27/11/2010 - 09:00 | Max Altman | São Paulo

Hoje na História: 1953 - Morre Eugene Gladstone O'Neill, dramaturgo norte-americano

Eugene Gladstone O'Neill foi um dramaturgo anarquista e socialista norte-americano. Em 1936, recebeu o Nobel de Literatura e posteriormente o Prêmio Pulitzer por várias vezes.
 
Suas peças estão entre as primeiras a introduzir as técnicas do realismo influenciado principamente por Anton Chekhov, Henrik Ibsen e August Strindberg. Sua dramatugia envolve personagens que habitam as margens da sociedade e que com comportamento desregrado tentam manter inalcansáveis aspirações e esperanças do 'milagre norte-americano'.

Reprodução

O'Neill, que já foi premiado com prêmios Nobel e Pulitzer

Eugene O’Neill foi um dos maiores dramaturgos da história e influenciou reconhecidamente o colega brasileiro Nelson Rodrigues. Por meio de seus dramas emocionalmente perspicazes, aborda as dificuldades da sociedade humana com uma complexidade psicológica profunda. O’Neill desdenhou a realidade do mundo do teatro comercial em que nasceu para escrever obras de importância e integridade.

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Nascido num hotel da Broadway em 1888, Eugene O’Neill era filho do ator James O’Neill e passou os primeiros sete anos de vida viajando com a companhia teatral do pai, de quem herdou a paixão pelo teatro. Nos sete anos seguintes, porém, O’Neill recebeu uma estrita educação católica, chegando a frequentar uma escola secular privada em Connecticut. Embora fosse um brilhante aluno, estava sempre envolvido em ambiente de álcool e prostituição.
Antes de concluir o primeiro ano da Universidade Princeton abandonou os estudos e mais tarde se matriculou em aulas de dramaturgia em Harvard.

Em 1910, após mudar-se para Nova York, casou-se com, Kathleen Jenkins, que era viúva. Pouco tempo depois viajou para Honduras, onde contraiu malária, e na volta encontrou a esposa grávida. Em razão de trabalho, O’Neill seguiu para Buenos Aires e mais tarde para a Inglaterra. Em 1912, Kathleen pede divórcio e pouco depois, afetado por doença, O’Neill retorna a casa dos pais. Foi ali, em meio a uma confusão de pai deprimido e mãe dependente de morfina, que resolveu aos 24 anos tornar-se um dramaturgo.
 
O’Neill passou os cinco anos seguintes trabalhando principalmente em peças de um ato. Em 1918 casou-se com Agnes Boulton, com quem teve dois filhos, Shane e Oona, que viria a se casar com Charles Chaplin até a morte do gênio da comédia em Vevey, Suiça. Apesar de seu trabalho, foi somente com a encenação de sua peça “Além do Horizonte” (1920) - que proporcionou o primeiro de seus três Prêmios Pulitzer - que o público encontrou nele a genialidade. 
 
Após o sucesso de “Além do Horizonte”, O’Neill ingressou num período prolífico, escrevendo algumas de suas grandes peças, “O Imperador Jones” (1920), “O Macaco Peludo” (1922), acompanhando a vida de dois homens em luta pessoal em busca de identidade.
 
A despeito ou devido a tragédias familiares, passou a explorar diversas peças com visão penetrante e intuitiva da vida familiar e de suas lutas. Com peças como Desejo (“Desire Under the Elms” (1924) e Electra Enlutada (“Morning Becomes Electra” (1931), O’Neill valia-se de enredos físicos e morais similares ao drama grego para expressar as complexidades da vida familiar.
 
Os anos finais de O’Neill foram vividos isolados da comunidade literária e de sua família. Embora tenha recebido o prêmio Nobel de Literatura em 1936, a maior parte de suas obras só foi levada à cena após sua morte. Sua frágil saúde, porém, não o impediu de escrever duas das maiores peças teatrais da cena mundial jamais vistas. Em “The Iceman Cometh” (1946), o tema da morte era abordado a partir do desespero pessoal na vida de um grupo de bêbados. Mais tarde, em "Longa Jornada Noite Adentro" (Long Day’s Journey into Night, 1956), O’Neill retratou sua autobiografia em forma dramática, enfocando a própria família e sua deterioração física e psicológica. Com a ação transcorrendo no período de uma noite, uma viagem às profundezas das almas de uma família problemática, o dramaturgo expôs as mais  questões da existência humana. Recebeu outro Prêmio Pulitzer póstumo por esta peça. À época de sua morte em 1953, O’Neill era considerado um dos maiores escritores do século XX.

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