Coleção
Capa

MEU CAVALINHO VERMELHO

de Eduardo Langagne

 

Sinopse do livro

Neste delicado e poético texto de Eduardo Langagne, o protagonista é um cavalinho vermelho que passeia por um caminho vermelho, prefere alimentos vermelhos e não resiste ao perfume das flores vermelhas.
Esse cavalinho se sente só, porque não tem companhia, mas nem por isso se sente triste. Quando dorme, sonha com amigos, brinca com cavalinhos de diversas cores.

Um dia o cavalinho vermelho tem uma ideia que pode deixar seu mundo mais colorido e cheio de amigos. Será que essa ideia se torna real?

 

Biografia do autor

Sou escritor, poeta, tradutor, músico e professor. Tenho dois filhos, Nicolás e Pablo, e uma filha, Gabriela, que já teve também a sua filha, minha neta Lucía. Gosto de violão e de livros, gosto de caminhar pela Cidade do México, pelos bairros que ainda conservam os nomes indígenas de antes da chegada dos espanhóis.
Desde 1987 procuro dedicar um pouco do meu tempo à divulgação da literatura de língua portuguesa. Participei ativamente de publicações mexicanas, como as revistas Plural, Poesia y Poética e Alforja. Nesta última, organizei uma edição especial dedicada ao Brasil.
Minha ligação com a música fez com que me tornasse roteirista, selecionador de música e locutor do programa de rádio Brasilirismo. Como professor, fui coordenador de aula de tradução de português do Centro de Estudos de Línguas Estrangeiras da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam). Nessa mesma universidade, fui coordenador da Antologia de poesia portuguesa contemporânea. Traduzi para o espanhol autores consagrados da literatura brasileira para crianças, como Bartolomeu Campos de Queirós, Ana Maria Machado, Ziraldo e Clarice Lispector.

 

Ficha técnica

 

Proposta de trabalho

 

ANTES DA LEITURA

 

1. Inicie o trabalho apresentando o livro e questionando alguns elementos da capa. O passaporte para o universo fantástico é conferido ao leitor já nas palavras que compõem o título do texto: “cavalinho vermelho”. Existem cavalos vermelhos? Por que será que esse cavalo é dessa cor? Onde ele está? O que está fazendo? Destaque, na capa, as flores, as sombras, a feição do animal e a cor vibrante, bem como a atmosfera de sonho. Estará a história situada nesse universo pintado de vermelho?

2. Mencione expressões usuais que relacionam cores a sentimentos ou ações e construa hipóteses com os alunos sobre as características, a personalidade e o comportamento do animal. O vermelho é uma cor bastante intensa, normalmente associada ao amor ou à raiva. Pode-se pensar em alguém vermelho de vergonha ou de raiva ou alguém digno de andar em um tapete vermelho. Que dizer de um cavalo vermelho? Será que ele está apaixonado, raivoso, etc.?

 

DURANTE A LEITURA

 

1. O universo de fantasia é confirmado logo no início da narrativa, quando o narrador afirma que seu cavalinho era vermelho, “como tantos outros”. Existem mesmo muitos cavalos assim (“Tinha uma linda e abundante crina vermelha. E uma cauda felpuda e também vermelha...”)? Analise como a introdução convida o leitor a fazer um pacto: o de que tal cenário e personagens existem e fazem parte de um mundo literariamente real.

2. Quem narra a história? O narrador refere-se ao cavalinho como “meu”. Pergunte ao grupo se só podemos ser “donos” de coisas reais ou se também podemos possuir e chamar de “nossos” os sonhos, as ideias, os sentimentos, etc. Nesse sentido, é possível dizer que o narrador é “dono” de um cavalinho imaginário? Ressalte também que o narrador dialoga com o leitor, como na página 10: “...mas eu quero que você o imagine trotando por um caminho muito claro e de terra bem vermelha.”. Será que esse tom de conversa pode ser interpretado como um convite para que o leitor adentre o universo mágico da narrativa?

3. Retome a discussão feita na etapa anterior, de preparação da leitura, e questione a presença da cor vermelha. Em que aspectos ela permeia a rotina do animal? O cavalinho vermelho se sentia seguro no ambiente conhecido, com o qual se identificava. Embora não rejeitasse outras cores, ele preferia traçar um caminho todo vermelho para si. De que modo tal cenário, bem como sua rotina, conferiam certa proteção ao cavalinho?
Converse com a turma sobre esta questão: em que medida a rotina, as atividades conhecidas e as pessoas com quem convivemos regularmente nos transmitem uma sensação de segurança? Fazer tudo sempre igual, gostar das coisas sempre do mesmo jeito, conviver sempre com as mesmas pessoas é uma forma de se sentir seguro? Instigue e medie a discussão, mostrando aos alunos que a regularidade e o conhecido são muito importantes em nossas vidas e que o diferente, aquilo que foge à rotina (pessoas, atividades, lugares, conceitos, etc.), pode até causar certa apreensão inicial, mas pode também ser fonte de alegria, de conhecimento, de descoberta.

4. Em seus sonhos, o cavalinho vermelho partilha da companhia de outros cavalos. Que particularidade havia entre ele e seus amigos? O fato de serem todos cavalos os aproximava, bem como o fato de cada um deles ter apenas uma cor, distinta de todos os outros. Eles se relacionam e interagem? De que modo? Leve os leitores a perceberem que, apesar de brincarem juntos, cada um dos cavalinhos dedica-se a uma atividade específica, que tem a ver com suas próprias preferências e com suas cores.

5. De que maneira os cavalos conseguem sair do sonho? Releia com os alunos o trecho das páginas 25 a 29, pedindo que comentem a estratégia encontrada. Ao tornar o sonho realidade, o que cada cavalo leva consigo? O que significa não abandonar a cor que caracteriza cada um? Ressalte a felicidade de ser vermelho, andar pelo caminho vermelho, cheirar e colher flores vermelhas e comer frutos vermelhos, assim os outros cavalos, cada um com sua rotina e suas preferências.

6. Por que o cavalinho vermelho era solitário? Nas primeiras ilustrações do livro, ele aparece sozinho. Segundo o texto, não tinha com quem brincar. Sugira uma discussão sobre os sentimentos do cavalinho. Como se sentiria uma criança que vivesse sob as mesmas condições – sem irmãos, primos ou amigos? Haveria maneiras de se divertir sozinha? Incentive os leitores a analisarem a afirmação frequente no livro de que o cavalinho se sentia só, mas não era triste. Por que, então, ele decide interferir na ordem diária, com a qual se satisfazia, para tornar real a amizade que só vivenciava em sonho? Converse com a turma sobre os sentimentos de solidão e de tristeza, criando um espaço de reflexão sobre a diferença entre sentir-se triste e sentir-se solitário. Por que o narrador afirma, várias vezes, que ambos os sentimentos são verdadeiramente distintos?

7. As ilustrações também conjugam elementos poéticos e fantásticos. Chame a atenção para o efeito visual do conjunto e a harmonia entre os textos verbal e não-verbal, além do modo como as imagens remetem a um universo de fantasia e de imaginação. Destaque também o trabalho do ilustrador ao combinar pintura, desenho, tecido, plástico-bolha, recortes e outros recursos ou materiais.

 

DEPOIS DA LEITURA

 

1. Proponha aos alunos a leitura do livro Percival, a pequena lagarta sem cor, de Helena Brawley. A história de Percival assemelha-se à do cavalinho vermelho em vários aspectos, a começar pelo fato de ambos pertencerem ao reino animal e de conviverem com apenas uma cor ou sem nenhuma. Diante dessa monotonia, eles sonham e deparam-se com as mais diversas cores. O sonho acaba interferindo na realidade que os cerca. Sugira aos alunos a comparação dos temas e dos sentimentos dos bichos. Como a aquarela de cores que se apresenta no sonho transforma a visão de mundo de cada um deles? Que relação há entre as cores e a realização dos animais?

 

Colaboração: Ana Cristina de Aguiar Bernardes e Elis Carrijo Guimarães

 

[ IMPRIMIR ]
[ SINOPSE ] [ BIOGRAFIA ] [ FICHA TÉCNICA ] [ PROPOSTA DE TRABALHO ]
[ HOME ]
Popostas de trabalho

Projeto Zepelim

Para descobrir o prazer da leitura