Querem #CriançaFeliz? Comecem priorizando o parto respeitoso no SUS, disponibilizem bancos de leite para doação de leite e orientação em todas as cidades do país, abram concurso para doulas em maternidades públicas, invistam em creches públicas de qualidade, aumentem o salário dos professores, aumentem o tempo de licença maternidade e paternidade nos estabelecimentos públicos e privados, fiscalizem a merenda de péssima qualidade das creches, regulamentem a propaganda infantil.
Pesquisas divulgadas nos últimos dias mostram que essas controvérsias prejudicaram o candidato republicano: Hillary se distanciou de Trump, tanto no nível nacional, quanto na maioria dos estados decisivos. Um suspiro de alívio coletivo pode ser ouvido pelo mundo. Que segurem, por enquanto, as comemorações. O republicano já mostrou capacidade única de se recuperar das feridas autoinfligidas e ressurgir das cinzas. E com um mês até as eleições - e mais dois debates presidenciais -, ainda há bastante tempo para Trump renascer.
Se para Chiziane contar histórias é liberdade, para nós leitoras ler os seus pensamentos é um privilégio. Se entendermos que a escrita em tempos de ameaça à democracia e recrudescimento de direitos pode ser uma forma de resistir - ler é se aproximar, é experimentar, é subverter.
Por isso mesmo, o que Gatti fez é, em última instância, trivial, mera errata. Ferrante não é uma pessoa, nem mesmo uma escritora: é uma autora. Mesmo que fosse revelado que Elena Ferrante na realidade é uma médica brasileira, um robô ou Angela Merkel, isso não afetaria em nada o conjunto de suas entrevistas autorizadas e suas obras de ficção publicadas.
Modesto foi o número de candidatos que se declararam gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais nestas eleições, representando apenas 0,04% do total de candidatos. E, pasme, este foi o maior índice desde 1996, ano em que se se iniciou o registro dos aspirantes "fora do armário", a partir de levantamento feito pela ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
Nós já tínhamos a clara percepção de que aquelas lindas mulheres que eram coroadas misses não representavam, de fato, a beleza das brasileiras, mas queríamos a comprovação em números. Para isso, fizemos um amplo levantamento de dados sobre as misses junto à organização do concurso e, sobre as brasileiras, com dados públicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As eleições municipais de 2016 continuam a mudança política observada no decorrer do processo do impeachment: a queda do petismo e a ascensão de alternativas liberais para o Brasil.
Em ano de eleições municipais o Brasil atravessa uma difícil crise político-econômica. E se está difícil saber em quem votar, imagina para quem não tem acesso à internet, não pode pesquisar sobre os candidatos e nem assistir aos debates. Essa é a realidade de 1.080 eleitores do estado de São Paulo internados em unidades da Fundação Casa.
"Então, é câncer." Sem deixar a peteca cair, meu urologista emendou a conversa sobre a inconveniência de ter de buscar a filha na escola com um diagnóstico de câncer. Duas semanas antes eu nem sequer tinha um urologista. "É", disse ele, de um jeito ligeiramente inseguro, olhando para os resultados, "eu também fiquei surpreso".
Independentemente das opiniões políticas ou ideológicas, todos concordavam que as eleições municipais seriam um balanço da ebulição que o País vive desde 2014 (e possivelmente 2013). O famigerado 02 de outubro passou e nos deixou um mar de dados, informações e resultados para interpretar. Alguns já eram esperados: o PT teve seu pior desempenho em vinte anos, perdendo mais da metade de suas prefeituras em relação a 2012 (o partido possuía 630, e agora conta com apenas 256 prefeitos eleitos).
Este é o "empresário" que vai comandar São Paulo a partir de 2017. Seu discurso de campanha se assemelhou bastante com o de Donald Trump na sua tentativa de se tornar presidente nos Estados Unidos. No entanto, Trump apelou para a xenofobia e o preconceito contra mulheres, negros e latinos, enquanto Doria rosnou contra o petismo e as esquerdas.
Historicamente, nossa compaixão tem pele clara. Se preocupar com o que acontece na África não é pop, não rende filtros nas fotos do Facebook ou campanhas #somostodos. É nosso dever procurar conhecer aqueles que abrigamos em nosso país, sem medo. Até porque, poderia ter dito o poeta; a dor é inevitável, o preconceito é opcional.
Donald Trump está errado. Suas propostas são ruins, não tem base em evidências e buscam apenas explorar o medo da população causado pelas mudanças relacionadas ao fluxo de bens, serviços e de pessoas das últimas décadas. São nessas propostas que o debate deveria estar sendo centrado. São essas propostas que tornam Donald Trump inadequado para ser o próximo presidente da nação mais influente e poderosa do planeta.
Quanto as garantias que os dirigentes das FARC devem fornecer quando ao seu efetivo comprometimento com o processo de paz, deve-se cobrar que as dissidências sejam tratadas de forma enérgica, ou na incapacidade disto, que sejam abastecidos de informações privilegiadas sobre elas os órgãos e instituições capazes de intervir e garantir que sejam cumpridas as diretrizes de entrega das armas e desmobilização. A esperança do fim do conflito na Colômbia é uma vela acessa pela qual oram milhares de pessoas, todavia é preciso fechar as janelas e frestas por onde o vento possa apagar essa chama mais uma vez.
Não podemos esperar deles soluções para assuntos que eles não entendem a urgência. Mais do que tentar explicar para alguém que nunca entenderá a opressão que vivemos, é necessário que nós mesmas nos façamos representadas nas decisões da cidade. Seja por uma prefeita mulher, uma vereadora mulher, uma secretária mulher ou metade da participação em conselhos municipais dedicada à mulheres.
A anulação do julgamento dos policiais acusados de mataram aquelas 111 pessoas vem nos recordar que estamos, todos, perdendo a batalha contra a barbárie. Perde o sistema de justiça, incapaz de cumprir seu papel de reeducação, perde a polícia que parece ter declarado guerra contra os pobres e negros, perde o chamado "cidadão de bem", brutalizado pelo medo, perde a sociedade, que admite e alimenta a vingança em vez da justiça.
Mas, como disse, o que mais tenho visto por aí são pessoas cheias de certezas. O Brasil está cada vez mais polarizado politicamente, e isso é muito ruim. Quando políticos, militantes e eleitores perdem a capacidade de questionar a si mesmos e a seus candidatos e partidos, abre-se espaço para o fundamentalismo, para a fé cega numa pessoa ou numa sigla.
Vai-se a oportunidade, ficam as lágrimas. Com o resultado do plebiscito realizado nesse domingo, a Colômbia adiou o sonho de virar uma página sangrenta da história e de dar fim à guerra civil contra a maior guerrilha do continente: as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). O conflito de 52 anos, 200 mil mortos (33 vezes mais que a quantidade de assassinatos diretamente ligados a Pablo Escobar), 25 mil desaparecidos, 30 mil sequestrados e mais de 6,9 milhões de deslocados internos não se encerrará graças à vitória do NÃO, com uma margem apertada - 50,2% a 49,7%.
A traição que o Partido dos Trabalhadores realizou contra seus eleitores pesou muito para o resultado sem dúvida. É, meu amigo, foi uma traição. Não foi agora, foi lá em 2014 quando armaram um conto de fadas para forçar a reeleição de Dilma. Já sabiam eles do seu esgarçamento. Ainda sim, não obstante fizeram de forma que ganharam mas no fim das contas não levaram.