Ampersand: Proposta de um novo paradigma para as Interfaces Homem-Máquina
Ampersand
Proposta de um novo paradigma para as Interfaces Homem-Máquina
Autor:
Stanislaw Pusep, designer & developer.
Sobre:
Pré-protótipo da proposta resultante do Projeto de Conclusão de Curso de Desenho Industrial – Projeto do Produto, da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp - Campus Bauru, realizado sob a orientação do Prof. Dr. Luis Carlos Paschoarelli.
Página do projeto, com o (b)log do desenvolvimento, monografia, código-fonte, etc.: http://sysd.org/category/design/chi/tcc/
Preview:
Inicialização:
Esta demonstração foi implementada utilizando os recursos multitouch do Adobe AIR 2, que, no período do desenvolvimento, encontrava-se em estágio beta.Portanto, caso o seu sistema não tenha os runtimes compatíveis, prossiga da seguinte maneira:
- Baixe a versão mais recente do Adobe AIR 2 SDK da página oficial do Adobe Labs: http://labs.adobe.com/downloads/air2.html;
- Extraia o conteúdo para a pasta
"SDK"
dentro da pasta do projeto (o importante é que"SDK\bin"
contenha o arquivo"adl.exe"
e"SDK\runtimes\air\win"
conhenha a pasta"Adobe AIR"
); - Execute o arquivo
Ampersand.cmd
.
Funcionamento:
Esta versão opera tanto através do mouse quanto multitouch presente em Windows Vista e Windows 7. Se o seu hardware não suporta multitouch nativamente, pode experimentar o Multi-Touch Vista com múltiplos mouses ou através de uma interface TUIO/OSC (tal como o OSCemote).
- A demonstração roda em tela cheia; para sair, é só dar
Alt-F4
; - No desktop inicial, somente links para "apresentação" e "email" foram implementados;
- A navegação é feita por um toque simples ou clique nos widgets hexagonais;
- Para a visão geral, ou "minimização" dos widgets, utilize o clique com o botão direito ou o gesto de fechar a pinça (zoom out);
- Para trocar a tipografia de 16 segmentos para a de 6 segmentos, utilize o clique com o botão do meio ou o gesto press and tap;
- Para testar a digitação, vá para "email", aponte um campo de entrada de texto e utilize o seletor de caracteres;
- Para rotacionar o seletor de caracteres, utilize a rodinha do mouse ou o gesto de rotação.
Copyright:
- Ampersand - GNU LESSER GENERAL PUBLIC LICENSE
- PICOL (PIctorial COmmunication Language): Creative Commons-License BY-SA
- Transponder AOE font by Astigmatic One Eye
- Wikipédia: Creative Commons-License BY-SA
Attached Files:
- Ampersand.zip
O aplicativo da demonstração mais o código-fonte compilável em Adobe Flash CS4.
Interfaces Homem-Máquina: a era “multi”?
Se a Apple foi ou não visionária com o seu iPhone, não cabe discutir aqui. Mas o fato é que praticamente todos os produtos da Apple estabelecem fortíssimas tendências no mercado, e, no caso dos celulares, todo o smartphone atual que se preza tem uma tela multitouch. O que é um grande mérito, se comparado com a tela operada por stylus das gerações anteriores.
Adaptar multitouch às telas grandes é bastante óbvio; mas a grande maioria das aplicações que se encontram por aí se resumem à usar dois dedinhos para girar e ampliar fotos numa mesa. Ou, pior: o retrocesso a apontar objetos da GUI diretamente na tela, algo que já provou ser ineficiente há 50 anos. Seria então multitouch limitado às telinhas de celulares ou aplicativos extremamente específicos, como o Virtual Autopsy ou o Reactable?
Parece super divertido, mas seria complicado usar algo assim no dia-a-dia, pela mesma razão de sempre: nós, descendentes de primatas dotados de polegares opositores, temos uma grande habilidade motora nos dedos, que não se estende tão bem para as mãos, os braços, os antebraços e afins. Ou seja: toda interface homem-máquina que envolva muito mais do que um leve movimento de punhos está fadada ao esquecimento a longo prazo. Daí se conclui naturalmente que a telinha do iPhone, iPod Touch ou seus "wannabes" é perfeita para multitouch, enquanto o Microsoft Surface dificilmente sairá do show business.
Por outro lado, a linha de notebooks da Apple está dotada de trackpads com multitouch habilitado já faz um bom tempo. Parece bastante óbvio estender o mesmo princípio para o mouse comum, o que Apple fez recentemente ao lançar o seu Magic Mouse. Para constar: a ideia é tão previsível que, dias antes do lançamento, a Microsoft demonstrou protótipos de mouses envolvendo o conceito multitouch empregando cinco tecnologias distintas (um dos protótipos usa capacitância, assim como o Magic Mouse).
Portanto, a tecnologia está aí, pronta para ser empregada. O que falta agora é um investimento maciço na pesquisa da usabilidade, tal qual a Xerox fez há mais de 30 anos, para finalmente se desvincular de todos os aspectos do velho e não-tão-bom papel. Como exemplo, eis a excelente proposta 10/GUI do R. Clayton Miller:
A ideia do Miller que mais me cativou foi a constatação de que a entrada de dados via mouse tem o seu bandwidth limitado demais. Se tempos 10 dedos, podemos ter 10 cursores. E é aí que entramos no segundo modismo "multi": multitarefa. Nós, descendentes de primatas dotados de polegares opositores, somos péssimos em executar várias tarefas simultaneamente. Sem exceção, como constatou uma pesquisa da Universidade de Stanford. Pior: concluiu-se que as pessoas que se consideram boas em focar em várias coisas ao mesmo tempo são ainda piores que aquelas que admitem a dificuldade (fonte). Outro exemplo: apesar dos nossos teclados terem mais de 100 teclas, apertamos uma de cada vez. Teclados de "acordes" jamais deram certo. E, continuando na linha dos teclados: a minha experiência pessoal sugere que o repertório de "combinações de atalho" da grande maioria das pessoas se resume a Ctrl-C, Ctrl-V e Ctrl-Alt-Del, sendo que muitos preferem Copiar & Colar via botão direito do mouse. O que corrobora indiretamente com a minha hipótese é a grande quantidade de listas de "Top 10 atalhos mais úteis do software X" que pipocam na Internet, sugerindo que os tais atalhos não são nada óbvios e nem naturais.
Concluo então que o multitouch com o multitasking só são bons se, e somente se, apreciados com bastante moderação. Voltando agora ao iPhone: maioria das interações com a tela do mesmo só exige a pinça formada pelos dedos indicador e o polegar. E interagir com vários aplicativos ao mesmo tempo? Nem pensar. Felizmente, a revolta contra janelas pipocando na tela toda já é algo mais óbvio de se enxergar, devido à grande popularidade que as interfaces baseadas em abas (tabs) ganharam recentemente. Mas a evidente pouca utilidade do conceito de "desmaximizar" as janelas vem sendo explorada há um bom tempo, precisamente, desde que GUI veio a competir com terminal de texto. Esclarecendo: os chamados "terminais virtuais" permitiam que um dado programa fosse rodado em background e o seu estado consultado a qualquer hora, e pouca gente sentia a necessidade de interagir com vários programas simultaneamente; muito menos se preocupar em qual fica a direita/esquerda/cima/baixo/frente/atrás. Bons tempos, aqueles. E tem gente que ainda hoje usa screen e ratpoison