Ir para a página principal


Festança
Cancioneiro
Imaginário
Oficina
Palhoça
Colher de Pau
Panacéia
Catavento
Almanaque
Candeeiro
Mural
Expediente


Folhinha

Arquivos

Outras Edições

Busca

Retornar para Imaginário
Fio inspirado em desenho de muiraquitã.
O MACACO E O BONECO DE CERA

Era uma vez um macaco que tinha o hábito de ir comer as laranjas de um laranjal coberto de frutos. O dono do pomar colocou, num galho de laranjeira, um boneco de cera para espantar os pássaros. O macaco veio no outro dia, como era de seu costume, e percebeu o boneco na árvore.

- Dá-me uma laranja, disse ele ao homem de cera, senão eu te jogo uma pedra.

O boneco não respondeu coisa alguma, naturalmente, e o macaco arremessou-lhe uma pedra, que ficou colada ao boneco.

O vento, que soprava forte, fez então cair uma laranja. O macaco agarrou-a e comeu-a. Depois pediu outra laranja ao boneco. Este, ainda mudo. O macaco arremessou-lhe outra pedra, que ficou também grudada como a primeira. Vendo que o homem não se mexia, o macaco aproximou-se da árvore, subiu e deu-lhe um pontapé. Sua perna ficou grudada nele.

- Larga minha perna, dizia ele, senão te dou outro pontapé.

Vendo que o homem não se movia, deu-lhe outro pontapé e a segunda perna pregou-se nele. Então deu-lhe uma bofetada. A mão ficou também colada. Deu-lhe outra bofetada e a segunda mão ficou presa. Furioso, tanto se agitou, que o boneco perdeu o equilíbrio e caiu. O macaco caiu com ele e rolou em cima dos espinhos da laranjeira até o chão. Quando tombou, despregou-se e ficou com o corpo todo ferido. Assim, foi embora, gemendo.


(NÉRI, Frederico José de Santana. Folclore brasileiro)

Topo

Jangada Brasil © 2000