FMI corta previsão de PIB global e alerta para deflação

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009 14:24 BRST
 

WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou nesta quarta-feira a previsão de crescimento da economia mundial, alertando que os riscos de deflação estão aumentando e os ativos tóxicos precisam ser removidos do sistema bancário.

A estimativa para expansão global neste ano foi reduzida para 0,5 por cento --a mais fraca desde a Segunda Guerra Mundial-- frente à previsão de 2,2 por cento anunciada em novembro.

"A despeito das fortes ações políticas, a pressão sobre os mercados financeiros continua aguda, puxando a economia real para baixo", destacou o FMI na previsão atualizada.

"Uma recuperação econômica sustentável não será possível até que o setor financeiro tenha suas funcionalidades restauradas e o mercado de crédito seja desobstruído."

A perspectiva é ainda pior para economias avançadas como os Estados Unidos e a zona do euro, com previsão de retração de 1,6 e 2 por cento, respectivamente.

O FMI disse que as economias emergentes devem ser a única fonte de crescimento, com expansão de 3,3 por cento este ano e de 5,0 por cento no próximo. Esse prognóstico, no entanto, é mais baixo que o anunciado há três meses.

O Fundo espera que a economia mundial se recupere gradualmente em 2010, com crescimento em torno de 3 por cento, e acrescentou que as perspectivas ainda estão incertas, o quefaz com que o ritmo da recuperação dependa das medidas adotadas pelos governos.

"Para esse propósito, novas iniciativas políticas são necessárias para gerar um reconhecimento crível das perdas com crédito, classificar as empresas financeiras de acordo com sua viabilidade a médio prazo e prover suporte público para instituições viáveis com injeção de capital e retirada de ativos ruins", acrescentou.

O FMI disse que os riscos de deflação foram ampliados por causa da queda de várias economias importantes e da crise financeira mundial, mas afirmou que o cenário mais provável é que o mundo escape de uma queda contínua dos preços.

Para o Brasil, a estimativa é de crescimento de 1,8 por cento este ano e de 3,5 por cento em 2010.

(Por Lesley Wroughton)