Na Prática a Teoria é Outra Rotating Header Image

April, 2009:

Stand by Me


Playing For Change | Song Around The World “Stand By Me” from Concord Music Group on Vimeo.

(Dica do legendário Japajato)

Irã

Post bacana do Pedro Dória sobre a história do Irã no século XX. Passa meio batido pela derrubada do Mossadegh, mas a linha central do argumento é bem interessante, em especial o dado sobre o número de mesquitas em diferentes momentos históricos. Recomendado fica.

Pandorama

A grande novidade da blogosfera brasileira essa semana é o surgimento do Pandorama, um coletivo de blogues famosões, como o Pedro Dória e o Idelber (além do grande Vilas-Bôas Corrêa). Ainda não vou dar minha opinião sobre o site em si porque na espetacular Internet aqui do trabalho ele sai todo torto, mas deve ser legal também. Tem um negócio de comunidade que eu ainda não entendi direito.

A Doença de Dilma

Aparentemente, minha candidata a Presidenta está enfrentando um problema de saúde grave; manifesto aqui minha torcida pela recuperação de uma pessoa admirável.

Quanto às implicações políticas: o Hermenauta acha que a coisa é preocupante, e Pedro Dória aposta que Dilma sai da corrida (e explica porque aqui, e é contestado e responde aqui). Vou esperar mais informações médicas para dar minha opinião.

Pessoalmente, estava bastante entusiasmado com a candidatura Dilma, cuja candidatura é (era?) uma senhora obra de joalheria política do velho Lula. Será um baque violento se ela não for a candidata.

Emmanuel Sanz

Da universidade de Berkeley, Califórnia, é o ganhador da Medalha Bates, para melhor economista com menos de 40 anos, um prêmio com alta correlação com nobéis futuros. A especialidade do cara é desigualdade, o que me fez querer ler. Quando tiver lido, comento.

Agora, eu gostei disso:

“Mr. Saez, an easygoing Frenchman who loves surfing, has resisted overtures from the powerhouse economics departments at MIT and Harvard University.”

My kind of guy.

Eu tenho um ídolo

Hoje eu durmo feliz.

Gabeira manda mal, Luciana Genro manda bem

Pois é, vocês já viram o que o Gabeira andou aprontando. Pegou duas passagens aéreas que deveriam servir pra trabalhar e mandou a família passear. Que beleza. Comentários do sempre alerta Pedro Dória aqui.

Se eu disser que me choca horrendamente, é mentira. Pra começar, todo mundo sabe que essas verbas para viagem, paletó, moradia, alimentação e orgia sadomasoquista que os deputados ganham são salário disfarçado. Jamais me ocorreu que eles não usassem as verbas como eu uso meu salário, isto é, para fazer o que quiserem. Claro, é errado, mesmo assim.

Agora, me choca um cara que sabe que tem capital político acumulado por sua honestidade dar uma vacilada dessas. Indica falta de julgamento razoável, além de uma certa acomodação mental ao status quo.

Planejo tomar a mesma posição que tomei quando eclodiu o caso do Mensalão. Isto é, não fazer muita coisa. Pois: 

1) Mais ainda agora do que na época, não vou deixar de votar em um cara por falta de ética para votar em candidatos que, com extrema dose de alucinada generosidade hiperbólica, eu descreveria como pelo menos tão picaretas quanto minha opção atual.  E não vou deixar de votar, porque não tenho a mãe na zona. Se houvesse um Gabeira do B (bom, até tem um PTdoB, mas, enfim) com as mesmas posições, mas sem ter feito esta merda, eu votava nele. Mas não tem. Não vou, em protesto, votar no Picciani.

2) O PT perdeu pontos comigo na crise de 2005, o Gabeira perde pontos comigo agora, mas moralidade não é o único critério que informa meu voto. Novamente: se eu acreditasse que a redistribuição de renda, em 2005, ou o meio-ambiente e os direitos das minorias, agora, passariam a ser defendidos pelo outro lado, eu mudaria meu voto. Não seriam, por isso não mudo (pode ser que mude por outro motivo, claro).

3) Tal como em 2005, o escândalo é proporcional às expectativas que tínhamos com relação ao PT e ao Gabeira. O Rodrigo Maia também usou as passagens irregularmente, mas alguém se surpreende com isso? O sujeito tem todo o direito de votar no PFL, mas se disser que vota pela defesa da ética, pô, rapaz, eu tenho um carro usado pra te vender, muito bom, era de uma velhinha que quase nunca usava, e é customizado para parecer velho. Além do que, se o RM disser que não entendeu qual era a regra, eu acredito.

4) Essas expectativas que tínhamos, as formamos com base em outros episódios, em que os referidos personagens se comportaram bem. Não vou jogar fora essas histórias no meu cálculo futuro, só vou incorporar essa nova informação na coluna de débitos deles.

Enfim, uma merda. Mas é isso aí, criança, lá fora é um mundo de dor.

PS: ridícula a tentativa de colocar Luciana Genro, com quem não concordo em praticamente nada, no mesmo balaio do NãoPagão Aéreo. Não há dúvida de que os eleitores de Luciana Genro esperam que ela faça coisas como ceder sua passagem para Protógenes se manifestar. Se o Gabeira tivesse usado as dele para seringueiros perseguidos fugirem do Acre, ou para algum militante gay que tivesse passado a mão na bunda do Bolsonaro fugir (talvez com o Bolsonaro junto), eu estaria exultante.

Capas

Lembram da discussão sobre a origem do nome do morro da favela, quando o Vinhal falou que um colega dele – o designer Felipe Gomes, de Vitória-ES – tinha feito capas para Os Sertões usando a folha do faveleiro? Pois bem, o Vinhal me mandou a arte das capa, que é realmente bem bacana. Ei-la:

Achei essa bem bacana, mas concordo com o Vinhal que a próxima capa, também do Felipe Gomes, é mais legal ainda:

E, pra não dizer que não falamos de Guimarães Rosa: 

Parabéns ao designer, e agradeço ao Vinhal por ter me ajudado com minha incompetência informática na hora de abrir os arquivos (nunca tinha ouvido falar de arquivos .rar, foi mal aí).

Novo Plano Econômico!

 
Treasury Department Issues Emergency Recall Of All US Dollars

Ainda bem que a gente não dolarizou a economia!

(hat tip: Japajato, quem mais?)

Nye Wars

Faz uns dias, o Joseph Nye Jr., famoso fodão da teoria das relações internacionais (e autor da melhor introdução à disciplina que eu já vi), escreveu um artigo dizendo que a turma de IR tem que deixar de ficar fazendo modelinho frufru e partir para influenciar a política externa americana. O Daniel Drezner passou a publicar respostas ao Nye de outros caras igualmente famosos (vejam também esse e esse) e, nerd que é, chamou a série de “Nye Wars” (com capítulos como “Academia Strikes Back”. Debate de alto nível, muito bom, mas não é isso que me interessa aqui.

O que me interessa é que um gênio fez esse vídeo aqui sobre a série:

 

Porque, ó Senhor, porque eu não sei fazer vídeo, não sei fazer fotomontagem, nem sei tocar o hino do Mengão no solo de sovaco?