O
VLS-1 V04 deveria ter sido lançado em
2013, sendo o primeiro depois do
acidente de 2003, em
Alcântara. Ele levaria apenas 2 dos
4
estágios normais, mas com 25 modificações
recomendadas pela consultoria
russa da
State
Rocket Center "Makeyev" Design Bureau (SRC).
Já os V05 e V06
deveriam receber os 4 estágios, mas
somente o V06 deverá levar algum satélite por volta de
2015, na melhor das hipóteses dos intermináveis
contingenciamentos vindos da Era Lula e continuados na Era Dilma.
Somente aí estaria
havendo o 1º lançamento do novo
PCS, o
ALFA.
PROGRAMA CRUZEIRO DO SUL
(PCS)
Em
24 de outubro de 2005, o governo brasileiro
apresentou seu
ambicioso PROGRAMA
CRUZEIRO DO SUL, que seria conduzido pelo
DTA e AEB em parceria com os russos e contaria com o
desenvolvimento de 5 novos foguetes lançadores de
satélites até 2022, a um custo estimado de US$ 700
milhões na época.
Este Programa
poderia representar
a independência do Brasil em termos de tecnologia de
lançadores e a possibilidade de colocar nossas indústrias
em condições de concorrer no mercado internacional de
lançadores, gerando tecnologia, receita de
exportação e empregos de alto nível.
A parceria com os russos começara
pela revisão técnica do projeto VLS-1 e serviços
de consultoria na área de engenharia. Detalhes do
intercâmbio científico entre os dois países foram
acertados durante a visita do então vice-primeiro ministro da
Rússia, Bóris Alioshin, ao Brasil, em 2004.
Encontros
mantidos entre cientistas da AEB, da agência
russa RFSA
-
Russian Federal Space Agency (ex-Rosaviakosmos), e do INPE,
além de representantes do Comando da Aeronáutica
e
empresários do setor, serviram
para discutir os trabalhos conjuntos, sob a supervisão de
técnicos da agência espacial russa.
O
nome CRUZEIRO DO SUL
é uma referência à constelação de 5
estrelas. Cada
uma delas daria o nome
a cada novo foguete lançador de satélites:
ALFA;
BETA;
GAMA;
DELTA; e
EPSILON.
Enquanto o
ALFA chegaria a até 750 km
da Terra, o DELTA e o GAMA atingiriam 1.000 km. Enquanto o
primeiro satélite levado pelo ALFA, o Equars, pesaria 135
quilos, deveria seguir no DELTA o CBERS-4, chegando a 2 ton.
O lançador
ALFA seria uma
evolução direta do VLS-1. Originalmente, o foguete
seria composto por quatro estágios, todos movidos a
combustível sólido. O ALFA trocaria
os últimos dois estágios sólidos do VLS-1 por um
de
combustível líquido.
Já o EPSILON,
objetivo final do programa,
seria idêntico ao lançador ÓRION, proposto pelo
consórcio internacional OrionSpace
para a realização de vôos a partir do CTA. Os 3
demais
lançadores também seriam de
configuração
russa da OrionSpace.
(Clique na
arte
para ampliação e detalhes)
Ilustração
da
Família de Veículos Lançadores
do Programa Cruzeiro do Sul (PCS).
(Arte DCTA)
A combustão
líquida desses prováveis novos
foguetes brasileiros, assim como a do ÓRION, seria baseada em
querosene e oxigênio líquidos, opção adotada
pelos tradicionais e confiáveis lançadores russos SOYUZ.
Com o (já
improvável) sucesso do PROGRAMA
CRUZEIRO DO
SUL, o
Brasil estaria capacitado a
fazer praticamente qualquer tipo de lançamento, como os de
satélites geoestacionários do SGDC,
Satélite Geoestacionário de
Defesa e
Comunicações Estratégicas (ex-SGB).
Com o PCS, o Brasil teria condições
favoráveis de competição no mercado mundial de
lançamento de satélites civis e militares, estimado em
mais de US$ 30 bilhões em um período de 10 anos.
Porém, a visão dos políticos brasileiros é
sempre curta demais, alcançando somente as urnas de 4 em 4 anos.
A
ORIONSPACE E O PCS
Antes mesmo da
decisão pelo cancelamento do primeiro Projeto FX da FAB, um
consórcio de empresas russas abriu em 2003 uma companhia no
Brasil para oferecer serviços de lançamento de
satélites a partir do Centro de Lançamento de
Alcântara, no Maranhão.
Faziam parte desse
consórcio a OrionSpace Ventures (OSV), as empresas State Rocket
Center "Makeyev" Design Bureau (SRC), a Design
Bureau
of Transport Machinery (KBTM
/ sócia da Sea Launch), e empresas brasileiras. A SRC
vinha
participando da retomada do VLS-1.
A OSV teria a
responsabilidade estratégica geral de gerenciar o
desenvolvimento das atividades mundiais do projeto e adquiriu os
direitos exclusivos dos sistemas de lançamento Orion projetado,
fabricado e operado pelos russos.
O Projeto de
Sistemas de Lançamento Espacial ÓRION, iniciado em 2003,
seria
gerenciado por uma empresa brasileira - a ORIONSPACE
INTERNACIONAL S.A. (OSI), que teria sido aberta em Fortaleza,
Ceará, em
razão dos benefícios fiscais oferecidos.
Também teria sido criado um escritório central em
Brasília. A
OSI estabeleceria
empresas
subsidiárias em outros países para prestar
assistência no pleno desenvolvimento do projeto.
Pela proposta do
grupo, seria desenvolvido um
veículo lançador de grande porte, chamado ÓRION,
que seria o mesmo EPSILON do PROGRAMA
CRUZEIRO DO
SUL,
com base em tecnologia das empresas russas para os lançamentos
comerciais a partir do CLA, em Alcântara, Maranhão.
(Clique na
arte para ampliação)
Ilustração do foguete lançador ÓRION, com as bandeiras
brasileira e russa.
(Arte OrionSpace)
Além do
ÓRION, seria desenvolvida toda uma família de
lançadores de satélites de diversos portes, que
combinaria as tecnologias envolvidas no projeto russo com as já
criadas pelo Brasil para o seu pequeno VLS-1. Assim, já ficava
claro que o ÓRION prtendia vir a servir como um destino
evolutivo para
o programa do VLS brasileiro.
Vários passos
tecnológicos que poderiam ser introduzidos no VLS -
propulsão líquida, aperfeiçoamento dos propulsores
sólidos - poderiam depois ser usados em várias
configurações do
veículo ÓRION para oferecer novas capacidade para
lançamentos brasileiros e comerciais.
As
mesmas empresas russas envolvidas no ÓRION prestariam
assistência na preparação do lançamento do
VLS-1 V04, agora ALFA,
prometido para até o fim de 2006 pelo então presidente
Lula. Um VLS-2,
agora BETA, com
propulsão líquida poderia ter sido lançado em
2008. Poderia.
A
ÓRION poderia levar satélites pesando
até 6 toneladas em Órbita de Transferência
Geoestacionária (Geostacionary Transfer Orbit - GTO) e
poderia levar satélites pesando mais de 14 toneladas em
Órbita Terrestre Baixa (Low Earth Orbit – LEO).
Esta condição do veículo de lançamento
ÓRION teria aumentado consideravelmente o seu mercado alvo em
relação
à maioria dos sistemas concorrentes.
FONTES
& LINKS
Agência
Espacial Brasileira (AEB)
Instituto de
Aeronáutica e Espaço (IAE/CTA)
Departamento de
Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA)
NASA
ATECH
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