Humberto Nicoline/Hoje em Dia
Lima e Bruno Atlético
Lima e Bruno contestam decisão do árbitro

A final do Campeonato Mineiro de 1998 teve uma característica especial na história recente do clássico no Mineirão. O Cruzeiro conquistou o título sobre o Atlético e se tornou o último tricampeão estadual. Como não poderia deixar de ser, a decisão daquele ano também criou seu herói. O atacante Fábio Júnior, autor dos três gols na vitória azul por 3 a 2, no primeiro jogo, que acabou definindo a conquista.

A disputa do título de 1998 aconteceu oito anos depois da última final direta do Mineiro entre os rivais. Em 1990, Careca garantiu a vitória estrelada por 1 a 0. No entanto, ao contrário daquele ano, em 1998 era o Cruzeiro quem brigava pelo tri.

Foi a primeira vez que o título foi decidido no sistema de play-off. Com isso, o campeão seria o time que somasse os primeiro quatro pontos. Como o Atlético teve a melhor campanha nas fases anteriores, chegou à finalíssima com a vantagem de três empates.

Curiosamente, as duas equipes perderam seus goleiros titulares para aquela decisão. Taffarel, pelo lado atleticano e Dida, pelo cruzeirense, foram convocados para a Copa do Mundo na França. Assim, o reserva Hiran, assumiu a meta alvinegra, enquanto o experiente Paulo César, envergou a camisa um estrelada.

ARTILHEIRO INSPIRADO

O primeiro confronto, em 7 de junho, consagrou o atacante Fábio Júnior, ainda com 20 anos. Em 30 minutos de jogo, ele aproveitou as falhas de Dedê, Lima e Bruno para marcar seus gols e abrir a vantagem de 3 a 0.

Com o placar dilatado, Levir Culpi resolveu, de forma perigosa, administrar o resultado e permitiu a reação atleticana que, à base da vontade, diminuiu o marcador para 3 a 2, com gols de Edgar e Lincoln.

O Cruzeiro ainda poderia ter ampliado, caso Marcelo Ramos, não desperdiçasse duas chances claras nos minutos finais.

“PORCARIA”

Com a vitória no primeiro jogo, o Cruzeiro precisava apenas de um empate para ser campeão. Ao Galo, somente a vitória interessava para provocar o terceiro embate.
O duelo ocorreu no feriado de Corpus Christi. O Cruzeiro administrou a vantagem e ficou com o título após empate sem gols.

Na contramão das comemorações, o então presidente estrelado, Zezé Perrella, não perdeu a oportunidade para criticar o Estadual. “Uma porcaria, só deu prejuízo do início ao fim”, protestou.