Mas há mistérios nessa história.
Por exemplo: o cara que estava no supermercado judaico não foi morto, foi claramente assassinado pela polícia francesa (que, ninguém se iluda, é violentíssima). Isso foi filmado, ele está saindo quase agachado. Seria um cara importante, com dados relevantes, no mínimo, a fornecer, a informar.

Ser executado não quer dizer necessariamente que seja “queima de arquivo”. A polícia francesa é tão cretina quanto qualquer outra. Mas há muito mais a explicar e a entender do que parece à primeira vista.

Melhores do Ano – 1ª Edição

Por inacio
31/12/14 19:18

Neste ano pouco animador, o colega Chico Fireman pede uma lista de melhores.

Ele mesmo faz várias sugestões, mas a lista completa, total, só mesmo quando vier a lista do CineSesc.

Mas vai o que votei para ele e depois acrescente os complementos.

Vai aí para concordar, discordar, conversar com amigos e tudo mais:

filme – O Ciúme
direção – Dan Gilroy (O Abutre), M. Scorsese (O Lobo de W.S.)
ator – Jake Gyllenhall (O Abutre); Leonardo di Caprio (O Lobo de W.S.)
atriz – Bérénice Béjo (O Passado)
ator coadjuvante – Antonio Fagundes (Quando Eu Era Vivo)
atriz coadjuvante – Rene Russo (O Abutre)
filme brasileiro – Eles Voltam
roteiro – Amar, Beber, Cantar
fotografia – O Ciúme; Gravidade

Fiz uma lista dos melhores filmes:
Sem ordem específica –

O Abutre
O Ciúme
O Lobo de Wall Street
Nebraska
Relatos Selvagens
O Gebo e a Sombra
O Passado,
Amar, Beber, Cantar

(Caramba, espero estar faltando algo: que ano mixuruca! Não vi ainda o Saint Laurent, que parece muito bom, pelo que ouço. Mas, ainda assim, todo ano pesco ao menos uns vinte bem estimáveis na lista do Sesc.

Filme brasileiro:

Eles Voltam (Marcello Lordello)
Praia do Futuro
Jardim Europa
Avanti Poppolo
Quando Eu Era Vivo

Melhor diretor (Brasil):
Marcelo Lordello

Melhor direção (internacional):
Dan Gilroy (O Abutre)
Martin Scorsese (O Lobo de Wall Street)
Philippe Garrel (O Ciúme)

Ator:
Jake Gyllenhaal (O Abutre)

Atriz:
Berenice Béjo (O Passado)
Charlotte Gainsbourg (Ninfomaníaca)

Roteiro
O Lobo de Wall Street

Fotografia:
Emmanuel Lubezki (Gravidade)
Willy Kurant (O Ciúme)
Ator Coadjuvante:
Antonio Fagundes (Quando Eu Era Vivo)

Atriz coadjuvante:
Rene Russo (O Abutre)

Um amante da simetria

Por inacio
19/12/14 09:14

É estranha, a entrevista na Folha de um cara de organização internacional de direitos humanos, pedindo que investigações e justiça da Comissão da Verdade brasileira abarquem “os dois lados”. A horas tantas, o cara diz que condenações devem pesar sobre ambos.

Digamos que tenha existido uma perfeita simetria criminal entre guerrilheiros e torturadores.

O fato é que não se tem conhecimento de um só torturador que tenha sido condenado.

Quanto aos guerrilheiros, ou terroristas, como prefere o tal cara, onde estão os que não cumpriram pena? Houve os que foram torturados e mortos. Os que foram condenados após tortura. Os que foram torturados e expatriados, e tornados apátridas, após saírem do país por via de sequestro.

Até onde sei o que houve de mais leve foi a expatriação, o exílio, a perda de nacionalidade.

Quanto a outros, o que pretende o cara? Bem, Lamarca comprovadamente matou gente e fez assaltos a bancos. O que vamos fazer? Pegar seu corpo e enchê-lo de balas outra vez?

E os que foram condenados na justiça da ditadura devem ser rejulgados e recondenados na justiça democrática?

Afinal, o que há com esse cara? Andou batendo papo com o Lobão?

Outros criminosos

Por esse tipo de critério, e para não ir longe, teremos de re-julgar, lado a lado, os nazistas e os resistentes dos vários países europeus durante a segunda guerra (aliás, eram chamados de terroristas também), além, claro, dos resistentes do Gueto de Varsóvia, por terem assassinato os inocentes soldados nazistas.

Sem falar, claro, de uma pancada de primeiros ministros israelenses, que lutaram contra os ingleses antes que Israel virasse um país de pleno direito, que soltavam suas bombas, que se notabilizaram como terroristas.

E chega de exemplos evidentes, que não há porque gastar mais vela com mau defunto.

O jogo da imperfeição

Por inacio
15/12/14 18:28

 

(Photo : WikiMedia Commons)

(Photo : WikiMedia Commons)

1. Keira

Acontece comigo, talvez aconteça com outras pessoas: o que me parece encantador em Keira Knightley é justamente o fato de ter certas imperfeições na arcada dentária. Em cima, há dois dentes que se encavalam um pouco, e os dentes bem dianteiros, os que precedem os caninos, não formam um arco perfeito, são quase retos.

Na arcada inferior, há uns dentes mais para frente e outros mais para trás.

São coisas sutis, mas que fazem a atualidade de uma atriz: ela não tem que ser aquela coisa perfeita da Hollywood clássica (e de alguma contemporânea). Torna-se palpável, humana: interessante, em suma.

2. Jason

No filme de Jason Reitman, que comentei há dias, existe algo que poderá no futuro ser mais bem explorado, já que esse lance de celular, de teclagem, parece fascinar os produtores, parece que torna os filmes “up to date”.

É que essa ausência de contato direto, entre humanos, ou a existência de contatos codificados a partir da experiência da internet e dos celulares, provoca um desconhecimento amplo, uma impossibilidade violenta de experiência que venha de pessoas e não das máquinas interpostas.

Os adolescentes

Por inacio
15/12/14 07:59

 

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O problema, depois de certa idade, é que não dá pra ficar perdendo tempo. Começa a se impor um sentido de urgência em nossos atos.

Assim, que me desculpem os adolescentes do mundo, mas acho “Boa Sorte” uma perda de tempo. Pouco importam os conflitos que estão ali e em mais dois mil filmes: estamos à moda brasileira, fazendo filmes que parecem saídos diretamente de um manual de cinema.

A Carolina Jabor é filha do Jabor Arnaldo, que nunca foi um cineasta quadrado. Então, que regressão é essa, de uma geração antiga a uma nova? Nossa maneira de ver o cinema, nossa, que eu digo, de boa parte dos cineastas, parece que regrediu.

“O velho é o novo”, diz mais ou menos a Marlene Dietrich na sua luminosa aparição de “A Marca da Maldade”. Será um pouco isso?

A mim cansa. Você tem bons atores, mas lhes faz dizer coisas que soam falsas. Você faz de repente um belo corte (na sequência de abertura, interrompendo a Cassia Kis), mas depois o andamento é quadrado…

A coisa não vai tão melhor assim com Jason Reitman, que faz uma espécie de mostruário de monstruosidades em seu Homens, Mulheres e Filhos.

Há a garota que quer virar celebridade, a anoréxica, o rapaz que não consegue se relacionar com garotas vivas, o casal infeliz, a mãe controladora meio psicopata, a mulher que procura encontros fortuitos e o marido que vai atrás de pornô e prostitutas.

E depois vem o teclado, o facebook, o game: ou seja, uma corrida à atualidade, assim como “Boa Sorte”, mas, nesse sentido, mais oportunista, pior.

Então, no frigir dos ovos, fico com o Nós Somos as Melhores, com três garotas que destoam da média, que buscam seu caminho de maneira bem pessoal, mas são, no fim das contas, normais.

O filme às vezes é meio barulhento, mas isso passa. Porque o normal, a pessoa comum, é mais interessante do que o “caso” (clínico ou social).

Mais um livro

Por inacio
11/12/14 14:05

 

 

 

 

e0422480-f328-411a-ae2a-e57cfee6d0b3Todo_filme_sobre_cinema_W127Mais um livro que me chama a atenção, neste ano de amargar em matéria de filmes.

“Todo filme é sobre cinema”, lançamento da Unisinos, reúne ensaios de Nei Duclós sobre isso mesmo que está no título.

Ou, me corrijo um pouco: demorei a abrir o livro, entre outros motivos, porque não me senti atraído pelo titulo. Pode-se acrescentar a ele um subtítulo: E Daí?

O fato é que esse “e daí” é o que está lá. Não na forma de ensaio metalinguístico, mas de ensaios bem agradáveis sobre muitos filmes.

Não me parece, posso estar enganado, uma obra com pretensão teórica, acho que não é esse o ponto.

A sensibilidade de muitas observações é que me chamou a atenção.

Não concordo com tudo, claro, e às vezes discordo mesmo, mas isso é o de menos: a conversa sobre cinema foi feita para isso mesmo, para se conversar.

 

Fedora, genial e injustiçado

Por inacio
05/12/14 11:15

 

 

fedora

Uma das coisas que fazem do cinema uma arte tão particular, e tão fascinante, é que nela o artifício existe para produzir real, em vez de maquiá-lo, ou de produzir efeitos.

Esse é um dos assuntos de que trata Billy Wilder em “Fedora”, seu penúltimo filme. Não dá para explicar muito bem sem passar pela história da grande atriz, Fedora, que vive recolhida numa remota ilha grega.

É preciso ver o filme para não estragar tudo. E depois rever.

Existem vários outros temas embutidos em “Fedora”. Em primeiro lugar, o desejo humano de eternidade (daí ela ter ao seu lado, sempre, um cirurgião plástico), em segundo lugar, ligado a isso, a angústia da perda da beleza por uma atriz belíssima (mas isso vale para todas as mulheres e, no fim, para todo o gênero humano) com o passar do tempo.

Um subplot envolve as transformações do próprio cinema, no que é um toque pessoal muito claro: Wilder tinha dificuldade de produzir numa “nova Hollywood” que buscava novos valores.

Talvez por isso o filme tenha sido maldosamente aproximado de “Crepúsculo dos Deuses”, do qual é o oposto. Ali, um ainda jovem Wilder tratava de uma velha atriz fascinada por si mesma e um tanto decrépita, vivendo num mundo passado. Existe um evidente sarcasmo em relação ao passado: o cinema era o presente, o presente eterno. Voltar-se ao passado, uma bobagem.

A atitude de Fedora é bem outra. Trata-se de uma atriz retirada, que vive cercada por um estranho séquito, do qual é apresentada como refém. Por que não consegue livrar-se deles? Esse é, digamos, o apoio do filme em termos de mistério.

Em termos de desajuste no tempo existe algo significativo: a atração violenta de Fedora por um Michael York ao mesmo tempo real e idealizado.

Uma cena antológica é, justamente, aquela em que, filmando, os dois demonstram sua paixão, num momento em que um continuísta, à la Bressane, bate uma claquete.

Mas o ponto de Wilder, me parece, se mostra mais evidente quando filma um baile, e vemos ao mesmo tempo a filmagem e as luzes e câmeras em movimento: é quando temos o cinema (os atores em ação desempenhando um papel) e o real (o casal que realmente se descobre apaixonado) se encontrando.O Uma obra-prima que, como acontece com frequência com Wilder, passou quase em branco.

O mundo que se faz de ilusão, de espetáculo, sabemos, é um dos pontos centrais da obra do cineasta. Aqui ele atinge seu ápice, pois a verdade do espetáculo e sua mentira se encontram magnificamente na sequência final.

E o fato de Michael York, o Michael York real, depositar um rosa sobre o cadáver branco da mulher morta (que se matou jogando-se sob um trem, como Anna Karenina) de certa forma é o resumo discreto e genial dessa ideia.

Filme a não perder (em DVD).

Fedora – 2

Faltou dizer algo sobre Fedora. É um filme em que a ilusão é central.

Como boa atriz, Fedora constrói uma ilusão. E essa ilusão é Fedora.

Ou ainda: essa ilusão é real.

(Mais não posso dizer, para não atrapalhar a curtição de quem ainda não viu o filme).

 

Três livros

Por inacio
01/12/14 21:11

 

E de repente o pessoal de cinema começou a lançar livros loucamente.

Cada um terá seu público e seu interesse, não há dúvida.

 

contrastes_simultaneos_gdContrastes Simultâneos – Walter Carvalho  

São fotos de Walter Carvalho, um dos grandes da fotografia brasileira.

O convite chegou meio em cima da hora, mas aí vai. Lançamento na terça, 2/12 na Livraria Cultura da Paulista, às 19h30.

 

 

 

quase-um-seculo-papo-de-cinema-208x300Quase um Século – Rodolfo Nanni

As memórias de Nanni, o cineasta de “O Saci”. Mas, sobretudo, um homem tão fino quanto inteligente.     Nanni vai falar não só de cinema, mas dos vários aspectos da arte brasileira que experimentou em seus     90 anos de vida. Durante os quais, entre outras, frequentou as aulas de Lévi-Strauss na USP e o IDHEC,   na França.

Lançamento no dia 8/12 (segunda) no MIS (Av. Europa, 158), às 18h30.

 

Dossiê Boca: Personagens e Histórias do Cinema Paulista – Matheus Trunkdossiêbocacapaoficial

Matheus Trunk é um dos fundadores da Revista Zingu, que tem um fato especial para encontrar e recuperar as pessoas que trabalharam no cinema paulista no tempo em que era sediado na Rua do Triunfo.

Ninguém mais indicado, que eu conheça, para escrever esse dossiê.

Lançamento no dia 13/12, sábado, 17h no Espaço Parlapatões – Praça Roosevelt, 158

Me parecem três livros no mínimo quase obrigatórios, apesar – ou justamente por causa – de sua bela diversidade, que exprime uma bela e por vezes ignorada diversidade do cinema brasileiro.

Ventos estetizantes

Por inacio
30/11/14 10:03

 

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Não sei, não me entendo com o cinema de Gabriel Mascaro, que fascina tanta gente.

Primeiro vi aquele filme das pessoas que moram nas coberturas de Recife e achei tremendamente autoritário. Era uma espécie de pegadinha para mostrar aquelas pessoas da maneira mais incômoda possível, já para não dizer ridículas.

Talvez sejam, até. Mas, de um ponto de vista estritamente ético, terá alguém direito a expô-las dessa maneira?

No filme seguinte, o “Doméstica”, ele entregava a câmera a garotos da família para filmarem suas domésticas e, de certo modo, para que se expusesse o tipo de relação existente entre patrões e empregadas no Brasil, ou em Pernambuco.

Parece bastante democrático, mas vejo aí dois problemas insolúveis. O primeiro deles é o diretor eximir-se, como se não fosse dele o olhar, e sim de quem faz a filmagem. O segundo problema é que o filme passa por uma montagem. E quem monta? O olhar é a montagem. A montagem não sendo dos que filmam, é de um outro que se impõe a ele.

Tomei esses dois filmes como momentos de amadurecimento de um diretor ainda incompleto, que buscava exprimir seus sentimentos sobre os abismos de classe brasileiros, mas de maneira um tanto desencontrada.

“Ventos de Agosto”, que chegou cheio de prêmios e prestígio é uma ficção e me decepcionou bastante. Me pareceu uma mistura de estética Massaini com “Brasil verdadeiro” que marca alguns filmes cá de Rio/SP, mas que não tinha visto no Nordeste.

Um milhão de vezes mais interessante é O Exercício do Caos, do Frederico Machado, de quem não vejo se falar tanto.

Enfim…

Jogos de exclusão

Por inacio
27/11/14 13:51

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Está claro que Jogos Vorazes não é um grande filme.

Mas foi um “fenômeno”, como se diz. E agora há sequências ocupando (desgraçadamente) uma quantidade imoral de salas brasileiras.

O que posso entender é o interesse de adolescentes por isso. Trata-se de uma saga que remete a mitos clássicos (o Minotauro), realidades idem (Roma e seus gladiadores), às ditaduras modernas (a tendência ditatorial) etc.

Grupos de jovens são selecionados para combates mortais, são os dotes que os antigos revoltosos têm de oferecer ao governo central depois da derrota.

Não espanta que a garotada fique ligada nisso: há injustiça, opressão e essas coisas de sempre. Mas trata-se, mais que isso, de um jogo de exclusão, como esses da TV, como esses “reality shows”. O melhor personagem, aliás, é o apresentador da TV, o Pedro Bial, deles, que é o Stanley Tucci.

O problema é que em 5minutos o sentido já está lá, resolvido, o que torna ver o filme tremendamente monótono (não me esperem para esses que estão chegando). A realidade que espera a garotada de hoje é meio essa: a de luta mortal por um lugar no mundo.

Segue-se, claro, que o próprio desenrolar do torneio engendra reações negativas nesses distritos outrora revoltosos, distritos proletários, pelo que entendi, e daí a trama está relançada, etc. etc.

É chato, no sentido de coisa com evolução muito banal, muito previsível, com sentido dado desde o início. Mas quem tem 12 anos, não sei como vê as coisas. Ele as pressente, de qualquer maneira.

O princípio do reality show, de todo modo, é o que está lá. A diferença é que matam. Mas o futuro, no caso, está bem aí no nariz: a TV, a exclusão por vários métodos, etc.

Boa sorte, como diz o apresentador não sem algum sarcasmo.

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