Granjo, António Joaquim (1881-1921)

GranjoMembro do grupo evolucionista, e dirigente do partido liberal, sendo, por duas vezes, presidente do ministério.

Como deputado, logo em 1912, destaca-se como um defensor da amnistia para os inimigos do novo regime republicano, criticando acerbamente a existência de tribunais marciais especiais para o julgamento dos conspiradores monárquicos.

Destaca-se na luta contra o sidonismo, liderando uma revolta militar logo em Outubro de 1918. Depois do assassinato de Sidónio, aparece a liderar mais uma revolta militar em 10 de Janeiro de 1919.

Constitui um dos principais actores políticos da república velha, quando, durante os seus dois últimos anos de vida, se assume como alternativa consistente ao domínio do partido democrático.

Ministro da justiça do governo de Domingos Pereira, de 30 de Março a 30 de Junho de 1919, é reponsável pelos Decretos nº 5 609 e nº 5 610 que reformam os serviços prisionais, instituindo um modelo que vai estar em vigor durante cerca de uma década.

Depois da instituição do Partido Republicano Liberal, em Outubro de 1919, é imediatamente líder do respetivo grupo parlamentar. Ministro do Interior do frustrado governo liberal de Fernandes Costa, em 15 de Janeiro de 1920, gabinete que, apesar de nomeado, não chega a tomar posse.

Neste mesmo dia, há uma tentativa de assalto ao jornal A Luta, e Granjo trata de defender o jornal de pistola na mão, seguindo depois para as instalações d’ A República, onde gora idêntica tentativa.

No dia 22 de Janeiro seguinte, tem uma intervenção no parlamento, onde declara que os acontecimentos do dia 15 tiveram ligações militares, numa alusão indirecta à GNR.

Presidente do ministério e ministro da agricultura, de 19 de Julho a 20 de Novembro de 1920, quando ensaia uma fórmula liderada, em aliança com os reconstituintes e apenas com um democrático (Velhinho Correia).

Propõe, então propõe restabelecer gradual e sucessivamente a liberdade do comércio, relativamente a todos os artigo em que se possa presumir que la livre concorrência resultará o seu barateamento.

Em 29 de Outubro, Granjo propõe um amnistia geral para os crimes políticos, que não foi aprovada. O governo demite-se em 15 de Novembro, face aos ataques de reconstituintes e populares sobre questões de abastecimento de trigo e carvão, apesar de aprovada moção de confiança.

Ministro do comércio de 23 de Maio a 10 de Agosto de 1921, no governo liberal do ex-unionista Tomé de Barros Queirós. Mas Granjo demite-se a meio do percurso desse governo por ter entrado em conflito com o ministro da Guerra.

Presidente do ministério e ministro do interior de 30 de Agosto a 19 de Outubro de 1921, quando é assassinado no decorrer da chamada Noite Sangrenta. Ver Rodrigo de Castro, Cinzas Imortais. Na Morte de António Granjo, Porto, 1922.