Quem se lembra dos anos 80, certamente terá uma vaga lembrança de um grupo composto por quatro rapazes que usavam roupas espalhafatosas, ombreiras gigantescas e cantavam (playback) abanando um leque.

locomia loco mia
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Criado na Espanha em 1984, o Loco Mía seguia a um estilo definido como europop latino. O sucesso só viria cinco anos depois quando os integrantes assinaram contrato com a gravadora EMI. Na época, os integrantes eram Xavier Font (fundador do grupo), Carlos Armas, Manuel Arjona e Juan Antonio Fuentes. E a canção de trabalho chamava-se Taiyo (sol).

As músicas tinham refrões simples e eram ótimas para dançar nas baladas. Ao longo da carreira mesclaram rumba, samba e mambo com batidas eletrônicas. Era nítido o uso de algum recurso em estúdio para potencializar as vozes dos rapazes. No entanto, o que chamava atenção mesmo era os figurinos que pareciam ter saído do carnaval de Veneza, em um mix de luxo e cafonice, em uma década em que as roupas de modo geral eram exageradas.

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O sucesso da trupe chegou na América Latina, principalmente no Brasil, Argentina, Uruguai e Chile (eles eram presença constante no Xou da Xuxa). Também percorram a América do Norte, Japão e, claro, Europa, vendendo em torno de 3 milhões de cópias mundo afora. Após gravarem dois discos, em 1992 o grupo começou a se desintegrar, novas formações do Loco Mía vieram – mas sem o sucesso esperado, aliado a problemas judiciais com o empresário do grupo. 

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Vale lembrar que no início dos anos noventa, a Eurodance era o ritmo da vez, quando muitos grupos de dance music europeia despontavam da Europa para o mundo inteiro.

Que fim levou os integrantes originais?

Muitos acreditavam que eles eram gays em função do figurino com os leques, mas na verdade Xavier Font era o único homossexual do grupo. Ele acabou estudando moda e se tornou empresário. Atualmente é dono de duas lojas em Barcelona, sendo uma delas um sex shop. Font atualmente tem 56 anos.

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Carlos Armas, era o mais popular do grupo, com longas madeixas arrancava suspiros da mulherada. Após ter saído do Loco Mía, ele criou um grupo musical chamado “Vatikano”, que não fez sucesso e seguiu caminho nos negócios, administrando um restaurante que pertence a família em Tenerife (ilha espanhola). Os cabelos longos ficaram no passado mas ele continua belo.

Carlos Armas – Reprodução

Francesc Picas era a primeira voz da canção “Loco Mía”. Após deixar o grupo, seguiu carreira solo, mas não durou muito tempo. Hoje ele é escritor e autor de vários livros de prosa e poesias. Manuel Arjona é o único que continua trabalhando no mundo artístico, se apresentando em casas noturnas em Ibiza, relembrando os antigos sucessos.

Francesc Picas – Reprodução
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Manuel Arjona – Reprodução

Único loiro da trupe, Juan Antonio Fuentes, atualmente gerencia um hotel em Barcelona e pouco se sabe a respeito dele. Da formação original dos quatro integrantes, veio em 1992 Santos Blanco, que substituiu Fuentes, como o novato também era loiro e muito parecido com o Fuentes. As pessoas não notaram tanto assim a mudança. Infelizmente Santos faleceu em junho de 2018 aos 46 anos, entretanto não foi revelado na época a causa da morte.

Juan Antonio Fuentes – Reprodução
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Santos Blanco – Reprodução

Apesar do grupo ser espanhol, a canção “Loco Mía” é em inglês, cuja a letra não diz muita coisa, mas algo como mova seu corpo, abane seus leques e não deixe que ninguém diga que você não pode conseguir, uma mensagem de otimismo para uma boy band que atingiu respeitável sucesso em uma década marcada por ousadias.

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